Era a noite e novamente estava eu parado pensando na vida, até quando eu iria ficar ali? Até quando eu iria ficar atoa sem fazer nada? E em mais uma noite comum, eu estava de pé, dessa vez mais do que preparado e acordado do que nunca, mas não iria ficar atoa, eu tinha que treinar, ou então ficaria mais pra trás dos outros do que já fiquei nesse tempo.

Só tem um lugar no acampamento onde eu posso me testar novamente, eu não recuaria, meus traumas antigos, minhas dores, eu havia de superar ou iria virar apenas um fracote em meio aos semideuses, jamais me darei por vencido.

Pego meus equipamentos e iria em direção a arena, onde começarei tudo do 0 e irei para um novo rumo na minha história, darei significado ao "Diferenciado" em meu nome, e todos me reconhecerão com "Wrassil O Diferenciado".

Entro na arena e aquele clima de pântano com suas poças de água e suas vitórias-régia boiando na água e também uma semideusa dormindo no canto. Calma pera tem um semideus dormindo no canto, que merda ela estava fazendo ali? Era algo que eu não conseguiria entender, menos ainda o pedido da mesma, mas por um breve momento senti um pouco de sono, entretanto não poderia fraquejar, vou ter que acordar a morta-viva ali e ir para a caçada. Tentaria falar com ela:

- Ei moça, eu achei quem pegou a sua batata-doce-Falaria para a mesma enquanto a cutuco com meu pé-Moça sua batata-doce está ali dentro daquela casa, eu vou contigo pegar se quiser.

Caso não acordar ela desse jeito eu tentaria chutar o pé dela(fraco obviamente), mas me mantendo sempre atento ao meu redor e com a ajuda da minha passiva [Detectar Magia] tentaria proteger em caso de ataque de algum monstro ou, pelo menos tentar achar a localização do mesmo

Equipamentos:

Passivas:

Apesar de ter certeza de ter colocado meu despertador para tocar antes de ir dormir na noite anterior, eu não tinha nenhuma lembrança de ouví-lo despertar esta manhã. O resultado: acordei às 17, embora tivesse pretendido ir para a arena às 10:00 da manhã. O que eu não esperava era que o lugar tivesse virado um pântano completo da noite para o dia, e com uma casa de bruxa e tudo no centro. Devo assumir que fiquei levemente intimidada e decidi aguardar perto da arquibancada por outro semideus que desejasse treinar também, me sentiria mais segura com alguém mais experiente do meu lado. Claro... Dez segundos depois, eu já estava cochilando. Não foi intencional, claro, mas o som da água ao vento e aquele cheiro velho no fim da tarde me deram mais sono que o normal.

Neste sonho, homens-porco-zumbi me perseguiam pelo pântano enquanto eu tentava comer as ultimas batatas doces que me restavam pra sobreviver. Olhei para trás enquanto corria, vendo os homens-porco quadrados balançando suas espadas douradas de pixel para mim. Espere, pensei, vocês são do minecraft. Que porra monstros do minecraft estavam fazendo no meu sonho?

Antes que eu pudesse raciocinar, porém, uma bruxa passou voando em sua vassoura e levou minha batata. Minha utima batata!

-- Espere! Devolva minha batata! -- tentei gritar, mas meus pés afundavam na lama e junto a eles, minha voz. Até que senti algo cutucando meu pé por baixo da lama e quase entrei em pânico.

-- Ah! -- Exclamei sem querer, levantando assustada e encarando o pivete na minha frente. O guri parecia tão desnorteado quanto eu, mas quando olhei ao redor e vi que já era noite não pude deixar de ficar com raiva de mim mesma por ter dormido tanto. Ainda estava confusa graças ao sono e sentia como se minhas pernas ainda estivessem presas no pântano.

Olho pro guri falando das batatas e por um momento sinto-me novamente alarmada para recuperar minha batata. Mas... Mas eu estava sonhando, não estava? E se uma bruxa tivesse mesmo roubado uma batata, se é que eu tinha uma? Como mais o garoto saberia sobre ela? Era isso! O sonho foi uma visão.

-- E-Então vamos lá! Digo, vamos, não vamos? -- Olho insegura pro pivete, apertando a flauta - minha melhor arma - nas mãos.

Atenta aos arredores arrisco os primeiros passos em direção à casa no meio da arena. Olho para a água daquele falso pântano, temendo que homens-porco-zumbis pudessem emergir da água com suas espadas douradas a qualquer momento, pronta pra gritar e correr caso este medo se concretize. Fico alerta para qualquer movimento e para alertar o pivete ao meu lado sobre o perigo caso o veja primeiro.

Equipamentos Levados:

Nível 1 – Bênção de Hipnos: Dotados de uma beleza ancestral e despreocupada, os filhos de Hipnos estão sempre acompanhados de seu olhar tão sonolento quanto inteligente, capaz de enxergar mesmo no escuro. Apesar deste sono excessivo por vezes atrapalhá-los em seus afazeres, os filhos de Hipnos possuem uma consciência diferente da dos demais durante os sonhos, sempre sabendo diferenciar quando estão em um sonho e tendo perfeito controle sobre si mesmos nestes. Também conseguem distrair facilmente a mente de quem os olhar muito diretamente, como uma espécie de hipnose muito fraca ainda.

Nível 2 – Força Onírica [Inicial]: O Filho de Hypnos, enquanto estiver dentro de Sonhos, tem suas forças aumentadas (+25 FOR, WIS e AGI nessas condições).

Nível 3 – Perícia de Sonmus [Inicial]: Os filhos de Hipnos possuem um dom natural para tocar flautas, conseguindo extrair notas agradáveis delas.

Nível 3 – Regeneração Sonífera [Inicial]: Quando dormindo os filhos de Hipnos conseguem recuperar suas forças muito rapidamente, regenerando 10 de Vida e Energia por rodada. Pessoas adormecidas ao redor recuperam metade desse valor.

Nível 4 – Aura do Sono [Inicial]: Os filhos de Hipnos possuem tanto sono dentro de si que acabam liberando-o como uma aura de sono que afeta a todos ao seu redor neste nível, não diferenciando amigos e inimigos. Todos que permanecem próximos a um filho de Hipnos começam a se sentir sonolentos cedo ou tarde, especialmente quando interagem com eles. Sua voz e cada movimento emanam sono que cresce quando o próprio semideus está sonolento.

Enquanto nos aproximávamos eu não conseguia evitar as caretas de nojo enquanto a lama do pântano entrava pelas minhas botas de cano baixo. Pelo menos nenhuma cobra ou peixe morderia meu pé, eu esperava.

Foi uma surpresa quando aquela voz esganiçada encheu o ar com uma cantoria desafinada e, cá pra nós, medonha.

- O caralho que vai - falo indignada. Aparentemente, havia mesmo uma bruxa na casa de bruxa, e a puta tinha a minha batata como refém de uma receita para alguma poção muito louca, ou para a sopa mais estranha que já vi na vida.

- Ei, você - Falo pro guri do meu lado - Tape os ouvidos e pense em alguma música que goste com força.

Então, olho pra casa de bruxa, desafiadora, e levo minha flauta aos lábios. Inspiro três vezes, calmamente, buscando dentro de mim aquele sentimento, a lembrança da sensação de usar a magia, de usar aquele novo sentido que eu tinha descoberto recentemente. Então assopro as primeiras notas, lembrando-me da melodia e continuando-a com suavidade, reproduzindo um som semelhante ao fluir de um rio com a flauta, indo das notas mais baixas para as mais altas ritmadamente e sequencialmente.

Despejo assim através da melodia todo o sono que estava sentindo, focando meu intuito naquela casa amaldiçoada metros acima do rio. Eu não sabia como minha magia afetaria o outro garoto visto que eu não era exatamente muito boa no controle dos meus poderes, mas aquela era a única forma de ataque que eu tinha, e eu esperava que o guri conseguisse resistir já que tinha sido avisado.

Assim, eu continuo minha melodia atenta ao que ocorrer e se algo sair da casa, perguntando-me como procederia meu companheiro. Era a primeira vez que eu estava usando aquela flauta nova mas levando as medidas da antiga em si, era fácil usá-la como era com a outra, um grande trabalho feito pelo filho de Hefesto do braço de ferro, cujo nome eu não conseguia lembrar. Os detalhes de nuvem entalhadas no osso estavam belíssimos, e me davam ainda mais felicidade em tocá-la.

Se a bruxa aparecer lá em cima eu intensifico o toque da música, tentando chamar-lhe a atenção para mim enquanto movo-me pros lados, dançando lentamente.

- Flauta "Nimbus" [Osso e Diorito][|1|] - Uma flauta de osso e Diorito, de coloração prata-escura. Tem entalhes de nuvens fofinhas e brilhantes. Oferece amplificação mágica Intermediária quando usada para habilidades de natureza sonora, alcançando até +30% Alcance/Poder.

Nível 3 – Perícia de Sonmus [Inicial]: Os filhos de Hipnos possuem um dom natural para tocar flautas, conseguindo extrair notas agradáveis delas.

Nível 1 – Canção de Ninar [Inicial]: O semideus consegue exalar seu sono natural de uma forma mais forte, normalmente utilizando de sua flauta para conseguir realizar uma melodia leve e suave, induzindo sono a quem a ouve. Pode ser utilizada com sua voz também, e o efeito varia de acordo com o sono atual do alvo e sua força mental. Se não interrompido, pode induzir ao sono. Consome 15 de Energia por Rodada.

O pântano estava calmo e tranquilo demais, mas não só ele, eu também, meus pensamentos estavam no lugar, eu me perguntava se era culpa da menina que estava comigo, pois foi só eu me aproximar dela que isso havia acontecido.

Estava tudo calmo até nos aproximar da casa e ouvir a semideusa pedir para eu tampar meus ouvidos e pensar em uma música, pelo simples fato dela fazer isso eu já sabia filha de quem a mesma era, Hypnos certeza. Não desobedeço a garota. Logo em seguida tento tampar meus ouvidos e me vem a música que eu ouvia muito no Brasil.

Música:

Eu sabia que essa música era boa o suficiente e cantaria em tom muito baixo comigo, pois jamais resistia a ela.

-''Mãe pelo amor de Deus o meu cachorro morreu..."

Tentaria cantar o mais baixo possível, apenas para me distrair com o golpe que o semideus faria e que eu queria ver muito, mas tentaria usar meu [Detectar Magia] [Inicial], para ver se a bruxa que roubava batatas estava vindo em nossa direção, e, faria isso ao som de Magrelinho na minha cabeça.

Passivas a considerar: