Olho com raiva para o minotauro que havia nos atingido. Filho duma puta! Como se o garoto não estivesse debilitado e assustado o suficiente. Eu tinha de terminar com aquela merda de uma vez se quisesse mantê-lo fora do perigo... Sim... O coitado merecia descanso, e eu teria de fazer por onde. Teria de usar todo o treino que vinha fazendo, sozinho e na arena com os outros semideuses... Apanhando dia após dia e sendo olhado torto quando saía para treinar sozinho á noite na floresta, onde era escuro e ninguém riria minhas falhas.

Ergo a mão direita enquanto me levanto. Faço três shuriken de estígio surgirem nela e então disparo-as, as três, na direção das pernas do minotauro que estava preso na arvore, aproveitando que estava imobilizado.

Então ergo a mão esquerda que ainda tinha a katanar, e flexiono os dedos após fazer pontaria por um momento, disparando sua lamina contra as costelas do minotauro que estava caído preso nos fios, afim de eliminá-lo antes que se recupere. Se ele estiver em um angulo auspicioso eu disparo a lamina contra seu pescoço ao invés das costelas, e em ambos os casos retraio a lamina novamente logo após ela ter penetrado o mosntro. E caso algum deles se aproxime, invoco minha adaga pra usá-la pra bloquear ataques em conjunto com a katar.

Shouto estava decidido a não passar mais nem sequer um minuto ali. O filho de Hades ergue a mão enquanto as shurikens se materializam, prontas para o arremesso que se seguiu. As estrelas ninjas foram de encontro as pernas do minotauro da árvore, que grunhe de dor e arranca os chifres do tronco, caindo para trás com os ferimentos nos membros inferiores.

Sem se preocupar com mais nenhuma ofensiva, Shouto lança a katanar no outro homem touro, acertando-o no pescoço e eliminando-o enfim. Retraindo a lâmina de volta para si, Koda se viu com um último oponente deitado ao chão, batendo na grama em ameaça, mas sem conseguir se levantar para ir ao seu encalço.

- Veio sem ser chamado! Da próxima vez vamos te ouvir chegar, silencioso! Vamos fazer ensopado de você! -

Olho pro minotauro no chão. Deixo um riso escapar... Seguido de uma verdadeira e sonora risada, levemente deformada por minha quase-voz. Aproximo-me dele avaliando o estado em que estavam os fios. Lá atrás, o semideus deveria estar se recuperando, física e mentalmente agora. Eu sabia que ele agora só devia querer ir para casa, então olho ao redor da clareira em busca do esqueleto que havia deixado ali. Sinalizo pra ele e em linguagem de sinais o ordeno que leve o garoto para o acampamento, procurando os outros esqueletos para ajudá-lo se preciso.

Olho ao redor. Avalio as pegadas no chão e a disposição de lugares e itens ao redor da fogueira. Estariam aqueles três minotauros sozinhos no lugar, ou haveria mais fora caçando? Eu iria odiar ser surpreendido por mais daquelas criaturas. Estava demasiado limitado magicamente para me dar ao luxo de ficar brincando com eles.

Encaro o minotauro preso. Que gosto teria sua carne? Que sabor teriam aqueles músculos meio humanos, meio animais? Sorrio pensando na ironia que seria devorar aquela criatura. Eu estaria me colocando de volta no topo da cadeia alimentar, lugar que, certamente, aquele monstro acreditava ocupar.

Caso pareça seguro eu avanço de um salto ao me aproximar o suficiente, indo pelo lado que, pela disposição dos fios, fosse ser mais difícil dele me atingir ou me surpreender caso tentasse reagir, e finco a katar nas suas costas. Lenta e firmemente vou deslizando-a pelo corpo dele da base do pescoço em direção à coluna, rasgando-o com o fio aprimorado de estígio.

Caso a criatura exploda em pó eu me contento em ter como vingança a visão da essência daquele monstro sendo sugada pela lamina da katar, assim como sem companheiro foi. Continuo então recolhendo o fio de oricalco pra usá-lo pra fatiar outro monstro em breve Pois iria fazer uma varredura naquela floresta para me certificar de que não havia mais nenhum minotauro. E se houvesse, então, eu caçaria

Se mais algum mino surgir na clareira fico atento e me recolho entre as árvores olhando-o assim: