As coisas estavam mudando muito rapidamente. Um dia depois de Dionísio revelar-se meu pai, encontrei uma garota na floresta que me contou coisas que agora assombravam a minha cabeça. A tenente das caçadoras explicara que vivia fora do acampamento, e isso seria incrível para eu voltar para casa, se não fosse a imortalidade. Eu não tinha pretensão de viver infinitamente e ver meus familiares definharem aos poucos, enquanto eu permanecia aqui. Suspiro, acordando no chalé escuro de Dionísio. Louis, um de meus meio-irmãos, me chama, entregando-me uma missão. Concordo na hora, talvez eu realmente tivesse algum problema pois estar naquele acampamento me incomodava demais.

- Pode deixar, darei o meu melhor. - Eu falo para ele, sem questionar o fato de eu precisar realizar um ritual para chamar um táxi, afinal, as coisas por aqui realmente eram estranhas. Então, pego meus equipamentos, que não eram lá muita coisa, e sigo em direção a colina. Enquanto ando, vejo adolescentes e crianças por toda a parte, treinando arco, espada, nadando no lago de canoagem... eles pareciam felizes aqui. Será que tinham família? Não se importavam? Eu já tinha ouvido que o mundo era perigoso para crianças como nós, lá fora, mas existiam pessoas por quem valia a pena arriscar. Subo a colina, procurando pelo meu suposto tutor

Equipamentos:

Quando chego na colina, me deparo com um garoto loiro, muito bonito por sinal, que vestia uma camiseta de amizade. Ele parecia simpático, me aproximo timidamente e escuto-o falar. Ele estende a mão e eu aperto, cumprimentando-o educadamente. Algo nele me lembrava praia, e aquilo aquece meu peito. Eu nasci no litoral, amava o mar mais do que todas as coisas da minha cidade natal. Ele diz seu nome, antes que eu diga algo ele estala os dedos e parece fazer... mágica? Meus olhos começam a brilhar em admiração, magia era algo que eu sempre sonhara em aprender, embora é claro, em Hogwarts. Então, um unicórnio aparece, e eu solto um suspiro de espanto, era a criatura mais bela que já vira em minha vida.

- U-Um unicórnio? - Eu pergunto desacreditada, meu semblante exatamente assim Vejo o unicórnio formar um pequeno arco íris e fico ainda mais encantada com aquilo tudo, quem é esse garoto? Por que ele tem um unicórnio? Como eu caso com ele? Ou com o unicórnio? Pego a moeda,a gradecida, enquanto ele me ajuda a montar. Então, antes que seja tarde, decido perguntar, o olho um pouco tímida, mas com clara curiosidade.

- Desculpe-me perguntar mas... como você fez.. isso? - Eu perguntei, gesticulando. Me referia á magia, mas a palavra era tão sagrada que mal conseguia pronunciar. Então tento prosseguir, para não parecer tão imbecil. - Você é um mago?

O garoto novamente me surpreende e eu encaro admirada a sua demonstração de magia. Então ele controlava água e gelo, o que mais poderia fazer? Depois de ouvir suas palavras de sobre sua dedicação á magia, eu me sinto diferente. Algo parece começar a florescer dentro de mim, a vontade de me dedicar como o garoto fizera, de aprender magia. De estar fora do acampamento... aquele lugar não me trazia paz, por mais que tivesse sido bem recebida. Will fala com tanta convicção e fé em mim, que eu abro um sorriso agradecido, acenando com a cabeça suavemente.

- Will, obrigada pela sua ajuda. Espero te encontrar novamente, se puder me contar mais sobre esse lugar... - Falo, então, dou um tchauzinho e um sorriso meigo, indicando que poderia seguir viagem, com um leve carinho no unicórnio. Me seguro na cela, mas não sabia realmente montar. Já andara a cavalo, mas não sabia se haveria alguma diferença, então me preparo mentalmente e me equilibro para não cair.

Agora estávamos trotando pela rua e as pessoas pareciam apreciar o belo unicórnio, mas sem espanto. Será que elas conseguiam ver a sua verdadeira aparência? Então uma voz se faz presente e sinto um calafrio percorrer pelo meu corpo, o peito descompassando com o susto. O ar se movimenta atrás e me viro para ver o que era. Uma criatura horrenda, que não me recordava de reconhecer estava voando aparentemente querendo me matar.

Entra na fila mocréia Eu penso e vejo que Nébula parecia tremeluzir, talvez o tempo dele ali comigo estivesse acabando. Antes de tentar descer, me preparo para a próxima investida da monstra alada, tentando acertar uma de suas asas com um golpe cortante em diagonal para que ela tivesse dificuldades de se locomover no ar, assim, eu poderia tentar lidar com ela ou ganharia um tempo para nébula.

Depois, toco suavemente o pescoço de Nébula e falo com uma voz suave, não sabia se ela entenderia mas como não estava controlando a sua corrida, era a minha única opção. Se eu ver que a Harpia conseguia chegar na gente, afinal ela antes parecia lutar para nos acompanhar, peço com gentileza - Nébula pode parar para eu descer, por favorzinho?

Vejo a galinha voadora sair rolando e Nébula parar ao meu pedido. Ela parece apontar o caminho e eu de alguma forma milagrosa, entendo mais ou menos o que ela queria dizer. Então, eu desço com certa dificuldade, fazendo carinho na lateral do unicórnio e sorrindo com meiguisse para aquele lindo ser mágico. Com gratidão e sinceridade, eu olho em seus olhos.

- Obrigada, Nébula. Espero te ver de novo alguma hora. - Sorrio e então, procuro a harpia com o olhar. Eu poderia tentar lutar... ou despistá-la. A melhor opção me parecia correr até as lojas e sair da mira dela por um tempo. Então, dando um tchauzinho para a Nébula eu saio correndo em direção as lojas, em zigue e zague entre as pessoas até entrar em algum estabelecimento. A minha pressa para fugir não era covardia, era preocupação. Pessoas estavam sofrendo nas patas dos cães infernais e precisavam de ajuda, se naquele momento eu pudesse escolher, aquela seria a escolha e ponto. Fico atenta aos demais ao meu redor, vai que brotasse um zumbi querendo meu cérebro? isso estava ficando mais comum do que o normal.