Tava quase pegando no sono quando a porra da janela bateu e me acordou. Pior merda do mundo era ser acordada, eu odiava. Sono pra mim sempre foi e sempre será sagrado. Levanto mal humorada e vou fechar a janela, eu ficaria muito puta se a janela batendo me acordasse de novo. Logo após fechar escuto sussuros vindo de outro cômodo do chalé. Eu não era fofoqueira, mas gente falando naquele tom no meio da noite era suspeito.

Reduzo os passos para não fazer barulho e vou me aproximando da sala que vinha os sussurros, quem seria? Chegando mais perto da sala pude reconhecer a voz. Meu irmão mais velho Charlie, certeza. Desde que se tornou líder dos guardas eu quase não o via, ele sempre tinha assuntos importantes para tratar e eu não me importava muito de não vê-lo. Ele estando conosco durante o evento de caça-bandeiras era o importante, assim podíamos socar uns trouxas juntos.

Cheguei tão perto a ponto de ouvir do que se tratava, apuro meu ouvido e escuto meu nome - Louise?! Não pode ser.. Mas o que? Não hesito em entrar no recinto e solto em um tão debochado - O que os idiotas tão falando de mim a essa hora da noite? Não era meu dia de limpeza hoje, se tá reclamando que ta sujo a culpa é sua. Trouxa.

Ver todos meus irmãos juntos me deixou muito mais curiosa. Charlie prossegue falando e no final fico mais indignada. Aparentemente meu pai tinha uma missão para mim ou algo do tipo e Charlie ainda me pergunta o que eu acho? - O que quer que tente me impedir de ajudar nosso pai morrerá! digo num tom severo. Não sabia exatamente do que se tratava e nem para onde tinha que ir, por isso prossigo.

- E então Charlie, você tem algo pra falar ou só baboseira por alto, me deixando curiosa e no final não informando nada... Eu não iria medir minhas palavras, era uma missão oficial e o fato de terem se reunido e nem me consultado para falar sobre MIM me deixou puta. Não duvidavam das minhas capacidades uma ova, se não duvidassem não fariam isso. Coloco minhas duas mãos na cintura e olho no olho de cada um deles com uma cara de desdém, pronta pra rebocar a cara de sinico deles no soco caso fosse preciso, eu iria obter respotas claras nem que eu precisasse arrancar os dentes deles.

Por incrível que pareça escuto o que Charlie tem a dizer em silêncio. Os outros idiotas ficaram com inveja mas eu nem ligo. Eu iria provar para todos o motivo de eu ter sido escolhida. Eu podia ser inexperiênte, mas conhecia minha força. Apresso meu passo até a caverna do oráculo, eu iria correndo até lá porque não queria encontrar as pombonas voadoras naquele momento, caso eu encontre alguma eu sabia que tentaria rebocá-las no soco ou pior, tentaria depená-las, quando eu estava ansiosa era o tipo de coisa que me acalmava.

Escuto o que aquela bola de podridão tinha a dizer sobre o futuro e gravo suas palavras. Cidade do pecado? Que merda de lugar era isso? Decoro a profecia recitada para mim e vou correndo até Charlie, para isso o paspalho seria útil, pelo menos eu esperava. Ao chegar até Charlie eu compartilharia a profecia e pediria instruções, além de pedir um pouco de suprimentos para cura, já que meu estoque estava zerado.

- Preciso que me ajude a descobrir onde fica essa tal cidade do pecado, preciso de um transporte até lá e preciso de suprimentos. Nosso pai conta com o sucesso dessa missão.

De qualquer forma era uma missão suspeita e pelo visto perigosa, eu deveria viajar para algum lugar. Vou até meu quarto e pego meus equipamentos. Visto minha armadura rapidamente. Meu escudo e lança pendiam em minhas costas enquanto eu embainhava e pendurava minha espada na cintura. Um calafrio percorria minha espinha, eu iria rumo ao desconhecido, trocar socos com o além, pois nem mesmo os espíritos haviam dito algo claro pra mim. Estava começando a cansar dessas informações picadas e vagas.

Equipamentos:

Considerar:

Me despeço de meu irmão dando soquinhos em seu ombro, dessa vez eram leve. No fim das contas ele estava sendo gentil, o que me surpreendia. Naquele chalé todos meus irmãos eram javalis pronto para destruirem tudo pelo caminho. Guardo a ajuda que meu irmão havia me dado em minha mochila, sabia que aqueles itens seriam muito uteis. Dou uma última olhada em meu chalé por cima do ombro e parto rumo a colina do acampamento.

Segundo Charlie eu deveria ir até Las Vegas, sabe-se lá que porra eu encontraria lá. Lutar contra o desconhecido em uma missão para um deus em uma cidade que deve star infestada de monstros, legal. Pelo menos lá vou ter algo para socar. Pra chegar até lá eu contava com algo que ouvi nas histórias dos heróis e até mesmo em histórias de campistas que vivem agora, no mesmo tempo que eu.

Desço a colina rapidamente me postando na beirada da rodovia que passava ali. Como ainda era noite, apenas as sombras da plantação de morango se estendiam no breu da noite, aquelas silhuetas eram minha última memória do acampamento antes de eu prosseguir com minha missão. Jogo uma dracma na rodovia e digo em voz alta - Oh irmãs cinzentas aqui está meu pagamento, peço que me levem até Vegas, a cidade do pecado. Digo em voz alta num tom de prece. Se aquelas peruas mitológicas me fizessem parecer uma babaca falando sozinha, eu iria amaçá-las com minhas próprias mãos. Elas iam me levar queiram elas ou não.