O dia tava bem preguiçoso, eu definitivamente não devia ter decidido sair do chalé e entrar na arena, apenas os mais idiotas trocavam um dia de paz por correr risco de perder uma orelha na arena; e sim, quando falo idiotas me refiro, em sua maioria, aos filhos de Ares.

Não tinha pensado direito, então agora tinha que lidar com o nervosismo nas portas da arena, entrando arrastando os pés, chutando a fina camada de poeira que cobria todo o campo. Fixei os olhos do outro lado, vendo ac pequenas criaturas surgindo. Com um olhar sonhador, me esqueci momentaneamente que eram inimigos, dando um sorriso ver como o arqueiro era gordinho.

— Até que ele é fofinho.

Recobrei os sentidos, me alertando ao ver a flecha sendo posicionada no arco. Se o disparo fosse realizado, iria me empenhar em desviar para o lado, contando que a distância que me separava dele fosse grande o suficiente para eu pensar em uma forma de sair da reta do ataque. Iria me aproximando do goblin espadachim, esperando que ele realizasse um corte com a espada, para então bloquear com minha própria lâmina e revidar com um chute em seu tórax, usando o solado do meu tênis.

Se o goblin não iniciasse o ataque, tomaria a iniciativa com um corte transversal, tentando atingir seu pescoço e tórax; finalizando o golpe me abaixando um pouco mais que o comum, tomando cuidado com as flechas que poderiam ser lançadas contra mim. Não deixaria me perder do combate em qualquer momento, pronto para realizar uma esquiva por mais desajeitada que fosse, seja pulando para uma direção contrária, me jogando no chão pra sair da reta das flechas.

-Elmo Comum
-Peitoral de Couro
-Espada Curta
-Flauta

Os bichinhos eram realmente mais inteligentes do que fofos, aquele barrigudo verde ia continuar tirando minha atenção enquanto o espadachim ia me arrebentar por inteiro. O arqueiro se escondeu atrás de uma das colunas e foi ali, naquele instante, que eu tive uma ideia nem um pouco inteligente, esperava que fosse funcional.

Me apoiei em um dos joelhos, isso iria limitar minha locomoção, mas eu estaria com altura próxima do goblin e iria manter o espadachim entre eu e o arqueiro; assim, ele seria uma espécie de escudo contra os disparos e eu iria obrigar o arqueiro a se reposicionar.

Iria aguardar o golpe de espada do goblin, bloqueando a lâmina dele com a minha, retribuindo um golpe com o punho cerrado em seu nariz, esperava que aquele grande alvo que parecia uma batata fosse muito efetivo; eu era maior que as criaturas, então meus membros também, dessa forma era mais fácil acertar ele com um golpe físico do que ele me acertar.

Se eu notasse o arqueiro se reposicionando, iria me desviar para um dos lados com um rolamento, sempre mantendo o goblin espadachim entre nós dois, contra-atacando o monstro de curta distância com um golpe de minha lâmina.

O plano dava certo, a criatura gorducha e desengonçada estava procurando novas posições para me alvejar, era perfeito se não fosse pelo goblin com a espada na mão. Havia acertado o soco, mas ainda não era o suficiente, ele já estava pronto pra me atacar de novo, ou melhor, pronto para me manter no chão.

Bloqueando o golpe da espada, naquele momento percebi que talvez levantar não fosse a solução mais inteligente; tentei visualizar o arqueiro no fundo da arena e então girei o corpo, mantendo minha lâmina conectada a do goblin, passando meu pé o mais forte e veloz que eu podia nos calcanhares da criaturinha.

Minha intenção? Era fazê-lo cair, mas de modo que ele caísse para o lado que o arqueiro estivesse mirando, assim uma movimentação rápida e repentina de seu aliado atrasaria o disparo de sua flecha.

Não podia baixar a guarda, dividia a atenção dos meus olhos entre as duas criaturas, pronto para aproveitar de já estar quase no chão para rolar novamente.

Realmente, meu plano era extremamente inteligente e seria perfeito se meus braços molengas acompanhassem meu raciocínio. Derrubei o goblin e estava quase completando o movimento perfeitamente, se não fosse pela flecha penetrando meu peitoral de couro.

— Cacetada, mané. — Falava no tom sonolento de sempre, alternando as palavras para uma canção de ninar. — Dorme filhinho do meu coração, não tenha medo do bicho papão.

Levantei o mais rápido possível enquanto removia a flecha do peitoral, podia ver de longe o arqueiro rindo e perceber que ele ainda não estava preparando uma flecha no arco; eu podia ter uma chance. Avancei com um passo cambaleante, como se usasse a sonolência para enganar os movimentos do goblin e realizar uma finta, simulando um corte transversal com a espada curta que daria a forma em um corte horizontal, visando o pescoço esverdeado.

Não podia ficar desatento, então me mantinha em alerta para realizar alguma esquiva, focando sempre em me manter atrás do espadachim para evitar alguma das flechas.

— As flores já não crescem mais, até o alecrim murchou...

Nível 1 – Canção de Ninar [Inicial]: O semideus consegue exalar seu sono natural de uma forma mais forte, normalmente utilizando de sua flauta para conseguir realizar uma melodia leve e suave, induzindo sono a quem a ouve. Pode ser utilizada com sua voz também, e o efeito varia de acordo com o sono atual do alvo e sua força mental. Se não interrompido, pode induzir ao sono. Consome 15 de Energia por Rodada.

Nível 1 – Bênção de Hipnos: Dotados de uma beleza ancestral e despreocupada, os filhos de Hipnos estão sempre acompanhados de seu olhar tão sonolento quanto inteligente, capaz de enxergar mesmo no escuro. Apesar deste sono excessivo por vezes atrapalhá-los em seus afazeres, os filhos de Hipnos possuem uma consciência diferente da dos demais durante os sonhos, sempre sabendo diferenciar quando estão em um sonho e tendo perfeito controle sobre si mesmos nestes. Também conseguem distrair facilmente a mente de quem os olhar muito diretamente, como uma espécie de hipnose muito fraca ainda.

Funcionou, eu havia realmente conseguido finalizar uma das criaturas, embora fosse muito estranho ver a cabeça e o tronco do bicho separados; eu não tinha muita vivência na arena, então definitivamente era de se surpreender.

Desviei da flechada do gordinho, mas ele já parecia não ter tanta animação pra rir de mim ou de seu companheiro moribundo; ele armava outra flecha e eu precisava estar preparado.

— O sapo se mudou, o lambari morreu só porque o ribeirão secou...

Cantava mais alto e avancei em sua direção, já estava esperando pela sua flecha, então tentava correr de forma fora de padrão, em um ziguezague confuso esperando que ele errasse seu disparo, mas tentaria ser o mais rápido possível para desviar o projétil com a espada.

Próximo dele, meu movimento ia ser parecido com o anterior, usando de minha sonolência para fintar um golpe com a espada que iria se tornar um corte horizontal, buscando atingir não só o pescoço do goblin, mas também o fio de seu arco, inutilizando a arma.

— O tra la la la la la ô

Nível 1 – Canção de Ninar [Inicial]: O semideus consegue exalar seu sono natural de uma forma mais forte, normalmente utilizando de sua flauta para conseguir realizar uma melodia leve e suave, induzindo sono a quem a ouve. Pode ser utilizada com sua voz também, e o efeito varia de acordo com o sono atual do alvo e sua força mental. Se não interrompido, pode induzir ao sono. Consome 15 de Energia por Rodada.

Nível 1 – Bênção de Hipnos: Dotados de uma beleza ancestral e despreocupada, os filhos de Hipnos estão sempre acompanhados de seu olhar tão sonolento quanto inteligente, capaz de enxergar mesmo no escuro. Apesar deste sono excessivo por vezes atrapalhá-los em seus afazeres, os filhos de Hipnos possuem uma consciência diferente da dos demais durante os sonhos, sempre sabendo diferenciar quando estão em um sonho e tendo perfeito controle sobre si mesmos nestes. Também conseguem distrair facilmente a mente de quem os olhar muito diretamente, como uma espécie de hipnose muito fraca ainda.