Philadelphia.

Todo adolescente já colocou fogo na sua escola? Não, mas, claro, o que é estranho tinha que sobrar pra mim.
Tenho 14 anos e já incendiei minha escola tantas vezes que perdi a conta. Por acidente, claro. Menos uma vez. O professor estava de pirraça comigo, e o pior é que ele era substituto. Um cara estranho, com um olho de cada cor. Ele me mandou ficar depois da aula e me atacou. Sei que parece loucura, mas o cara pulou em cima de mim rosnando! Tá, professores rosnarem é normal, mas pular em cima de aluno, NÃO! Como sou manca, demorei pra me jogar pro lado. Era como se eu já soubesse o que fazer, sabe? Bom, ele me atingiu, caímos por entre as cadeiras e mesas e começamos a rolar de um lado para o outro. Estiquei a mão em busca de qualquer coisa, e acabei agarrando a perna de uma cadeira. Segurei o pedaço de metal com força e acertei o cara. Ele virou poeira. Devolvi a perna da cadeira ao seu lugar, e ela ficou perfeitamente bem, como se nunca tivesse sido arrancada por uma adolescente desesperada em procura de uma arma pra se defender de seu professor substituto psicopata. Quando sai da sala um cara estranho falou que eu tinha que mandar uma carta pra esse lugar e para eu não deixar rastros. Queimar a sala me pareceu uma perfeita ideia para apagar os rastros, só não sei da onde o esqueiro que usei para realizar essa proeza surgiu. De qualquer maneira, ele foi bem útil.