— Obrigado pela ajuda. Você sabe algo sobre esses chifres ou sobre esse local? — Digo, observando os meus machucados e vendo os caminhos disponíveis para eu seguir. — Se puder não destruir isso, eu agradeço.

Ainda desconfiado com grandão, procuro pela minha adaga, em seguida, me dirijo até o golem calmamente, paro e espero pacientemente ele para de incendiar o fragmentos. Depois de alguns minutos, toco no chifre com as mãos nuas rapidamente só para ver se ele está muito quente. Caso a mesma esteja, irei chutar o fragmento para longe da brasa e esperar 10min para ver se ele esfria. Caso ele esteja frio a ponto de eu poder colocar ele na minha mochila sem que o mesmo faça tudo que eu tenho pegar fogo, eu colocarei minha mochila no chão, abrirei ela e irei pegar o fragmento do chifre rapidamente, já o jogando na minha mochila. Se ele continuar muito quente para eu coloca-lo na minha mochila ou o golem demonstrar alguma hostilidade em relação a isso, relutante, desistirei do fragmento e voltarei a explorar o ambiente.

Durante o caminho, me manterei atento aos meus arredores e me prepararei para me esquivar de possíveis ataques.

— Até onde você acha que essa rede de cavernas pode chegar? — Pergunto em um tom baixo para a minha sombra, olhando atenciosamente para cada canto do local.

Não esperava que o golem fosse me tratar tão bem assim, talvez tal desconfiança nunca tivesse sido necessária quanto ao meu aliado na luta anterior. Reflito a respeito da relação entre cada golem, já que anteriormente, após eu matar um golem enorme, encontrei um menor que não me atacou, algo que aconteceu novamente com esses golens de fogo. Talvez os que são agressivos sejam como um vírus ou algo assim tentando tomar o controle, ou eu estou matando os golens errados. Bom, não devia me importar tanto com esse lugar, já que o meu objetivo inicial era apenas dar uma de exterminador de insetos já que eu era o único conselheiro presente, talvez o único filho de Hades que ainda não enjoou dos primos e por isso suporta o acampamento. Enfim, uma boa desculpa para estar aqui é que esse local se demonstrou muito mais interessante do que no início, ou talvez eu ainda não esteja sentindo a morte iminente como quando o meu corpo não suportou as sombras.

Então mais uma vez a caverna se divide entre formas diferentes de eu possivelmente me ferrar? Sinceramente eu gostaria de ir mais para baixo, porém a parte de cima me parece bem mais atraente quando eu penso em resolver os problemas desse local, se é que uma pessoa sozinha é capaz de resolver um problema que talvez só seja algo da natureza, o que importa é que talvez esse local seja bom para o meu desenvolvimento pessoal, tanto mental quanto físico.

"Veio de baixo, né?" Penso enquanto sigo para o túnel dos cristais, mentalmente pronto para cair na porrada com outro golem de fogo, ou vários outros. "O mais escuro parecia interessante"

Caso alguma coisa tente me atacar, eu tentarei dar evasivas e sacar minha espada logo após a evasiva.

Por um momento eu agradeço por não ter a minha espada em mãos, pois assim como eu matei os insetos que tentaram me atacar por trás. Tal pensamento me faz olhar com melancolia para a criaturazinha que acabara de sair andando, após isso, olho para as minhas mãos e penso se havia outra forma de resolver minhas lutas anteriores, se no final das contas eu esteja sendo o vilão ou apenas uma peça para manter os deuses entretidos. Enfim, desde que eu consiga fazer uma diferença positiva nesse local ou conseguir alguma informação que seja útil para o meu desenvolvimento pessoal, está valendo.

Assim que a minha sombra levanta a hipótese sobre haverem seres parasitários ou controladores por trás dos golens agressivos, eu sinto o meu corpo rapidamente se enchendo de raiva, o que muda totalmente a expressão da minha face, que vai de algo cansado e melancólico para uma expressão de determinação e ódio. Eu empunho a minha espada e cerro meus dentes, assim como os meus punhos em volta do cabo da espada, a qual em empunho com as duas mãos, sendo que cada uma está em uma extremidade, fazendo com que do ponto de vista de algumas artes marciais eu esteja empunhando a espada como ela deve ser empunhada, como eu deveria ter feito desde o início.

"Eu lhe peço para que me ajude a identificar as características parasitárias ou de controle nos golens" Peço a minha sombra, em seguida, me concentro nas sombras, tentando ignorar o fato delas quase terem me consumido anteriormente.

— Dessa vez será diferente — Digo para mim, tentando me reconfortar em relação a possibilidade das sombras me consumirem novamente.

Assim que me sinto menos nervoso em relação a escuridão, começo a sentir as sombras se pondo sobre a minha pele, junto disto, meus sentidos se aguçando e minha raiva impulsionando tudo ainda mais. Em seguida, totalmente encoberto de sombras, corro até o túnel da direita em velocidade máxima, já esperando encontrar logo de cara. Assim que identificar o malfeitor, arremessarei minha adaga na direção do tronco da criatura e ficarei andando em volta da criatura em alta velocidade, me aproximando e me afastando ao mesmo tempo. Se eu identificar o agressor assim eu entrar na sala e o mesmo estiver distraído, ao invés de arremessar a adaga, tentarei fazer um corte na horizontal, girando a minha cintura para dar mais força ao corte, em seguida, recuarei e me movimentarei como está descrito um pouco acima.

Se eu ainda puder ter um movimento defensivo, buscarei me esquivar com pulos ou evasivas, colocando a minha espada na frente do ataque caso eu não seja capaz de me esquivar.

E esse lugar só piora. Aparentemente há uma estrutura de escravidão nesse local ou algo assim, sinceramente eu continuo com uma vontade enorme de matar os seres malignos daqui, mas o fato de haver muitos inimigos e alguns que talvez fossem mais fortes que eu torna praticamente impossível um avanço frontal contra o grandão, pois mesmo com as sombras me protegendo, com a quantidade de inimigos e a temperatura e luminosidade das chamas eu seria transformado em cinzas em questão de minutos. Eu ainda não posso confiar totalmente nas sombras.

Eu posso até não manjar de ordem social ou de coisas que podem levar um sistema ao caos, mas sei que basta você ferir a principal fonte de opressão que o sistema começa a desmoronar lentamente. A pergunta é, como eu irei eliminar a principal fonte de opressão? Talvez o surpreendendo com um ataque surpresa, como eu normalmente faria se fosse um inimigo que não me pressentisse. Sinceramente eu não vim muito preparado, mas esse é o momento perfeito para testar algo que eu não pensei que seria útil em um ambiente como esse.

Um tanto quanto preocupado com a eficacia do plano que possuo em mente, procuro me mover de uma sombra a outra até um local mais afastado, após isso, aguardo o chefe se afastar da entrada para assim eu me mover até lá e ficar escondido em alguma sombra na qual ninguém tenha visão de mim. Assim que eu conseguir me posicionar, abrirei a minha mochila para tirar dela três coisas importantes para minha sobrevivência, uma poção de energia heroica, a poção de Polissuco e o fragmento do golem que eu matei anteriormente. Inicialmente consumo a poção de energia para assim conseguir ao menos recuperar a energia que eu gastei para formar minha armadura sombria e logo em seguida começarei o meu plano.

Para começar todo o meu plano maligno de implantação da desordem social, abro a poção e jogo o fragmento dentro dela, para em seguida, virar a poção como se a mesma fosse um shot de vodka.

"Caso tudo isso dê errado e todos partam para cima de mim, eu te agradeço por ter me acompanhado em minhas batalhas" digo para minha sombra, enquanto meu corpo vai se transformando e eu vou desfazendo a minha armadura de sombras.

Assim que transformado, faço uma prece a Éris, torcendo para que ela me ajude a causar o caos neste local. Também faço uma prece a Nêmesis, para que ela me ajude a realizar a vingança dos golens oprimidos. Após fazer minhas preces, sigo calmamente até o local que eu estava anteriormente, cauteloso em relação a reação dos golens. Caso eles não reajam negativamente ou reajam positivamente, tentarei me aproximar do grandão como alguém que não quer nada. Se me descobrirem e tudo dar errado, eu tentarei voltar a minha forma humana, já sacando a minha espada e começando a correr pelo local, pronto para me esquivar de rajadas de fogo ou coisas parecidas.

Enquanto me aproximo, irei analisar o ambiente para saber onde estou me movendo e identificar outros possíveis seres que sejam malignos ou rotas de fuga.

Sinceramente eu imaginei que beber a poção seria pior, algo como a sensação de ter o meu esôfago em chamas ou coisa pior, talvez as moiras estejam planejando que eu seja queimado mais tarde. Pelo menos no momento tudo isso se restringiu apenas a uma ânsia de vômito enorme, muito provavelmente a maior que eu já senti.

Compensando toda a estranheza da transformação, me sinto bem mais alto e ciente de tudo que está acontecendo, como se o meu radar estivesse em um nível totalmente superior ao anterior, provavelmente foi isso que permitiu o golem gigante me rastrear em cada lugar que eu passava. Eu não sei se essa forma vai me trazer o respeito ou ao menos neutralidade dos grandões, mas tendo a atenção dos menores eu já conseguirei lançar tudo pelos ares.

Ao ver os dois se aproximarem, sinto um receio em relação ao que eles pretendem fazer e como eu devo me portar, qualquer deslize pode fazer o uso da poção de polissuco ter se tornado um enorme desperdício. Eles não parecem estar querendo me matar ou algo assim, provavelmente o golem que eu matei também tinha o parasita em si.

— Há um golem bem forte seguindo o túnel e continuando reto na encruzilhada, eu tentei o derrotar, mas sozinho eu não consigo. Algum de vocês poderiam me ajudar na revanche? — Peço aos golens presentes, esperando que um deles aceite o meu pedido.

Caso alguém aceite, irei com ele até o local em que enfrentei o primeiro golem. No caminho eu o observo, tento achar o cristal amarelo dele, assim que identificar o parasita, irei me colocar perto do mesmo de forma sutil, visando não deixar o hospedeiro desconfiado. Assim que nós não estivermos distantes dos outros golens, eu empunho a minha adaga e faço um corte na horizontal, visando atingir apenas a pedra com a intenção de arranca-la como se fosse uma verruga. Se o corte não for o suficiente para arranca-la, irei testar a minha força com um soco em força total, buscarei potencializar o soco girando meu punho e minha cintura, como um lutador.

No final de minha ação, recuarei e verificarei se a aura dele ainda possui a do parasita.

Sinceramente daqui para frente as coisas serão complicadas, no momento a intenção é tornar os hospedeiros em aliados, mas se a situação ficar muito feia, creio eu que não terei nenhuma opção a não ser livra-los de serem controlados com métodos mais letais. Sei que o fogo provavelmente não é uma ameaça para mim no momento, mas se eu puder fazer tudo isso de uma forma menos caótica, será melhor para mim e para os golens.

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Passivas: