Caçador:

- Esse aqui é meu - Ele está a cerca de 20m

A noite estava agradável como de costume, e eu estava sem pressa de retornar ao chalé. Caminhar pela floresta à noite era sempre agradável. Às vezes eu gostava de simplesmente caminhar sem rumo nos bosques, assistindo à vida em sua forma mais selvagem, mais natural, mais viva.

Quando o javali surgiu já correndo, estranhei. Eu não era lá muito experiente mas sabia que animais como aquele não corriam por aí em debanda à toa... E logo a suspeita se prova real. Olho para a flecha prateada e por um momento fico confusa. Geralmente nós, caçadoras, éramos as únicas usando flechas de Prata no Acampamento. Quando identifiquei o atirador porém, era um homem. Com cara de poucos amigos e nada educado. Homens penso, Não é à toa que ninguém gosta da maioria.

- E quem é você? - Pergunto - Não era minha intenção roubar sua caça. Mas atirar em mim não lhe parece... Extremo?

A esta altura, eu já estaria completamente atenta, em alerta para uma possível batalha. Meus sentidos, tanto os físicos quanto os mágicos, aflorados pra reagir em tempo de evitar um ataque movendo-me pros lados, abaixando ou usando arvores de escudo, e para não perder a localização do meu oponente mesmo enquanto me movo. Tento reconhecer sua assinatura mágica para acompanhá-la mesmo se ele tentar se esconder.

Caso ele faça mais algum ataque ou seja rude, eu irei então tentar evitar suas flechas ou qualquer outro projétil como já citado e contra-atacar sacando meu próprio arco que, até então, estava na forma de uma pulseira, e então puxar sua corda já invocando uma flecha de prata, a qual disparo contra ele, mirando sua perna num ponto da coxa onde sua armadura não o protege.

Fico esperta para evitar cair em truques. Como um caçador, ele também deveria ter alguma coisa guardada na manga, é claro. Aproveito que mesmo sem olhá-lo posso senti-lo com meu radar mágico e instintos, para então usar de minha visão pra explorar o ambiente e evitar armadilhas.

Habilidades Passivas usadas ou que podem ser úteis:

- Vou atirar outra coisa em você - Disse o caçador, deixando a menina enojada. Estava diante de um dos homens mais porcos. Além de tê-la atacado, agora a olhava talvez com a mesma propriedade à qual fitava o pedaço de carne que o Javali se tornara. Como se fosse apenas algo pra saciar seu desejo. O caçador manteve-se distante, mordendo os lábios e abrindo um sorriso no rosto, como se estivesse se divertindo com aquilo.

- Me chamo Jin. E a senhorita? - Perguntou dando uma piscadela para a filha de Hécate, que se movia por entre as árvores, atenta à presença do rapaz. Jin caminhou para o lado contrário ao sentido que Charlotte tomava, ambos fazendo um movimento circular, tendo como centro o Javali. Com seus sensores mágicos, Darwin pode sentir um único item nos bolsos do rapaz, algo do tamanho de uma esfera que emanava energia.

Encaro aquele homem dos pés à cabeça. A cada centímetro de seu corpo que percorro, desejo que se incendeie ao pó, que rasgue até virar uma poça de sangue e gordura no chão. A forma como ele me olha era a mesma que já vi nos rostos de vários outros. Na maioria das vezes não para mim, mas para as outras mulheres. Ver este tipo de má intenção voltada a mim me fez sentir como se o sangue inflamasse em minhas veias.

Ergo a cabeça.
Controlo-me.
Respiro fundo.
Sorrio timidamente.

- Jin, não é...? Nunca te vi por aqui, Jin - Falo, deslizando a mão por entre os troncos enquanto ando vagarosamente, despreocupadamente, dissimuladamente - Eu sou Charlotte. Mas pode me chamar de Charlie... É como meus amigos me chamam. Eu nunca te vi por aqui... Eu teria lembrado se você andasse por aí, não é?

Os olhos piscando vagarosamente. Os passos, cheios de molejo. A mente, um perfeito negativo do que expressava em meu corpo, rodopia num caos de ódio e violência. Sempre fui impaciente e imediatista, mas imponho minhas prioridades sobre meus impulsos selvagens. Eu estava caçando, afinal. Esta noite, nós comeríamos bem. Sorrio, desta vez de verdade, com vontade. Paro na árvore onde ele tinha atingido sua flecha, e puxo-a do tronco, analisando-a e então a ergo de volta para ele.

- Isto é seu... E deveria ter mais cuidado, caçador. Duvido que minha carne seja boa como a do porco aqui. E bem, eu o cacei... O que você tem a me oferecer por ele? Podemos fazer... Uma troca? - Pergunto. A ultima parte... provocativa. Eu não era boa nisso, eu sabia. Eu não era uma filha de Afrodite. Mas eu era uma filha de Hécate. Encanto minha voz com Névoa, fazendo-o me ver de forma que eu não era realente. Nada gritante, nada chamativo... Apenas faria-o me ver como gostaria. Deixo a névoa trabalhar enquanto concentro-me em me ver através dos olhos dele... Mais bela. Mais adulta, mais madura, de um jeito que eu jamais seria graças à bênção de Ártemis, que me manteria jovem para sempre.

Apesar disso, meus sentidos continuariam atentos. Tento sondar em meio a nosso papo o que seria aquela coisa em seu bolso... Identificar se possui algum elemento em suas propriedades, se seria algo que já senti ou que eu pudesse deduzir o que era através da assinatura de energia. Apesar disso não perco a concentração na Névoa nem em minha expressão, tentando impedir que minhas verdadeiras intensões vazassem por entre o disfarce de garota interessada. Se necessário me afasto de um salto, ou mesmo uso de uma Barreira Elemental para defender-me; de vento pra desviar projéteis, ou de Terra para aparar ataques mais sólidos ou volumosos, ou de fogo se ele atacar corpo-a-corpo. No mais, apenas me forço a manter-me neutra.

Nível 3 - Controle da Névoa [Inicial]: Hécate é não apenas a deusa da Magia, mas também aquela que coordena e mantém em dia as contas da Névoa. Seus filhos possuem, então, uma afinidade incomum com este véu mágico, podendo manipulá-lo. Neste nível são capazes de mudar a sua aparência e de pequenos objetos aos olhos de mortais e/ou semideuses menos atentos. Podem transformar um objeto pequeno em outro, como transformar um galho em uma chave, ou um papel dobrado em uma cédula de 100 dólares. Neste nível, porém, a transfiguração só dura enquanto estiverem concentrados.

Nível 2 - Barreira Elemental [Inicial]: Invoca uma barreira elemental que segue os movimentos do personagem por dois turnos. Custa 50 de energia, a habilidade entrará em espera durante três turnos após terminar seu efeito. [Dura uma rodada a mais para o Elemento Especializado]

- Hehehe... HAHAHAHAHAHA! Incrível!

Aquele encontro ficava cada vez mais inusitado. Devo admitir que apesar de sua estupidez aquele carinha me chamava a atenção... Não como homem, obviamente. Romance mesmo antes de entrar para a caçada nunca fora algo por que me interessei. Mas me interessava enquanto espécime, raça, magia... Tudo novo fascina, não é mesmo? Aponto o dedo pra ele na mesma pegada dissimulada de antes.

- Você é um elfo? Eu nem sabia que vocês existiam. Isso fica cada vez mais interessante, boy. É verdade que elfos têm sangue de dragão? E vocês podem sei lá, fazer plantas crescerem?

Enquanto falo, porém, através de meu dedo eu estaria canalizando minha telecinese Usando de um toque telecinético suave para sentir a esfera em seu bolso, guiando-me com meus sentidos mágicos. Se possível, então, ativo-a e pulo pra trás Já que as esferas possuem um mecanismo geralmente ativado por pressão. Se parecer dar certo salto pra trás e ativo uma Barreira Elemental de água para proteger-me ou pulo para trás de uma árvore.

Se não eu apenas escuto suas respostas e completo;

- E se você sabe o que sou, suponho que já tenha encontrado caçadoras antes, não é mesmo?

como sempre estaria atenta pra desviar, inclusive em caso de ele ser capaz de sentir que estou usando magia, de alguma forma. Eu não conhecia sua espécie, então estava sujeita a ser surpreendida por suas capacidades, mas não seria por negligência. Uso de esquivas, recuos e da propria telecinese pra tentar defender-me, empurrá-lo ou desviar ataques com a força da mente enquanto esquivo o corpo.

Nível 3 – Telecinese I: O filho de Hécate começa a explorar uma habilidade básica porém, muito útil: a Telecinese. Permite-os controlar a matéria com sua mente, neste nível ainda sem muita perícia e incapaz de erguer mais do que um gato gordo ou o saco de lixo do banheiro para fora do chalé sem tocá-lo (eu disse, muito útil). Consome entre 10 e 30 de Energia, e pode causar dores de cabeça se usada em excesso.

Charlotte transborda seu fascínio pela espécime do caçador, curiosa a respeito de mil e uma coisas. A nova postura da garota havia desviado o cunho sexual da conversa e contribuído para que o rapaz permanecesse alerta. Mas para o que a garota faria não havia como se preparar de maneira nenhuma.

- Bom, não sei o que temos de dragão. Mas de jumento eu tenho o ... -

- JIIN, SEU SAFADO - Cortou uma voz ali próxima, de cunho feminino e com o tom de irritação.


BUM. Em meio a surpresa, uma explosão se forma a partir do bolso do rapaz, cobrindo-o em fumaça e fazendo jorrar pedaços de carne e gotas sangue para todos os lados. A caçadora que aproveitara a brecha para pôr em prática seu plano, molda uma barreira de água ao seu redor, evitando ser atingida por qualquer estilhaço e tendo a certeza de que era o fim do elfo. Contudo, a outra presença lhe deixou curiosa. Por mais que tivesse sensores mágicos bem desenvolvidos, Charlotte não havia conseguido sentir a segunda pessoa ali próxima. Estava tão sorrateira assim vigiando Jin?

- TÁ VENDO? É ISSO QUE RECEBE POR ME TRAIR - Disse a fonte do xingamento, agora se mostrando para a menina, apontando uma flecha dourada na sua direção, sem ter o menor ímpeto de dialogar com a caçadora.

Corna:

- E você, garota, aquele era meu marido. E a culpa é sua -

Eu teria ficado satisfeita em soltar uma risada maléfica e tirar uma selfie (?) com os destroços do elfo, mas ele não estava só. Olho surpresa para a garota que aparece.

- Opa, espera aí moça! - Falo enquanto ergo as mãos. Não acreditava que minha barreira de água fosse forte o suficiente para aparar sua flecha, então mantenho-me atenta pra pular pros lados e desviá-la ou esquivar o corpo caso perceba os músculos de seu braço relaxando para soltar a flecha (um truque ensinado pelas minhas senpais) - Você já ouviu falar na iniciativa Caçadoras?

Se ela parecer amigável, ótimo Se ela me atacar eu corro pro lado, saltando entre as árvores para prejudicar a pontaria dela, abaixando-me sempre que possível pra que meu trajeto seja mais incerto e ainda desviar de flechas ocasionais. Entre uma arvore e outra invoco meu arco e de um salto alto pra nao ter de me preocupar com o terreno por um segundo, eu ergo o arco e disparo contra ela mirando o centro de seu corpo, de forma que mesmo que minha pontaria seja imperfeita ou ela tente reagir, ainda haja alguma chance de atingi-la mesmo que de raspão. Caio no chão após o disparo flexionando as pernas e já disparando pra trás de moitas ou árvores.

Caso ela pare pra escutar eu prossigo;

- Você... Você era a parceira daquele idiota? Cara, por que você tava com ele? Deveria se dedicar a si mesma, ficar forte, treinar até acertar uma flecha no cu das moscas voando! Isso parece muito melhor do que ficar atrás de um macho e tal.

É isso. Como ela é uma elfa, acredito que tenha uma assinatura mágica singular. Conto com minha pratica em disparar contra auras magicas (Magic Shot) pra ter vantagem em meio às árvores, de forma que eu precise de menos tempo de mira para disparar corretamente, e uso disso pra atirar por entre as árvores enquanto me movo.

Nivel 2 - Magic Shott: A caçadora consegue sentir o traço de magia de suas flechas com seus sentidos mágicos e físicos em conjunto, por isso quanto mais mágico seu alvo, melhor se torna sua pontaria contra ele - o efeito aumenta de acordo com o nível de Detector Mágico.

Enquanto respiro ritmadamente atrás de meu esconderijo, eu tento manter a concentração na aura de minha inimiga para não ser surpreendida por alguma magia que ela esteja preparando. Suspiro pesadamente, entristecida e impaciente. Uma pena que algumas mulheres estejam dispostas a arruinar suas vidas ou até mesmo desistir delas por algo como... Romance? Por favor. É muita falta de amor próprio...

Encaixo outra flecha no arco, inspirando profundamente enquanto sinto a localização de minha oponente. Balanço a mão, usando de minha Telecinese para fazer algumas moitas à frente balançarem, numa tentativa de fazer a inimiga crer que eu estava me deslocando naquela direção. Mas então eu salto para trás e disparo a flecha contra ela, mirando mais uma vez o centro de seu corpo. Eu sabia que atirar em movimento era mais complicado do que parada, então não abuso de minha pericia inicial com os arcos, disparando onde teria maior chance de atingi-la.

Fico pronta pra desviar de suas flechas pulando pros lados ou esquivando o corpo. Preparo-me pra reagir a algum ataque mágico da melhor forma possível, pulando, correndo, usando de meu arco pra rebater coisas que for possível, etc.

Nível 3 – Telecinese I: O filho de Hécate começa a explorar uma habilidade básica porém, muito útil: a Telecinese. Permite-os controlar a matéria com sua mente, neste nível ainda sem muita perícia e incapaz de erguer mais do que um gato gordo ou o saco de lixo do banheiro para fora do chalé sem tocá-lo (eu disse, muito útil). Consome entre 10 e 30 de Energia, e pode causar dores de cabeça se usada em excesso.