Deixo a bituca cair da boca, paralisado diante daquela cena. Frio subindo pela barriga, espalhando-se pelos membros como se meus ossos fossem preenchidos por água gelada. Minha cabeça leve como se estivesse oca.
O que é isso? Não. Eu estou vendo errado. Não.Por breves segundos encarei aquela cena até certificar-me de que não estava vendo errado. Em minha mente, a imagem do ciclope... Daquele maldito ciclope, que fora o primeiro monstro que enfrentei. O ciclope que quase matou o filho de Hipnos que foi me escoltar. O ciclope que tive de morrer para conseguir matar... Olho aquela cena e percebo que, se eu tivesse sido pego por ele, então o mesmo teria acontecido comigo.
Cerro os dentes tão forte como jamais fiz. Meu rosto, distorcido num esgar de ódio. De tristeza.
Que vida é essa? Que realidade absurda é essa? Eu sabia que comia animais. Que comia vidas, temperadas com medo e dor. E morte. Mas... Assim como me enojava quando via chineses comendo animais vivos, brasileiro cozinhando lagostas vivas, da mesma forma que odiava ver animais sendo comidos vivos na selva... Aquilo era absurdo para mim. Com uma diferença, com um agravante; Estes monstros
pensavam. E o semideus, também.
Prendo a bobina com o fio de oricalco em um galho dando-lhe uma volta. Então eu evoco uma forma de minha sombra... Uma forma negra, alada, bela e sem peso; um corvo de sombras, tão negro quanto possível, tão silencioso quanto possível. Então adentro-o, banhando-me em minha própria escuridão ao tornar-me um com a sombra do corvo e então assumo o controle sobre ele,
tornando-me o corvo. Bato minhas asas sentindo o ar sob elas, adaptando-me a meu corpo pequeno e sem peso, e então agarro o aro na extremidade do fio com minha patina e bato as asas afastando-me dali, ganhando altitude, sobrevoando a clareira. Lá em cima, olharia para baixo com minha visão aguçada de corvo. Nojo me cruza novamente, mas ignoro este sentimento afogando-o no ódio. Grito a plenos pulmões, usando da voz esganiçada do corvo para conseguir fazer o que eu, em meu corpo carnal, jamais poderia;
-
MORTE! KRAAAK! MORTE CHEGOU PARA VOCÊS! Por fim, deixo que saia de meu corpo de sombra o meu Chifre de Unicórnio, já ativando-o, permitindo que ele emita seu flash de luz no ar abaixo de mim, cegando os minotauros cuja atenção tinha atraído com meu grito. E de um rasante vou em direção ao minotauro que estava mais distante - agora talvez não tanto, já que eu já estava voando pro centro do lugar - e faço uma curva acima dele. Neste momento, iria ejetar-me do corvo moldado de minha própria sombra, caindo diretamente sobre o corpo do minotauro, ejetando as laminas das katar para já cair sobre ele enterrando-as na base de seu pescoço enquanto encaro-o de perto. Se ele tiver erguido o braço em surpresa para proteger-se da luminosidade depois do Flash do Chifre eu ajustaria a queda e o salto do corvo para cair às suas costas fazendo o mesmo movimento, usando o corte primoroso da katana para enterrá-la em sua carne em um ponto vital como o pescoço, a coluna, o coração por trás da omoplata, e retirá-las depois com um puxão e um salto para trás.
O corvo, ainda sob meu controle mental, estaria instruído para continuar o rasante, dando voltas ao redor do minotauro que girava o espeto do garoto, envolvendo-o com o fio de oricalco.
Caso o minotauro que ataquei morra eu irei até o garoto. Retraio uma das laminas e uso a outra para cortar o pau que estava preso, aparando-o com as mãos rapidamente para puxá-lo para fora do fogo, libertando-o em seguida ao cortar as cordas e deixando uma poção de cura à sua frente. Passo a mão por sua cabeça uma vez, a única coisa que poderia fazer para acalmá-lo, para comunicar-me, para expressar minha condolência e a dor que sentia por ele. Então levanto-me para assassinar, matar, torturar e dar fim às vidas daqueles que o tinham cativo.
A todo momento durante meus movimentos estaria atento para adaptar meu roteiro. Se eles não ficarem cegados irei tomar cuidado dobrado durante cada momento, desviando o corpo de chifres, punhos, cascos, e usando em ultimo caso as katar ou as braçadeiras de estigio para aparar aquilo que não puder esquivar. O corvo, que estaria envolvendo o minotauro com o fio de oricalco, trabalharia em fazer isso em umas três voltas rápidas em volta dele, prendendo a ponta do fio então no primeiro galho que tiver à disposição ou enrolando-a com uma volta extra no chifre do próprio monstro. E se o monstro puxar o fio, o corvo soltaria para não se machucar. Daria uma volta por cima e outra por baixo do fio já esticado, de forma a prendê-lo nele mesmo para que se o minotauro forçar o fio, corte seus próprios braços.
E no mais...
Ódio. Fermentado, destilado, derramado sobre eles. É só o que há, no mais.
[-2-]Chifre de Unicórnio: Funciona exatamente como uma flashbang. O usuario pode arremessar o chifre que, quando encostar em algo, explode em luz, cegando todos que estiverem olhando em sua direção. Pode ser usado uma vez por batalha e reaparece magicamente na mochila/bolso após a batalha terminar.
[Habilidade Única] Nível 6 - Chamado da Noite: O semideus já sabe dar vida a formas de sombra iguais a ele, e com alguma prática conseguiu dar falsa vida também a corvos feitos de sua própria sombra, os quais possuem as mesmas propriedades de seus Fantasmas [Intangíveis, podem falar e duram 3 rodadas de Dia, tempo indeterminado à Noite]. O número máximo de corvos será igual a [WIS/20], e ao usar sua Umbracinese [+10 energia] pode torna-los sólidos [10 Energia pra CADA corvo solidificado, pra poderem pegar coisas, bicar olhos, etc]. Consome entre 10 e 100 de energia a depender da quantidade de corvos invocada.
Nível 5 – Passeio nas Sombras: O filho e Hades é capaz de DISSOLVER seu corpo nas sombras do ambiente, movendo-se por elas como se uma fosse. Pode percorrer distâncias rapidamente com esta habilidade, especialmente em casos de ambientes fechados. Não pode fazer saltos grandes de uma sombra para outra, apenas entre sombras ligadas/próximas. Neste tempo ficará imune a ataques físicos, mas ainda pode ser expulso e atingido nas sombras por ataques luminosos, como raios ou fogo. Consome 30 pontos de Energia, mais 10 por rodada de uso.
[Hab. Única] Nível 2 - Sem-Sal: O semideus sempre foi uma pessoa fácil de passar despercebida; mudo e sem sal, sempre se mantém à espreita e quieto, chamando pouca atenção e passando despercebido. Somado a hábitos do grupo em que se encontra, sua presença torna-se cada vez mais imperceptível. Mantém-se nos cantos, no escuro, sempre em silêncio ( Criação de Habilidades GREGAS - Página 40 3083760296 ), e intrometendo-se pouco, ele chama pouco a atenção, sendo facilmente ignorado e esquecido.
[Hab. Única] Nível 10 - Saco de Sombras: O garoto sabe há um bom tempo como entrar em uma sombra e sair em outra, algo comum aos filhos de Hades, mas aprendeu então a enfiar as coisas na sombra... E deixá-las lá. Isso permite que o filho de Hades guarde equipamentos dentro de sua própria sombra. Será como se ele começasse um Passeio nas Sombras e não o terminasse, deixando seus equipamentos no limbo da própria sombra. Equipamentos grandes (armas grandes como lanças, armaduras, escudos etc) levam uma rodada para saírem - ele começa em uma mas só pode usar na outra. Até 200 WIS pode guardar no máximo espadas. Até 400, pode por escudos e lanças. Acima de 400, poderia guardar até uma armadura.
[/hr]
Nível 9 - Perícia do Styx [Intemédiaria]: Confere nível [Intermédiaria] para a perícia com armas feitas inteiramente de ferro estígio. Não permite que o herói treine suas outras perícias.
Nível 10 – Aura Gélida: Os filhos de Hades carregam consigo uma aura de sombras que causa frio e medo nos que se aproximarem, podendo intimidar alguns sujeitos; inimigos ou não. Os mais fracos podem debandar ou tremer, e os que dormem verão a morte em seus sonhos. Essa aura é equivalente ao CHA.