- Sim! Digo, não. Eu quero saber como pode ter ido até lá tão rápído, e não como completou a quest - falo, sem tirar os olhos do martelo do garoto.

Eu era bastante orgulhoso de meu martelo de forja. Ele era mais maneiro do que o da maioria. Mas aquele martelo... Sua qualidade e a magia nele era claramente superior à do meu. Seus olhos varriam a nave de peça em peça, e de alguma forma eu via entendimento neles. Se, tão jovem, ele já tinha tamanha intimidade com forja e tecnologia... Aquele carinha certamente era algo singular entre nós, semideuses.

- Você mora no Acampamento? - Pergunto-o depois, pois não lembrava de já tê-lo conhecido.

Ouço atento e maravilhado a explicação do garoto. Um filho de Hefesto que tinha crescido na forja dos ciclopes, respirando forjas, fogo e metal 24h por dia? Isso explicava muito... E me dava uma certa inveja, também. Eu adorava o Acampamento e suas forjas, mas... Uau!

- Entendi. Você é, de fato, uma bela ratazaninha, não é?

Não consigo evitar dar um sorriso ao vê-lo identificar cada função de meu braço com precisão. Começo a tagarelar com ele sobre como o tinha perdido e como tinha construído um novo pro lugar - e como era muito mais conveniente do que um braço de carne e osso.

- Bom, o Acampamento é um lugar interessante, mas, acho que não... Não há muita gente como nós, lá. Mas há alguns com certeza, a maioria filhos de Hefesto, Atena ou Hécate. Há também magos, guerreiros, sacerdotes e modelos famosos.É, tem todo tipo de gente. Você deveria ir até lá coomigo depois que a missão acabar, podemos construir algo legal juntos nas forjas do Acampamento. Você ia gostar de meu computador, Sirius.

Continuo tagarelando com ele sobre os projetos que tinha em casa, de repente esquecendo que queria coocar baratas mecânicas no bolso dele minutos antes. Era raro encontrar um irmão que funcionasse na mesma frequência que eu. Desde que Alvelin tinha sumido, eu me sentia sempre um tanto solitário nas forjas.

Confiro no mapa o quanto falta para o nosso destino e como estavam os níveis de energia da nave. Aproveito e mostro como tinha feito os propulsores a jato para funcionar à base de Bronze Celestial líquido, e mostro os galões na mala cheios com este material.

- E então, você ouviu falar de mim na forja dos ciclopes? Tipo, ouviu o que? - Pergunto como quem não quer nada, olhando-o com atenção pelo canto dos olhos.