- Você está muito conservado para sua idade – digo a Arteniel, dando uma leve risada. E obviamente logo em seguida uma garota se aproxima da gente e avisa sobre a senhora dos cabelos de serpente. - Bom, Medusa saiu de seu covil para nos fazer uma visita especial, não vamos deixá-la esperando.

Vejo que o Ceifador estava um pouco apreensivo, então o seguro pelo braço e vou até o tal banheiro. Chegando lá, invoco Solaris em minhas mãos, e aponto para a última cabine do box, olhando para o solo e deixando apenas minha visão periférica na porta do box.

"Ruby, fique atenta aos nossos arredores e prepara-se para sair voando conosco daqui caso algo dê errado."

Minha fênix solta um pio melodioso em minha mente, e passa a circular o local, atenta para monstros.

- Medusa? Estamos aqui, pode começar a falar.

O filho de Apolo brinca com minha idade, e fico levemente embaraçado. Nunca havia pensado no fato de ter mais de três mil anos, nem como isso afetava a minha aparência. Logo a garotinha aparece, falando sobre a mulher de cabelos de serpente, e James insiste para irmos averiguar.

- Não, não… Não devemos, mesmo que isso custe nossas vidas. - digo ao filho de Apolo, um leve sarcasmo em minha voz.

O garoto me toma pelo braço e vou com ele, mesmo que resignado. Olho para o chão, como sabia ser necessário ao enfrentar aquela fera em especifico, e procuro sentir o solo ao meu redor, me preparando para desferir um ataque caso seja necessário.

- Tão heroicos esses semideuses, mal podem ter uma chance de salvar alguém ou acabar com um monstro que já vão saltitando ao local destinado. Bom, vamos ver se vocês são dignos de estar em minha presença ou vão falecer no primeiro desafio igual aquele último.

Sinto uma pontada de irritação ao ouvir estas palavras, James era um semideus experiente, deveria saber que entrar em um espaço fechado com um monstro não era uma boa ideia. Complexo de herói, era algo que a maioria dos semideuses tinha e apenas os mais espertos abandonavam essa ideia fútil. Obviamente, o Campeão não era um desses poucos, e sinto nossa morte se aproximando lentamente na forma de um ceifeiro. Graças a Plutão, também senti tuneis embaixo de nós, e estar embaixo da terra nunca foi um problema para mim. Ativo minha l Geocinese l e faço um bloco de pedra profundo o suficiente para alcançar a rede de tuneis se destacar do solo, e voar na última cabine.

- James, tuneis aqui em embaixo. Me siga. - digo, calmamente, e pulo para a escuridão.

Geocinese [Intermediário]: Agora o filho de Plutão consegue controlar a terra e seus derivados com maior precisão e em maior quantidade. Pode criar ondas de terra, atirar pedregulhos e etc. Consome 40 pontos de Energia. (Requer 10 WIS)

- Tão heroicos esses semideuses, mal podem ter uma chance de salvar alguém ou acabar com um monstro que já vão saltitando ao local destinado. Bom, vamos ver se vocês são dignos de estar em minha presença ou vão falecer no primeiro desafio igual aquele último.

Me sinto um completo idiota quando a óbvia armadilha se fecha ao nosso redor. Óbvio que não seria tão fácil, e que Medusa não sairia de seu covil sem um plano de ataque ou, pelo menos, uma contingência. Praguejo em grego antigo, e observo quando Arteniel cria um buraco no chão com seus poderes. Fico impressionado com os poderes do homem, filhos de Hades podiam manipular as sombras, sua contraparte romana era bem diferente.

- James, tuneis aqui em embaixo. Me siga. - diz o loiro, e pula no buraco que fez.

“Ruby, siga até o covil da Medusa, e me espere lá, não engaje e tente obter alguma informação para nós”

“Não morra sem mim”

Suspiro rapidamente, e pulo atrás do filho de Plutão para a escuridão dos tuneis.

Caio no túnel, imediatamente levanto meu arco para que suas chamas iluminassem um pouco o local. Minha vida havia sido salva por aquele garoto pálido e decididamente estranho. Eu havia notado que ele sempre observava as pessoas, mas de uma maneira curiosa, como se nunca tivesse visto um celular ou uma calça jeans na vida. Era estranho, e ao mesmo tempo… Fofo? Se eu não fosse comprometido, e ele não fosse um devoto da morte, eu tentaria algo. Afasto esses pensamentos da minha cabeça, não eram nenhum um pouco produtivos naquela situação. Estendo a mão para o filho de Plutão.

- Obrigado. - digo, e quando ele toma minha mão ativo minha l Tatuagem da Ligação Empática l, fazendo com que um brilho pêssego apareça em nossas mãos. - Salvar minha vida já é o suficiente para ser considerado da família. Vou te chamar de Arty, Arteniel é muito longo. Agora… Você quer ir na frente? Estamos embaixo da terra, então esse é seu domínio.

Feito isso, seguro meu arco e puxo o cordão, andando com uma flecha do sol nele e presto atenção aos nossos arredores, para destruir armadilhas, monstros e o que mais Arty me avisar que está vindo.

Ao mergulhar na terra imediatamente me sinto melhor. Uma vida como ceifador, minha alma fora do meu corpo e nenhum calor, me deixaram extremamente desacostumado a ficar no sol. Ao chegar no fundo, dou um passo para o lado, esperando que o filho de Apolo caia no lugar onde estava. Me concentro em sentir os arredores, percebendo as ramificações intricadas que o labirinto teria. Meu controle não era tão alto, então teríamos que explorar um pouco aquela construção para achar sua saída. Então noto que James queria chamar minha atenção, pois havia me estendido a mão. Dou a mão para o garoto, enquanto ele falava:

- Obrigado. - diz ele, e fico assombrado quando nossas mãos começam a brilhar em um tom pêssego. - Salvar minha vida já é o suficiente para ser considerado da família. Vou te chamar de Arty, Arteniel é muito longo. Agora… Você quer ir na frente? Estamos embaixo da terra, então esse é seu domínio.

- Estamos trabalhando juntos, é o mínimo – respondo, embaraçado pela situação. - Irei na frente, fique atento a meus sinais por favor.

Secretamente, eu gostei de meu novo apelido, nunca havia tido nenhum antes em minha vida e era uma mudança bem-vinda. Sorrio para o nada e pego minha espada longa, tirando-a da cintura. Ali, naquele espaço confinado, minha foice serviria apenas para atrapalhar. Expando meus sentidos, focando nas ramificações a minha frente e busco o melhor caminho, aquele que cheirar menos a morte violenta de semideuses, para prosseguir.

Passivas: