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Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


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Will Kross

Will Kross
Filho(a) de Netuno
Filho(a) de Netuno
Off: Essa é a One-Post Pré-Determinada de número 2. Porém, houveram algumas adições de monstros e de eventos, afinal, ela é determinada previamente, mas existem espaços para serem adicionados desafios. Peço que seja compreensivo em caso disso ser uma one-post livre, afinal não consegui diferenciar bem.

Missão II

Requisito: lvl10~15
Recompensa: 2.500~4.000 (conforme o lvl e a qualidade da missão)
Dracmas: 1.270~2.000 (conforme o lvl e a qualidade da missão)
Desafios: 3
Espécie dos monstros: Vampiros (2, no meio), Sombra(1, no final)

- Você deve dizer um pouco de você no primeiro parágrafo. No mesmo mostrar o pretor lhe chamando para uma nova expedição.
- Você irá até Manhattam (que lugar de Manhattam está a seu criterio)  atrás de um monstro. Porém não sabe o que ele é ou o que ele faz, apenas sabe que está causando problemas.**
- Você deve relatar a luta com pelo menos um pouco de emoção.
- Assim que derrota-lo deve retornar até o acampamento e dar um relato de sua expedição a Quíron.**

Eu estava no Acampamento Júpiter. Isso, o acampamento romano para filhos de deuses, faunos e outras criaturas que ou servem a Roma ou convivem com ela. Eu havia anunciado minha origem romana pouco antes da virada de ano. Não era secreto, não, eu não conseguiria mentir na cara lavada para todos dessa maneira. Duvidava que conseguisse enganar aqueles com grande lábia. Eu apenas estava incerto. Você sabe, tem todo o lance do mau agouro, a incoerência com o lado grego, afinidade ao latim. Agora que sabia ser filho de Netuno eu parecia que cheirava a “SPQR” dos pés à lâmina. O que importava agora era a minha função, afinal havia sido eleito como centurião da Primeira Coorte legionária, não, não é tipo um conselheiro romano. Me deixe. Haviam tarefas diárias a serem cumpridas e imprevistos frequentes, o que exigia o meu máximo todos os dias. Não que eu me sentisse mal por isso, era justo o contrário, eu queria ser reconhecido. Ter mais responsabilidades era prova de que eu era capaz o suficiente para fazer o que muitos não faziam. Pasmem, dei sorte! Teve um dia em que as coisas tomaram um outro rumo. Vou lhe contar a história de como eu quase fiquei canhoto.

Eu havia me relaxado um pouco mais. Acordei no horário e encarreguei Austin de algumas coisas a mais, equilibrando as coisas. Fiz a faxina, organizei minha papelada, coordenei o treinamento dos lanceiros e ainda tive tempo de tomar café. Tiveram outras tarefas chatas que você não vai estar interessado em saber e eu tampouco quero lembrar. Não que fosse fácil, mas as coisas estavam mais serenas. Talvez os presentes de natal haviam satisfeito os meios-sangues o suficiente para diminuir o furdunço do dia-a-dia. Não houveram confusões ou furtos registrados da parte dos filhos de Mercúrio. Mas houve uma visita. Um fauno entrou em meus aposentos interrompendo o meu momento de descanso, estava aguardando o horário para me dirigir até a Mess buscar meu almoço quando ele caiu aos meus pés ofegante. Pediu-me moedas e eu neguei.

- Ah! Mikaele me disse que você teria moedas para me dar! Ela me enganou! Disse que queria ver você, mas diga que eu não quero vê-la! - Balbuciou tentando soar valente, com o medo no fundo da voz ao pronunciar o nome da pretor. Arrumei minha cama e fui até lá. Não portava boa parte dos meus equipamentos, mas carregava o essencial camuflável. Minha armadura e escudos repousavam nas tatuagens, preparados para serem magicamente invocados. Minha espada por sua vez assumia a forma de um pingente com a letra de meu sobrenome, balançando com as minhas passadas largas e precisas. Segui apressado até os aposentos do pretor, batendo na porta e saudando. Não haviam sinais da filha de Marte, mas Gustav me aguardava sentado encarando as chamas da lareira, quase que apreciando a sua importância nesta manhã de inverno.

- Você foi chamado aqui para servir em uma expedição, centurião – Disse sendo o mais direto possível. Absorvi a informação, ainda em pé.

- Que tipo de expedição? –
Questionei. Nunca havia ido em algo do gênero, sequer sabia o que era uma expedição para semideuses, mas não podia recusar de imediato, eu tinha de ser cauteloso. O respeito reinava no Acampamento Júpiter, principalmente quando se tratavam de oficiais superiores. Ele era a cabeça logo acima da minha e tinha o direito de me passar uma nova função quando bem entendesse e assim fosse contribuir para Nova Roma. Ele me examinou e pareceu se recordar de que eu não era dali, logo não tinha como saber o que ele quis dizer. Apesar de já ter ouvido alguém comentar no lado grego, nunca havia presenciado ou se quer vivenciado aquilo.

- O objetivo das expedições é erradicar com monstros que comprometam ou já tenham comprometido a vida de nossos aliados. Existem vários monstros em Manhattan. E como você sabe, existem semideuses, principalmente do lado grego, que passam a vida no mundo mortal.  Preciso que vá até lá e acabe com um em específico. – Pareceu concluir, como se aguardasse uma resposta. Estava clara a ordem, mas era de meu direito argumentar contra e negar a missão. Eu tinha toda a capacidade de dizer que estava muito atarefado ou inventar alguma mentira esfarrapada. Não conseguiria enganar o filho de Júpiter, mas estaria deixando clara a mensagem de que não almejava sair das fronteiras. Pensei por alguns minutos. Toda a minha vida fora do acampamento foi repleta de desastres. Havia morrido, pra começar. Arriscar outra sem nem pestanejar seria tolo até para mim. Mas aí veio o meu outro lado. Eu passaria toda a minha vida com medo do mundo a fora por conta das derrotas que vieram? Se teve alguma lição que eu tive, com toda a minha evolução como semideus e filho de Netuno foi que: se você caiu, é porque causa estrago de pé. E por dentro, eu estava louco para causar estrago novamente.

- Eu aceito a minha obrigação, senhor! Com sua licença, que meio de transporte posso tomar? –


- Lhe darei dinheiro o suficiente para ida e volta, talvez alimentação se souber administrar bem. É interessante que você pegue a passagem mágica e vá até o acampamento meio-sangue, de lá pode se dirigir até a cidade e pegar uma passagem de barco. Durarão algumas horas, mas terá chances maiores de você chegar em segurança. Ele causa problemas no porto principalmente, em geral a noite quando os marinheiros estão para partir. Não se tem nada concreto sobre como ele é ou o que faz, mas precisa ser detido. Creio que seja um ambiente mais agradável a você. Já houve uma morte, então é bom se apressar. – Reportou e parou de imediato e após alguns segundos eu entendi, ele me olhava como se fosse uma perca para a Legião. Senti o peso da vingança em minhas mãos, a balança da justiça. Assenti e me dirigi até minha coorte com o pensamento nas alturas. Eu tinha noção de que havia a chance de passar e cumprimentar os meus companheiros que já não via fazia um bom tempo, mas agora a prioridade era outra. Teria de dar a Austin as minhas responsabilidades temporariamente, pois não sabia quanto tempo a expedição iria durar. Dirigi minhas orações a Netuno e a Magia, pedindo que me dessem a oportunidade de provar o meu valor. Mais uma diferença a ser anotada entre gregos e romanos: Autonomia. Antes que pudesse partir com minha mochila de Rumos e Trilhos já nas costas, Jack Frost, o líder da guarda me parou com um sorriso no rosto. Se dirigindo para todos que estavam na coorte junto a mim ele anunciou: “Almoço”

[...]

Já estava no fim do túnel mágico, o clima estava mais refrescante lá dentro, uma mistura de ar frio abafado em um ambiente de forte porte mágico. Podia sentir o poder fluir das suas paredes, me redirecionando para o acampamento meio-sangue em um percurso bem mais prático. Estava portando itens escolhidos a dedo, assim como faço em todas as ocasiões que tenho de deixar o acampamento.

”Inventário”:

Em meio ao meu pensar, vislumbres do passado vieram. A minha ida ao submundo, a sensação de estar nada além de morto e ter sido resgatado pelo fogo de Héstia. Tudo aquilo me causava bons sonhos e terríveis pesadelos. Nada além de bipolaridade. Certamente foram atos impensados e inexperientes que fizeram meu coração parar de bater, mas agora via tudo com outros olhos. Foi um rito de passagem para a minha evolução. Não só mais de meus poderes haviam despertado, como também a minha concentração e determinação havia atingido o seu auge.  Com todas as minhas certezas, havia me tornado o William que sempre desejei ser. A luz interrompeu-me com feixes cegantes, abaixei minha cabeça enquanto adentrava na neve que cobria o extenso gramado. Tudo estava lindo. Enfeites de natal ainda cobriam as paredes dos chalés e campistas brincavam com corridas desengonçadas e arremessos de bolinhas. Alguns filhos de Hermes furtavam tão rápido que nem eu poderia identificar se não os conhecesse bem. Quíron já me aguardava em sua cadeira de rodas. Usava uma camisa de botão meio hippie e uma calça jeans surrada, parecia que havia passado por um processo de adolescentização.

- É bom vê-lo, Will – Disse, assentindo. E aí o tempo pareceu voar. Não tínhamos muito tempo para conversar, cumprimentei os conhecidos que passavam pelo caminho e expliquei que estava com uma tarefa urgente, não tendo tempo para conversar. Me desculpei com eles e fui ter com Argus, o guarda do acampamento. Estávamos na coluna, onde o velocino de ouro brilhava ao lado de um dragão enrolado no pinheiro. Era a representação das fronteiras mágicas do acampamento, fortes como sempre. Sentia agora o potencial mágico das barreiras, como se fosse uma cúpula gigante. Estava satisfeito com minhas novas habilidades sensoriais, mas não tinha muito tempo de autoadmiração. Ele garantiu com seus incontáveis olhos que me deixaria no centro de Long Island, de lá teria de seguir até o norte, onde se localizava o porto. A partir do centro estava por minha conta. Aceitei e agradeci pelo apoio. Entrei no carro velho e me despedi do centauro, prometendo que voltaria em segurança.

Argus era um motorista que prezava a segurança, não fomos em alta velocidade, mas conseguimos uma boa performance. Ele era bem hábil, mais atencioso graças a quantidade de olhos, achando brechas no trânsito e passando sem problemas. Tinha medo de quem o enfrentasse em um combate, sério, qual o ponto cego deste cara? Resolvi parar de pensar quando comecei a pensar na parte abaixo do tórax. Paramos no centro, um prédio azul empresarial se estendia a minha frente junto a outros mil ao meu redor. Estávamos na zona comercial, com lojinhas espalhadas em todo lugar e carros passando sem cessar. Demonstrei minha gratidão e parti para as ruas, seguindo a rua. De acordo com as instruções do guarda era só seguir que chegaria ao porto. Andei utilizando minhas habilidades com a névoa para que meu tridente não passasse de uma vassoura. Alguns olhares foram direcionados a mim, estranhando o item que portava, mas logo seguiram passagem. Acreditava que tudo seria tranquilo. Tolice de um semideus esperançoso. Não sabia a que ponto da estrada estava quando fui puxado para um beco. Todos ao meu redor pareciam ignorar o evento, jurei que vi de supetão algumas passadas apressadas, como se não quisessem se envolver. Corri um pouco, tentando buscar equilíbrio, vendo uma parede barrando e dando um fim a rua. Olhei para onde estava antes e vi quem havia me puxado. Provável que pela surpresa não havia notado antes. Não parecia ser nenhum monstro, era um mortal. Usava uma máscara preta e balançava um pé de cabra. Me olhava com um sorriso no rosto. Um ladrão era a última coisa que eu esperava.

Segurei o cabo de minha vassoura com força e o encarei, estava perdendo meu tempo, eu não podia tardar. Se fosse muito tarde, o monstro causaria suas confusões e eu teria de esperar por mais um dia. Usar meus poderes em mortais seria uma ofensa aos deuses, então teria de sair a força. Entregar meu dinheiro estava fora de cogitação. Foi aí que me alegrei. Presas saíram da sua boca e seus olhos brilharam com uma cor de rubi. Suas unhas cresceram e se tornaram pequenas garras. O vampiro falou algo em alguma língua que eu não entendi e partiu para cima de mim.

- Vamos lá - Brandi. Não poderia me ferir demasiadamente, então teria de manter postura defensiva. Invoquei meu escudo a partir de minha tatuagem e aguardei seu ataque, jogando seu arranhão para lateral e usando o impulso para bater o metal em sua cabeça. Ele esquivou e aproveitou para tentar me morder. Concentrei-me em minha outra tatuagem, em minhas costas, e instantaneamente a minha armadura se projetou. Os dentes da criatura rasparam no metal e eu ouvi um grunhido abafado, aproveitei para bater com o cabo de minha arma em suas costas e ele recuou, sentindo dor. Senti o braço que ele puxou arder, tanto por fora quanto por dentro. Tentei ignorar a possível ferida e parti novamente para o ataque. Sucederam-se investidas e esquivas perigosas, alguns arranhões se projetavam nas brechas de minha armadura enquanto a coxa do vampiro sangrava junto a uma ferida em sua testa, um corte triplo em sua máscara de autoria do meu tridente.

- Você é bem melhor do que eu esperava – Falei ofegante, meus braços estavam cansados e minha visão estava um tanto embaçada, não, eu estava tonto. Não sabia o porquê, já havia travado confrontos piores e permanecido são.

- HAHA! Não restará nada de você em pouco tempo. – Grunhiu antes de partir mais uma vez. Passei a repelir seus socos desesperados. Ele chutava e mordia, arranhava bem menos que antes. Parecia estar desesperado com a vitória. Teve um momento em que não consegui mais. Larguei meu escudo quando voei alguns metros longe com o ombro dolorido. A área parecia explodir em dor, mas em poucos instantes a sensação foi diminuindo. Meu corpo começava a ficar dormente e minha saliva a sair sem permissão. Era alguma espécie de veneno. Agora estava claro. Corria pelo meu ferimento no braço. Minhas pálpebras começaram a ficar pesadas e meu corpo não quis levantar. Podia ouvir as risadas do monstro, já cantando vitória, sem a menor pressa de me devorar. Lutei comigo mesmo. Meus olhos se fecharam e aí as memórias pareceram passar das barreiras da sonolência. Eu não podia ser derrotado ali, não podia ser morto. Havia não só uma missão a ser cumprida, como um orgulho a ser mantido. Eu havia salvado pessoas, havia ajudado outras e agora morreria sem ter chance de vingar outra. Talvez fosse necessário, vingança não é nada nobre. Talvez se eu tivesse tentado resolver tudo na diplomacia antes. Não havia tempo para relutâncias, não havia sequer forças, tudo que tinha somei nas forças de meus braços. Abri meus olhos quando a dor me manteve acordado, erguendo a mão e estendendo até o monstro. Ele acreditou que fosse um pedido de misericórdia até ver uma lança se projetar acima de mim, feita completamente de uma água escamosa e brilhante, o meu selo patenteado. Ele tentou se mover, sem sucesso. Quando olhou para baixo viu um selo de quatro pontas preso ao chão, um pentagrama mágico. Antes que ele pudesse dar qualquer expressão eu gritei e a lança elemental foi em sua direção, perfurando seu peito e o fazendo virar pó dourado. O mundo agora parecia girar. Os deuses sabiam o quanto eu estava acabado, não sabia se seria meu fim ou se entraria em coma, antes que desmaiasse a única coisa que vi foi um carro parar em frente ao beco.

Will Kross – Desmaiado – Sangrando – Ombro ferido
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Will Kross – Ombro ferido
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Acordei assustado, mordendo a mordaça. Senti as cordas que me amarravam em um acento confortável apertarem bem os meus membros. Impossibilitando minha movimentação. Estava no banco traseiro de um táxi. Meus ferimentos não doíam como antes, podia sentir o curativo acima deles. Meu ombro ainda estava dolorido e ainda estava um pouco cansado de ter utilizado minhas habilidades, mas não estava tão destruído como antes. Respirei fundo e passei a observar o ambiente com mais atenção. Ao meu lado livros se amontoavam logo abaixo de uma caixa de primeiros socorros com o nome “DOCTOR JAMES” estampado na lateral virada para mim, uma camada de néctar vazava, indicando que era uma maleta com possíveis poções mágicas. Havia um fedor de carne ali dentro, tão forte quanto em um açougue. Não sabia se era coisa de minha cabeça ou se havia algo de errado. Vi o taxista, um homem comum usando óculos negros, dirigindo com calmaria pelas ruas da cidade.
- Para onde está indo? – Falou com uma voz serena, me fez até relaxar um pouco. Era charme. Não foi o suficiente para que me hipnotizasse totalmente, mas me fez responder sem pestanejar. Dê um desconto, acabei de acordar.

- Indo para o porto de Long Island, vou para Manhattan – Ele pegou o retorno e seguiu por algumas ruas em silêncio, possivelmente estava me levando até lá. Achava que tinha dinheiro o suficiente para pagá-lo, mas queria economizar. Foi aí que me dei conta. Táxi que amarra seus passageiros? Que cinto de segurança mais fajuto! Empalideci um pouco e engoli em seco, respirei fundo e tentei não entrar em pânico. Eu havia sido sequestrado. Essa era nova. Uma criança, e sequestrada. Que incrível! Não, lógico que não! Okay, organize os pensamentos! Eu tinha de sair dali, mas se ele estivesse me levando ao porto, seria melhor aguardar. Vendo pelo lado que ele poderia muito bem tomando distância do lugar! Vi o edifício empresarial passar e seguir pelas mesmas ruas que caminhei. Estávamos realmente indo para o meu destino. Que tipo de cara era aquele? Talvez alguém com medo de mim. É, poderia só ser um cara precavido!
- Senhor? Por que estou amarrado? – Questionei com a voz mansa. Tentando ser o mais sutil possível.
- Sabe aquele beco ali? Foi onde você matou o meu irmão. – Respondeu, dando-me uma luz. Não que ele fosse burro por revelar sua identidade antes de me atacar, mas ele estava com a vantagem aqui. Olhei para as cordas, estavam bem presas, eu podia tentar afrouxá-las, mas não seria o suficiente. Concentrei-me na umidade do ar próximo a corda, em um ponto em que ele não conseguia ver. Fitei-o pelo espelho da frente do carro e tentei fingir que estava apavorado. Lancei algumas palavras de desculpas, mas ele permaneceu calado. Quando consegui moldar uma adaga com a minha água, pus a controla-la para cortar a corda. Era um serviço que demoraria algum tempo.

- Você é engraçado! Eu não ligo muito, meu irmão queria ficar com você só para ele! Eu remendei você direitinho. O suficiente para que pudesse aproveitar o máximo do seu sangue. Eu prefiro sangue fresco, entende? – Sorriu ele. Não respondi, talvez por estar concentrado demais na adaga. Não sabia quando chegaríamos, então teria de ser o mais ágil possível. Eu vi a praia. Estávamos parados no estacionamento em um piscar de olhos. Ele olhou para mim, como se me examinasse dos pés à cabeça, escolhendo por onde começaria. Seus olhos brilharam como o do seu irmão e sua transformação se procedeu de mesma maneira, parado no banco do motorista estava o segundo vampiro do meu dia. Por Júpiter, que seja o último! De preferência não o que fosse me matar!

- Hey, você vai me matar eu estando completamente seco? O sangue vai estar com um gosto horrível! – Tentei persuadi-lo. Ele riu.

- - HAHA! Eu sei quem você é, filho de Netuno! Não pode me enganar! – Falou antes de abrir a porta e sair. As cordas se soltaram no mesmo instante, mas resolvi segurá-las mais um pouco. Ele abriu a porta traseira e eu me pus a falar:

- Você não me entendeu, bobão! Você tem que se molhar! Não me molhar! Se você estiver molhado, vai estar batizando a carne de netuno. Você já experimentou, fazer isso com outro semideus? – Ele balançou negativamente, surpreso com a explicação.

- Exatamente! A carne fica tão suave! Elimina todo o fator crocante! –

- Jure pelo rio Estige e estamos feitos! – Disse com um sorriso no rosto, já imaginando a sua refeição. Senti minha pele empalidecer ainda mais. Não podia jurar pelo Estige, mas agora ele estava vulnerável o suficiente para que eu tentasse algo. Fechei meus olhos e comecei “Juro que você vai morrer hoje!”. Lancei minha adaga em sua perna direita e larguei as cordas, pegando impulso para chutá-lo para um pouco mais longe do carro. Me ergui e tentei sair. Ele voltou de imediato, tentando morder meu pescoço, transmutei minha espada e a lâmina gélida barrou seu tronco. Meu tridente estava no banco, e eu teria de deixa-lo ali por mais um pouco. Ele tremeu um pouco. Eu não o feri, mas foi o suficiente para ele perceber que eu não seria morto facilmente. Esforcei-me a afastá-lo e notei que o alarme de um carro havia disparado. Olhei ao redor e vi que estava deserto, pelo sol, chutei que estávamos no meio da tarde. A minha olhadela foi brecha para ele, James correu para longe, tentando se esconder atrás dos carros. Certamente ele não era tão corajoso quanto o irmão. Fechei a porta do carro e andei de maneira sorrateira. Tentando encontra-lo, ainda tinha um truque que não tinha explorado. Eu entendia o meu fardo como filho de Netuno, azarado como sempre, sem poder só ir, cumprir minha missão e retornar em segurança. Iria passar esse peso para o vampiro. Ele iria sentir na pele o que era ser eu. Vi sua cabeça e foi o suficiente para marca-lo. Em poucos instantes ouvi o som de sua cabeça batendo no vidro de um dos carros, um tropeço. Outro alarme soou e eu me aproximei a tempo dele se levantar.

- Não tem saída! – Disse, cortando o ar com minha espada. Sabia que não podia invocar meu escudo, com meu ombro daquela maneira não conseguiria segurá-lo com tanta maestria. Ele bateu os pés com força, rachando o asfalto abaixo de si e me chamou para um combate. Um golpe dele nesse estado não seria nada bom para minha saúde. Retornei minha armadura para minha tatuagem e confiei totalmente em minha agilidade. Desviei do primeiro golpe com um salto, vendo o seu arranhão passar bem ao lado do meu rosto. Tentei executar uma finta, um corte diagonal que resultaria em uma estocada, mas ele recuou antes que eu pudesse finalizar. Recuperei meu equilíbrio e dobrei os joelhos em uma postura defensiva. Não podia se repetir o mesmo com o seu irmão, eles tinham o mesmo padrão de movimento, e eu tinha uma vivência recente de como não lutar contra um vampiro. Eu avancei junto a ele, com um corte horizontal lancei a minha ofensiva. Ele se agachou, perdendo um pouco de cabelo e tentando me partir ao meio algumas passadas a frente. Só tive tempo de girar o corpo para o lado, tendo minha calça rasgada e um corte aberto em minha perna. Utilizei a vontade de cair como impulso para fincar minha espada em sua cabeça. Ele se afastou, me deixando despencar no chão e largar minha lâmina. Ouvi as mesmas risadas triunfantes de seu irmão, mas não faria a mesma coisa, não. Seria bem mais rude. Com a maior confiança que pude reunir. Me levantei ao mesmo tempo que ele chegou, enfiando minha lâmina em seu antebraço. Ele recuou, tremendo, carregando minha espada. Ele me olhou e tentou puxar o cabo da espada. Infelizmente, a maldição de Netuno não lhe permitiu. O cabo escorregou com o sangue e a força só contribuiu para que ele se ferisse mais. Meu corpo se moveu sozinho. Toda a raiva que eu havia reunido enquanto apanhava, tudo isso pareceu se reunir em meus punhos. Dei um soco em sua bochecha e senti a força de reação, mas não parei. Ele caiu ao chão e eu fui possuído, eu queria a morte dele. Eu não parei. Comecei a chutar seu rosto e a aumentar suas feridas, aumentava a força dos pisoes enquanto ele se contorcia. Haviam tentativas de revidar, inutilizadas por minha brutalidade. Eu não sabia o que havia acontecido com meu lado humano, mas certamente a mortalidade estava longe agora. Minha lâmina caiu ao chão ao lado de um amontoado de pó dourado, minha perna ardia, mas tudo que conseguia ouvir eram meus gritos enquanto eu continuava a pisotear os restos do monstro junto ao som dos alarmes. Tudo que me lembro a partir daí vou de ter pego minhas armas e mochila e ter ido até o mar.

Will Kross – Ombro machucado - Sangrando
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Will Kross – Ombro machucado
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Tudo correu rapidamente. Estava a bordo de um barco. O maço de dinheiro que Gustav me deu estava na minha mão com alguns dólares a menos, provavelmente o gasto da passagem com da alimentação na viagem, sentia minha barriga estar preenchida, o gosto de carne e refrigerante estava ainda em minha boca. Meus ferimentos haviam cicatrizado e eu estava molhado, com uma toalha cobrindo meus ombros. Meus itens não estavam cobertos por água, mas minhas roupas sim. Havia um bom tempo desde que isso não acontecia, afinal podia controlar isso como bem entendesse. Estava a caminho de Manhattan. O sol já estava se pondo no horizonte e parte das minhas memórias estavam bagunçadas, as mais recentes principalmente. Sabia quem eu era, o que tinha de fazer e de tudo antes de acordar no táxi. Depois tudo se tornava confuso. Bom, eu só via sangue. Estávamos atracando em Manhattan. O porto já se estendia com diversos barcos e lanchas postos em uma ordem impecável. Alguns marinheiros riam e bebiam, festejando entre si como filhos de Baco. O capitão do navio em que eu estava agradeceu a estadia e me deu alguns avisos sobre estar nadando onde a maré é forte sem os devidos equipamentos. Não entendi direito e resolvi não perder tempo deduzindo. Tomei uma poção mítica de cada origem, uma para meus ferimentos e outra para minha energia. Deveria estar pronto para combate caso ele viesse. Fitei o porto enquanto a noite caia, com a água na altura até da coxa, sem me molhar. Caminhava de um lado a outro, tentando não parecer tão estranho assim. Alguns olhavam e tive a liberdade de fazer parecer que eu era um pouco mais velho que o habitual. Eu conseguia manipular a névoa em pequenos feitos, era um efeito que funcionava bem mais com mortais, então em uma ocasião dessas era um tanto mais oportuno. Gritos foram ouvidos. Os marinheiros estavam em uma farra grande demais para nota-los e o vento estava mais forte onde eles permaneciam.

Um palhaço iniciou uma corrida atrás de uma garota, lançando cortes com uma faca no ar, como se ameaçasse matá-la. Era da minha idade, talvez um pouco mais nova. Sem nem pensar corri em sua direção e chamei atenção do palhaço. Não adiantaria descrevê-lo com detalhes, pois logo ele se modificou. Sua pele rachou-se até se transformar em uma figura de pura sombras, seus cabelos voaram e seu sorriso se desfez. Ele dançou de uma maneira macabra, tomando forma enquanto me rodeava. Estávamos na praia, alguns metros do mar e antes que eu pudesse pronunciar qualquer coisa, a minha frente estava Black Wolf. O antigo conselheiro de Poseidon, o meu meio-irmão. Um machado se projetava em uma testa, com uma gota de sangue descendo até a boca. Ele sorria enquanto se apunhalava com a sua foice. Fazendo cortes e mais cortes, como se nada fosse. Em poucos instantes estava chorando de joelhos na areia. Gritava e choramingava, batendo no chão como se não pudesse fazer nada. Era o meu maior medo. Oculto de todos. A morte de Black. Eu havia superado o medo de entrar em público graças a ele, o ceifeiro havia se tornado mais que um irmão, era a minha âncora. Havia desaparecido há meses e eu ainda tinha esperanças de que ele estivesse vivo. Eu não conseguia pensar direito.  Senti uma pancada em meu queixo e cai para trás, rolando na praia e chegando até aonde a maré tocava. Senti meu nariz sangrar, mas antes que pudesse contra-atacar eu olhei pra sombra mais uma vez. Agora eram duas, Black Wolf e Kjeel se apunhalavam em ataques sem fim, sem defesa, somente sangue jorrando atrás de sangue em um combate desnecessário e sem fim. Eu não aguentava, chorava para não se aguentar mais. Era como se meu coração estivesse sendo partido. Não tinha mais forças para socar a terra ou vontade de me levantar. Um gosto ruim invadia minha boca, mas eu não me importava. Eu só queria morrer. Vi o sangue e me lembrei do que havia acontecido. Recordei de James, o vampiro que poderia ter deixado vivo. Vieram à minha mente todos os monstros que eu não dei uma segunda chance. E aí os ensinamentos voltaram. Criptoniano, Milkovich, Enzo, Kjeel, Black, Marine. Todos os semideuses que me ajudaram a chegar aonde eu cheguei. Eu queria um bem enorme a eles como ao próprio Olimpo. Mas aquilo, o que quer que fosse, não era Kjeel, tampouco Black Wolf. Era alguém que havia se aproveitado da imagem do filho de Poseidon e de Deméter. Uma ofensa direta aos próprios deuses e a mim. Eu não o perdoaria. Me ergui, brandindo meu tridente com ambas as mãos. Minha armadura pareceu brilhar enquanto eu caminhava. Amparei a foice de Black com meu tridente e defendi o golpe de Kjeel com meu escudo. Urrando de dor por conta de meu ombro e largando o escudo.

- VOCÊ NÃO É KJEEL – Disse, disparando uma esfera de pura energia a partir da minha mão livre, atingindo o rosto de Kjeel como um soco. Joguei a lâmina de Black para o lado e lancei estocadas, fazendo-o recuar na areia. Joguei o cabo para a lateral e bati em Kjeel. Que segurou minha arma a tempo. Puxei de volta e sem pensar muito lancei, fazendo-o se desfazer em sombras quando as pontas atingiram seu rosto. Apenas uma miragem. A criatura original passou a lançar golpes mais ferozes, me levando até a água. O seu maior erro. Ele não era um filho de Poseidon, não era um seguidor de Tânatos, e não era tão forte como meu irmão. Era só um parasita que se alimentava do medo dos outros.

- Eu não estou com medo de você! Você não é real. Você é só um idiota que vai para o tártaro! – Exclamei. Concentrando minhas forças no solo abaixo dele. Todas as minhas tristezas e angústias, tudo parecia ser superável agora. Eu tinha em mente que não importava o quão difícil fosse, eu sempre iria conseguir seguir em frente. Seja com a morte de Black ou com a morte de Kjeel. Eu sempre conseguiria voltar a ser Will Kross, o centurião da Primeira Coorte. O chão se rompeu em jatos de água de alta pressão, se reunindo em um imenso Geiser que se estendia mais e mais até atingir uma altura considerável. Todos olharam para cena. Não sabia o que os marinheiros haviam pensado, e não ligava muito. Eu havia conseguido. Bom, era o que eu pensava. Algo caiu no mar atrás de mim. Virei a tempo de segurar a espada. Ela tentava perfurar minha cintura em uma brecha em minha defesa. Eu segurava a arma com tudo que tinha, sentindo a carne em minhas mãos se abrir. Black falava em um idioma estranho e antigo. Eu sentia todo o meu corpo ordenar que eu soltasse e me deixasse ser morto. Mas não poderia fazê-lo, meu coração lutava contra todo o resto. Eu não iria ao submundo uma segunda vez, não hoje! Gritei uma última vez, dessa vez em latim.

- Potestatis maris! – Disse, ordenando para que o mar o puxasse, desequilibrando-o. Estendi meu braço, pingando sangue e utilizei o poder de meu bracelete. Meu presente de natal. A água ao seu redor congelou e um cubo de gelo foi formado. Só tive tempo de cair antes de ver o gelo se romper e partir a criatura em pedaços com a pressão que ordenava a água que fizesse. Depois disso. Uma longa viagem se estendeu pelo mar. Gastei mais duas poções míticas de cada origem (energia e vida) para conseguir me locomover sem muitos problemas e desta vez peguei um táxi mortal. Preferi não correr o risco de ser morto em minha caminhada mais uma vez.

Quando me dei conta do passar das horas já estava a frente do centauro, dentro das barreiras mágicas do acampamento, terminando de narrar tudo que havia ocorrido. Enzo e outros dois semideuses mais novos me encaravam com um olhar irônico. Não sei se por conta da sujeira que cobria meu rosto ou da sorte que havia tido com os vampiros. O coordenador tomava seu café e discutia comigo algumas minucias, buscando um relatório completo. E ao terminar desse diálogo meu dia havia se encerrado. Confesso que a vida de centurião não era das mais fáceis. Quem me dera ser tão fácil quanto a rotina de conselheiro de chalé. Outrossim, não tinha motivos para não arriscar me manter no posto. Afinal de contas, havia nascido de novo não fazia nem um mês.

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Will Kross - Fim de OP
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- 2 Poções de Vida [Mítica]
- 2 Poções de Energia[Mítica]

Passivas:

Ativas:

#1

Juno

Juno
Deusa Olimpiana
Deusa Olimpiana
Will Kross escreveu:Off: Essa é a One-Post Pré-Determinada de número 2. Porém, houveram algumas adições de monstros e de eventos, afinal, ela é determinada previamente, mas existem espaços para serem adicionados desafios. Peço que seja compreensivo em caso disso ser uma one-post livre, afinal não consegui diferenciar bem.

Missão II

Requisito: lvl10~15
Recompensa: 2.500~4.000 (conforme o lvl e a qualidade da missão)
Dracmas: 1.270~2.000 (conforme o lvl e a qualidade da missão)
Desafios: 3
Espécie dos monstros: Vampiros (2, no meio), Sombra(1, no final)

- Você deve dizer um pouco de você no primeiro parágrafo. No mesmo mostrar o pretor lhe chamando para uma nova expedição.
- Você irá até Manhattam (que lugar de Manhattam está a seu criterio)  atrás de um monstro. Porém não sabe o que ele é ou o que ele faz, apenas sabe que está causando problemas.**
- Você deve relatar a luta com pelo menos um pouco de emoção.
- Assim que derrota-lo deve retornar até o acampamento e dar um relato de sua expedição a Quíron.**

Eu estava no Acampamento Júpiter. Isso, o acampamento romano para filhos de deuses, faunos e outras criaturas que ou servem a Roma ou convivem com ela. Eu havia anunciado minha origem romana pouco antes da virada de ano. Não era secreto, não, eu não conseguiria mentir na cara lavada para todos dessa maneira. Duvidava que conseguisse enganar aqueles com grande lábia. Eu apenas estava incerto. Você sabe, tem todo o lance do mau agouro, a incoerência com o lado grego, afinidade ao latim. Agora que sabia ser filho de Netuno eu parecia que cheirava a “SPQR” dos pés à lâmina. O que importava agora era a minha função, afinal havia sido eleito como centurião da Primeira Coorte legionária, não, não é tipo um conselheiro romano. Me deixe. Haviam tarefas diárias a serem cumpridas e imprevistos frequentes, o que exigia o meu máximo todos os dias. Não que eu me sentisse mal por isso, era justo o contrário, eu queria ser reconhecido. Ter mais responsabilidades era prova de que eu era capaz o suficiente para fazer o que muitos não faziam. Pasmem, dei sorte! Teve um dia em que as coisas tomaram um outro rumo. Vou lhe contar a história de como eu quase fiquei canhoto.

Eu havia me relaxado um pouco mais. Acordei no horário e encarreguei Austin de algumas coisas a mais, equilibrando as coisas. Fiz a faxina, organizei minha papelada, coordenei o treinamento dos lanceiros e ainda tive tempo de tomar café. Tiveram outras tarefas chatas que você não vai estar interessado em saber e eu tampouco quero lembrar. Não que fosse fácil, mas as coisas estavam mais serenas. Talvez os presentes de natal haviam satisfeito os meios-sangues o suficiente para diminuir o furdunço do dia-a-dia. Não houveram confusões ou furtos registrados da parte dos filhos de Mercúrio. Mas houve uma visita. Um fauno entrou em meus aposentos interrompendo o meu momento de descanso, estava aguardando o horário para me dirigir até a Mess buscar meu almoço quando ele caiu aos meus pés ofegante. Pediu-me moedas e eu neguei.

- Ah! Mikaele me disse que você teria moedas para me dar! Ela me enganou! Disse que queria ver você, mas diga que eu não quero vê-la! - Balbuciou tentando soar valente, com o medo no fundo da voz ao pronunciar o nome da pretor. Arrumei minha cama e fui até lá. Não portava boa parte dos meus equipamentos, mas carregava o essencial camuflável. Minha armadura e escudos repousavam nas tatuagens, preparados para serem magicamente invocados. Minha espada por sua vez assumia a forma de um pingente com a letra de meu sobrenome, balançando com as minhas passadas largas e precisas. Segui apressado até os aposentos do pretor, batendo na porta e saudando. Não haviam sinais da filha de Marte, mas Gustav me aguardava sentado encarando as chamas da lareira, quase que apreciando a sua importância nesta manhã de inverno.

- Você foi chamado aqui para servir em uma expedição, centurião – Disse sendo o mais direto possível. Absorvi a informação, ainda em pé.

- Que tipo de expedição? –
Questionei. Nunca havia ido em algo do gênero, sequer sabia o que era uma expedição para semideuses, mas não podia recusar de imediato, eu tinha de ser cauteloso. O respeito reinava no Acampamento Júpiter, principalmente quando se tratavam de oficiais superiores. Ele era a cabeça logo acima da minha e tinha o direito de me passar uma nova função quando bem entendesse e assim fosse contribuir para Nova Roma. Ele me examinou e pareceu se recordar de que eu não era dali, logo não tinha como saber o que ele quis dizer. Apesar de já ter ouvido alguém comentar no lado grego, nunca havia presenciado ou se quer vivenciado aquilo.

- O objetivo das expedições é erradicar com monstros que comprometam ou já tenham comprometido a vida de nossos aliados. Existem vários monstros em Manhattan. E como você sabe, existem semideuses, principalmente do lado grego, que passam a vida no mundo mortal.  Preciso que vá até lá e acabe com um em específico. – Pareceu concluir, como se aguardasse uma resposta. Estava clara a ordem, mas era de meu direito argumentar contra e negar a missão. Eu tinha toda a capacidade de dizer que estava muito atarefado ou inventar alguma mentira esfarrapada. Não conseguiria enganar o filho de Júpiter, mas estaria deixando clara a mensagem de que não almejava sair das fronteiras. Pensei por alguns minutos. Toda a minha vida fora do acampamento foi repleta de desastres. Havia morrido, pra começar. Arriscar outra sem nem pestanejar seria tolo até para mim. Mas aí veio o meu outro lado. Eu passaria toda a minha vida com medo do mundo a fora por conta das derrotas que vieram? Se teve alguma lição que eu tive, com toda a minha evolução como semideus e filho de Netuno foi que: se você caiu, é porque causa estrago de pé. E por dentro, eu estava louco para causar estrago novamente.

- Eu aceito a minha obrigação, senhor! Com sua licença, que meio de transporte posso tomar? –


- Lhe darei dinheiro o suficiente para ida e volta, talvez alimentação se souber administrar bem. É interessante que você pegue a passagem mágica e vá até o acampamento meio-sangue, de lá pode se dirigir até a cidade e pegar uma passagem de barco. Durarão algumas horas, mas terá chances maiores de você chegar em segurança. Ele causa problemas no porto principalmente, em geral a noite quando os marinheiros estão para partir. Não se tem nada concreto sobre como ele é ou o que faz, mas precisa ser detido. Creio que seja um ambiente mais agradável a você. Já houve uma morte, então é bom se apressar. – Reportou e parou de imediato e após alguns segundos eu entendi, ele me olhava como se fosse uma perca para a Legião. Senti o peso da vingança em minhas mãos, a balança da justiça. Assenti e me dirigi até minha coorte com o pensamento nas alturas. Eu tinha noção de que havia a chance de passar e cumprimentar os meus companheiros que já não via fazia um bom tempo, mas agora a prioridade era outra. Teria de dar a Austin as minhas responsabilidades temporariamente, pois não sabia quanto tempo a expedição iria durar. Dirigi minhas orações a Netuno e a Magia, pedindo que me dessem a oportunidade de provar o meu valor. Mais uma diferença a ser anotada entre gregos e romanos: Autonomia. Antes que pudesse partir com minha mochila de Rumos e Trilhos já nas costas, Jack Frost, o líder da guarda me parou com um sorriso no rosto. Se dirigindo para todos que estavam na coorte junto a mim ele anunciou: “Almoço”

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Já estava no fim do túnel mágico, o clima estava mais refrescante lá dentro, uma mistura de ar frio abafado em um ambiente de forte porte mágico. Podia sentir o poder fluir das suas paredes, me redirecionando para o acampamento meio-sangue em um percurso bem mais prático. Estava portando itens escolhidos a dedo, assim como faço em todas as ocasiões que tenho de deixar o acampamento.

”Inventário”:

Em meio ao meu pensar, vislumbres do passado vieram. A minha ida ao submundo, a sensação de estar nada além de morto e ter sido resgatado pelo fogo de Héstia. Tudo aquilo me causava bons sonhos e terríveis pesadelos. Nada além de bipolaridade. Certamente foram atos impensados e inexperientes que fizeram meu coração parar de bater, mas agora via tudo com outros olhos. Foi um rito de passagem para a minha evolução. Não só mais de meus poderes haviam despertado, como também a minha concentração e determinação havia atingido o seu auge.  Com todas as minhas certezas, havia me tornado o William que sempre desejei ser. A luz interrompeu-me com feixes cegantes, abaixei minha cabeça enquanto adentrava na neve que cobria o extenso gramado. Tudo estava lindo. Enfeites de natal ainda cobriam as paredes dos chalés e campistas brincavam com corridas desengonçadas e arremessos de bolinhas. Alguns filhos de Hermes furtavam tão rápido que nem eu poderia identificar se não os conhecesse bem. Quíron já me aguardava em sua cadeira de rodas. Usava uma camisa de botão meio hippie e uma calça jeans surrada, parecia que havia passado por um processo de adolescentização.

- É bom vê-lo, Will – Disse, assentindo. E aí o tempo pareceu voar. Não tínhamos muito tempo para conversar, cumprimentei os conhecidos que passavam pelo caminho e expliquei que estava com uma tarefa urgente, não tendo tempo para conversar. Me desculpei com eles e fui ter com Argus, o guarda do acampamento. Estávamos na coluna, onde o velocino de ouro brilhava ao lado de um dragão enrolado no pinheiro. Era a representação das fronteiras mágicas do acampamento, fortes como sempre. Sentia agora o potencial mágico das barreiras, como se fosse uma cúpula gigante. Estava satisfeito com minhas novas habilidades sensoriais, mas não tinha muito tempo de autoadmiração. Ele garantiu com seus incontáveis olhos que me deixaria no centro de Long Island, de lá teria de seguir até o norte, onde se localizava o porto. A partir do centro estava por minha conta. Aceitei e agradeci pelo apoio. Entrei no carro velho e me despedi do centauro, prometendo que voltaria em segurança.

Argus era um motorista que prezava a segurança, não fomos em alta velocidade, mas conseguimos uma boa performance. Ele era bem hábil, mais atencioso graças a quantidade de olhos, achando brechas no trânsito e passando sem problemas. Tinha medo de quem o enfrentasse em um combate, sério, qual o ponto cego deste cara? Resolvi parar de pensar quando comecei a pensar na parte abaixo do tórax. Paramos no centro, um prédio azul empresarial se estendia a minha frente junto a outros mil ao meu redor. Estávamos na zona comercial, com lojinhas espalhadas em todo lugar e carros passando sem cessar. Demonstrei minha gratidão e parti para as ruas, seguindo a rua. De acordo com as instruções do guarda era só seguir que chegaria ao porto. Andei utilizando minhas habilidades com a névoa para que meu tridente não passasse de uma vassoura. Alguns olhares foram direcionados a mim, estranhando o item que portava, mas logo seguiram passagem. Acreditava que tudo seria tranquilo. Tolice de um semideus esperançoso. Não sabia a que ponto da estrada estava quando fui puxado para um beco. Todos ao meu redor pareciam ignorar o evento, jurei que vi de supetão algumas passadas apressadas, como se não quisessem se envolver. Corri um pouco, tentando buscar equilíbrio, vendo uma parede barrando e dando um fim a rua. Olhei para onde estava antes e vi quem havia me puxado. Provável que pela surpresa não havia notado antes. Não parecia ser nenhum monstro, era um mortal. Usava uma máscara preta e balançava um pé de cabra. Me olhava com um sorriso no rosto. Um ladrão era a última coisa que eu esperava.

Segurei o cabo de minha vassoura com força e o encarei, estava perdendo meu tempo, eu não podia tardar. Se fosse muito tarde, o monstro causaria suas confusões e eu teria de esperar por mais um dia. Usar meus poderes em mortais seria uma ofensa aos deuses, então teria de sair a força. Entregar meu dinheiro estava fora de cogitação. Foi aí que me alegrei. Presas saíram da sua boca e seus olhos brilharam com uma cor de rubi. Suas unhas cresceram e se tornaram pequenas garras. O vampiro falou algo em alguma língua que eu não entendi e partiu para cima de mim.

- Vamos lá - Brandi. Não poderia me ferir demasiadamente, então teria de manter postura defensiva. Invoquei meu escudo a partir de minha tatuagem e aguardei seu ataque, jogando seu arranhão para lateral e usando o impulso para bater o metal em sua cabeça. Ele esquivou e aproveitou para tentar me morder. Concentrei-me em minha outra tatuagem, em minhas costas, e instantaneamente a minha armadura se projetou. Os dentes da criatura rasparam no metal e eu ouvi um grunhido abafado, aproveitei para bater com o cabo de minha arma em suas costas e ele recuou, sentindo dor. Senti o braço que ele puxou arder, tanto por fora quanto por dentro. Tentei ignorar a possível ferida e parti novamente para o ataque. Sucederam-se investidas e esquivas perigosas, alguns arranhões se projetavam nas brechas de minha armadura enquanto a coxa do vampiro sangrava junto a uma ferida em sua testa, um corte triplo em sua máscara de autoria do meu tridente.

- Você é bem melhor do que eu esperava – Falei ofegante, meus braços estavam cansados e minha visão estava um tanto embaçada, não, eu estava tonto. Não sabia o porquê, já havia travado confrontos piores e permanecido são.

- HAHA! Não restará nada de você em pouco tempo. – Grunhiu antes de partir mais uma vez. Passei a repelir seus socos desesperados. Ele chutava e mordia, arranhava bem menos que antes. Parecia estar desesperado com a vitória. Teve um momento em que não consegui mais. Larguei meu escudo quando voei alguns metros longe com o ombro dolorido. A área parecia explodir em dor, mas em poucos instantes a sensação foi diminuindo. Meu corpo começava a ficar dormente e minha saliva a sair sem permissão. Era alguma espécie de veneno. Agora estava claro. Corria pelo meu ferimento no braço. Minhas pálpebras começaram a ficar pesadas e meu corpo não quis levantar. Podia ouvir as risadas do monstro, já cantando vitória, sem a menor pressa de me devorar. Lutei comigo mesmo. Meus olhos se fecharam e aí as memórias pareceram passar das barreiras da sonolência. Eu não podia ser derrotado ali, não podia ser morto. Havia não só uma missão a ser cumprida, como um orgulho a ser mantido. Eu havia salvado pessoas, havia ajudado outras e agora morreria sem ter chance de vingar outra. Talvez fosse necessário, vingança não é nada nobre. Talvez se eu tivesse tentado resolver tudo na diplomacia antes. Não havia tempo para relutâncias, não havia sequer forças, tudo que tinha somei nas forças de meus braços. Abri meus olhos quando a dor me manteve acordado, erguendo a mão e estendendo até o monstro. Ele acreditou que fosse um pedido de misericórdia até ver uma lança se projetar acima de mim, feita completamente de uma água escamosa e brilhante, o meu selo patenteado. Ele tentou se mover, sem sucesso. Quando olhou para baixo viu um selo de quatro pontas preso ao chão, um pentagrama mágico. Antes que ele pudesse dar qualquer expressão eu gritei e a lança elemental foi em sua direção, perfurando seu peito e o fazendo virar pó dourado. O mundo agora parecia girar. Os deuses sabiam o quanto eu estava acabado, não sabia se seria meu fim ou se entraria em coma, antes que desmaiasse a única coisa que vi foi um carro parar em frente ao beco.

Will Kross – Desmaiado – Sangrando – Ombro ferido
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Will Kross – Ombro ferido
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Acordei assustado, mordendo a mordaça. Senti as cordas que me amarravam em um acento confortável apertarem bem os meus membros. Impossibilitando minha movimentação. Estava no banco traseiro de um táxi. Meus ferimentos não doíam como antes, podia sentir o curativo acima deles. Meu ombro ainda estava dolorido e ainda estava um pouco cansado de ter utilizado minhas habilidades, mas não estava tão destruído como antes. Respirei fundo e passei a observar o ambiente com mais atenção. Ao meu lado livros se amontoavam logo abaixo de uma caixa de primeiros socorros com o nome “DOCTOR JAMES” estampado na lateral virada para mim, uma camada de néctar vazava, indicando que era uma maleta com possíveis poções mágicas. Havia um fedor de carne ali dentro, tão forte quanto em um açougue. Não sabia se era coisa de minha cabeça ou se havia algo de errado. Vi o taxista, um homem comum usando óculos negros, dirigindo com calmaria pelas ruas da cidade.
- Para onde está indo? – Falou com uma voz serena, me fez até relaxar um pouco. Era charme. Não foi o suficiente para que me hipnotizasse totalmente, mas me fez responder sem pestanejar. Dê um desconto, acabei de acordar.

- Indo para o porto de Long Island, vou para Manhattan – Ele pegou o retorno e seguiu por algumas ruas em silêncio, possivelmente estava me levando até lá. Achava que tinha dinheiro o suficiente para pagá-lo, mas queria economizar. Foi aí que me dei conta. Táxi que amarra seus passageiros? Que cinto de segurança mais fajuto! Empalideci um pouco e engoli em seco, respirei fundo e tentei não entrar em pânico. Eu havia sido sequestrado. Essa era nova. Uma criança, e sequestrada. Que incrível! Não, lógico que não! Okay, organize os pensamentos! Eu tinha de sair dali, mas se ele estivesse me levando ao porto, seria melhor aguardar. Vendo pelo lado que ele poderia muito bem tomando distância do lugar! Vi o edifício empresarial passar e seguir pelas mesmas ruas que caminhei. Estávamos realmente indo para o meu destino. Que tipo de cara era aquele? Talvez alguém com medo de mim. É, poderia só ser um cara precavido!
- Senhor? Por que estou amarrado? – Questionei com a voz mansa. Tentando ser o mais sutil possível.
- Sabe aquele beco ali? Foi onde você matou o meu irmão. – Respondeu, dando-me uma luz. Não que ele fosse burro por revelar sua identidade antes de me atacar, mas ele estava com a vantagem aqui. Olhei para as cordas, estavam bem presas, eu podia tentar afrouxá-las, mas não seria o suficiente. Concentrei-me na umidade do ar próximo a corda, em um ponto em que ele não conseguia ver. Fitei-o pelo espelho da frente do carro e tentei fingir que estava apavorado. Lancei algumas palavras de desculpas, mas ele permaneceu calado. Quando consegui moldar uma adaga com a minha água, pus a controla-la para cortar a corda. Era um serviço que demoraria algum tempo.

- Você é engraçado! Eu não ligo muito, meu irmão queria ficar com você só para ele! Eu remendei você direitinho. O suficiente para que pudesse aproveitar o máximo do seu sangue. Eu prefiro sangue fresco, entende? – Sorriu ele. Não respondi, talvez por estar concentrado demais na adaga. Não sabia quando chegaríamos, então teria de ser o mais ágil possível. Eu vi a praia. Estávamos parados no estacionamento em um piscar de olhos. Ele olhou para mim, como se me examinasse dos pés à cabeça, escolhendo por onde começaria. Seus olhos brilharam como o do seu irmão e sua transformação se procedeu de mesma maneira, parado no banco do motorista estava o segundo vampiro do meu dia. Por Júpiter, que seja o último! De preferência não o que fosse me matar!

- Hey, você vai me matar eu estando completamente seco? O sangue vai estar com um gosto horrível! – Tentei persuadi-lo. Ele riu.

- - HAHA! Eu sei quem você é, filho de Netuno! Não pode me enganar! – Falou antes de abrir a porta e sair. As cordas se soltaram no mesmo instante, mas resolvi segurá-las mais um pouco. Ele abriu a porta traseira e eu me pus a falar:

- Você não me entendeu, bobão! Você tem que se molhar! Não me molhar! Se você estiver molhado, vai estar batizando a carne de netuno. Você já experimentou, fazer isso com outro semideus? – Ele balançou negativamente, surpreso com a explicação.

- Exatamente! A carne fica tão suave! Elimina todo o fator crocante! –

- Jure pelo rio Estige e estamos feitos! – Disse com um sorriso no rosto, já imaginando a sua refeição. Senti minha pele empalidecer ainda mais. Não podia jurar pelo Estige, mas agora ele estava vulnerável o suficiente para que eu tentasse algo. Fechei meus olhos e comecei “Juro que você vai morrer hoje!”. Lancei minha adaga em sua perna direita e larguei as cordas, pegando impulso para chutá-lo para um pouco mais longe do carro. Me ergui e tentei sair. Ele voltou de imediato, tentando morder meu pescoço, transmutei minha espada e a lâmina gélida barrou seu tronco. Meu tridente estava no banco, e eu teria de deixa-lo ali por mais um pouco. Ele tremeu um pouco. Eu não o feri, mas foi o suficiente para ele perceber que eu não seria morto facilmente. Esforcei-me a afastá-lo e notei que o alarme de um carro havia disparado. Olhei ao redor e vi que estava deserto, pelo sol, chutei que estávamos no meio da tarde. A minha olhadela foi brecha para ele, James correu para longe, tentando se esconder atrás dos carros. Certamente ele não era tão corajoso quanto o irmão. Fechei a porta do carro e andei de maneira sorrateira. Tentando encontra-lo, ainda tinha um truque que não tinha explorado. Eu entendia o meu fardo como filho de Netuno, azarado como sempre, sem poder só ir, cumprir minha missão e retornar em segurança. Iria passar esse peso para o vampiro. Ele iria sentir na pele o que era ser eu. Vi sua cabeça e foi o suficiente para marca-lo. Em poucos instantes ouvi o som de sua cabeça batendo no vidro de um dos carros, um tropeço. Outro alarme soou e eu me aproximei a tempo dele se levantar.

- Não tem saída! – Disse, cortando o ar com minha espada. Sabia que não podia invocar meu escudo, com meu ombro daquela maneira não conseguiria segurá-lo com tanta maestria. Ele bateu os pés com força, rachando o asfalto abaixo de si e me chamou para um combate. Um golpe dele nesse estado não seria nada bom para minha saúde. Retornei minha armadura para minha tatuagem e confiei totalmente em minha agilidade. Desviei do primeiro golpe com um salto, vendo o seu arranhão passar bem ao lado do meu rosto. Tentei executar uma finta, um corte diagonal que resultaria em uma estocada, mas ele recuou antes que eu pudesse finalizar. Recuperei meu equilíbrio e dobrei os joelhos em uma postura defensiva. Não podia se repetir o mesmo com o seu irmão, eles tinham o mesmo padrão de movimento, e eu tinha uma vivência recente de como não lutar contra um vampiro. Eu avancei junto a ele, com um corte horizontal lancei a minha ofensiva. Ele se agachou, perdendo um pouco de cabelo e tentando me partir ao meio algumas passadas a frente. Só tive tempo de girar o corpo para o lado, tendo minha calça rasgada e um corte aberto em minha perna. Utilizei a vontade de cair como impulso para fincar minha espada em sua cabeça. Ele se afastou, me deixando despencar no chão e largar minha lâmina. Ouvi as mesmas risadas triunfantes de seu irmão, mas não faria a mesma coisa, não. Seria bem mais rude. Com a maior confiança que pude reunir. Me levantei ao mesmo tempo que ele chegou, enfiando minha lâmina em seu antebraço. Ele recuou, tremendo, carregando minha espada. Ele me olhou e tentou puxar o cabo da espada. Infelizmente, a maldição de Netuno não lhe permitiu. O cabo escorregou com o sangue e a força só contribuiu para que ele se ferisse mais. Meu corpo se moveu sozinho. Toda a raiva que eu havia reunido enquanto apanhava, tudo isso pareceu se reunir em meus punhos. Dei um soco em sua bochecha e senti a força de reação, mas não parei. Ele caiu ao chão e eu fui possuído, eu queria a morte dele. Eu não parei. Comecei a chutar seu rosto e a aumentar suas feridas, aumentava a força dos pisoes enquanto ele se contorcia. Haviam tentativas de revidar, inutilizadas por minha brutalidade. Eu não sabia o que havia acontecido com meu lado humano, mas certamente a mortalidade estava longe agora. Minha lâmina caiu ao chão ao lado de um amontoado de pó dourado, minha perna ardia, mas tudo que conseguia ouvir eram meus gritos enquanto eu continuava a pisotear os restos do monstro junto ao som dos alarmes. Tudo que me lembro a partir daí vou de ter pego minhas armas e mochila e ter ido até o mar.

Will Kross – Ombro machucado - Sangrando
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Will Kross – Ombro machucado
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Tudo correu rapidamente. Estava a bordo de um barco. O maço de dinheiro que Gustav me deu estava na minha mão com alguns dólares a menos, provavelmente o gasto da passagem com da alimentação na viagem, sentia minha barriga estar preenchida, o gosto de carne e refrigerante estava ainda em minha boca. Meus ferimentos haviam cicatrizado e eu estava molhado, com uma toalha cobrindo meus ombros. Meus itens não estavam cobertos por água, mas minhas roupas sim. Havia um bom tempo desde que isso não acontecia, afinal podia controlar isso como bem entendesse. Estava a caminho de Manhattan. O sol já estava se pondo no horizonte e parte das minhas memórias estavam bagunçadas, as mais recentes principalmente. Sabia quem eu era, o que tinha de fazer e de tudo antes de acordar no táxi. Depois tudo se tornava confuso. Bom, eu só via sangue. Estávamos atracando em Manhattan. O porto já se estendia com diversos barcos e lanchas postos em uma ordem impecável. Alguns marinheiros riam e bebiam, festejando entre si como filhos de Baco. O capitão do navio em que eu estava agradeceu a estadia e me deu alguns avisos sobre estar nadando onde a maré é forte sem os devidos equipamentos. Não entendi direito e resolvi não perder tempo deduzindo. Tomei uma poção mítica de cada origem, uma para meus ferimentos e outra para minha energia. Deveria estar pronto para combate caso ele viesse. Fitei o porto enquanto a noite caia, com a água na altura até da coxa, sem me molhar. Caminhava de um lado a outro, tentando não parecer tão estranho assim. Alguns olhavam e tive a liberdade de fazer parecer que eu era um pouco mais velho que o habitual. Eu conseguia manipular a névoa em pequenos feitos, era um efeito que funcionava bem mais com mortais, então em uma ocasião dessas era um tanto mais oportuno. Gritos foram ouvidos. Os marinheiros estavam em uma farra grande demais para nota-los e o vento estava mais forte onde eles permaneciam.

Um palhaço iniciou uma corrida atrás de uma garota, lançando cortes com uma faca no ar, como se ameaçasse matá-la. Era da minha idade, talvez um pouco mais nova. Sem nem pensar corri em sua direção e chamei atenção do palhaço. Não adiantaria descrevê-lo com detalhes, pois logo ele se modificou. Sua pele rachou-se até se transformar em uma figura de pura sombras, seus cabelos voaram e seu sorriso se desfez. Ele dançou de uma maneira macabra, tomando forma enquanto me rodeava. Estávamos na praia, alguns metros do mar e antes que eu pudesse pronunciar qualquer coisa, a minha frente estava Black Wolf. O antigo conselheiro de Poseidon, o meu meio-irmão. Um machado se projetava em uma testa, com uma gota de sangue descendo até a boca. Ele sorria enquanto se apunhalava com a sua foice. Fazendo cortes e mais cortes, como se nada fosse. Em poucos instantes estava chorando de joelhos na areia. Gritava e choramingava, batendo no chão como se não pudesse fazer nada. Era o meu maior medo. Oculto de todos. A morte de Black. Eu havia superado o medo de entrar em público graças a ele, o ceifeiro havia se tornado mais que um irmão, era a minha âncora. Havia desaparecido há meses e eu ainda tinha esperanças de que ele estivesse vivo. Eu não conseguia pensar direito.  Senti uma pancada em meu queixo e cai para trás, rolando na praia e chegando até aonde a maré tocava. Senti meu nariz sangrar, mas antes que pudesse contra-atacar eu olhei pra sombra mais uma vez. Agora eram duas, Black Wolf e Kjeel se apunhalavam em ataques sem fim, sem defesa, somente sangue jorrando atrás de sangue em um combate desnecessário e sem fim. Eu não aguentava, chorava para não se aguentar mais. Era como se meu coração estivesse sendo partido. Não tinha mais forças para socar a terra ou vontade de me levantar. Um gosto ruim invadia minha boca, mas eu não me importava. Eu só queria morrer. Vi o sangue e me lembrei do que havia acontecido. Recordei de James, o vampiro que poderia ter deixado vivo. Vieram à minha mente todos os monstros que eu não dei uma segunda chance. E aí os ensinamentos voltaram. Criptoniano, Milkovich, Enzo, Kjeel, Black, Marine. Todos os semideuses que me ajudaram a chegar aonde eu cheguei. Eu queria um bem enorme a eles como ao próprio Olimpo. Mas aquilo, o que quer que fosse, não era Kjeel, tampouco Black Wolf. Era alguém que havia se aproveitado da imagem do filho de Poseidon e de Deméter. Uma ofensa direta aos próprios deuses e a mim. Eu não o perdoaria. Me ergui, brandindo meu tridente com ambas as mãos. Minha armadura pareceu brilhar enquanto eu caminhava. Amparei a foice de Black com meu tridente e defendi o golpe de Kjeel com meu escudo. Urrando de dor por conta de meu ombro e largando o escudo.

- VOCÊ NÃO É KJEEL – Disse, disparando uma esfera de pura energia a partir da minha mão livre, atingindo o rosto de Kjeel como um soco. Joguei a lâmina de Black para o lado e lancei estocadas, fazendo-o recuar na areia. Joguei o cabo para a lateral e bati em Kjeel. Que segurou minha arma a tempo. Puxei de volta e sem pensar muito lancei, fazendo-o se desfazer em sombras quando as pontas atingiram seu rosto. Apenas uma miragem. A criatura original passou a lançar golpes mais ferozes, me levando até a água. O seu maior erro. Ele não era um filho de Poseidon, não era um seguidor de Tânatos, e não era tão forte como meu irmão. Era só um parasita que se alimentava do medo dos outros.

- Eu não estou com medo de você! Você não é real. Você é só um idiota que vai para o tártaro! – Exclamei. Concentrando minhas forças no solo abaixo dele. Todas as minhas tristezas e angústias, tudo parecia ser superável agora. Eu tinha em mente que não importava o quão difícil fosse, eu sempre iria conseguir seguir em frente. Seja com a morte de Black ou com a morte de Kjeel. Eu sempre conseguiria voltar a ser Will Kross, o centurião da Primeira Coorte. O chão se rompeu em jatos de água de alta pressão, se reunindo em um imenso Geiser que se estendia mais e mais até atingir uma altura considerável. Todos olharam para cena. Não sabia o que os marinheiros haviam pensado, e não ligava muito. Eu havia conseguido. Bom, era o que eu pensava. Algo caiu no mar atrás de mim. Virei a tempo de segurar a espada. Ela tentava perfurar minha cintura em uma brecha em minha defesa. Eu segurava a arma com tudo que tinha, sentindo a carne em minhas mãos se abrir. Black falava em um idioma estranho e antigo. Eu sentia todo o meu corpo ordenar que eu soltasse e me deixasse ser morto. Mas não poderia fazê-lo, meu coração lutava contra todo o resto. Eu não iria ao submundo uma segunda vez, não hoje! Gritei uma última vez, dessa vez em latim.

- Potestatis maris! – Disse, ordenando para que o mar o puxasse, desequilibrando-o. Estendi meu braço, pingando sangue e utilizei o poder de meu bracelete. Meu presente de natal. A água ao seu redor congelou e um cubo de gelo foi formado. Só tive tempo de cair antes de ver o gelo se romper e partir a criatura em pedaços com a pressão que ordenava a água que fizesse. Depois disso. Uma longa viagem se estendeu pelo mar. Gastei mais duas poções míticas de cada origem (energia e vida) para conseguir me locomover sem muitos problemas e desta vez peguei um táxi mortal. Preferi não correr o risco de ser morto em minha caminhada mais uma vez.

Quando me dei conta do passar das horas já estava a frente do centauro, dentro das barreiras mágicas do acampamento, terminando de narrar tudo que havia ocorrido. Enzo e outros dois semideuses mais novos me encaravam com um olhar irônico. Não sei se por conta da sujeira que cobria meu rosto ou da sorte que havia tido com os vampiros. O coordenador tomava seu café e discutia comigo algumas minucias, buscando um relatório completo. E ao terminar desse diálogo meu dia havia se encerrado. Confesso que a vida de centurião não era das mais fáceis. Quem me dera ser tão fácil quanto a rotina de conselheiro de chalé. Outrossim, não tinha motivos para não arriscar me manter no posto. Afinal de contas, havia nascido de novo não fazia nem um mês.

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Will Kross - Fim de OP
150/192
148/176

- 2 Poções de Vida [Mítica]
- 2 Poções de Energia[Mítica]

Passivas:

Ativas:

Eu vou dizer com base no que foi pedido pela missão e pelo o que foi me mostrado:

Primeiramente, observo q todos os pontos pedidos pela narração predeterminada foram feitas e que foi apresentado bem coerentemente.

Outro ponto que observo é que o texto tá bem escrito e n possui erros grotescos q atrapalham a leitura daqueles q buscarem se entreter com seu texto.

Contudo, ele apresenta um texto um pouco cansativo e n muito desenvolvido em certos trechos.

Determinando assim a pontuação dessa forma:

XP: 2900
dracmas:1450

#2

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