Anne
O avião segue no ar. Martin puxa duas lanterninhas e entrega uma para Anne. Então, ilumina o local. Havia uma pequena passagem que dava pra cabine do piloto, uma mini portinhola e, do lado, um pequeno espaço para um banheiro. (Ficava abaixo de onde os dois estavam, ou seja, o chão onde Anne e Martin pisavam era o "teto" da cabine e do banheiro"
- Tá afim de zoar um pouco com o piloto? Dá uma sabotada no banheiro deles ali. - diz Martin. Ele entrega para Anne uma chave de fenda e ilumina a parte onde estaria o banheiro. Lá tinha alguns encanamentos por onde passava a água da descarga.
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Brynhildr
O garoto se espanta com a reação de Bryn, mas logo sua expressão suaviza. Ele observa a garota se deseperar no meio do corredor e o xingar, então diz:
- Stel... É você de verdade? Percebi algo de estranho em você. Me diz: Qual é o meu nome?
Bryn se vira para o garoto com uma expressão confusa e enraivecida. Ela sabia que na memória de Stella estava o nome daquele garoto, mas tudo estava tão nebuloso e confuso que as lembranças se misturavam.
Ao ver a expressão de Bryn, o garoto abaixa a cabeça e suspira.
- Era o que eu imaginava... - diz ele. - Bom, já não te conheço mais. Saia do orfanato e vá descobrir a si mesma lá fora. Eu seguro as freiras.
O som de passos começava a ser ouvido subindo as escadas, logo atrás do garoto. As outras escadas estavam livres de sons, o que significava que ninguém vinha dali. Bryn começa a correr em direção à saída e se depara com uma porta enorme que separava a garota da liberdade. Ela usa uma das chaves para destrancá-la e sai em direção às ruas.
Foi complicado para o cérebro da ex-valquíria processar o que via. Ela estava no meio do nada naquele momento, de costas para a porta fechada do orfanato, de frente para uma estrada pavimentada e já era de manhã. O tempo que ela passara naquele quarto fora muito maior do que ela havia imaginado.
Alguns veículos passavam de vez em quando: carros, caminhões, motocicletas... Bryn apenas reconheceu por conta das memórias de Stella que identificavam aquilo como veículos de transporte. Um pouco mais ao longe (uns 5 minutos de caminhada), Brynhildr avista algo que ela reconhece como um posto de gasolina com uma lojinha e uma lanchonete. A barriga da garota ronca, pedindo por comida, e instintivamente, ela começa a sua caminhada até lá.
Bryn começou a andar pelo meio da rua, então vez ou outra quando passava algum carro, ela recebia uma buzinada de aviso e um grito de "Sai do meio da rua, guria!" Ela não deu muitos ouvidos para as reclamações, até que um carro em específico freiou para não atropelá-la e o motorista sai e começa a gritar com Bryn:
- O que você tá fazendo no meio da rua, garota? Não tá vendo que isso aqui é uma estrada? É cega por acaso?
Seus instintos de Valquíria a fazem se virar para encarar o homem. Ele tinha mais ou menos 1,80m de altura, era bem musculoso e possuía várias tatuagens em volta do corpo. Sua expressão era de raiva e ele começa a se aproximar de Bryn, se preparando para jogá-la para o lado, para a "calçada".
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Alexander e Nicolas
Ambos combinam suas ideias enquanto Argos decide ir no banheiro e Nicolas decide esperar pelo coordenador do Acampamento, ou seja, ficaria QUARENTA MINUTOS plantado naquele lugar, segurando um escudo.
Alexander não achou uma boa ideia esperar pelo Einstein e por Argos, então, entra na lanchonete sozinho. Uma garçonete chega próximo do garoto e aponta uma mesa livre, bem no canto, perto da quentura do vidro. O semideus se senta ali e a garçonete pergunta:
- O que deseja, senhor?
Ela entrega para ele um cardápio mostrando o preço de alguns lanches. Havia um hamburger enorme por $9,99 e outro por $4,99, porém menor. A água custava $3,99 e a água com gás custava $4,99. Refrigerantes em lata custavam $6,99. Alexander apenas possuía $10,00 para comprar tudo aquilo, já que os outros dez dólares estavam com Nicolas, que ficou do lado de fora da lanchonete.
Enquanto isso, o Einstein ficou no calor, observando tudo que estava ao redor, esperando por Argos que ainda demoraria 35 minutos para voltar. Ele olha mais à frente e observa uma garota, perambulando no meio da estrada, vindo em direção ao posto de gasolina. Alguns carros buzinavam para ela, avisando para que ela saísse do meio da rua, com o perigo de ser atropelada, mas ela não aparentava dar ouvidos, até que um carro em específico parou atrás dela e seu motorista saiu. Ele estava bem alterado e gritou alguma coisa com a garota. Ela se vira e encara o homem, que começou a andar na direção dela.
Nicolas estava a 25 metros daquela briga e deveria escolher apartá-la ou não.