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por Φ Orik Cromwell 24/12/18, 05:36 pm

Φ Orik Cromwell

Φ Orik Cromwell
Filho(a) de Netuno
Filho(a) de Netuno
[color:c1f3=003300]O Labirinto do Fauno
Eu estava no Acampamento Meio-Sangue em uma missão diplomática e havia acabado de sair de uma reunião com os conselheiros gregos e autoridades romanas. Desde a guerra com os egípcios essas reuniões estavam cada vez mais comuns e apesar da chatice eram necessárias. Os semideuses estavam se unindo para a autoproteção em caso de mais algum ataque inesperado e para isso estávamos estabelecendo tropas gregas e romanas em pontos estratégicos do mapa nacional. Eu como filho de Netuno e devoto, junto com o conselheiro de Poseidon estávamos estabelecendo pontos marítimos e costeiros, inclusive começamos a discutir algo sobre a constituição de uma marinha.
Quando saí da Casa Grande estiquei a minha coluna em uma extensão preguiçosa e me alonguei para destravar os músculos. “Não nasci para essa vida de ficar sentando o dia inteiro discutindo planos.”, pensei comigo mesmo enquanto caminhava pela Varanda. Os visitantes da nossa comitiva tinham quartos especiais na Casa Grande reservados, mas eu resolvi que ficaria no Chalé 2 reservado aos devotos de Hera. A minha matrona não fazia qualquer distinção entre gregos e romanos, então permitia a todos nós uma cama agradável em seu chalé.
O fim da tarde se aproximava, o céu estava ficando laranja e em algumas horas a noite cairia sobre o acampamento, contudo resolvi me arriscar em uma volta pela floresta. Vesti os meus equipamentos e saí para o final de tarde que poderia me proporcionar alguma aventura. Sempre havia algum grupo de ciclopes ou até mesmo minotauros na floresta do acampamento e era atrás deles que eu estava atrás.
Utilizando da propriedade sombria do Casaco de Leão da Nemeia para me esgueirar por entre as árvores furtivamente adentrei profundamente na floresta. Quando mais eu avançava para o centro mais escuro ficava e a iluminação natural que eu conseguia ter era os poucos feixes de luz que conseguiam atravessar a copa das árvores. Achei o primeiro rastro de monstros muito tempo depois de começar a procura, era um osso parcialmente carbonizado que fora largado encima de um monte de cinzas, que deviam ser de alguma fogueira improvisada. Pelo estado do osso aquele acampamento era recente, o que me dava uma pequena esperança de achar algum monstro em poucos metros.
Continuei a minha procura, mas era difícil achar pistas com tão pouco luminosidade, mas monstros são muito descuidados em esconder o seus rastos e logo achei uma segunda pista, o cadáver recente de um puma com uma mordida na barriga, suas vísceras ainda estavam mornas e espalhadas pelo chão, quem quer que tivesse matado o animal o estraçalhou em alguns pedaços, arrancando as partes mais carnosas e deixando o resto que não lhe era interessante. Segui o rastro de sangue que foi deixado para trás, já preparando Akemi Yue para a batalha.
O rastro de sangue era difícil de se ver, mas fui com cautela e consegui achar o local para onde a trilha indicava que o meu alvo havia ido, ele havia ido em direção a uma depressão do terreno que acabava em um paredão de pedra, e no meio dessa parede havia uma pequena entrada de caverna, o que indicava que o monstro não era muito grande, ou não conseguiria passar pela saliência, eu nunca havia visto esse lugar antes na floresta, mas talvez eu nunca tenha vindo para esse local, então dei de ombros e voltei a minha concentração para a caça. Uma dose de adrenalina foi liberada no meu sangue e instantaneamente eu senti o meu coração acelerar e meus instintos de batalha ficarem mais aguçados. Fui me aproximando da parede com passos cautelosos, um na frente do outro tentando fazer o menor barulho possível, o tridente apertado na minha mão esquerda. As garras automáticas da Wolf Claw não haviam sido ativadas ainda, então nenhum monstro estava perto. A cada passo meu coração dava uma nova batida adrenérgica e eu podia sentir a minha respiração mais pesada.
Assim que cheguei na saliência presente na parede olhei para dentro para tentar ver alguma coisa, mas foi em vão, o interior era totalmente escuro e eu não conseguia ver nada. Olhei para o céu e a noite ainda não havia caído, inspirei uma grande golfada de ar e entrei na caverna. Poucos passos depois tudo clareou e eu estava em um local feito de tijolos com uma arquitetura muito antiga, tochas iluminavam o caminho, olho o local que eu acredito ter vindo e não há nenhuma rachadura que indique ser a entrada da caverna. Agora meu sistema de alerta aumenta e passa para o desespero, giro em círculos tentando achar alguma pista de onde eu vim, mas não acho nenhuma pista.
“Merda...merda... merda”, começo a pensar desesperado, “onde eu estou, saco era uma caverna...”
Então automaticamente algo clica na minha mente e é como se ela tivesse voltado a pensar, analiso a arquitetura do local novamente e minha suspeita se confirma.
- Pelos deuses... – Digo em alto e bom som. – Não pode ser, saí para caçar e tropecei em uma entrada para o labirinto.
Começo a procurar o local onde há uma marca de dédalo para sair do labirinto, tinha que sair dali para reportar ao pretor que havia achado uma nova entrada para o labirinto. Demorei um tempo para achar a marca, e assim que a toquei os tijolos se moveram para formar um arco grego. Assim que saí senti uma energia nova correr pelo meu corpo, então olhei para os céus e eles estavam estrelados me dando uma nova força.
Me camuflei as sombras e corri por entre as árvores, tropeçando em raízes e até mesmo pedras até que alcancei a orla da floresta e segui para a Casa Grande onde anunciei para todos o que havia descoberto, apesar do meu entusiasmo todos pareciam sérios com a noticia e eu comecei a entender o porquê. Uma nova entrada para o labirinto era algo perigoso e tinha de ser averiguada para sabermos a que ponto estaríamos expostos a quem tem conhecimento sobre ela.
- Isso é algo muito sério. – Um menino com olhos de coruja se levantou de sua cadeira e dirigiu-se para um mapa pregado na parede e começou a olha-lo como uma obra de arte. – Onde exatamente você achou a entrada Orik.
Fui até o mapa e circulei com o dedo uma região. – Creio eu que por aqui. Estava a procura de algum monstro e achei um rastro de sangue até uma depressão que leva a uma parede de pedra. É lá que está a entrada.
O garoto acenou a cabeça e seus cabelos cor de areia deslizaram graciosamente enquanto ele mexia sua cabeça em um movimento lateral.
- Não é normal uma entrada surgir assim, nós rastreamos a floresta em busca de novas entrada a uma semana e não havia nenhuma nesse local indicado. Algo está errado e temos de entender o que está acontecendo. Não podemos ter brechas na nossa fronteira.
- Voltarei até lá e investigarei a entrada. – Anunciei com um tom que não deixava contra-argumento. Eu era um semideus experiente e que já havia visto e vencido muitas batalhas e eles sabiam. Ninguém tentou me desencorajar ou levantou objeção.
Caminho para fora da Casa Grande com o peso de trazes novos resultados. Enquanto caminho de volta para a floresta tento arquitetar um plano na minha cabeça, mas nada parece muito racional, o garoto havia me passado algumas informações uteis sobre o labirinto, já que os filhos de Atena aparentemente tinham desenvolvido um bom relacionamento com Dédalo e o inventor havia ensinado truques de navegação dentro do labirinto para eles.
Voltei para o local onde havia achado a entrada e me joguei para dentro do labirinto novamente. Instantaneamente meus instintos se aguçaram e me coloquei em alerta a perigos, as tochas brilharam com um brilho cobre e não soltavam fumaça o que indicava que aquele fogo não era natural. Peguei uma delas da parede e comecei a investigar as paredes atrás de marcas que indicavam o caminho para o centro do labirinto. O filho de Atena havia me dito que se eu olhasse atentamente poderia ver padrões nos tijolos em forma de asas que indicavam que seguindo aquele corredor eu estava indo em direção ao centro.
Passei os primeiros corredores sem qualquer problema, mas conhecendo as histórias sobre aquele lugar sabia que não podia ficar tão calmo assim e que não poderia baixar a guarda. A cada batida do coração uma nova descarga de adrenalina era adicionada ao meu sangue, cada barulho estranho me vazia virar em sua direção e levantar a tocha para levar luz até o local, mas muitas vezes eram animais como baratas e até mesmo alguns ratos que estavam vagando pelos corredores. Cheguei a uma encruzilhada e comecei a procurar pela marca de asas, mas os tijolos estavam muito desgastados, dei dois passos em direção ao centro da encruzilhada e percebi o erro do que havia feito, uma parte do calçamento do labirinto se afundou e buracos se abriram na parede disparando centenas de dardos na minha direção. Automaticamente eu abri o meu Escudo Aegis e o coloquei sobre a cabeça em posição de defesa, e deixei que o Casaco de Leão da Nemeia cuidasse do resto do trabalho.
Saí ileso daquela armadilha, contudo naquele meio tempo o labirinto se modificou para me fazer ficar preso nele. Agora não estava mais em uma encruzilhada e sim em um longo corredor. Agora eu teria de ficar ainda mais atento do que antes das armadilhas, não queria ser pego em outra. A tocha que eu havia pego da parede agora estava no chão, seu fogo não deixou nenhuma marca de queimado nos tijolos, uma coisa que era bom sobre esses tipos de magia era que elas não causavam grandes incêndios.
Novamente procurei a marca que indicava a direção para o centro do labirinto e segui em busca do local onde Dédalo deveria estar. Continuava atento as garras da Wolf Claw caso algum monstro se aproximasse, mas até o momento não havia surgido nenhuma evidência de monstros. Quanto mais para o centro do labirinto eu ia, mais antiga a arquitetura ficava e mais perigoso de encontrar monstros. Foi então que eu as minhas suspeitas se confirmaram, automaticamente as garras da Wolf Claw saíram anunciando a presença de algum monstro perto, instintivamente eu expulso Akemi Yue da sua tatuagem e fiquei a espera dos monstros se aproximarem, pude ouvir cliques metálicos vindo das minhas costas e quando me virei dei de cara com duas empousais, as duas pararam e ficaram olhando para mim.
- Humm.... um semideus desses aqui no labirinto. Ah garoto, você está em graves apuros, seu cheiro está bem forte nesses corredores e muitos de nós já sentimos. – Uma delas disse lambendo seus lábios de um jeito até obsceno. – Venha! Sempre quis provar um Filho do Mar.
Ela partiu para cima de mim com uma velocidade incrível, a minha única chance foi transmutar o bracelete no Escudo Aegis e mostrar a cara feia da Medusa para a disgraçada que se assustou e abriu uma brecha para que eu contra-atacasse com um golpe poderoso da Wolf Claw. Soquei em suas costelas, com as lâminas de 15 cm ativadas, só a força da luva foi suficiente para sentir algumas de suas costelas quebrando, o dano foi aumentado pelas 3 lâminas que entraram e saíram cortando ossos, músculos e pele como se fossem feitos de papel. A empousai gritou de dor e em estado de fúria começou a acertar o escudo violentamente, precisei manter firme a mão para que a força dos seus golpes não arrancasse o escudo de mim.
Como eu estava em desvantagem, já que eram duas contra um, a segunda empousai conseguiu me atacar, ela deu a volta e mirava o meu pescoço, ela conseguiu se aproximar, mas na hora que ela foi desferir seu golpe eu consegui me defender dando um chute nela. Contudo, suas garras conseguiram me acertar abrindo um corte no meu pescoço que se seguiu até metade da nuca.
Um ódio cresceu dentro de mim, transmutei o escudo novamente em um bracelete, e meti os dentes envenenados do Akemi Yue na goela da desgraçada. O veneno automaticamente começou a fazer efeito e a desgraçada começou a gritar como uma louca, colocando as mãos no local onde os dentes do tridente a havia perfurado. Ela deu alguns passos para trás e se desfez em pó. Sua amiga soltou um urro e partiu para cima de mim, então joguei uma maldição sobre ela para que pernas ficassem fracas e assim foi, ela durante a sua corrida suas pernas embolaram uma na outra e ela caiu de cara no chão. Me aproximei dela com um olhar frio e finquei os dentes do tridente em sua cabeça. O golpe foi fatal, mas a batalha havia atrasado muito o meu progresso e meu rastro realmente estava atraindo monstros. Ouvi grunhidos vindo do corredor e me preparei para mais monstros, três pares de olhos vermelhos surgiram, “cães infernais”, pensei, eu já conhecia aqueles monstros muito bem, um sorriso divertido cruzou o meu lábio, mas logo morreu quando eu vi o que se seguia a eles.
Dois lestrigões seguravam os cães infernais por goleiras feitas de ossos entrelaçados por um fio dourado, os monstros pareciam dois badboys enormes, prontos para soltar seus pitbulls em cima de um animal indefeso somente para ver a carnificina. Os cães mostravam seus dentes e suas bocas se abriram ainda mais, para mostrar que diferente dos cães normais eles tinham duas fileiras extras de dentes prontas para destroçar a minha pessoa. Respirei fundo e expulsei de minha tatuagem o seu segundo Tridente, se era para lutar contra três eu iria com duas armas.
Os lestrigões entenderam que eu não iria me render e soltaram seus cachorros, os 3 monstros correram em minha direção sedentos por uma mordida, mas eu fui mais rápido, mirei em um deles e atirei o meu Tridente[Elétrico][H] no mais rápido, os dentes do tridente cravaram em seu peito próximo a sua pata dianteira direita, ele gritou de dor, e parou. Aquilo pareceu somente trazer mais forças para os outros dois que aceleraram.
Então eu comecei a correr na direção dos dois cães, só que quando estávamos suficientemente próximos pulei na parede a minha esquerda e me impulsionei para passar por cima deles, me posicionando atrás dos mesmos. Podia sentir a adrenalina acelerando o meu coração, cada bombada de sangue retumbava como um tambor. Os cães pararam para virar novamente em minha direção. Eu rapidamente saquei a minha rede de peixes que estava amarrada em meu cinto e a arremessei em direção a um deles, que ficou rosnando e mordendo a rede. Agora estava somente eu e mais um dos cães, aquela luta seria fácil.
- Vem cãozinho. – Disse provocando, o animal acelerou em minha direção e quando ele estava próximo a mim transmutei o bracelete, novamente, no Escudo Aegis e mostrei a cara da medusa para o cão, que parou seu avanço assustado. Aquela foi a minha chance imperdível, rapidamente eu troquei Akemi Yue [Oricalco][Heroico][Cortante][Venenoso][H] para a mão direita e arremessei-o com toda a força, somatizada com a força da Wolf Claw na cabeça do animal. Um segundo após o mesmo caiu morto no chão, com os dentes do Akemi Yue cravados profundamente em seu crânio.
O cão que eu havia acertado com o primeiro tridente havia conseguido se livrar dele e voltou a correr em minha direção, como eu estava de costas para ele não tive tempo de reação suficiente para me esquivar. Logo, suas garras passaram pelo Casaco sem contudo me dar dano, já que o Casaco absorve todos os danos cortantes. Após o ataque me virei e o agarrei pela coleira com a Wolf Claw, então bati sua cabeça na parede. Senti o crânio rachar com o impacto e vi o ícor escorrer pelas narinas do cão que caiu morto.
O terceiro cão em fúria rasgou a rede de peixes e me livrou a mesma, expulsei minhas Shurikens [Ouro][Gélida][H] e as girei nos dedos em forma de desafio, assim que ele começou a correr lancei as três, apenas uma delas acertou cravando em seu peito, mas o animal continuou sua investida. Quando ele estava bem próximo me esquivei pulando para a direita e dando uma cambalhota, então corri até Akemi Yue que estava cravado no corpo do primeiro cachorro, e o arranquei do cadáver. Seus dentes saíram dourados de sangue de monstro, mas logo ficavam verdes novamente por causa do veneno. O animal investiu novamente na minha direção, o desgraçado corria com uma velocidade incrível, novamente eu tive de pular para me esquivar, mas dessa vez eu tentei fazer um corte com os dentes do Akemi, o corte foi de fora a fora na sua lateral esquerda, fazendo com que sua mobilidade do lado esquerdo fosse reduzida. Mesmo mancando e com veneno em seu sangue o cão investiu mais vez, dessa vez utilizei o escudo para assusta-lo e ele caiu, assim que viu a cara da medusa ele se assustou e então eu desferi um ataque com a Wolf Claw que o esmagou contra o chão, matando-o.
Após matar o último cão me virei para o local onde os Lestrigões estavam para chama-los para a luta, mas ambos haviam ido embora, não havia qualquer vestígio deles. Então, foi ai que fui pego de surpresa, uma queimação começou na minha nuca e parte do pescoço, levei a minha mão até o local e vi que eu estava sangrando.
“O ataque da empousai”, meu estomago embrulhou instantaneamente e um quadro intenso de sudorese iniciou. “Merda... veneno”
Como eu havia lutado o sangue correu mais rápido e com a baixa da adrenalina no meu corpo eu começaria a sentir os efeitos do veneno que havia se espalhado, eu precisava me curar e rápido. Não consegui andar mais do que 15 metros até chegar em uma outra encruzilhada, minha mente já estava turva e eu já estava todo molhado de suor. O vomito veio com mais força e rapidez do que eu conseguiria segurar, e a ultima coisa que eu havia comido se espalhou pelo chão do labirinto.
“Água... eu preciso de água”, ouvi passos atrás de mim e apertei minhas mãos em volta de Akemi Yue, que agora não era somente uma arma, mas também um apoio para me manter em pé, vultos me cercavam, vultos que eu... deuses eu estava perdido, o desespero começou a invadir a minha mente, não havia qualquer chance de lutar naquele momento, graças a última batalho o veneno havia circulado muito rapidamente e eu estava extremamente fraco.
“Você sempre foi fraco!”, uma voz disse na minha mente, “renda-se, renda-se a mim”, a mesma voz repetiu.
- E-eu não sou fraco... eu... – Eu não tinha nenhuma chance de vitória, morreria ali no labirinto, aquele era o meu fim. Uma gargalhada escapou da minha garganta com uma força que eu não sabia que ainda tinha. – Depois de tanto lutar, de tantos inimigos eu irei ser derrotado por veneno.
Mais uma onda de vomito veio, e meu coração palpitou em meu peito. A fraqueza muscular aumentou e eu me sentia extremamente cansado. Comecei a ver vultos a minha volta, ouvir risadas e me sentia cercado. O desespero começou a crescer e eu percebi que eu não queria morrer ali, de forma tão desonrosa como por veneno Eu havia lutado tanto em minha vida, contra inimigos tão poderosos e iria ser derrotado por um simples veneno.
- Vocês vão me devorar, mas minha carne é fraca e de nada servirá para encher suas barrigas desgraçadas. – Agora tremores percorriam o meu corpo e a fraqueza aumentou.
“Fim de linha filho do mar”, disse novamente a voz na minha cabeça e eu concordei, sim era o fim da linha, não havia mais nada a ser feito, “eu sou fraco e mereço morrer.. eu sou...”
“Você é um dos meus campeões e eu não tenho campeões fracos”, eu conhecia aquela voz agora, era uma voz maternal e calorosa, era a voz de minha mãe... ou supostamente era assim que eu a encarava. Lágrimas correram pelo meu rosto, quentes e salgadas como o mar, lágrimas de vergonha, embaraço e sofrimento, sim sofrimento.
- Minha deusa... eu sinto muito. Eu não sou digno, eu não sou valioso. – As lágrimas aumentaram, como eu podia desistir tão facilmente? Como a desesperança havia me alcançado com tanta facilidade? Como o medo havia tomado conta de mim? Eu era um campeão de Juno, não qualquer campeão, eu era o líder dos campeões romanos e eu era o filho do deus das tormentas marinhas.
Senti o mar dentro de mim, apesar dos calafrios, suor e mente turva ele ainda estava ali. Um último grito de liberdade correu por entre a minha garganta, utilizei Akemi Yue como um apoio para me levantar e pude ouvir os cães rosnando.
- Toma isso desgraçados! – Então o chão começou a tremer, todo o labirinto começou a tremer, as paredes começaram a rachar e poeira caiu do teto, meu equilíbrio já estava prejudicado então eu caí no chão, ventos começaram a correr violentamente pelos corredores, fazendo com que as tochas magicas começassem a tremular e em um instante e o chão foi rasgado por gêiseres, jorrando água até o teto e começando a inundar o labirinto, a água me atingiu, molhando os meus cabelos, ensopando a minha roupa e caindo sobre o meu ferimento. Dessa forma, minha mente começou a voltar ao normal, então tudo ficou preto, e eu caí desmaiado.
Quando acordei estava deitado em uma cama de metal, ela era confortável e parecia uma daquelas mesas de dessecação dos necrotérios. Eu estava completamente nú, então levantei de um pulo já sacando o meu segundo Tridente de sua tatuagem e ficando em posição de ataque. Vasculhei o quarto em busca de algum sinal de minhas roupas, mas a única coisa que encontrei foi uma trouxa de roupas cinzas, como pijamas. Assim que o susto inicial passou olhei para os detalhes na roupa e nas paredes e percebi que estava seguro. O delta de Dédalo estava por todos os lugares, de alguma forma eu havia sido resgatado pelo criador, que me trouxe para seu laboratório.
Saí do cômodo e encontrei um senhor de idade sentado atrás de uma mesa de projetos, ele estava concentrado em seu trabalho e pareceu não notar a minha presença. O local era uma bagunça só, autômatos semi-prontos, projetos inacabados ou descartados, papeis pregados nas paredes e até mesmo jogados em uma lixeira transbordando papel. O ambiente era extremamente claro, e coberto por janelas que a cada minuto mudavam de paisagens.
- Dédalo? – Perguntei em forma de chamamento, o criador levantou seus olhos dos papeis e sorriu.
- Então você acordou destruídor. Foi um belo feito o que você fez dentro do meu labirinto. Um terremoto, gêiseres e tornados não são coisas seguras em um local fechado. Você destruiu uma parte muito antiga do meu labirinto e causou danos para os mortais também. Creio que os noticiários devem estar alerta sobre a tragédia que se ocorreu.
- Me desculpa... eu não estava pensando claramente.
- Sim, sim. Meu autômato médico te avaliou e aplicou antídotos contra o veneno que estava correndo em suas veias. Era uma formula psicotrópica, então bagunçou os seus sentidos. Venha, vou te entregar seus equipamentos.
Ele se levantou e me levou onde estavam os meus equipamentos. Recolhi todos e me senti muito melhor após tê-los todos de volta.
- Uma vez eu conheci um outro filho do mar e eu posso afirmar que vocês nunca entram aqui no meu labirinto se não há uma necessidade real. Diga-me o que aconteceu dessa vez?
Respirei fundo e contei para ele sobre a minha descoberta, ele ficou interessado e me convidou para um café. Enquanto comíamos ele pareceu interessado na história e pediu mais detalhes a cada descrição. Então ele se levantou e foi até uma estante, e pegou uma das folhas quadriculadas de desenho que ele estava trabalhando antes.
- A algum tempo eu venho observando anomalias nas novas ramificações do labirinto. Entradas estão sendo criadas a esmo, sem qualquer padrão lógico e isso nunca ocorreu antes, todas as minhas criações seguem um padrão lógico – ele disse essa última parte com o dedo indicador erguido para mostrar que aquela era uma verdade incontestável para ele. – Então, eu fui investigar e elas pararam, de alguma forma alguém está brincando com as entradas, pude sentir uma magia, mas não identifica-la.
Ele tomou um fôlego e me olhou com um olhar inquisidor como se temesse me libertar novamente em seu precioso labirinto.
- Como vai ser? Eu preciso resolver isso logo. – Disse impaciente. – Não é seguro entradas se abrindo a torto e a direito sem fiscalização, seu labirinto consegue burlar magias poderosas e isso pode colocar a vida de semideuses em risco.
Dédalo acenava afirmativamente com a cabeça, mas seus olhos estavam longe, em algum mundo distante no qual os gênios inventores vão para sonhar acordado com suas invenções. Então ele caminhou até a prateleira e pegou uma folha quadriculada e a abriu em cima da mesa. A folha continha um projeto arquitetônico do labirinto, era a planta daquele lugar e ela mudava constantemente, era possível ver quais locais estavam se modificando e para onde eles levavam. Cinco pontos amarelos chamaram a minha atenção, eles brilhavam como pequenas luzes apontei para o mesmo e perguntei o que significavam.
- São novas entradas, essa aqui é a que você achou. – ele apontou a entrada que levava para o acampamento meio sangue. – Essa aqui abriu hoje...
- Então é lá que irei iniciar a minha pesquisa. Posso levar esse mapa?
- Sim, sim... pode, mas assim que você sair do labirinto ele irá se desfazer.
O olhar de dédalo novamente vagou para longe e eu soube que aquilo não era tudo, ele estava escondendo algo. “Velho maldito, o que está realmente acontecendo?”. Sem qualquer aviso prévio peguei o inventor pelo colarinho de sua blusa e o pressionei contra a parede.
- Eu conheço esse seu olhar, o olhar de alguém que está escondendo alguma coisa. DESEMBUCHA! – Eu gritei na cara dele, expulsei lâminas de 10 cm da Wolf Claw e as coloquei na garganta do velho, vi a musculatura do pescoço dele subir e descer enquanto ele engolia a saliva. – Desgraçado... o que você sabe?
- N-nada...
Pude sentir a mentira no ar e um sorriso maligno correu meu rosto.
- Você acha que aquilo que eu fiz naquela encruzilhada foi destruição? Não aquilo é pouco perto do que eu posso fazer. – Deixei minha voz se tornar a mais psicótica possível. – Se você não me contar eu destruirei seu laboratório inteiro, queimarei todos os seus projetos e te mandarei de volta para o submundo, mas dessa vez irei me assegurar que sua alma vá para o Tártaro e seu trabalho seja esquecido.
Uma onda de pânico cruzou o rosto de Dédalo, o velho começou a tremer e seu olhos se encheram de lágrimas.
- E-ele me fez prometer. Deuses como eu pude... – Ele se jogou no chão tremendo.
- O que você fez?
- Ele vai atacar o acampamento, ele tomou conta do meu labirinto de alguma forma. Aquele filho de Jano, ele me obrigou. Corra, esse foi o último portal que ele abriu para reunir tropas, logo ele atacará.
- Você é desprezível. – Praguejei uma maldição para Dédalo e cuspi nele. Então peguei meus equipamentos e corri. Com o mapa eu conseguia cruzar o labirinto com uma velocidade extrema.
Em pouco tempo cheguei até a entrada recém-aberta e me camuflei as sombras para observa-los, contudo não podia ficar muito tempo ali, logo eles sentiriam o meu cheiro, a sala era ampla e nela se reuniam diversos monstros, empousais, lestrigões, ciclopes, harpias e cães infernais. Aquela horda podia ser parada, mas não antes de causar um grande estrago ao acampamento e matar uma boa quantidade de semideuses.
“Juno e pai, deem-me forças para lutar em favor do acampamento.”, fiz uma rápida oração para os deuses. Ouvi passos se aproximando, então procurei uma parte escura para me camuflar nas sombras.
- Ele vai nos matar você vai ver. Vamos voltar para o Tártaro antes mesmo de poder experimentar o sabor de matar um semideus de novo.
- Ele era muito forte, você viu. Ele lidou com os nossos cães em questão de minutos. Nunca vi nada parecido.
Eram os dois lestrigões que seguravam os cães que me atacaram. “Merda... que porra é essa?”
Antes que eles tivessem tempo de voltar para a sala um portal se abriu atrás deles e um garoto de duas cabeças saiu dele, nenhuma de seus dois rostos pareciam muito felizes.
- Por que a demora? – Suas duas cabeças falaram ao mesmo tempo e aquilo já me deixou irritado. – Onde está a cabeça dele? Ou os cães estraçalharam ele todo?
- E-então chefe.... – O primeiro lestrigão começou a falar, mas não precisou concluir a frase.
- Vocês não conseguiram captura-lo. Como vocês não conseguiram capturar um semideus solitário dentro dessa merda de labirinto. E cadê as empousais que eu também mantei atrás dele?
- Mortas – Dessa vez o segundo lestrigão que respondeu.
- Deuses, como isso é possível.
- É um semideus muito forte chefe, ele...
Todos os três olharam na minha direção.
- Ele fede a mar. Então temos um filho de poseidon ou netuno aqui. – Os dois rostos do filho de Jano pareciam coléricos. – Eu sempre quis matar um filho dos três grandes antes. Saia de seu esconderijo semideus e me encare.
Eu saí das trevas e abaixei o capuz do Casaco, já expulsei o Akemi Yue e a minha Lança Média [Ouro] de suas tatuagens. Akemi eu segurava com a mão direita, a mesma da Wolf Claw, enquanto a Lança eu segurava na esquerda.
- Então como vai ser? Você desiste agora ou depois seu lixo? – Disparei para o semideus revoltado que começou a rir.
- Você morre agora eu depois? – Ele retrucou.
Comecei a correr o mais rápido que eu conseguia em direção ao garoto, mas assim como eu esperava ele abriu um portal e me teleportou para algum lugar deixando apenas os dois lestrigões na sala. Ambos os monstros se colocaram em posição de ataque, arrancando pedras das paredes e lançando-as na minha direção. Desviei de todas elas com facilidade, lancei Akemi Yue em um deles e rolei para trás de outro apenas para cravar o Lança Média no seu calcanhar. Ambos os ataques foram bem-sucedidos e causaram um bom dano aos lestrigões.
Senti um chute nas minhas costas e quando em virei não havia mais ninguém lá, o chute me empurrou para frente de modo que cai entre os lestrigões. Ambos os monstros levantaram seus pulsos em minha direção e tentaram me esmagar no chão, contudo fui rápido e consegui me desviar de ambos. O lestrigão que estava com Akemi Yue cravado começou a gritar de dor, graças ao veneno, enquanto o segundo arrancou a lança média do seu tornozelo, me levantei e expulsei o meu Tridente[Elétrico][H] de sua tatuagem.
- Isso era o forte que vocês haviam falado? – O filho de Jano apareceu logo atrás do segundo lestrigão. – Mate-o! Mate-o agora.
O monstro se levantou, mas com um dos calcanhares inutilizados não teve muito apoio. E foi nesse momento que eu me aproveitei e invoquei um Geiser embaixo do meu oponente e com minha hidrocinese modifiquei a água assim que ela surgiu para a forma de uma lança pontiaguda, muito densa. Assim que ela foi expelida, o lestrigão foi empalada de fora a fora e jogado no teto do labirinto. O lestrigão envenenado continuava gritando, o que certamente iria atrair outros monstros. Então com o tridente que eu estava em posse terminei de mata-lo e arranquei Akemi Yue dele.
O chão do labirinto estava ficando inundado de água, o que criava uma vantagem pra mim, contudo o desgraçado do filho de Jano conseguia se teleportar para qualquer lugar e poderia fugir de qualquer ataque direto que eu fizesse.
- Agora é somente eu e você seu fudido. – Chamei ele para a luta, mas não tive resposta. Derepente um portal se abriu e o meu Geiser subiu, contudo não houve tempo suficiente para que toda a água que recobria o chão fosse levada junto. O corredor ainda estava parcialmente inundado.
Um novo portal se abriu acima de mim e um carro caiu sobre mim, me joguei para o lado e o automóvel atingiu o chão do labirinto espalhando água para todo o lado. Um novo portal se abriu e de lá o filho de Jano arremessou uma esfera explosiva, ativei o meu escudo em tempo de me defender, mas uma parte do meu braço foi queimado na explosão.
Praguejei em latim e com a marca da tormenta joguei uma maldição nele para que no próximo portal algo o forçasse a aparecer. Assim que ele abriu o portal para lançar o próximo projétil em mim ele se desequilibrou com o peso do mesmo e caiu para dentro do portal. Então com hidrocinese fiz a água agarrá-lo puxando-o para o chão. Assim que pulei em sua direção ele me teletransportou para o outro lado, caí no chão atrás dele e quando tentei agarra-lo ele se esquivou e começou a fugir. Lancei uma segunda maldição dele, uma maldição de fraqueza. Seu ritmo de corrida começou a cair então eu me levantei e comecei a correr atrás. Ele tentou abrir um outro portal para se livrar de mim, mas ele estava fraco e o uso de magia o enfraqueceu ainda mais.
O agarrei pelo colarinho e o virei para mim, seus rostos estavam em pânico.
- Por que você quer atacar o acampamento? – Perguntei, e tudo o que ele fez foi reunir sua força para cuspir em mim. – Diga logo.
- Prefiro a morte...
E com isso ele tentou abrir um portal abaixo de si mesmo na tentativa de escapar, mas consegui ser mais rápido e cravei as garras da Wolf Claw em seu peito. As lâminas de Oricalco perfuraram sua camisa e saíram cheia de sangue. O portal que ele tentou abrir se fechou sem levar o seu corpo para o local pretendido. Os seus olhos se fixaram no teto e eu soube que eu havia o matado.
Me levantei, recolhi minhas coisas e voltei para o acampamento utilizando o mapa, as entradas que o filho de Jano havia aberto se fecharam, então tive de voltar pela entrada normal. Quando saí do labirinto era dia e o sol brilhava alto no céu, voltei para a Casa Grande para reportar o que havia acontecido e descobri que minha aventura havia durado mais de uma semana. Assim que reportei o que havia descoberto os conselheiros se olharam em vergonha e eu conhecia aquele olhar, eles sabiam o motivo da revolta do garoto e possivelmente o conheciam. Dei de ombros, pois aqueles não eram mais assuntos para mim, pois a muito havia saído do acampamento grego. Me reuni com o pretor e então partimos de volta para o Acampamento Júpiter.

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