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Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


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Nina Crawford

Nina Crawford
Filho(a) de Hécate
Filho(a) de Hécate
Missão II

Requisito: lvl10~15
Recompensa: 2500~4000 (conforme o lvl e a qualidade da missão)
Dracmas: 1270~2000 (conforme o lvl e a qualidade da missão)



- Você deve dizer um pouco de você no primeiro parágrafo. No mesmo mostrar Quíron lhe chamando para uma nova expedição.
- Você irá até Manhattam (que lugar de Manhattam está a seu criterio)  atrás de um monstro. Porém não sabe o que ele é ou o que ele faz, apenas sabe que está causando problemas.**
- Você deve relatar a luta com pelo menos um pouco de emoção.
- Assim que derrota-lo deve retornar até o acampamento e dar um relato de sua expedição a Quíron.**

OBS.:
* Este um monstro que esta causando problemas. Este monstro é uma sombra que traz as suas piores lembranças ou seus piores medos... Você deve conta-los e mostrar um jeito de vencer tal ilusão.
** Não venha com: Eu respirei fundo e aceitei aquilo. Seja mais CRIATIVO!




☽ ☾


Dê play antes de começar a ler:


O Sol havia acabado de subir sob o céu do acampamento meio sangue e a luz adentrava pelo chalé de Héstia pelas frestas da janela. Uma leve brisa me toca o rosto, como uma carícia serena e meus olhos se abrem, acordando com um bocejo escapando pelos meus lábios. Enquanto encaro o teto do chalé, com os olhos ainda pesando pela sensação gostosa de sono, fecho novamente minhas pálpebras sentindo a luminosidade alaranjada do dia, me recordando de minha antiga casa.


Flashback on


Little Nina:



Era uma manhã ensolarada como muitas outras em Long Island. A claridade alaranjada adentrava pelas cortinas roxas dando uma mistura diferente de tons e iluminando todo o ambiente de meu quarto, que ficava no penúltimo andar de um alto prédio. Ao abrir os olhos, encaro minha mãe, Michaela, entrar com uma pilha de panquecas com calda e uma pequena vela com o número seis na cor púrpura. Em sua face um sorriso radiante se alargava pela boca e seus olhos brilhavam em animação. Coço meus olhos com minhas mãos pequeninas, soltando um bocejo longo enquanto ouço-a cantarolar com sua voz meiga.

- Nina pequenina! É hora de acordar! É o seu aniversário, vamos celebrar! - Ela canta sorridente, se sentando em minha cama, na lateral. Eu me sento também, terminando de me espreguiçar. Ainda processando a informação um pouco lentamente, pelo sono, eu abro um sorrisinho banguela, ali faltava um dos dois dentes frontais. Agora, mais acordada, bato palmas rindo.

- mamãe! - Minha voz era doce e infantil, abraço a mulher a minha frente. Seu tom de pele era próximo ao meu, seus cabelos castanhos e lisos estavam presos em um rabo de cavalo, vestia seu pijama de cetim. Mas mesmo assim, era belíssima.

- Vamos meu amor, apague a vela para tomarmos café! Como é seu aniversário, você vai poder escolher onde vamos passear. - Ela diz e eu obedeço, assoprando a velinha, algumas vezes a mais do que o necessário, aplicando toda a força de meus pequenos pulmões. Então, levantamos e seguimos para a cozinha, enquanto minha pantufa de unicórnio ressoava com um som engraçado pelo chão. Quando chegamos, eu escalo a minha cadeira e vejo várias coisas que gostava de comer. Cereal colorido, biscoitos com gotas de chocolate, pães de leite e achocolatado. Sorrio animada para minha mãe.

- Mamãe, quero ir ao parque, o de brinquedos! - Eu digo entusiasmada e ela solta uma risadinha, concordando. Começo a comer minhas panquecas, sujando-me pelo processo. Michaela pincela carinhosamente o meu nariz com calda, e eu me emburro tentando fazer o mesmo, sem sucesso. Continuamos a brincadeira até aquilo terminar e depois, nos preparamos para sair.



Flashback Off





Meu peito se aperta quando a lembrança se esvai de minha cabeça. As antigas estrelas que brilhavam com a falta de luz em meu pequeno quarto já não existiam mais, não ali, no chalé de minha matrona. Michaela, a minha mãe adotiva, me criara com muito amor mesmo sabendo que um dia eu teria que lhe deixar. Aquela pequena garotinha da lembrança nem imaginava que alguns anos depois, teria uma séria conversa sobre suas reais raízes paternas, e que o homem que lhe entregara para sua mãe, deixara-lhe uma clara carta sobre o sangue divino que corria em suas veias. No entanto, naquela mesma tarde, eu não conseguira descobrir mais nada sobre tal história. O  que sabia sobre meu pai desconhecido acabara ficando apenas nas palavras de Michaela, pois as pressas, eu fugia para o acampamento meio sangue. Sinto meus olhos marejarem levemente, e me sento na cama, pressionando o colchão e engolindo em seco. Meus olhos correm até a foto que ficava presa á parede, logo abaixo da janela. Pego-a dali, observando cada detalhe da fotografia do mesmo dia. Eu, depois de uma incrível tarde no parque de diversões, celebrando meu bolo de aniversário com minha mãe e meu meio-irmão. Sorrio fracamente, levando a fotografia ao peito, mas sabendo que aqueles eram tempos que não retornariam para mim.


Foto Nina:



Então, escuto alguém bater na porta gentilmente e, percebendo que era a única acordada, calço meus sapatos e vou até lá, saindo sem acordar ninguém. Nem mesmo Darya, que dormia tranquilamente ocupando metade do meu travesseiro. Ao sair, me deparo com um sátiro desconhecido. Este, tinha cabelos ruivos encaracolados e sardas por todo o rosto. Sua barbicha desgrenhada dava um toque engraçado em sua expressão que, tentava, permanecer mais séria e formal.

- Desculpe incomodá-la tão cedo, Nina. - Ele fala, e prossegue quando faço um aceno de compreensão. - Quíron está requisitando a sua presença em seu escritório. Por favor.

- Não há problemas, seu nome é?... - Ele já havia ido embora. Suspiro, as pessoas eram tão apressadas... volto ao chalé para me trocar e depois sigo até a sala de Quíron, percebendo que minha loba me acompanhava, com um molejo preguiçoso em suas patas.

Bom dia, Darya. Dormiu bem?

Sonooooo....

Ela parece resmungar, bocejando ao mesmo tempo. Sorrio e sigo até o escritório, encontrando o velho centauro á minha espera, com uma xícara de café e seus óculos de leitura na ponta de seu nariz. Ele me olha ternamente com um aceno de cabeça, pedindo para que eu me senta-se. Sento-me na cadeira e Darya se deita na frente de meus pés, aproveitando para tirar um cochilo, mas com as orelhas atentas.

- Bom dia, Nina. Desculpe por lhe chamar até aqui tão cedo. - Ele fala, preocupado. Sorrio, demonstrando que não havia problema. Ele então, prossegue. -  Eu preciso que você vá em uma expedição até Manhattan, recebemos informações de problemas suspeitos entre os mortais. Turistas que vão até o museu da arte moderna estão sumindo misteriosamente e deixando rastros de ataques mágicos, você deve investigar e achar a causa do problema

- Entendi... eu já estou de saída, então. Só vou tomar café antes. - Digo, me levantando, e Quíron me interrompe educadamente.

- Tome cuidado, criança... Os mortais que conseguiram fugir, estavam aterrorizados, acredito que seja obra de medo. - Ele diz preocupadamente e eu afirmo, séria.

- Tomarei cuidado, velho amigo.  Não se preocupe, não estarei sozinha... nunca mais.- Digo, olhando minha loba que dormia tranquilamente e sorrio orgulhosa de sua devoção. Então, aceno me despedindo do centauro e saindo dali. Darya que antes cochilava acorda imediatamente e me segue. Seguimos até o meu chalé, pegando minhas coisas e vou até o refeitório fazer minha refeição. Sabia que a loba só iria acordar depois de comer alguma coisa.

Nham nham, café da manhã!

Equipamentos:

Depois de fazermos nossa devida refeição matinal, Darya e eu vamos até a colina novamente, onde, pela segunda vez na semana, eu invoco a carruagem da danação. Um som estrondoso como um trovão, surge e vindo á esquina vem o taxi desgovernado. Elas param, com o som do pneu deslizando na pista e as portas se abrem, esperando por nós.


"Manhattan aí vamos nós!"


☽ ☾


A cidade estava menos movimentada do que eu me lembrava. Já havia visitado as ruas perto do museu da arte moderna, onde geralmente muitos turistas se aglomeravam em busca de uma boa foto. Desta vez, parecia diferente... havia muito menos pessoas, mas ainda assim era visível  o movimento.  Darya, que estava parada ao meu lado, observando a movimentação em alerta e curiosa, parecia impressionada com esse novo local, totalmente diferente do acampamento. Imagino que as pessoas pudessem se assustar com a imagem lupina dela, então manipulo a névoa ao seu redor transformando-o num pequeno cachorrinho de raça, como os de garotas ricas da cidade, que andam ao lado das donas normalmente em lugares turísticos.

Perigo.

Museu:

Darya fala, agora devendo parecer um pequeno Splitz-Alemão, farejando o ar a nossa volta. Ergo uma das sobrancelhas, surpresa com aquilo. Então, ela havia identificado algo. Entro no museu com a loba e  observo o movimento. Tudo parecia estranhamente normal, as pessoas observavam os quadros, tiravam fotos, conversavam. Então, decido andar, talvez encontrasse algo em outros setores.


Estranho... nada muito expressivo aqui, não consigo identificar nenhum sinal de magia. Nadinha.


Então, percebo um rapaz, com cerca de vinte e dois anos, paralisado de frente a um canto mais escuro em uma das sessões de esculturas. Eu me aproximo cautelosamente, mas percebo que ele não parecia me escutar. Sua pele bronzeada se encontrava pálida e seus olhos vazios pareciam intensificados com terror, como se temesse algo ou estivesse tendo uma visão de algo que abalasse seu interior. Engulo em seco, tocando seu ombro e lhe passando um pouco de calma e conforto, dizendo em um tom igualmente tranquilo:

- Senhor? Tudo bem? - Eu pergunto com cuidado, em alerta caso ele se alarmasse. Mas diferente do que eu esperava, ele continua em transe. O tom opaco de seus olhos, brilhavam em uma espécie de negro nebuloso. Ele se afasta, começando a andar, como se estivesse hipnotizado. Sinto um calafrio percorrer por minha espinha, a paz de Héstia não surtira efeito algum no rapaz. Então, decido segui-lo.

O rapaz começa a andar pelos corredores do museu, e eu o sigo, mantendo uns quatro metros de distância pelo menos. As pessoas me olhavam, mas pareciam não ligar realmente, apenas expressando surpresa e alegria ao olharem para Darya, que realmente deveria estar fofinha em sua representação canina. O Jovem então entra numa porta que estava claramente identificada como acesso restrito, sendo utilizada apenas por funcionários. Eu olho para os lados e percebo que ninguém realmente estava fazendo uma vistoria daquela passagem, entro seguindo-o com Darya, que ao entrar em um corredor com várias portas de vidro esfumaçado, parece se alertar, levantando suas orelhas e rosnando baxinho. Estranho, mas continuo andando, afinal, ela nada falara. O homem corta uma curva no corredor, eu sigo por mais alguns minutos até  que ele adentra numa porta de escadaria, seguindo para o subsolo. Eu continuo andando, sentindo uma sensação estranha passar pela minha pele, como se fosse uma brisa gelada. Ao abrir a porta, percebo que a escadaria era muito mal iluminada, e parecia dar para algum tipo de área privada.

Mau, mau...

A voz de Darya alerta em minha cabeça, e concordo com um aceno para a loba. Realmente, algo  estranho estava acontecendo ali. Então, eu desço, e quando chego, o que eu vejo faz com que meu coração pareça tropeçar por alguns segundos, a cor se esvaindo de meu rosto. O lugar era como um amplo galpão subterrâneo, com pelo menos 1000m quadrados. Em sua lateral esquerda, haviam jaulas onde pessoas estavam presas, parecendo inertes á realidade, com expressões idênticas ao mortal que eu havia seguido. Como algum tipo de fábrica macabra, máquinas se espalhavam pelo centro do local, sendo controladas por humanos presos em correntes e vestidos com trapos, alguns ensanguentados, outros, parecendo com uma ferida muito maior do que as físicas. Estes, também hipnotizados, trabalhavam como se sua vida dependesse disso, indo além de suas capacidades físicas.

Por algum motivo, eu não conseguia realmente ver no que eles estavam trabalhando, como se uma névoa mais forte que a minha cobrisse seus maquinários. No entanto, á minha esquerda á alguns metros, uma garotinha, de no mínimo sete anos, martelava alguma coisa com suas mãos ensanguentadas, machucadas pelo esforço. O ar se perde em meus pulmões e eu paraliso observando, tantas pessoas sendo usadas dessa forma... crianças... então, uma voz se faz presente em minha cabeça. Ela era arrastada, sibilante como a de um filho de Phobos. Parecia deslizar das profundezas do tártaro trazendo uma sensação de impotência em minhas veias.

- Ora ora, então mandaram uma pirralha fraca como você para me deter? - Ele pergunta, gargalhando macabramente em seguida. Por algum motivo, eu não conseguia me mover. Darya, rosnava, olhando diretamente para o fundo da sala, como se visse alguma coisa que eu ainda não conseguia ver. Ela se arma de maneira ofensiva, continuando a rosnar. Eu tento falar algo, mas nada sai. Escuto um estalar de dedos e no fundo do grande salão, luzes se acendem, iluminando um trono metálico onde se sentava uma figura imponente e medonha. Este, agora conseguindo procurar com os meus olhos, não parecia ter rosto. Na verdade, não parecia ter nada. Abaixo de suas vestes, era apenas sombras extremamente negras, segurando uma taça com um líquido que parecia estranho demais para ser vinho. Ele ri novamente, como se zombasse de meus pensamentos. Eu tento andar, mas meus pés permanecem estacados no chão, meus olhos vidrados na figura á minha frente. Ele exalava uma aura forte, mas diferentemente de magia, parecia me intimidar. Como se fosse uma demonstração de terror.


Desconhecido:



- Você não sente a minha magia, porque eu não sou um ser mágico. Eu não sou nada com o que você um dia já tenha visto, criança tola. Venha até aqui.

Meus pés começam a se movimentar sem que eu consiga controlar. Céus, o que está acontecendo?! Darya, não se aproxime, fique aí!  Eu penso em desespero, ao ouvir o som da loba começar a me seguir. Não queria que ela se machucasse, mas não conseguia olhá-la. Ela para, parecendo entender o recado, ainda rosnando baixinho. O Meu corpo anda até o trono, ficando há uns 7m de distância do desconhecido. Então, meus joelhos se dobram, e eu me ajoelho contra a minha vontade. Ele ri gloriosamente enquanto minhas veias pulsarem, tentando tomar controle novamente.



Pobre criança... vamos ver o que você teme no âmago da sua desprezível existência.


Um estalo de dedos, eu vejo a escuridão tomar conta de minha visão e de tudo ao meu redor.




Dê Play :




Abro os olhos, percebendo que estava em aposentos totalmente  diferentes do meu chalé. O quarto, grande  e luxuoso, tinha um chão de pedra e as paredes também rochosas. Estava deitada em uma grande cama de casal, com lençóis de cetim vermelhos e travesseiros extremamente macios. Me levanto sobressaltada, procurando por Darya e não encontrando-a em lugar algum. Sozinha. o pensamento percorre minha mente, repassando arrepios pelo meu corpo. Olho ao redor, reconhecendo instrumentos de estudo de magia em uma grande mesa circular de carvalho, com detalhes talhados á ouro. Tudo ali emanava grandeza, luxúria e poder. Tudo ali me fazia sentir um gosto amargo, uma pressão estranha em meu peito, temendo onde eu poderia estar... Não aqui... não aqui...

Vejo uma porta exageradamente grande no centro daquele aposento, nela haviam runas talhadas por magia. E eu conseguia entender cada uma delas. Em um brilho negro e poderoso, eu reconhecia como se eu mesma as tivesse feito. Encaro, com espanto, as palavras.



Alta Sacerdotiza do sangue, Nina Crawford.



Quando termino de ler as runas, eu sinto como se algo de mim morresse ali mesmo. Aquilo só poderia significar o que eu vinha temendo desde que chegara de missão da Carolina do Sul, eu havia aceitado a proposta de Morgana. Havia traído Héstia. Me forço a sair daquele lugar, me sentindo sufocada, fraca, e receosa. Quando saio pela porta, corredores também de pedra se fazem a minha frente, enquanto caminho tochas acendem com um fogo negro conforme eu ia passando. Garotas jovens, trajadas em vestidos de seda, se curvam diante da minha presença. Sinto meu estômago embrulhar com tudo aquilo, querendo vomitar.


Eu sigo, perdida, até chegar na ala central da caverna. Idêntica a de minha missão, garotas estudavam e faziam poções com magia, no centro, em seu trono e com sua mesma arrogância, estava Morgana. Ela sorri ao me ver... um sorriso... amistoso. Alguém me acorda. A mulher se levanta, caminhando até mim. Abrindo os braços, como se mostrasse o ambiente ao seu redor. A coroa em sua cabeça refletia o brilho do fogo.


Morgana:



- Está vendo o que construímos juntas, minha irmã? Tudo o que  lhe ofereci... tudo graças á você. - Ela se aproxima, tocando em meu ombro e começando a me guiar. Eu sentia o medo dominar o meu corpo, embora eu sentisse que poderia me mover, aquela situação me deixava paralisada. Permaneço em silêncio e ela continua a falar, como se não notasse a minha expressão.

- Hoje finalmente selaremos a nossa união... Uma irmandade que trará uma nova era de magia e poder no mundo! Faremos os mortais se curvarem perante á nós e os semideuses se ajoelharem apenas com as nossas mentes. - Um sorriso ganancioso toma os lábios dela e ela por fim para em frente a uma jaula coberta por um véu escuro. Eu sentia uma forte presença... de dor, angústia e tristeza ecoando dali. Meu sangue gela, percebendo que algo familiar pinicava os meus sentidos.

Com um estalar de dedos, Morgana retira o pano e eu sinto como se a minha alma tentasse fugir de meu próprio corpo. Dentro da jaula, estava Héstia. A mulher estava encolhida no canto da jaula, acorrentada por correntes de uma pedra branca, que pareciam selar as suas capacidades mágicas. Seus cabelos grudados em sua testa e seu corpo totalmente sujo, vestia trapos e parecia uma escrava. Morgana gargalha com a cena e então Héstia dirige o seu olhar até o meu, estava vazio, frio. Não havia o calor de seu fogo sagrado, não havia nada.


Por que, minha menina, por que me traiu? O fim da humanidade se aproxima...


A voz de minha matrona penetra minha mente e como uma faca parece cortar o meu coração. Eu caio de joelhos, sentindo as lágrimas caírem sem controle, meu peito batia forte e eu sentia uma dor aguda que parecia estraçalhar o meu interior. NÃO! Eu grito contra a minha própria mente e meu rosto se vira para o alto, gritando forte com todos os meus pulmões. O meu tom de voz antes calmo, agora era consumido por terror.

- ISSO NÃO É REAL!


DÊ PLAY:

Me levanto, saindo correndo em lágrimas daquele lugar, deixando uma Morgana gargalhando junto com a personificação de meu maior medo. Eu corro até chegar ao nada. A escuridão me cercava e o chão parecia se fundir com a mesma. Eu forço a minha magia sagrada percorrer pelo meu corpo como nunca fizera antes, em desespero, sinto as chamas douradas de Héstia me circularem de forma intensa, enquanto meu choro angustiado ecoava pelo local. Darya! Eu clamava, mas nenhum sinal de minha loba. Estava sozinha. Percebo, no entanto, que trajava um vestido e a única coisa que restara de minha realidade era minha adaga do fogo perpétuo, o objeto que havia recebido ao entrar para os sacerdotes. Pego-a em minhas mãos tremulas, não sentia o seu calor. Mas tinha fé em minha deusa.


Héstia... milady... por favor, eu clamo por tua presença, por tua ajuda! Tire-me dessa angústia, dessa mentira, permita que eu lute para trazer paz a esse caos, para acalmar o coração dos aterrorizados, para curar os feridos...


Após terminar minha prece, eu aproximo minha mão do fogo e realizo um corte em minha palma com a minha adaga, deixando o sangue cair nas chamas. Esse era o único sacrifício que poderia oferecer naquele lugar. O meu sangue, que corria em minhas veias, era o meu maior elo  mãe divina e com aquilo eu demonstraria a minha devoção apesar de compartilhar das mesmas raízes de Morgana. Então tudo acontece.

As chamas se acalmam, com uma aura dourada e pacífica, acalentando o meu desespero. O calor das chamas acaricia o meu corpo e sinto a coragem voltar aos meus sentidos. Eu sinto como se o conforto e a paz de Héstia me abraçassem naquele momento de tanto sofrimento e eu abro os olhos mais uma vez, me deparando com o trono metálico e a criatura de sombras que parecia expressar incredulidade e desprezo. O som de sua taça se espatifando no chão ecoa enquanto eu me ergo novamente em meus pés, sentindo a magia ferver dentro do meu peito como as chamas de minha matrona. A minha mão latejava e eu percebo que Darya estava aos meus pés, com suas presas ainda  jovens rasgando a palma de minha mão, o sangue escorria pelo chão. Eu a olho, agradecida, entendendo o que havia feito por mim. Se não fosse por ela, eu não despertaria daquele transe. Se não fosse por ela, Héstia não teria escutado a minha prece. Ela se afasta, se postando ao meu lado e rosnando para o homem.

- Não é possível... - Ele diz, desacreditado, se levantando e fazendo com que suas sombras se intensificassem ao seu redor. Eu invoco a minha Proteção das Chamas, intensificando o meu poder também. Se afaste. eu peço para a loba, que entende e sai dali, deixando meu espaço. Eu me sentia usada, invadida por sua maldita visão. Por mostrar-me aquilo que temia. Sentia o mais próximo de raiva que um sacerdote conseguisse sentir, ao me recordar de como ele debochara da imagem de minha matrona e de tudo o que ela representava. Começo a andar até ele, sentindo o fogo em meu corpo estalar, ele dá um passo para trás.

- Se afaste, criança tola! Você não pode me derro...

- Primeiro, você escraviza pessoas inocentes. Depois, as prende em uma prisão de horror que não podem se soltar... e depois... - O olho, tirando o meu chicote de minha bainha, a eletricidade nele parece crepitar em harmonia com o fogo. - Zomba de minha deusa. Você não merece a minha misericórdia.


Então, o homem invoca uma espada forjada das sombras  e corre até mim. A cena parece passar devagar, por conta do meu déficit de atenção que me ajudava em batalhas. Ele era rápido e forte, consigo ver e ouvir o zunido de sua lâmina cortar o ar onde estivera alguns segundos, mas desviara. Então, ele novamente ataca em uma investida diagonal na direção de meu antebraço, mas seus movimentos pareciam impensados, tomados pela raiva. Pelo ódio de ser contestado por uma criança fraca e tola.

- VOCÊ NÃO É NADA MAIS DO QUE UM VERME! DEVE SUCUMBIR AOS SEUS MEDOS, Á MIM! O LORDE DAS SOMBRAS - O seu grito ecoa pelo salão, como um trovão.

O meu chicote estala, as lâminas saem de encontro ao seu braço esquerdo e ele grita de dor. Consigo enxergar fragmentos negros se espalhando pelo ar, como se fossem seu sangue. Minha outra mão se ergue, invocando minha runa mágica e lançando uma bola de fogo no homem. Ele é atingido e grita enfurecido, caindo de joelhos, as suas sombras agora pareciam mais fracas.  Pára o meu azar, desta vez, não conseguira desviar tão bem, e sinto o sangue escorrer por um corte em meu antebraço direito. Parecia profundo, mas a minha adrenalina me força a ignorar a dor, o meu dever  como sacerdotisa chamava e não me importava de morrer salvando aquelas pessoas, defendendo a minha deusa. Eu me afasto, olhando o homem com pena. Meu rosto estava molhado, as lágrimas já haviam parado de descer. O sangue pinga pelo cabo de meu chicote, chiando ao encontrar com a eletricidade.

- Você está errado em seu julgamento, criatura das sombras. - Eu digo, meu tom agora voltara á sua tranquilidade, mas com uma intensidade que não tinha antes. Algo que ainda desconhecia enquanto meus olhos brilhavam a cor de minhas chamas douradas. - Eu jamais me curvarei ao medo e ao terror enquanto Héstia estiver olhando por mim.  

- Você não sabe nada sobre a vida, criatura... - Ele fala amargurado, sua voz expressava uma dor aguda. Ele continua, tentando segurar no local onde o atingira no braço, parecendo fraco. - Nenhum de vocês merece viver nesse mundo... e um dia, eu voltarei, para que vocês reconheçam á mim como o caos que tudo controla. A escuridão que tudo engole...

- A sua hora nesse mundo acabou. Volte ao tártaro e jamais retorne, ou sucumbirá para as chamas de minha matrona. - Eu me aproximo, tirando minha adaga de fogo perpétuo, utilizada em algumas situações de exorcismos, e efetuo um corte em diagonal no peito da criatura. Ali, as sombras começam a evaporar com um som agoniante, como gritos de diversas pessoas. O homem de sombras se esvai aos poucos e eu sinto a aura maligna se dissipar. Por fim, nada sobra dali e eu me ajoelho, olhando para minhas mãos, que seguravam a adaga e o chicote, ensanguentadas com meu próprio sangue. Uma forte energia, uma aura dourada ecoa pelo ambiente, quando a ultima gota sombria parece evaporar em meu fogo sagrado e é como se a paz dominasse o local, mas mesmo com aquilo eu me sinto triste. Eu retorno a chorar silenciosamente, envergonhada daquela luta. Eu não queria lutar, mas eu não tive escolha... tudo o que eu fizera, foi pela minha deusa e para proteger os mortais.

Enquanto me ajoelhava, os mortais um a um parecem começar a acordar, espantados e confusos, eles se ajudam, soltando suas correntes e se ajudando. Eu me viro para olhar e aquilo enche o meu peito de esperança, como se o altruísmo de Héstia estivesse finalmente voltando a se fazer presente no mundo. Darya se aproxima, esfregando sua testa em meu braço, me transmitindo um ronronar carinhoso, como se me consolasse.

Obrigada... eu não sei o que seria de mim sem você...

E nem eu sem você, Nina nina.

Um pequeno sorriso brota novamente em meu semblante. Eu respiro fundo, finalmente era hora de voltar para casa.


☽ ☾


Dou leves batidas na porta de Quíron, que rapidamente abre com um semblante preocupado. Já era tarde da madrugada e eu havia perdido a noção do tempo. Não fazia ideia de quanto demorara para acordar de meu transe, mas finalmente estava no acampamento. Ele pede para que eu entre e eu lhe conto tudo que aconteceu. Quando eu termino, ele parece ainda mais preocupado.

- Eu nem imagino o que você sentiu, Nina... mas que bom que está em casa. Sobre Morgana, certamente temos que ficar atentos... talvez, vocês estejam interligadas pelo destino. - Ele diz, olhando-me com seus sábios olhos. Eu suspiro, Darya estava deitada em meus pés, agora mais tranquila por estarmos em um local seguro. - Agora vá descansar. Conversaremos sobre isso outro dia.

Sem forças para dizer qualquer palavra a mais, eu afirmo com a cabeça e me retiro para o chalé de Héstia, as Harpias não pareciam interessadas em me perseguir. Darya caminhava ao meu lado, sob a luz da lua. Adentro no chalé de Héstia silenciosamente, tentando não acordar ninguém. O calor da lareira me abraça e eu sinto o peso de meus ombros aliviar um pouco. Me deito na cama, Darya se deita perto de meus pés, e logo cai num sono profundo. Encaro as chamas douradas, sentindo meus olhos pesarem de cansaço, meu psicológico parecia tão cansado quanto o físico. Antes de cair no sono, palavras sussurradas escapam de meus lábios , em uma promessa silenciosa.


"Minha lady... Não deixarei Morgana vencer..."


E finalmente, adormeço.




Ativas:

Passivas:




#1

Vulcano

Vulcano
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
| One-Post Avaliada |


Xp recebido: 2800*2,4=6720
Dracmas: 3360

Comentários:
1- Pedido já foi feito, agora tem que ver a data Todos os pontos na one-post cumpridos e todas as formalidades atendidas
2- Não encontrei erros gramaticais e os ortográficos são tão poucos e sutis que passam batido diante da qualidade da one-post
3- Trama envolvente e detalhes bem feitos. A interpretação foi muito boa e merece ser ressaltada. Aprendo mais sobre sua personagem a cada one-post.
4- Trilha sonora > Selo Vulcano de Aprovação: [V]
5- Recompensas dadas segundo o nível da personagem+qualidade da one-post +Bônus interpretativo

Parabéns Manolo

ATT

#2

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