Estava com sono de tanto tédio. Os dias tinham sido como um espelho, todos iguais. Nada de novo na minha vida mórbida. Me reviro em minha cama buscando uma posição menos entediante. Os minutos que pareciam horas se estendem e eu continuo a suspirar, inquieto. Meus irmãos pareciam está fazendo algo mais importante, já que estava tudo muito quieto em meu chalé, quieto até demais.

O cenário mórbido de meu chalé mudou quando um sátiro adentra meu quarto do nada e larga um papel (?), saindo correndo do nada. Leio depressa e dou um sorriso. Uma aventura me aguarda, a pobre meio-sangue estava sendo assolada por monstros enquanto residia no mundo mortal. Segundo o bilhete, Argos partiria logo então eu tinha que me apressar. Pego meus equipamentos, visto minha armadura e embainho minha espada em minha cintura. Eu estava preparado para o combate e trazer uma nova companheira para o acampamento. Por mais eu que fosse antissocial, eu estava animado, isso iria me tirar do tédio. Eu sabia muito bem a sensação de viver sendo caçado no mundo mortal, afinal, eu era filho de um dos três grandes.

Caminho rapidamente até meu ponto de encontro com Argos e vou fitando o céu. Gostaria de saber como estava o tempo/clima, isso poderia influênciar e muito o que eu iria encontrar pela frente, uma vez que Manhattan era bem próximo, então o tempo provávelmente seria o mesmo.

Equipamentos:

Considerar:

Elijah percebe a aflição em meu rosto e me abraça, porém logo me solto dele, aquilo estava doendo. eu não queria ir embora, não queria me afastar do meu irmão, ele era a figura mais presente na minha vida e agora eu iria perdê-lo. tenho consciência de que é por um bem maior, os monstros  ainda estavam lá e mais frequentes nos últimos 5 anos. teria orgulho de dizer que consegui me livrar bem deles sem maiores empecilhos, mas cada vez que eu acabava com um deles, sabia que outros 3 apareceriam na semana seguinte e na seguinte o triplo.
Me afasto dele e entro no meu quarto, o familiar e gélido escuro me abraça como um velho amigo. as luzes de led em cima da minha cama me faziam companhia a tanto tempo que nem me lembro mais quando foi que as pus ali. a janela já nem devia abrir mais pois nem me lembro a ultima vez que ela foi de fato aberta.
Suspiro pesadamente pegando minha mochila, coisa que eu deveria ter feito assim que enviei a carta para o acampamento, mas eu estava esperando que os monstros fossem embora e eu não precisaria sair de casa.
enfio algumas roupas na mochila de acampamento que eu havia ganhado do meu pai, quando ele decidiu que seriamos uma família atlética e faríamos varias trilhas. trilhas essas que acabaram com eu chorando por ter caído e meu irmão bravo por que tinha que me carregar. eram boas lembranças.
visto uma roupa quente por puro costume já que eu não sinto frio, obrigada mamãe por isso. pego uma jaqueta de couro e calço meus inseparáveis coturnos também de couro, pareciam ser indestrutíveis, por isso seria o único sapato que levaria. ando até minha estante, onde deixo exposto minha coleção de livros e adaga, pego 5 delas, todas de um ferro bruto porem minimamente útil e enfio nos bolsos da calça.
Enfim pronta, volto para a sala deixando minha mochila ao lado da porta e algo do outro lado da imensa janela chama minha atenção...
ela estava ali de novo , a minha espera... a droga da Harpia parecia rir da minha cara com deboche ... meu primeiro instinto seria me esconder mas eu estava cansada, eu não iria sucumbir ao medo de novo.
A encaro de volta e ela levanta voo.

O interfone toca e o porteiro informa que tem alguém me procurando no saguão. Olho para meu irmão que estava sentado no sofá apreensivo enquanto eu visto a jaqueta de couro, vou ate ele e o abraço me despedindo. Por segurança pedi para que ele não descesse comigo. Pego minha mochila e dou um ultimo aceno ao fechar a porta da cobertura. Entro no elevador apertando ainda mais as alças da mochila. Sinto as facas de ferro bruto nos bolsos internos da jaqueta e praguejo baixo diante da situação:
-Mãe, me proteja!- digo baixo enquanto escuto as portas abrirem.
Saio no saguão que tinha alguns moveis confortáveis e aconchegantes, o guichê do porteiro e uma maquina de pegar comida.
Olho em volta procurando alguém que se diferenciava no meio daquele ambiente e facilmente reconheço alguém que não se encaixava ali. Me aproximo do garoto e tento chamar a sua atenção coçando a garganta.

Estranho a situação pois a porta estava em perfeito estado aquela manhã mas ainda sim faria o que elas indicaram, isso até ver o segurança. Nunca havia visto ele no prédio.
Faço minha melhor cara de paisagem e tento sussurrar para o garoto enquanto seguro as alças da mochila:
-Esse cara não é segurança daqui!

Observo a cena com desconfiança, é claro que estávamos encrencados. Reviro os olhos para todos que estavam ali na sala como um belo adolescente rebelde. Iria para a sala que estavam me apontando. No momento que adentrasse a sala, colocaria a menina atrás de mim e desembainharia minha espada. Se fosse um mortal ele não seria capaz de ver a real espada, se fosse monstro iria ver minha arma.

Faria questão de aguardar o monstro se mostrar e colocar sua real intenção à mostra. Mas como um bom filho de Hades, não posso deixar de ser frio o suficiente para dizer. - Buscando pela passagem de volta ao tártaro? Isso podia dar algum gatilho no monstro e se ele fosse atacar, estava pronto para revidar e realizar um contrataque. Protegendo meus pontos vitais e é claro, a futura nova campista. Eu estava de armadura então não estava muito preocupado com ataques nesse primeiro momento.