Alice acompanha o homem mesmo estando mais ressabiada do que nunca, por mais que ele parecesse fraco ela não podia confiar em um total desconhecido. Em menos de 5 minutos eles chegam a um prédio de moradia antigo do Brooklin, era bem modesto mas ao mesmo tempo era um clássico daquela região.

-Pode esperar aqui que eu vou ali dentro buscar o dinheiro. -Diz o homem com um sorriso amistoso no rosto.

Quando ele estava abrindo a porta que dava para dentro do prédio o celular dele começa a tocar e ele atende.

-Oi chefe, pode falar............ sim chefe, entendo........ está bem, estou indo pra ai imediatamente. -Diz o homem gaguejando, parecia que ele estava com medo do homem com quem ele falava.

-Tenho que voltar para o escritório correndo. -Diz ele para Alice meio sem jeito. -Toma, fica com a chave, é no último andar, vai ter que subir de escadas porque o elevador está estragado, tem 20 dolares em cima da mesa da cozinha, pode pegar. Deixa a chave no vaso de flor ai do lado da porta. -Diz o homem enquanto ia voltando na direção do trabalho, ele atira o molho de chaves para Alice.

Alice tenta encontrar um porteiro, mas o prédio era antigo, daqueles que a porta já da direto para as escadarias, não havia porteiro por ali. A garota fica meio que sem saber o que fazer quando uma senhorinha vai entrar no prédio e a garota resolve falar com ela.

-Ah sim, minha querida, conheço ele. Esse rapaz trabalha muito. -Fala ela com uma voz muito simpática. -Alem do trabalho na empresa ele vive cuidando de crianças no apartamento dele, é um homem de bom coração. Agora mesmo tem uma menininha que ele está cuidando desde ontem em seu apartamento. -A velhinha tira $20 dólares do sutiã e entrega a Alice. -Vá para casa querida, aqui a essa hora não é lugar de criança estar na rua. -Fala a vozinha com um sorriso gentil.

Alice ia voltando quando vê o homem dobrando a esquina, ela se esconde em um beco e o observa. Sua expressão de serenidade tinha mudado, ele agora estava com um sorriso macabro no rosto e também havia tirado os óculos, assim que ele passa Alice o ataca por trás com toda a sua força, o desmaiando. Aparentemente ele era um humano comum.

A garota acha um cais ali perto e atira o homem desmaiado no mar, nisso uns guardas que estavam por perto vêem o acontecido e começam a gritar, Alice volta correndo o mais rápido que pode para o ponto de ônibus sem ver o que aconteceu. Quando ela chega no local o ônibus já estava parado no ponto, ela entra, paga e se senta, sentindo-se mais aliviada.

A viajem até Morgantown demora cerca de 7 horas, parece que ter ido de ônibus tinha suas vantagens e desvantagens. A vantagem é que ela conseguiria dormir antes de chegar no local e assim ela o faz.

Alice chega na cidade por volta das 8hrs da manha, o ônibus para em frente a um hospital onde se lia WVU Medicine Children's Hospital, parece que nesse hospital também tinha algum campus de faculdade pois vários adolescentes estavam entrando. Ela olha para o outro lado e vê uma tipica cidade do interior americano, haviam pequenos comércios, carros grandes para caber toda a família, tirando o hospital/universidade não haviam prédios.

De onde Alice está ela não enxerga nenhum lago.

A garota caminha um pouquinho e da de frente a um Starbucks que destoava muito dos pequenos comércios, ela estava com fome e então resolve sentar ali para pedir um café e informações.

-Ah sim, o lago Mon. -Fala uma garota de 17 anos que atendeu Alice. -Digo... -Ela revira os olhos. -O Monongahela River, como os antigos dizem. Acho esse nome muito feio e brega. Mas sabe, toma cuidado... você sabe... os assassinatos, não é uma boa ficar andando por ai depois das coisas que aconteceram, principalmente naquela festa perto do rio... eu fiquei sem dormir durante dois dias depois que vi as fotos...

-Ai amiga, eu to passada também com essas coisas, sabe? Eu até que gosto daqui, por mais que seja calmo a universidade da uma agitada nas coisas... O pessoal sempre fazia festas na beira do rio onde rolava a maior putaria, mas dai começaram as mortes... As pessoas da cidade começaram a ser assassinadas, elas tem seus corações arrancados... é uma cena terrível de se ver. Há dois dias o pessoal de uma fraternidade resolveu se reunir e beber por um amigo deles que tinha sido assassinado na semana passada... vinte pessoas foram assassinadas nesse dia, tudo perto do rio.

A garota faz uma pausa e pega o seu celular do bolso.

-Aqui, eu tenho uma foto do local... é bem complicado de ver. -Ela abre a foto e mostra o celular para Alice.

A cena parecia um filme de terror, haviam vários corpos no chão com o peito arrebentado, muito sangue por todo o lugar. As pickups estacionadas perto e os celulares das vitimas jogados no chão diziam que quem fez aquilo não queria nada alem de seus corações.

-Só uma pessoa sobreviveu nesse dia, ela está internada no hospital... parece que ela ficou meio biruta, sabe como é...