Olho horrorizado para os relatórios da nave indicando um infiltrante.

- Tigrão! - Grito - Faça alguma coisa!

Eu não sabia o que ele poderia fazer naquela situação. Aliás, sabia sim.

- Seu rabo! Estique seu rabo até a parte de baixo da nave e veja o que é.

Abro a janela da nave para que a serpente na cauda do tigre se estique para fora e veja o que há lá em baixo. Enquanto isso ligo a nave com o tigre para ver na tela o que ele achou lá em baixo e então decidir o que fazer. Enquanto isso atualizo todos os relatórios de funcionamento para tentar descobrir do que se tratava e tentar remediar os danos de alguma forma. Enquanto isso apressadamente vou consertando o meu braço, reencaixando as peças para deixá-lo funcional.

- Tigre Autômato “Tigrão” [Bronze Celestial e Oricalco][Energia: 100/100][Serpente: 10/10][-7-]
-7- Um sofisticado autômato de bronze com pelos hiper realistas feitos de bronze celestial. Suas garras e presas são de oricalco, sua força e velocidade são superiores às de um tigre mortal e possui uma serpente crescendo no lugar da cauda. A serpente pode se esticar até 5m, e injetar em uma picada bronze celestial líquido no alvo ao mesmo tempo que libera uma carga elétrica para paralisar o membro (1 rodada para inimigos comuns, apenas um instante para intermediários ou acima) e impedi-lo de sentir o veneno espalhando. Em sua boca, a língua do tigre se dobra em um cano de disparo. Ele pode acumular energia de seu gerador (30/rodada) para preparar um disparo de energia elétrica e térmica maciças à sua frente, com um alcance de 10+5m por rodada de carregamento a partir da segunda. O disparo com 3 rodadas possui uma força além da Heroica, podendo carbonizar árvores e danificar bronze celestial. Recebe 25 de energia por rodada para o canhão. a serpente possui uma bateria independente não recarregável e, quando finalizadas as cargas, a bateria precisa ser substituída por uma nova, e os cilindros que contém Bronze Líquido precisam ser repostos (1Kg de Bronze). [Enquanto carrega o canhão o tigre perde 90% da mobilidade e não pode executar ataques (Mas a serpente ainda pode se mover). Depois de disparado, o canhão fica em espera durante o triplo do tempo que ficou sendo carregado. Pode receber comandos mentais simples através do braço automato].Mesmo que seja danificado, os filhos de Hefesto de qualquer nível podem reparar o tigre (não inclui as peças extras, requerem perícia Avançada).

Olho pro tigre, que apenas me olha como se estivesse tudo Ok, mas não havia nada ok. Minha nave tinha um intruso e eu não queria saber disso.

- Cara! Qual o seu problema? Reage!

Termino de encaixar a ultima placa externa do braço e pressiono os botões de meu braço para ejetar dele o meu sensor Delfin e em seguida, o meu monóculo. Vou calibrando os dois para que o sensor escaneie todo o fundo da nave e passe as imagens em 3D para o monóculo. Tento identificar o que era e se estava de alguma forma mexendo com minha nave.

Se a coisa demonstrar ser perigosa, peço pra Tigrão derrubá-lo com um choque da cauda-serpente. Se não eu peço pra ele enrolar a serpente naquilo e puxá-lo para cima.

- Sensor "Delfin" -3- Um sensor mágico que consegue captar diversas informações no ar quando ativado; umidade, temperatura, presença de monstros e semideuses que tenham um odor muito forte, radiação e outros níveis de energia, e a antena frontal consegue escanear outros equipamentos, seres ou amostras (Efeito será decidido pelo narrador). Se conecta aos outros equipamentos do garoto e também consegue projetar os hologramas comuns a eles. Sua potente bateria pode durar por 3 rodadas e pode ser recarregada somente pela energia do filho de Hefesto custando 50 de energia por turno. Fica na forma de um botão preso ao braço de oricalco.

Olho assim para baixo, encarando a imagem do estranho projetada pelo monóculo:

Pelos pertences, não havia dúvidas de que era um irmão meu. E... Ele havia passado? Isso significava que ele tinha chegado lá antes de mim, encontrado seu touro e ainda conseguiu grudar em minha nave durante minha saída?

Aperto uns botões indignado e ligo um alto-falante na nave.

- Ei! Você aí, seu vândalo! Eu pareço motorista de UBER pra você!? Identifique-se, ou eu vou jogar baratas mecânicas no seu bolso!


- E você - digo pro tigre, virando-me pra encarar seus olhos robóticos - Seu traidor enferrujado, não vou lubrificar suas juntas por um mês!

Fico parado com a boca aberta por alguns segundos, mudo de ultraje.

- Ah, seu...

Considero minhas opções. Eu não tinha baratas mecânicas nem poderia derrubá-lo. Também não tinha uma forma de levá-lo ao chão apropriadamente e tampouco iria interromper minha viagem para isso.

Dou um facepalm, daqueles que puxamos os dedos da testa até a ponta do nariz.

- Tigrão. Meu belíssimo fiel companheiro felino de metal... Você poderia, por gentileza, resgatar delicadamente meu querido irmão que está grudado como um carrapato na Thinkerbell usando o seu magnífico rabo?

Se o tigre continuar me olhando e abanando o rabo eu o ameaço com o martelo.
Se ele resgatar o palhaço eu o encaro bem pra ver quem era aquele filhinho de um |Castellan| manco e fuzilo-o com os olhos.

- Certo. Você vai se comportar e não vai mexer em nada até o fim da viagem. E vai em chamar de nii-san de agora em diante.
Suspiro e após uns momentos de silêncio eu não contenho a curiosidade e pergunto-o quando e como ele havia chegado até os bois de bronze.

Olho o envelope do pivete boquiaberto. Quem porra era aquele guri e de onde tinha saído!?

- Hm, é claro, a minha nave é incrível. Seu envelope... Você é um ratinho bem rápido, não é? Como diabos teve tempo de completar a segunda quest!? Você tem um Vira-tempo aí?

Aponto a antena do sensor pra ele e cutuco-o todo com ela, tentando identificar a presença de algum item mágico semelhante ao vira-tempo do harry potter que permitia que uma pessoa estivesse em dois lugares ao mesmo tempo.

Espio a tela da nave para ver em que ponto da viagem estamos, e também se o radar está captando algum tipo de presença ao redor. Dou um comando de voz para que ela ative o sistema de Ecdise para se camuflar e ficar semitransparente, quase invisível no céu. Isso talvez nos ajudasse a ter uma viagem mais tranquila.