Respiro profundamente por alguns momentos, observando a besta se dissolver em sombras, para por fim me aproximar e me abaixar para recolher os Dentes, a adaga e por fim, a lindo fio de Oricalco na bobina. Meu peito ainda doía com as batidas fortes dentro dele, e meu pulso enviava ondas frias de dor que contrastava dolorosamente contra meu corpo quente.
Finalmente, pensei comigo mesmo, guardando a adaga presa à bobina de volta na borda do cinto, e puxando o maço de cigarros do bolso. Expirei gostosamente antes de puxar um trago ao mesmo tempo que acendia o Esqueiro na outra extremidade. A fumaça subiu gostosa em meio ao cheiro de suor e cachorro molhado.
Eu ainda estava preocupado, claro. Mantenho-me sempre atento aos movimentos ao redor. Os cães não tinham se mostrado lá muito furtivos, então estava menos preocupado com algum ataque surpresa, e eu já estava honestamente saturado daquela tensão. Então isso é uma missão. Como alguém consegue manter esse ritmo por dias?. Eu estava nervoso e - para minha surpresa - satisfatoriamente animado com minha primeira missão. Era, bem, como uma consolidação, uma confirmação do que eu era e de onde eu pertencia; ir a uma missão e sobreviver. Retornar como um devido semideus, com um mínimo de experiência e dignidade. Dei de ombros, sem saber exatamente se aquele sentimento era meu, real, ou se era apenas a satisfação de conseguir mais uma vez me misturar e tornar-me incógnito num meio. Como havia feito em todos os bairros, escolas e cidades.
Enquanto caminho pela floresta rumo na direção que eu acredito estar o cão-teleportador de Legit, o qual decido apelidar mentalmente de Oslo. Eu estava ali, caçando cães, e ele tinha o próprio às ordens. Dou um sorriso sarcástico, pensando em como eu não conseguia me imaginar do outro lado da moeda, mas em como eu lutaria para aquilo.
Caso eu ouça mais algum som suspeito pela floresta eu tento me ocultar atrás de alguma árvore, ou desviar se preciso, pulando pros lados ou para trás.