Caminhei pela biblioteca de selene, indo atrás de livros a respeito de materiais mágicos e metais preciosos. Haviam alguns estudos relativos à forma como alguns materiais reagiam aos semideuses. Ferro estígio aos filhos de Hades, Ouro aos filhos de Apolo. Contudo, o que mais me interessava era o que dizia respeito aos filhos de Poseidon. O oricalco. O metal do palácio do meu pai, é o que diziam. Meu tridente era feito deste metal e eu sabia que ele reagia ao simples toque meu. Contudo, porque não explorar isso ainda mais. Já estava há semanas tentando aprender mais sobre isso. Como selecionar a magia a qual eu queria passar a ela. Prata conduzia magia e energia muito bem, mas porque não o oricalco fazê-lo por mim enquanto feiticeiro? 

Parei no saguão para práticas, examinando minha arma e a brandindo cortando o ar com as três pontas. No momento em que o soltava, pude vê-lo se modificando. Tentei trabalhar aqueles estímulos, ver a forma como o simples oceano espalhado em cada célula do meu corpo o excitava. Tentei replicar o mesmo com a minha energia. Tentei vê-lo como uma ponte para as minhas habilidades. Passei a minha energia pouco a pouco, sentindo-a se espalhar no Oricalco e reagir a ele da mesma forma como ele reagia a mim. Em uma explosão desenfreada liberei a esfera mágica e a vi voando na direção da parede, atingindo-a como um forte soco. Respirei fundo e senti meus olhos se encherem de lágrimas. Lembrei-me de quantas vezes já havia falho. De quantas tentativas em vão tive que passar para chegar até ali. Havia investido dias e noites com a cabeça mergulhada em livros e minhas mãos já doíam de tanto escrever, tanto quanto minhas pernas de partir de um lado ao outro pedindo auxílio dos arquimagos. Dessa vez, me senti mais perto de dominar essa minha ligação.

Passei a tentar controlar isso, vendo-me como um entusiasta de minhas próprias descobertas e me sentindo inovando a ciência mágica. Me sentindo único dentre os filhos do deus do mar.

Mergulhei no lago mais uma vez. Naquele horário, já não havia mais nenhum dos meus meio-irmãos gregos no acampamento meio-sangue. Havia chegado no lugar apenas para treinar minhas habilidades. Me sentia cada vez mais rápido e prático na manipulação de água. Desde o meu encontro com a tenente das caçadoras no sonho e a aventura que aparentemente fora um surto coletivo entre mim, legit e martin, me sentia mais forte no controlo de água. Congelei o líquido a minha frente em 3 shurikens e as lancei adiante. Conseguia fazê-lo com certa facilidade a essa altura. Mas ainda assim, precisava aplicar a minha agilidade com gelo e magias intermediárias com meu controle do mar. Ordenei as correntes que me mandassem a frente e moldei um chicote em cada mão. Me vi perdendo horas naquela noite, apenas modificando as armas as quais tentava explorar e tentando atingir alvos imaginários mais de uma vez.

Meus braços doíam e sentia-me cansado. Não estivesse dentro d'água, certamente estaria encharcado de suor. Parei, fitando o lago e decidi tentar uma última vez. Dei um suspiro, vendo as bolhas se formarem a minha frente e disparei mais uma vez. Moldei um tridente em cada mão, deixando-os um pouco mais densos, apenas o suficiente para o que estava para fazer. Girei o cabo do da esquerda e arremessei o da direita no outro lado. A partir disso, moldei uma pequena kunai de água e a arremessei de igual modo. Senti-me desgastando-me não só com a moldagem dos materiais, mas com a própria sequência repentina e imediata de ofensivas. Para finalizar, moldei um escudo de água frente ao meu corpo, como se me protegesse de algo. Parei, exausto. Mesmo que a lua e a água me fortalecessem e tornasse tudo mais confortável, não deixei de sentir o peso de explorar minhas habilidades por tanto tempo. Olhei para minhas próprias mãos, satisfeito pelo poder que elas agora carregavam. Satisfeito com minha própria evolução.

Habilidades Base:

Treinamento Sucinto: