Gean sabia que havia algo errado. Ele sentia que as coisas não estavam indo bem no submundo. A raiva de seu pai nunca passava desapercebida, e o semideus tinha a impressão de que aquilo tinha alguma relação com o covil de empousai que ele, Taylor e Alana haviam atacado recentemente.
Antes mesmo que ele pudesse averiguar algo, suas suspeitas foram confirmadas quando Taylor apareceu na sua frente com o semblante de quem tinha estado com o próprio Hades durante a noite.
[...] Esse texto faz parte da interpretação de outra missão, que você pode ler AQUI [...]
O chalé de Hades sempre foi o mais sombrio de todos do Acampamento. Ao menos, para os semideuses em geral, porque tudo que eu conseguia ver naquele lugar era tristeza. Eram crianças tristes, com vidas e destinos tristes. Em geral, não havia maldade alguma naquelas criaturas, só acreditavam que sua natureza era caótica e sombria e normalmente faziam escolhas ruins. Consequência do abandono.
Não bati a porta para entrar, não seria necessário, eles nunca se sentiram desconfortáveis com a minha presença. Caminhei até encontrar Gean em uma cama pequena demais para ele. Ele olhava pro telhado, e por um momento tive a sensação de que ele não me viu se aproximando, pude encará-lo livre de defesas e máscaras. Seus olhos eram como os de um demônio: tinham ido longe demais e visto mais do que deveriam. Quando me viu, logo assumiu a feição cadavérica e indecifrável.
- O que quer aqui?
Sorri, e meu sorriso se lembrou do que minha mãe havia dito, sendo assim se desfigurou em agonia e num medo perspicaz, até se moldar em uma boca falante que expelia tudo para o filho de Hades, livre de segredos. Decidi que ele deveria saber tudo que ela tinha me contado, pois também tinha um papel crucial nessa tarefa. Vi-o preocupado, o que me parecia novidade.
Quando o contei tudo, senti-me aliviada. Como se o peso dessa tarefa ficasse mais leve ao saber que ele o carregaria comigo. Despedi-me gentilmente apenas para receber um rosnado, e não mais o vi naquele dia. Por fim, voltei a ter com Alana que já havia se preparado para a viagem.
Esses dias, sonhei com minha irmã. Depois de saber que ela ainda estava viva, isso era pouco frequente mas ainda assim, ocorria. Kadie era linda, tinha cabelos como de nossa mãe. Reavivava memórias que eu pensei ter matado e dilacerado, como um exército de zumbis que eu era incapaz de controlar.
Falou-me sobre o sol. No sonho ela dizia - Imagine que houvesse algo no céu que pudesse te machucar, talvez até te matar. Uma grande águia ou algo assim. Imagine que se você saísse durante o dia, a águia te pegaria. Bem, com a gente é assim. Só que não é um pássaro. É a clara, linda e perigosa luz do dia, e eu não a vejo há anos. - Aquilo só poderia significar uma coisa. Aqueles romanos malditos. Eles estão machucando ela. Rosnei só de lembrar daquele sonho, mas ele não acabou por aí. Falou de nosso pai: - Veja esses dentes chatos e amarelos, esse rosto avermelhado. Ele tem chifres e carrega uma estaca de madeira de dois palmos numa mão e um martelo na outra. Nosso pai quer ser o diabo, e juiz divino ao mesmo tempo, mas o que é o julgamento, se não um modo de falar de luxúria sem falar de luxúria? De falar de sexo, e do medo do sexo, e da morte, e do medo da morte? - Eu sabia que aquilo não era ma mensagem de minha irmã. Era provavelmente o caos e a Deusa Mania se contraíndo dentro de mim. Isso me irritava, era como uma coceira ardente no fundo da cabeça.
Por isso quando acordei, não queria dormir por pelo menos dez anos. E talvez isso fosse possível, porque ao ver a Ceifadora dentro do meu chalé eu já imaginei que problemas estavam por vir, ela me contou sobre Hades e Tânatos, Zeus e as almas que não estão indo ao submundo, e da possibilidade de uma guerra.
O mais estranho de tudo, é Atena me pedir para falar com meu pai. Pra ser sincero, eu nunca o vi. Nunca conheci seu rosto, só sua voz que sussurrava para mim, empurrando-me ao Caos enquanto implorava que eu trouxesse Kadie para casa. Não tinha intimidade o suficiente com ele pra pedir alguma coisa, e a chance de eu receber uma maldição ao visitá-lo era certamente grande o suficiente para eu dar um grande não àquela mulher.
Mas era uma oportunidade para obter respostas. Por isso aceitei. Não iria de imediato, seria loucura sair durante o dia. Aguardaria em meu chalé o cair da noite, e então assoviaria em meu anel invocando um cão infernal. Não tinha razão para procurar as entradas do submundo por horas, seria muito mais fácil ir para lá com o transporte nas sombras daquela criatura.
Ao chegar lá, busco caminhar em direção ao castelo de meu pai. Já fui ao submundo antes, e o lugar que ele fica não podia ser menos chamativo.
- Diamante de Almas [4x] - Anunciador da Morte [Anel de Prata] //1// - Pingente negro* - Anel do desordeiro ☬ - Anel 'Liquor Umbrae" (Fluido das Sombras) ✺ - Camiseta: I Chaos - Lentes do Desordeiro ♗ - Boneco Inflável do Negão do Picào ***** __________________ Mochila Comum:
- Poção de Cura [Heroica] (x5) - Poção de Energia [Mítica] - Sementes de Romã Dourada ◯ __________________ Outros:
//1// - Um anel de prata com um formato peculiar. Quando seu usuário assopra sobre ele um zumbido fino e profundo se espalha pelo ar. Um cão infernal de nível mediano será invocado, ou dois de nível baixo. Só pode ser usado à noite, e uma vez por narração. Se oferecer 150 de energia, o filho de Hades poderá usar a habilidade uma vez mais (e apenas uma) fora deste limite.
* Pingente negro com formato de caveira encontrado no "corpo morto" de Kadie.
☬ O usuário não será enganado enquanto usar este anel.
✘ Uma vez um Servo de Éris/Discórdia, sempre um Servo. A tatuagem concede a utilização dos poderes dos Servos de Éris./Discórdia
-*- Espada Negra [Ferro Estígio][Ouro][Sugadora de Almas]- Espada longa negra com detalhes em ouro capaz de sugar a alma automaticamente do inimigo. Seu Diamante das Almas encrustado no centro da guarda da espada, suga a alma do inimigo automaticamente usando as reservas de energia de seu recipiente recarregável com poções de energia em seu cabo. Para que seja feita a recarga, o pomo da espada é rosqueável e não vasa. Reserva de 100pts de energia.
✺ A passiva Sombras será bem mais eficiente, permitindo que eles se tornem invisíveis à noite e se escondam em qualquer tira de sombras durante o dia.
[2] Roupa Negra: Roupa do "Kylo Ren" de pano leve e maleável para cobrir armaduras(universal)
♾ O sabre funciona assim como nos filmes, se estendendo com o pressionar do botão e fazendo sons. Não tem peso, porém não corta materiais mitológicos como bronze celestial ou ouro imperial, sem ser encantado para isso, ou sem habilidades específicas.
[3] Grande parte do que se sabe sobre magia negra, e sobre as artes das trevas, se encontra nesse livro. Desde exorcismos até invocações. Desde cultos, até formas de passar para outros planos infernais. [Item meramente interpretativo]
◯ Um saquinho contendo 3 sementes de uma romã dourada, nascida nos jardins do Hades. Uma vez ingerida por seu usuário, o manterá vivo, independentemente da situação em que se encontre, durante 2 rodadas. Seu HP não ficará abaixo de 1. Em contrapartida, ao fim do efeito o usuário não conseguirá recuperar sua Vida ou Energia por 5 rodadas, não importa como.
♗O servo de Éris pode utilizar-se dessas lentes de contato para adquirir a informação de alguma fraqueza mental do inimigo, como traumas, medos ou mesmo a lembrança de algum conflito que ficou guardada na memória do alvo. Ela deve ser informada pelo narrador na rodada seguinte do uso e poderá ajudar o servo de diversas formas, como na hora de persuadir, enfraquecer ou mesmo causar caos e desordem, por exemplo. Requer 1 rodada de observação onde não poderá ser realizado nenhum ataque, não pode ser usado em PvP, só poderá ser usado 1 vez por narração, e obviamente o usuário tem que ter contato visual do alvo.
Os sonhos com Kadie estavam se tornando mais comuns do que Gean podia suportar. Era como se o espírito de sua irmã estivesse se movimentando com mais força. Em algum lugar ela estava, a oeste, presa no Acampamento Júpiter ou sendo levada os deuses sabem para onde. Ou nem eles soubessem. Aquilo martirizava Gean de uma forma inexplicável.
Como se para pisar ainda mais nos poucos sentimentos que o filho de Hades cultivava, Taylor apareceu com uma notícia para colocá-lo no chão novamente. Até mesmo ele, que gerava e fazia parte do caos do mundo, sabia que a morte descontrolada não trazia bem a ninguém. A ideia de encarar seu pai era excruciante demais para que o jovem a executasse sem receios.
Como seria? Visitar seu pai sem a sua irmã e ainda por cima para confrontá-lo? Será que Gean a encontraria lá com o ele? Será que ele seria capaz de executar o papel que Atena o incumbira? Afinal, o que aquela deusa queria com ele? Com tanto semideuses heróicos disponíveis pelo mundo, ela escolheu exatamente o menos preparado psicologicamente para aquela tarefa específica. Ou talvez esse fosse exatamente o motivo que levou a Deusa da Sabedoria a escolhê-lo.
Apesar de não querer se meter naquilo, a perspectiva de encontrar respostas animou Gean o quanto era possível para seu psicológico abalado. O semideus espera, portanto, o cair da noite para viajar. A sua ideia era utilizar seu cão infernal para entrar direto no reino de seu pai, mas ele logo perceber que aquilo não seria possível.
Por mais que se concentrasse no submundo e por mais que soubesse que o cão conhecia o caminho, o animal não saía do lugar, fosse andando ou se dissolvendo nas sombras. A sensação de Gean era de que seu pai já sabia o que ele pretendia e que por isso faria todo o possível para mantê-lo fora de sua casa. Se o servo de Éris quisesse mesmo concluir a missão, teria que lutar contra as próprias criaturas do submundo e forçar passagem pelo reino de seu pai à força, ou ele jamais conseguiria sair do lugar.
Soquei a parede. Meu pai sabia como me irritar. Rosnei para o cão infernal, e vi-o colocando o rabo entre as pernas enquanto gania como um um filhote assustado. Não era a primeira vez que ele fazia isso, eu já tinha observado ele ser um pé no saco pra todo tipo de semideus, e comigo não ia ser diferente.
Pois bem, eu poderia tentar ir até as diversas entradas do submundo - inclusive a mais próxima era no Central Park - mas eu não teria paciência para dar de cara com entradas trancadas, fazer canções mágicas ou tentar recitar rimas de zombaria grega.
Teria que experimentar outra coisa, por isso, de minha mochila tirei um Grimório negro, antigo como o tempo, e cheio de magias das mais escuras. Eu já fiz das mais diversas coisas com ele, desde exorcizar demônios, até invocá-los e dominá-los, mas também viajei para os lugares mais sombrios da face do planeta. Era o tipo de coisa que nem eu gostava de mexer, porque sempre que eu o fazia, acabava me metendo numa enrascada.
Mas tempos desesperados pedem medidas desesperadas, e acho que não existe nada mais desesperador que um Deus mimado querendo guerra. Folheei cada magia, cada invocação, em busca de algo relacionado às portas da morte. É uma das entradas que eu sei que meu pai não trancaria, mesmo prendendo Tânatos no submundo, porque aí sim, os espíritos acabariam vagando pelo mundo dos vivos pela eternidade e os ceifadores encontrariam problemas dos mais diversos.
Era algo muito além do meu poder, se eu não tomasse o devido cuidado, poderia acabar parando no Tártaro e ter que lutar para voltar. Mesmo assim, busquei alguma alternativa. Se não encontrar nada sobre as portas, tento procurar alguma forma de entrar no submundo.
Item utilizado:
Grimório Negro: [3] Grande parte do que se sabe sobre magia negra, e sobre as artes das trevas, se encontra nesse livro. Desde exorcismos até invocações. Desde cultos, até formas de passar para outros planos infernais. [Item meramente interpretativo]
Com a revolta de Gean, até mesmo as tochas externas ao chalé de Hades fraquejaram na sua luz, sendo afetadas pela emanação sombria do garoto. Ninguém ali falava, mas a cada dia que passava, pessoas no acampamento tinham mais medo de Gean, pois ele estava se tornando mais poderoso.
Frustrado na sua primeira tentativa, o semideus tenta encontrar alguma informação útil no seu grimório. Porém, quando ele chegou na página que começava a falar sobre as portas da morte, uma coruja entrou pela janela. Por um momento, Gean quis expulsá-la, mas então se lembro de que poderia se tratar de Taylor e qualquer informação vinda dela era importante.
De fato, havia uma mensagem sobre um novo covil de empousai em Miami. Gean não sabia como aquilo poderia ajudá-lo a chegar ao submundo, mas se a filha de Atena julgava mais sábio mandá-lo resolver aquilo, alguma explicação devia ter. Além disso, encontrar as portas da morte poderia ser desafiador demais até pra ele. Mesmo contrariado, o servo de Éris começa a admitir que começar por Miami talvez seja melhor.
Fiquei mais animado do que pensei que seria possível ao encontrar algo que falasse sobre as portas da morte. Todo conhecimento que tenho sobre elas é mais intuitivo e instintivo do que fonte de estudos, e embora tenha lido um pouco sobre elas naquele grimório, é algo sombrio o suficiente para dar medo de mexer.
Consegue acreditar? Um filho de Hades com medo de algo sombrio. Mas é porque as portas da morte são mais do que entradas pro submundo. São entradas para a morte, entende o que quero dizer? Claro que não entenderia. É preciso ser um verdadeiro filho de Hades para entender que o submundo e o tártaro são só fragmentos do mundo dos mortos.
Pensar nisso fez-me lembrar de Anúbis, e minha espinha se contorceu num arrepio. Afastei essas ideias ao receber a coruja de Taylor. Ela me entendia o suficiente pra saber que eu odiava mensagens de Íris. Ver aquelas cores e luzes brilhando na minha frente sempre me dava vontade de dar um soco em quem quer que estivesse do outro lado. E eu sempre acabava dando, quando encontrava com essa pessoa.
Marquei o grimório na página que indicava sobre as portas da morte, poderia precisar disso depois. Olhei para o cão - aquele inútil - e ordenei que se valesse para alguma coisa. Se não fosse se teletransportar pelas sombras ao submundo, que fôssemos para o endereço indicado por Taylor então.
Lá chegando, agradeço aos Deuses por não ter vindo com as duas garotas do meu lado. Quando atacamos o covil antes, elas fizeram questão de fazer uma investigação e uma invasão buscando proteger os mortais sequestrados, e eu até entendo a compassividade delas. Sempre que tenho paciência para cuidar e proteger os humanos eu o faço.
O problema é que, a minha paciência esgota tão rápido quanto água jogada aos andarilhos de um deserto. E ali, eu já não tinha nenhuma. Rosnava tanto quanto o cão infernal, e transpirava ódio e fúria, sentimentos motivados pelas infantilidades de meu pai, pela birra dos Deuses e pela minha incapacidade diante disso.
Confesso que se a filha de Atena estivesse ali, eu aceitaria seguir um calmo plano visando entrar de supetão, para salvar o máximo de pessoas possíveis mesmo com toda essa raiva acumulada, mas não...
...eu não sou tão bonzinho...
Ergui a mão em direção ao forte, ordenando que as sombras se condensassem numa esfera, pequena e cheia de sombras, o mais densa possível. Dessa esfera, fios sairiam e se conectariam com outras sombras do ambiente, de seres vivos, de cantos, de janelas, e tudo que eu visse, como pavios.
Quando sentisse a esfera pesada o suficiente, lançaria chamas tão negras quanto meu ódio sob ela, para que servisse de combustível e explodisse aquele lugar, espalhando-se pelos pavios criados e pelas sombras do ambiente, queimando tudo que estivesse no caminho, mortal ou não.
Depois de tudo isso, saco minhas duas espadas.
Ah... Como eu amo o Caos.
Habilidades utilizadas:
Nível 9 - Umbracinese [Intermediária]: Neste nível, compreendendo melhor a essência das sombras, os filhos de Hades podem fazer alguns feitos notáveis com tal elemento. Envolver inimigos, criar objetos sólidos (pequenos), ou moldar a sombra de objetos e outras coisas como bem desejar, assim como criar sombras médias. A sombra de outros seres vivos pode ser utilizada. Não pode ser usado em lugares MUITO iluminados. Consome até 40 pontos de Energia; varia de 10 pontos a mais acordo com o uso. (Requer 12 WIS)
Nível 10 – Fogo Negro [Inicial]: O filho de Hades agora consegue evocar em uma das mãos uma quantia mediana de chamas negras. Estas, semelhantes ao fogo que Prometeu roubou do Reino de Hades, alimenta-se de escuridão, e são capazes de consumir qualquer luz que tocar. As chamas negras não produzem calor; apenas consomem a matéria que tocam. Consome 50 de Energia e entra em espera por 5 rodadas.
Paciência não era uma virtude de Gean. O garoto viajou pelas sombras com o cão para Miami assim que recebeu a mensagem. A viagem longa fez o cão cair dormindo, provavelmente inutilizável até a noite seguinte, mas o filho de Hades teria trabalho suficiente para lidar com o covil sozinho.
Ao encontrar a fortaleza delas, o semideus não pensou duas vezes antes de decidir o que fazer. Sozinho ele sentia mais liberdade para seguir seus instintos, e eles eram tenebrosos. Como um passe de mágica, as sombras da região cobriram o recinto e em seguida uma única chama negra foi capaz de incinerar tudo lá dentro. Gean sentia os monstros e as almas humanas sendo consumidas aos poucos e aquilo satisfazia sua sede de sangue.
Quando o incêndio negro acabou e o garoto sacou suas espadas, havia somente entulho na superfície. Ainda assim, seu radar sentia que havia monstros vivos em algum lugar no meio dos destroços, apesar de ele não enxergar nada.
Bebi uma poção de energia [mítica]. Era cansativo ser filho de Hades - literalmente - ao ponto de eu começar a ofegar depois de usar meus poderes, mas era divertido, e eu não conseguia esconder o sorriso ao sentir as almas de monstros deslizando tártaro abaixo e os mortais indo ao submundo.
Caminhei entre os destroços como um coveiro anda pelo cemitério. O caos e o que restava dele era meu lar, não o acampamento, nem as sombras, mas a destruição devastadora e o cheiro de cadáveres frescos. Eu era como o quarto cavalheiro, vagando pelo mundo quando todos os outros três já fizeram seu trabalho, pronto para colocar as cadeiras do universo sobre as mesas e apagar as luzes quando todos tiverem ido embora.
Buscaria um monstro vivo. Encará-lo-ia, ao ponto de ver além dos seus olhos, vislumbrando os seus mais profundos pavores, os medos mais puros daquela criatura, e os faria se enamorar com sua alma, mergulhando-a no terror.
- Conte-me. - Ordenaria, enquanto usava o medo para o torturar. - Tudo.
Obrigaria-o a contar a razão de se agruparem, e tentaria descobrir se tinham algo a ver com a morte e as almas que não descansam, buscaria também alguma informação visando chegar ao submundo.
Ao fim. Ceifa-lo-ia, e a todos que ali estivessem.
Habilidade Utilizada
Nível 11 - Amedrontar: O personagem cria uma ilusão com os maiores medos de seu inimigo, fazendo-o ficar paralisado e aterrorizado por 2 rodada. Requer contato visual com o alvo para se ativar esta habilidade. Essa Habilidade consome 60 pontos de energia. A habilidade entrará em espera durante 3 rodadas. O narrador decide os efeitos específicos desse poder.
Gean sente o desgaste que os poderes lhe causaram e por isso toma uma poção. Ele estava acostumado àquela rotina, por isso seu corpo reagia rápido, ao ponto de no segundo seguinte ele já caminhar resoluto na direção dos destroços, sentindo a aura de morte, ódio e terror que emanava do local.
Ele procurou algum monstro ainda vivo, mas encontrou só pó e corpos humanos. O que mais ele notou que achou estranho, foi que as almas mortais, ao invés de terem descido ou de serem escoltadas por um ceifador, subiram aos céus. Ele não sabia para onde eles estavam indo e quem os estava guiando, mas não se sentiu confortável com a situação, afinal era anormal. Pensou até em capturar alguma, mas aparentemente elas estavam fora da sua influência, como se não pertencessem à seu pai.
Vasculhando um pouco mais os escombros, o filho de Hades encontrou um buraco. Aparentemente era uma escada que levava ao subterrâneo, mas agora estava parcialmente coberta pelos restos das paredes e do teto. Naquele momento, Gean queria ser um filho de Plutão, a outra face de seu pai, para mover aqueles escombros e sentir o que havia ali embaixo. Mas ele não precisava ser um para saber que ali dentro existia perigo e que uma vez lá ele estaria mais perto do submundo, seja por uma via, ou por outra.
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Chaos 
