O clima estava pesado.
Eu conseguia sentir a tensão no ar nesta noite. Era a mesma sensação que eu senti quando Buck, meu tutor, estava prestes a morrer. Forçava meus olhos para não fecharem de sono, os sonhos de um semideus nunca são agradáveis e eu diria que naquela noite em especial, seriam tenebrosos.
Eis que ouço cascos batendo no chão de mármore do chalé de Héracles, eu estava dormindo lá pois era mais calmo, quase sempre era vazio.”Sátiros me chamando para uma missão.” Pensei eu. Em parte estava certo, era uma missão, porem não era um Sátiro.
Quiron irrompeu do hall de entrada correndo na sua forma de centauro. Era a primeira vez que eu vi Quiron entrar em algum chalé.
-Rápido Johnny, estamos com uma emergência. –Disse o velho ofegante. -Um mal avança para a cidade de Manhattan. Vá agora, muitas vidas dependem de você. -Tão rápido quanto veio, ele foi embora, deixando apenas o aroma de cachorro molhado no ar.
Fiquei sentado por uns 5 segundos na minha cama sem saber o que fazer. Era responsabilidade demais para informação de menos. Tudo o que eu sabia é que um mal estava vindo para Manhattan e eu tinha que detê-lo. Era isso ou Quiron tinha ficado maluco de vez.
Vou até meu armário e pego a minha mochila, todos os meus anéis e colares. Fico completamente equipado. Então vou até o canto do meu quarto e pego uma cabaça de metal e chamo Sophie.
“O que é gordo?” Pergunta a insolente com voz de tédio.
“Temos trabalho pra fazer preta, parece que é algo grande, temos que ir logo. Segure isso pra mim, é leve.” - Prendo a cabaça de metal nas costas da fênix. - “Nos teleporte para o centro da cidade.” -Sophie passa suas asas sobre o meu corpo e eu sinto uma fisgada gigantesca no estomago. Quando abri meus olhos estávamos no
Bryant Park, perto da biblioteca municipal.
Por mais que fosse tarde da noite, tudo estava vazio. Não se ouvia nenhum barulho vindo de lugar nenhum. Nenhum carro, nenhum ônibus, nenhuma pessoa... ou não. Sophie bica o meu ombro e aponta com seu bico para o chão. Havia algumas pessoas caídas perto de mim, olhei ao longo da Avenida da América (Avenue of the America) e vi mais alguns corpos estirados no chão.
Ajoelhei-me perto de um deles e chequei se estava respirando e para a minha surpresa, estava. O homem parecia apenas estar dormindo tranquilamente no meio da rua. Confesso que fiquei com um pouco de raiva. Quiron manda eu vir aqui para resolver uma pegadinha que Hipnos estava fazendo?
“Sinto cheiro de morte.” - Falou Sophie com um tom calmo e de sabedoria. Ela era o cérebro e eu era a força.
–“Estão vindo para cá.”
“Estão? É mais de um?” –Pergunto descrente.
Invoco a minha armadura completa e ativo o zoom e a visão noturna da minha viseira. Ao longo da avenida uma multidão de pessoas caminhava para nossa direção... conforme foram avançando eu consegui enxergar melhor.
Pessoas com braços faltando, ensanguentadas, dilaceradas e etc. Eles estavam nitidamente mortos, porem andavam. Quando começaram a chegar perto de onde eu estava, eles conseguiram sentir o meu cheiro e começaram a correr desengolsadamente, mas rápidos.
Ativo então as asas da minha armadura e começo a voar a uns 5 metros do chão. As criaturas não demoraram para chegar até onde eu estava. Elas erguiam os braços e grunhiam, tentando me acalçar. Eram todos zumbis.
Fiquei um pouco pasmo com a cena, zumbis em plena Manhattan tentando me comer, e o mais curioso, eles não atacavam as pessoas que dormiam na rua.
“Sophie, voe alto por cima da cidade e tente achar a origem de tudo isso.” -Sem dar um pio, a fênix me obedeceu e foi fazer o seu trabalho.
Começo então a voar para o lado contrário em que minha fênix havia ido, os zumbis me acompanhavam por terra, tinham a esperança de conseguir um lanchinho da noite. Eu estava seguro até que algo bateu em mim e eu baixei um pouco minha altitude. Olhei para baixo e vi que tinha sido um zumbi que havia me acerto. Olho para cima rapidamente e vejo que em um prédio a minha esquerda, havia uma janela quebrada e mais dois zumbis perto dela, os dois pulam na minha direção e consegue me acertar, fazendo com que eu cai para o chão.
Eles tentavam me morder, mas minha armadura impedia. Eu batia com as mãos para eles se afastarem e os dois voaram uns dois metros para longe. Enquanto isso a horda estava muito perto de me morder.
Pego rapidamente dentro da minha mochila um livro de A guerra dos Tronos e o jogo no meio da horda. Ele se transmuta em uma bobina tesla de mais ou menos 2 metros de altura e se liga.
Primeiramente um barulho de eletricidade é ouvido, algo como o de ligar uma televisão antiga. Depois disso raios começam a sair da esfera que ficava em cima de toda a bobina.
Os zumbis era dilacerados quando os raios encostavam neles, 1.000.000 de volts explodiam quase qualquer coisa.Como eu estava perto, alguns raios me atingiam, mas como minha armadura tinha um sistema de isolamento feito por meu pai, a eletricidade passava pela armadura e ia direto para o chão. Em alguns segundos, todos os zumbis haviam morrido, e alguns objetos como: carros, postes, caixas de correio, também haviam explodido.
Vou até a base do equipamento e aperto em um botão para ele voltar a ser um livro, então o guardo novamente em minha mochila.
“Johnny, venha rápido.” Ouço a voz de Sophie dentro de minha mente.
“Onde você está?”
“Espera.”
A fênix aparece na minha frente do nada, ela me pega e somos transportados para um beco sem saída. Haviam vários garotos e garotas no fundo do lugar. Todos estavam assustados e feridos. Na entrada do beco, havia 5 garotos grande que lutavam contra os zumbis que tentavam entrar.
“Senti o cheiro de semideuses e vim verificar.” Falou Sophie.
-Quem são vocês? -Acho que eles não tinham percebido que eu estava ali pois todas as crianças que estavam no final do beco gritaram de medo. -Calma, eu sou como vocês, sou um semideus, eu vim ajudar.
-Semideus? -Perguntaram algumas.
Ótimo, todos eles eram semideuses e não sabiam.
-Fiquem aqui, vou ajudar seus amigos.
Corro até o começo do beco e vejo que alguns deles usavam placas como escudos e alguns porretes como armas.
-Recuem, eu cuido disso! -Grito para os garotos.
Eles não pensaram duas vezes, todos voltaram correndo para o fundo do beco, então os zumbis começaram a entrar.
Ativo as manoplas, mas parece que elas não causavam muito efeito nos walkers. Invoco o meu escudo e começo a socar todos os monstros que se aproximavam. Seus corpos já estavam em decomposição, não era preciso muita força para destruir seus corpos.
Por mais que fosse fácil matá-los, eles eram muitos. Eu não tinha tempo suficiente para matar todas aquelas criaturas. Alguém mais podia estar em perigo e eu tinha que descobrir quem estava por trás daquilo. Também não podia usar a bobina tesla pois poderia matar os outros semideuses.
“Sophie, crie uma barreira na entrada do beco, isso deve pará-los.”
Uma barreira de sombras solidas se forma na entrada, impossibilitando os zumbis de passarem. Mato então os que já tinham entrado com facilidade e vou ao encontro dos outros semideuses.
-Vocês sabem o que está acontecendo? Quem esta por traz disso? -Pergunto um pouco alto demais.
-Nós não sabemos de nada. -Responde um dos garotos que estava lutando contra os walkers, não devia ter mais de 15 anos. -Eu sai para comprar carne que minha mãe havia pedido para fazer de janta. Quando do nada as pessoas começaram a cair no chão dormindo. Achei isso a coisa mais bizarra do mundo. Depois disso ouvi gritos de socorro e fui ver o que era. Quando dobrei a rua encontrei 3 garotas sendo atacadas por aqueles... -Ele para e olha para duas meninas que deviam ter uns 10 anos de idade que estavam em um canto chorando sem parar.
-Consegui salvar essas duas. Depois disso fomos encontrando as outras pessoas pelo caminho... Pensamos que o sono não afetava crianças, mas você também não é afetado. Como conseguiu fazer aquilo na entrada do beco?
O garoto falava rápido demais, era evidente que estava muito nervoso. Por conta da camuflagem sombria de Sophie, eles não conseguiam vê-la.
-Primeiramente vocês tem que saber o que são. Você, assim como eu, são semideuses. Já ouviram falar em Deuses Gregos? -Alguns balançam a cabeça para sim, outros para não. -Vocês são filhos deles. Eu sou filho de Hefesto. -Faço um pouco de chamas brotar das minhas mãos. -Tenho que levar vocês para um lugar seguro, porem antes tenho que por um fim nesse caos. Sophie, minha fênix, ira tomar conta de vocês. Foi ela quem projetou a barreira na entrada do beco, enquanto ela estiver aqui, vocês estarão bem. -Me viro para Sophie e as crianças viram os olhos para onde eu estava olhando e finamente algumas conseguem vê-la. Isso é acompanhado por gritinhos de espanto.
“Tenho que fazer isso, você fica aqui e proteja essas crianças, sei que ficaram bem. Eu volto em breve.
Ativo novamente as asas da minha armadura e começo a voar para cima, ficando acima dos prédios, para não me surpreender novamente.
Invoco 20 pássaros da minha tatuagem, os que não eram explosivos. Depois invoco mais 20 aranhas e faço elas ficarem em cima dos pássaros.
-Achem o que esta causando tudo isso e me reportem, andem logo. -Então os pássaros começam a voar.
Faço o mesmo indo na direção do centro. Se alguma coisa estava afetando toda a Manhattan, deveriam estar no centro. As aranhas me reportam de mais hordas caminhando em volta, mas eu não podia lidar com todas. Até que uma das aranhas me fala sobre algo que com certeza não era comum.
Começo a voar na direção onde ela estava, que também era perto do centro. Era um parque bastante grande e sim, o que eu via não era comum. Um autômato de mais ou menos 20 metros de altura estava caminhando por entre as árvores, que eram grandes e batiam mais ou menos no seu peito.
Ele tinha uma forma humanoide. No centro do seu peito tinha uma esfera de vidro com uma figura conhecida lá dentro. Era Tânatos.
Com a viseira do meu elmo eu consegui-a o ver perfeitamente. Ele estava cansado e com cara de raiva. Aparentemente não era ele que estava controlando o automato.
A coisa se deslocava com passadas lentas, mas rápido. Por que cada passada daquela coisa dava uns 10 metros.
-Ei, você, pare ai! -Gritei deliberadamente sem pensar muito.
A coisa inteira parou e se virou para mim. Então pude ver que no topo de sua cabeça havia uma espécie de sala, protegida por uma redoma de vidro. Parecido com um megazorde. Lá dentro um garoto controlava todo o automato.
-Quem você pensa que é para me mandar parar, eu vou te exterminar. -Falou uma voz robótica.
De seu umbro, um compartimento se levanta e 3 misseis são lançados na minha direção. Quando estavam prestes a me atingir eles mudam de direção e vão direto para o chão, explodindo.
Todos eles eram feitos de ferro mortal e minha habilidade Proteção ao Filho fez com que eles fossem desviados.
-Então você é meu irmão. -Afirma o garoto dentro do automato.
-É melhor você desistir desse seu plano criança, antes que eu me irrite e dest... -Antes que eu pudesse completar a frase, as asas da minha armadura pararam de bater. Estavam sendo controladas pelo meu irmão.
Começo a cair e então uso Metallon para fazer com que elas batam novamente. Consigo pousar no chão sem me machucar. Aquele garoto ia pagar pelo que fez.
Antes que eu pudesse pensar em fazer qualquer coisa, um pé gigantesco veio descendo na minha direção. Me atiro para o lado para não ser esmagado. O pé do automato se enterra um pouco na terra e faz com que tudo perto trema.
-Eu vou matar você irmãozinho. HHAHAHAHAHAHA. -Diz o garoto com uma risada sinistra.
Eu estava em apuros, um automato de 20 metros contralado por um irmão meu que eu nem conhecia estava tentando me matar. Enquanto ele tinha aquele automato gigantesco, eu tinha... minhas aranhas. Não é o tamanho que importa, e sim como você usa seus equipamentos.
Invoco minhas 40 aranhas restantes e mando todas subirem no automato e chegarem até o filho da puta para paralisá-lo. Enquanto isso eu tinha que ganhar tempo.
O automato me da um tapa... E eu saio voando. Quebro umas 4 arvores no meio até parar. Meu corpo estava completamente quebrado. Meu colar do Esculápio tinha salvado a minha vida e tentava me curar, mas era difícil.
Aquela coisa era muito poderosa, e eu não podia sozinho com ela. Também não podia chamar a Sophie para me ajudar. Eu estava perdido.
-Você vai morrer irmãozinho, suas aranhas não vão conseguir entrar dentro da minha sala de comando, ela é bem lacrada. Hahahahhahahaha.
Puta merda, eu estava morto. Não tinha estratégia que eu pudesse bolar para ganhar daquela coisa. Se eu tentasse parar alguma de suas engrenagens, ia ser por pouco tempo, pois o garoto faria volar ao normal.
Então tive um lampejo de ideia, acho que Atena havia me ajudado. Invoco 5 pássaros explosivos e mando eles irem direto para o meio do peito do autômato, onde Tânatos estava.
O automato tenta bater nos pássaros, mas ele era muito lento. Os 5 se chocam contra redoma de vidro e se quebram. Tânatos da um sorriso e desaparece. Pouco segundos depois o autômato cai no chão, fazendo um estrago terrível.
De dentro da boca da criatura sai o Deus com um semblante sério, como na maioria das vezes estava. Ele caminha até mim.
-Muito... obrigado, semideus. Parece que agora virou mania me prender. Seu irmão fez isso para conseguir energia para seu autômato. Os zumbis foram consequência da minha ausência. Agora todos já estão de volta ao submundo, assim como seu irmão. As pessoas de Manhattan vão acordar em breve, elas estavam dormindo graças a Hipnos. Assim elas não viram nada. Deixei um presente em seu chalé por ter me salvado. Agora irei-me embora. -Disse o Deus.
Eu fecho os olhos pois sabia que ele viraria luz e quando abro, ele já não estava mais ali. Eu já me sentia melhor, então resolvo voltar para o beco onde estavam as crianças. No meio do caminho pego um ônibus emprestado para levá-las todas para o acampamento meio sangue.
A viajem até o acampamento fora bem tranquila. Eu expliquei como funcionava o acampamento e alguma das crianças ficaram animadas, outras acharam que eu era louco.
Ao chegar no acampamento, reportei ao Quiron o que havia acontecido e o xinguei por me dar poucas informações. Falei a ele sebre os novos campistas e sobre meu irmão retardado, e como eu havia ajudado Tânatos a me ajudar. Depois disso, vou para o meu chalé ver o que eu havia ganhado de presente e dormir um pouco, já que a noite fora longa.
- Habilidades Usadas:
Nível 1 – Camuflagem Sombria: A fênix é capaz de se camuflar as sombras do ambiente com naturalidade. A camuflagem pode ser aplicada, através do contato, ao seu dono, mas – neste nível – é pouco eficaz. A eficiência aumenta de acordo com o nível da fênix.
Nível 1 – Aura Sombria: A fênix emana uma aura sombria, capaz de amedrontar inimigos e até alguns aliados. A aura sofre alteração de força caso a fênix se sinta em perigo ou irritada, podendo paralisar inimigos pelo medo em alguns casos. A intensidade e alcance aumentam de acordo com o nível.
Nível 1 – Visão Noturna: Pela sua afinidade às sombras, a fênix é capaz de enxergar perfeitamente no escuro.
Nível 2 – Contato Mental: Agora que a fênix atingiu a idade juvenil, seu dono é capaz de conversar com ela mentalmente. É preciso estar próximos um do outro para que o contato exista. A qualidade e alcance do contato aumentam com o nível da fênix, atingindo um nível de quilômetros de alcance.
Nível 2 – Voo: Agora a fênix aprendeu a voar, conseguindo percorrer grandes distancias com facilidade. Nesse nível, a ave é capaz de carregar até uma tonelada de peso. O limite de peso aumenta de acordo com o nível, chegando ao limite de 12 Toneladas. [1,25 Toneladas por nível]
Nível 5 – Descanso Sombrio: Estando em um ambiente escuro ou em meio às sombras, a vida e energia da fênix são regeneradas em 5 pontos. [Mestre: 10 pontos; Supremo: 15 pontos]
Nível 8 – Barreira Sombria: O domínio de seu elemento agora é tão forte que a fênix consegue criar uma barreira de sombras sólidas em torno do seu dono ou de quem o mesmo ordenar, criando uma defesa intensa. Nesse nível, a barreira estende-se por 5m, podendo chegar à 15m. [5m por nível][Gasto: 50 de MP e mais 50 por nível a partir deste.]
Nível 5 – Invócrulo de Sombras: A fênix é capaz de controlar as sombras do ambiente e prender o inimigo. Nesse nível é possível apenas prender as pernas do alvo. A habilidade só evolui com os níveis Mestre e Supremo. [Mestre: As sombras são capazes de imobilizar as pernas e braços do alvo.][Supremo: As sombras imobilizam totalmente o alvo, sendo capaz de mata-lo] [Gasto: 40MP/Adulto; 70MP/Mestre; 100MP/Supremo]
Nível 16 - Metállon III: O herói é capaz de manipular o metal e controlar quantidades maiores de metal, como uma armadura de batalha e outros itens com peso similar, por exemplo. O uso desta habilidade requer 90 pontos de energia e ficará em espera durante 4 rodadas.Nível 16 - Metállon III: O herói é capaz de manipular o metal e controlar quantidades maiores de metal, como uma armadura de batalha e outros itens com peso similar, por exemplo. O uso desta habilidade requer 90 pontos de energia e ficará em espera durante 4 rodadas.