Charlie havia me dado um novo conceito. A arma como uma extensão do meu corpo. Vi meu tridente de uma maneira diferente,  poderia ser estranho, mas eu nunca havia pensado daquela maneira. Lutava sempre me apoiando na força que o tridente me proporcionava e me desesperava quando o perdia. Eu estava me limitando e agora via a oportunidade de consertar meus erros. Não estava ali só para aprender truques novos, estava para sair da arena como um novo semideus, um bom meio-sangue. Minha barriga doía com o chute de Charlie, o suficiente para me lembrar do que deveria. Não poderia fazer a mesma coisa que antes, tentei então imaginar o tridente como parte de minha mão,  de meu próprio ser. Giros não eram as únicas combinações que poderia fazer. Ainda estava de pé e com um aviso de me esforçar mais, e assim o faria. Avancaria desta vez explorando mais o alcance do meu braço, conduzindo a arma em um golpe da direita para a esquerda visando ir em direção a lateral do rosto de Charlie acertando com a extremidado do bastão, que se ligava a ponta do item. Confiava que a sua forma de defesa mostrada seria aplicada e então meu golpe seria defendido, contudo, este não seria meu ataque e sim uma finta. Aproveitaria que sua arma estaria em posição defensiva para me aproximar, girando o cabo de minha arma colocando o bastão na direção do semideus, aplicando uma estocada em sua barriga e em seguida me afastando, em caso de sucesso ou não. Abusaria do próprio método de Milkovich para defender-me, segurando a arma pelas laterais e utilizando o cabo, contudo jogando o golpe para os lados, visto a diferença de força entre nós,  não tardando em recuar mais uma vez para evitar ser chutado ou algo do gênero.

-Sim - Confirmei tentando parecer confiança. Em uma luta de verdade eu só precisaria inverter o golpe e aplicar a finta horizontal com o cabo. Fiquei contente ao ver que ele estava começando a ver potencial em mim. Ele então muda o estilo de ataque e começa a lançar estocadas diretas, tentando me subjugar. Não podia depender da lança, mas iria aos poucos, primeiramente daria a impressão de que tentaria a mesma defesa anterior, pegando nas laterais da arma. Logo colocaria minha lança de lado, pegando impulso para bater o cabo lateralmente em sua lança enquanto deslizava minha mão, desviando o ataque. Realizando tipo de defesa, aguardaria a estocada mais opotuna e aproveitaria para me aproximar, pegando em sua arma com uma das mãos e indo em sua direção, puxando seu item e aplicando um chute em seu abdômen. Em outro caso, aproveitaria para puxar sua arma e estocaria em sua mão portadora do item, pois como estava tentando arrancar a lança ele teria que colocar pressão sob o cabo, o que facilitaria o acerto da minha estocada, contudo tinha de começar a combinar golpes corporais com golpes de lança, então não desistiria do chute. Ao fim tentaria me afastar, mantendo posição defensiva e me jogando para as laterais em saltos, batendo as extremidades da lança para desviar suas estocadas, assim como na estratégia anteriormente apresentada.

É algo diferente de se imaginar. Visualize a defesa que você me ensinou e pense como se eu girasse a lança para a lateral da ofensiva que você fez, batendo a extremidade da arma pra desviar teus golpes. Foi algo ilusório para dar a impressão de uma brecha. Utilizar minha mão ali é algo arriscado, mas eu mostrei os motivos e como explorei o conhecimento.