Nada acontece, nem tinha ninguém por lá. Então eu resolvo ir conhecer o lugar, procurando por frutas ou algo do tipo. Era realmente um parque muito bonito e harmonioso, não era sempre que se tinha a oportunidade de ir até um lugar como aquele. Eu começo a andar pelo caminho de pedra, procurando aos arredores alguma coisa interessante. Agora parando para pensar, me sentia cansada pelo esforço com as duas cucas, mas não tinha nada ali para me ajudar. Ouvira dizer sobre poções de energia, mas não cheguei a comprar nada, não estava acostumada com o uso de dinheiro mortal, quem dirá os dracmas?! Ainda assim, aquilo agora me parecia importante e eu me sinto burra por não ter pensado naquilo. Olho os arredores tentando buscar informações que me ajudem na batalham afinal conhecer o território é muito mais vantajoso quando se está em menor número.

Vejo os cães se aproximando e as coisas ao nosso redor, talvez fosse uma boa ideia... só saberia tentando. Saio correndo sem desbainhar o sabre, para ter mais velocidade, em direção á cesta de piquenique. Eu pego os lanches e lanço um deles no meio dos três pra ver qual seria a reação, se eles comecem eu poderia usar aquilo como distração. Se ignorarem, eu saio correndo pro rio, seria difícil lutar contra algo pegando fogo... então eis o que eu tentaria fazer: Correria em direção ao rio mas desviaria para me esconder na última árvore possível, assim tentaria fazer com que eles corressem reto, direto para água, me preparo para desviar caso seja necessário.

Vejo o cachorro cair na água e o fogo se apagar, ele parece sentir angustia com aquilo e eu sinto alívio por ter que lutar com menos um fósforo ambulante. Ele sai da água e percebo que estava meio zonzo, mas ainda raivoso. Já o outro, continuava furioso e flamejante. Eu tiro meu sabre de seu suporte e analiso primeiro o cachorro de fogo, o apagado parecia vulnerável mas eu não conseguiria passar sem dar de frente com o outro, ambos estavam lado a lado e eu precisava ser cautelosa. Então, cachorro ou não, ele me parecia ser cabeça quente por que não dar motivos para um ataque mais irracional ainda?

- Ei, cabeça de fósforo! - Eu falo olhando para o que pegava fogo. - Você é tão fraco que precisa se apoiar num cão apagado? Qual é, vem sozinho, vira lata!!!

Então espero ele avançar e me preparo para desviar, contra-atacando como pudesse, visando um golpe cortante em direção as suas patas, para dificultar sua movimentação. Como ele pegava fogo, tentaria me manter longe de suas chamas para não me queimar ou algo do tipo. Quem brinca com fogo faz xixi na cama, eu não tava afim de ser zoada no chalé de Dionísio.

Sinto dor com a queimadura, mas não desisto de meu movimento, que parece dar certo. Avalio o meu dano causado nele, se tivesse dificultando sua movimentação, eu correria em direção ao outro cão, ele ainda parecia desnorteado e por isso fintaria um golpe cortante em sua lateral, mas mudaria no ar o movimento para um golpe cortante em seu pescoço, com toda a minha força juntamente ao impulso da corrida. Dando certo ou não, corro para as margens do rio. Não parecia ter corrente mas eu ficaria perto da água pois me parecia ser mais vantajoso lutar ali.

Se o cabeça de fogo não estiver tão lento, eu espero seu ataque e tento desviar, utilizando de minha agilidade natural para isso e simplesmente correria direto para água, tentando evitar de ser abocanhada por qualquer um dos dois durante o processo.

Eu sinto a dor percorrer meu corpo, a sensação dolorosa estava se tornando algo constante se eu parasse para pensar nos desafios que me levaram até aqui. Eu dou passos para trás, afim de adentrar com os meus pés na água enquanto mantenho os olhos no cachorro. O pó dourado do outro cão ainda voava pelo ar e a ardência da queimadura me incentivava a não ser acertada novamente, suspiro, levantando meu sabre. Ele estava á 5m... então pego uma poção e bebo, sem saber o que esperar. Me disseram que ajudava a curar ferimentos, mas eu nunca tinha provado. Eu tomo tudo num gole como se fosse água e arremesso o frasco no cão, esperando sua reação. Não sabia se ele se atreveria a me atacar na água, mas precisava traze-lo para mais perto se quisesse apagar o fogo infernal.

- Tá com medinho de virar pó, totó? - Eu pergunto num tom estridente e irritante, afim de incentivá-lo a me atacar novamente. Espero ele se aproximar pelo menos mais uns três metros, sabia que talvez ele não entrasse na água realmente. Eu banho minha lâmina na água, afim de deixa-la molhada enquanto o observo. - Seu amigo era mais corajoso.

Então, independente da sua reação, eu corro, estava farta dessa situação. Com minha lâmina do sabre ainda escorrendo água, eu tento um ataque novamente em sua lateral, no mesmo lugar que estava machucado e aberto, onde havia fogo, em um golpe cortante da mesma forma que fizera antes. Tento impulsionar meus pés no solo para me fazer saltar para trás, pegando distância de suas chamas horrendas.