Pássaros cantavam de cima das árvores. A brisa de outono soprava como se éolo estivesse com todo o bom humor do mundo naquele dia, trazendo o cheiro do sal do mar e dos morangos maduros das plantações direto para o lago, onde o som da água corrente se misturava com o som da lira de um filho de Apolo que tocava solitário à beira da água. Ou quase solitário, se não fosse pelos pássaros que se somavam à sua melodia, enchendo a manhã de graça.
Entre uma nota e outra o garoto observava o reflexo do sol no lago, assistido de volta pelo astro rei. Entre uma espiada e outra, uma mudança no brilho do sol chamou-lhe a atenção. Quando olhou, Enzo surpreendeu-se com o tom vermelho e difuso do sol, como se fosse uma esfera de chamas intensas e escaldantes a apenas alguns metros da terra, não há anos luz no espaço. Quando ergueu a cabeça para o verdadeiro sol, o filho de apolo prendeu a respiração por um momento. O calor do sol atingiu sua pele, rachando seus lábios e ofuscando seus olhos. O garoto tossiu com a garganta incomodada pelo ar quente e cheio de poeira. Um sol vermelho brilhava acima de sua cabeça, tingindo o céu com um laranja belo e terrível. À sua frente, um infindável mar de areia se estendia em um deserto brilhante. O vento uiva com selvageria. Apesar do garoto não estar tocando-a mais, o som da lira continua a encher o ar, agora em um tom mais rápido, mais tenso, mais tenebroso, sem um traço da graça e delicadeza que tinha a melodia do filho de Apolo.
Uma sombra encobriu a luz do sol, passando por cima do semideus. A sombra de asas, escuras como a noite, ainda maiores do que as asas dos pégasos no acampamento. O par de asas cruzou o céu e o garoto, pela primeira vez na vida ofuscado pela luz do céu, não conseguiu distinguir do que se tratava a forma humanoide erguida entre elas. A criatura alada cruzou o céu e pousou sobre uma coluna; uma coluna de pedra em estilo egípcio que erguia-se como um farol da areia, como o sinalizador de uma ruína antiga, um monolito solitário no deserto. Mesmo àquela distância o olhar da criatura cruzou o do semideus. E diferentemente do sol, aquele olhar lhe roubou todo o calor do corpo, fazendo o garoto desejar novamente o calor do sol. O garoto tentou mover-se mas era como se seus pés estivessem afundados na areia; e de fato, estavam. Enzo olhou para baixo, vendo um corpo que não era seu, com roupas que não eram suas, afundando até os joelhos em areia. O garoto ergueu novamente a cabeça e viu o monstro flexionar o corpo, preparando para saltar sobre ele. A criatura ergueu suas asas, encobrindo a luz do sol...
Um corpo encobriu a luz do sol, passando à frente de Enzo e tapando sua vista do reflexo do sol na água. O garoto ergueu a cabeça, confuso, sentindo o corpo refrescado pela briza da manhã agradável para a qual havia acordado.
-- Alou? Está aí? He... Por que parou de tocar? Eu estava gostando.
O filho de Apolo ergue a cabeça para ver Gustav olhando-o. O filho de Zeus estava nas proximidades e tinha sido atraído para lá pela melodia agradável que enchia a manhã de todos os sortudos que passaram por perto do lago do acampamento.
Enzo ergue a cabeça para o filho de Zeus mas o que chama sua atenção é uma figura que o encara ao lado do mesmo; uma pequena serpente esticava sua cabeça de um galho da árvore, parecendo não amedrontar os passarinhos ali sentados, e estava observando o filho de Apolo com interesse. Seus olhos brilham com um tom de verde que é, de alguma forma, nostálgica ao filho de Apolo, que sente o corpo frio enquanto a encara, como se encarasse uma criatura muito maior ou antiga que uma serpente fofa.
O filho de Zeus encara o filho de apolo que encara a serpente que encara o filho de apolo de volta (?). E a Terra segue girando em volta do céu.
Entre uma nota e outra o garoto observava o reflexo do sol no lago, assistido de volta pelo astro rei. Entre uma espiada e outra, uma mudança no brilho do sol chamou-lhe a atenção. Quando olhou, Enzo surpreendeu-se com o tom vermelho e difuso do sol, como se fosse uma esfera de chamas intensas e escaldantes a apenas alguns metros da terra, não há anos luz no espaço. Quando ergueu a cabeça para o verdadeiro sol, o filho de apolo prendeu a respiração por um momento. O calor do sol atingiu sua pele, rachando seus lábios e ofuscando seus olhos. O garoto tossiu com a garganta incomodada pelo ar quente e cheio de poeira. Um sol vermelho brilhava acima de sua cabeça, tingindo o céu com um laranja belo e terrível. À sua frente, um infindável mar de areia se estendia em um deserto brilhante. O vento uiva com selvageria. Apesar do garoto não estar tocando-a mais, o som da lira continua a encher o ar, agora em um tom mais rápido, mais tenso, mais tenebroso, sem um traço da graça e delicadeza que tinha a melodia do filho de Apolo.
Uma sombra encobriu a luz do sol, passando por cima do semideus. A sombra de asas, escuras como a noite, ainda maiores do que as asas dos pégasos no acampamento. O par de asas cruzou o céu e o garoto, pela primeira vez na vida ofuscado pela luz do céu, não conseguiu distinguir do que se tratava a forma humanoide erguida entre elas. A criatura alada cruzou o céu e pousou sobre uma coluna; uma coluna de pedra em estilo egípcio que erguia-se como um farol da areia, como o sinalizador de uma ruína antiga, um monolito solitário no deserto. Mesmo àquela distância o olhar da criatura cruzou o do semideus. E diferentemente do sol, aquele olhar lhe roubou todo o calor do corpo, fazendo o garoto desejar novamente o calor do sol. O garoto tentou mover-se mas era como se seus pés estivessem afundados na areia; e de fato, estavam. Enzo olhou para baixo, vendo um corpo que não era seu, com roupas que não eram suas, afundando até os joelhos em areia. O garoto ergueu novamente a cabeça e viu o monstro flexionar o corpo, preparando para saltar sobre ele. A criatura ergueu suas asas, encobrindo a luz do sol...
Um corpo encobriu a luz do sol, passando à frente de Enzo e tapando sua vista do reflexo do sol na água. O garoto ergueu a cabeça, confuso, sentindo o corpo refrescado pela briza da manhã agradável para a qual havia acordado.
-- Alou? Está aí? He... Por que parou de tocar? Eu estava gostando.
O filho de Apolo ergue a cabeça para ver Gustav olhando-o. O filho de Zeus estava nas proximidades e tinha sido atraído para lá pela melodia agradável que enchia a manhã de todos os sortudos que passaram por perto do lago do acampamento.
Enzo ergue a cabeça para o filho de Zeus mas o que chama sua atenção é uma figura que o encara ao lado do mesmo; uma pequena serpente esticava sua cabeça de um galho da árvore, parecendo não amedrontar os passarinhos ali sentados, e estava observando o filho de Apolo com interesse. Seus olhos brilham com um tom de verde que é, de alguma forma, nostálgica ao filho de Apolo, que sente o corpo frio enquanto a encara, como se encarasse uma criatura muito maior ou antiga que uma serpente fofa.
O filho de Zeus encara o filho de apolo que encara a serpente que encara o filho de apolo de volta (?). E a Terra segue girando em volta do céu.
Última edição por Hades em 31/05/20, 09:50 pm, editado 1 vez(es)