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Herois do Olimpo RPG

Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


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Hades

Hades
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
O dia tinha se passado como um espelho do dia anterior. E como uma prévia do dia seguinte; apenas mais um dia normal de sol em meio à primavera. Todos cumpriram com suas atividades matinais normalmente, e após o almoço o decorrer da tarde foi monótono e tranquilo.

Foi apenas quando o sol começou a se por que os campistas começaram a notar algo de diferente. Uma névoa densa parecia cercar o acampamento, impedindo-os de enxergar além dos bosques e além das barreiras mágicas do lugar. Todos se reuniam para o jantar em volta da fogueira; as chamas queimavam multicoloridas, cadafagulha refletindo em sua cor as emoções de uma das pessoas presentes. Mas naquela noite, eles não estavam sozinhos. Nos galhos das árvores nos bosques, no topo dos telhados dos chalés e das barracas do refeitório; em todo lugar, corvos pretos e brancos enchiam a noite com seus granados. Os filhos de Hypnos estavam estranhamente enjoados naquele fim de tarde, muitos correndo pros banheiros para vomitar.

Por fim, todos estavam reunidos. Os conselheiros, preocupados, já haviam consultado Nathan para saber o que ele estava captando de diferente, mas o garoto disse que seus radares mágicos estavam bugados. Ele não conseguia sentir além daquela névvoa estranha e, quando tentou contatar suas deusas matronas, toda resposta que obteve foi "Não tema". Em Nova Roma, em todas as coortes o movimento crescia em igual proporção; todos estavam comentando sobre a névoa que estava cercando os terrenos da cidade, aproximando-se pela floresta e pelos campos de treino. Os augures filhos de Apolo não conseguiam nenhuma resposta para suas preces e não enxergavam nenhum futuro em seus sacrifícios; por fim, alguns conseguiram respostas curtas dos espíritos. Mas tudo o que falaram foi: Tenha calma. E só.

Por fim, o jantar chegou. O refeitório estava particularmente cheio e, no meio da noite, um corvo cortou o silêncio. A ave branca voou e soltou algo sobre o colo de um campista; uma carta com uma pena branca amarrada. A carta não tinha nehuma abertura; era um envelope completamente selado como uma embalagem a vácuo. Era macio e branco e escrito em letras douradas tinha apenas;

"Acampamento Meio-Sangue, Refeitório
Para Convidado
Numa noite de névoa e sem estrelas;
No momento derradeiro do dia,
poderás me ler por enfim
;

Os campistas tentaram rasgar ou forçar os envelopes. Mas ele apenas se desfazia como uma névoa e voltava à sua forma original, mantendo seu conteúdo oculto. Cada uma tinha uma pena presa e as mesma spalavras escritas. Todos ficaram confusos e mais uma vez os filhos de Hécate sentiram magia, mas não sabiam dizer a origem, naquele objeto. Os filhos de Hipnos também reagiram à nevoa liberada pelos envelopes, podendo indicar que tivesse alguma coisa a ver com seu pai.

Por fim, numa revoada de corvos, cada campista recebeu uma carta. A maioria já tinha desistido de abríla, exceto os filhos de Ares mais tolos que aintinauvam tentando vencer pela força. Por fim a noite seguiu tranquila. Os corvos permaneceram pelas proximidades anoite inteira, alguns descendo ousadamente praroubar comida entre os campistas ou xingá-los com palavras aleatórias, como "Cuzão! Cheaak!", "Vaca!" ou "Painço organico! Craaaaak!!"

No fim, as crianças foram debandando aos poucos. Os pensamentos perdidos, alguns ainda focados em suas cartas. A maioria ansiosa para desvendar aquele enigma, para ser o primeiro a entender a mensagem. Por fim, animos acalmados, a maioria deitava para dormir. E ali, no fim do seu dia, no derradeiro momento da rotina, em suas mentes acendeu-se a resposta para o enigma da carta.

No momento derradeiro do dia,
poderás me ler por enfim
;

Os campistas pegaram a carta. O sono turvava seus olhos, e a maioria dos filhos de Hipnos mal conseguia se manter de pé. Mas quando pegaram o envelope agora, havia uma aba nele para ser aberto. A carta estava selada com um carimbo de cera com a estampa de um par de asas; um dos simbolos do deus do sono.

Os campistas abriram o envelope. O papel dentro era negro, se camuflava no escuro, mas as letras douradas brilhavam no escuro e eram lidas com facilidade;

"Você quer uma aventura?"

Esta era a única frase escrita no papel negro. A carta sumiu no escuro da noite, deixando cada campista deitado de costas em sua cama, encarando o teto de seu chalé/coorte. O pensamento permeou suas mentes pouco a pouco. A idéia ganhou espaço enquanto o sono os embalava. Naquela noite, os campistas dormiram rapido demais para crianças com hiperatividade. Dormiram bem demais para semideuses sempre prontos para acordar pra se defender. Ali, dormindo, estavam alheios as corvos que entravam pelas janelas dos chalés e das barracas das coortes. Em cada cama de cada legionário e de cada campista, um corvo se acocorou. O mesmo corpo que lhes entregou sua carta, embora fosse impossível para a maioria distinguí-los. As criaturas, silenciosas como a noite, fecharam os olhos e dormiram junto a seus escolhidos.


- Sejam Bem-vindos ao Evento!
- Trata-se de um Battle-Royale. Todos entram, todos x todos. Quanto mais você sobrevive, melhor pra você!
- Neste post, deverá responder apenas aquele interessado em participar do evento. Não há um pré-requisito de nível e, tratando-se de um evento Atemporal, qualquer um poderá participar, mesmo aqueles que já estão participando de uma narração.
- O evento terá mais conteúdo do que apenas os PvP's, então todos, inclusive Sacerdotes de Héstia e Ceifadores poderão participar - cada um atento à sua própria e devida interpretação.
- É isso. Outro post será feito quando todos tiverem se inscrito. Será dado um período de 3 dias para as inscrições (De 30/06 até 03/07/2020).

#1

Will Kross

Will Kross
Filho(a) de Netuno
Filho(a) de Netuno
Estava entediado. A rotina me prendia em pensamentos distantes do acampamento júpiter. Realizava minhas atividades rotineiras cabisbaixo, pensando quando seria a próxima missão ou quando teríamos algo mais interessante. Na mess, jogava baralho com alguns filhos de Mercúrio, apostando alguns pedaços de donuts que havia conseguido dos faunos.

- Você ouviu sobre a névoa? -
disse ele, sussurrando como se evitasse que mais alguém ouvisse, mas atento à minha mão, como se tentasse ver quais as minhas cartas. Neguei com a cabeça com um sorriso no rosto. Um truque mais velho do que os deuses. Ele se ajeitou no ar, como se estivesse descansando em uma poltrona invisível, e começou a dizer algo a respeito da névoa que cercava os terrenos da cidade. Tremeluziu quando falou que ela se aproximava. Aparentemente, ninguém entendia o que estava acontecendo. Franzi as sobrancelhas, achando que ele estava indo longe demais com uma distração para roubar no jogo. "Claro. Claro" concordei. Quando percebi a seriedade do seu olhar, notei que estava falando sério. Meus olhos se arregalaram, como se tivesse levado um balde de água fria. Eu pedia há dias por um sinal ou algo de novo e seja lá o que fosse, agora tinha medo de que minhas palavras tivessem provocado algo nada legal. Larguei minhas cartas e desisti do jogo. Minha mente mergulhava em pensamentos aleatórios a medida que caminhava pelo gramado. Talvez fosse a minha chance de sair do acampamento novamente. Estaria pronto? Talvez fosse só algum evento natural. Aquecimento global mágico ou algo do tipo. Passei a mão pelo meu bracelete na mão esquerda, o meu tridente transmutado, sentindo as engrenagens girando a medida que me aproximava do símbolo em seu centro. Passei o dia refletindo sobre isso, mas para o bem ou para o mal, o restante do dia foi tranquilo até chegar o jantar. Estava pronto para devorar um cheeseburguer quando ouvi um bater de asas logo acima. Virei o rosto com as duas mãos prontas para jogar a comida na minha boca. O corvo pairou por onde comíamos, talvez invocado por alguém aqui de dentro para bagunçar o jantar. Me surpreendi quando a carta caiu ao meu colo. Larguei o hamburguer e segurei-a tentando entender o que podia ser aquilo.

Passei a mão pelo papel, sentindo a maciez do envelope. Completamente selado. Não havia qualquer dizer se não uma poesia recitada e de significado oculto. Parecia uma profecia. Bom, quem quer que tivesse enviado aquilo, sabia meu nome. Olhei para os lados, vendo cada legionário recebendo um envelope de uma revoada de corvos. Meus instintos se aguçaram e tive que me segurar para não invocar meu escudo de minha tatuagem. Principalmente quando a ave passou perto da minha comida, tentando levá-la com bicadas. Aquilo fora estranho até mesmo para os padrões dos semideuses. Tentei abrir a carta, me deparando a cada tentativa com o mesmo envelope. Suspirei fundo, entendendo que talvez fosse apenas uma brincadeira sem graça ou algo complexo demais pra mim. Coloquei o item em meu bolso e só iria pegá-lo novamente na hora em que me deitei na cama. Quando toquei o travesseiro, minha mente disparou, tentando conectar a névoa com os corvos, inutilmente. Diferente dos demais filhos de Magia, eu não tinha como sentir energia ou rastrear sua fonte. Voltei-me para os dizeres na carta, como se um impulso estivesse me puxando de volta para o que estava escrito. Tirei-o do meu bolso, entendendo enfim. Estava no momento derradeiro do dia. Um carimbo agora se projetava com uma estampa diferenciada. Já havia visto aquilo em algum lugar, mas não conseguia me recordar onde ou seu significado. Abri ela, me deparando com uma pergunta. Antes que conseguisse responder, a primeira coisa que veio na minha mente foi "Que merda é essa?".

Após alguns instantes, a carta se esvaiu, como se a noite tivesse pego ela de volta. Encarei o teto da coorte, sentindo como se a pergunta fosse um eco penetrando meu subconsciente. "Será que eu estou ficando maluco?" Sabia que a pergunta correta a ser feita seria se eu desejava uma aventura. O sono tomou conta de mim forte como nunca, meus olhos pesaram e não tinha forças sequer para boecjar. Antes que apagasse, minha boca se mexeu projetando um quase inaudível "Sim".

Off:

#2

[Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!  Empty Re: [Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!

por λ Johnny Singer 30/06/20, 10:26 am

λ Johnny Singer

λ Johnny Singer
Estava |Castellan| com toda aquela situação, eu sendo um dos conselheiros mais velhos sentia o peso da responsabilidade pela segurança de todos ali. Havia pedido a Nathan que fizesse suas mandingas, coloquei os guardas para patrulhar, chamei a Lhokita para ajudar com suas previsões e botei todos os meus autômatos para patrulhar o acampamento inteiro, tanto em terra como no ar. Nada do que eu fazia adiantava de algo e isso me deixava ainda mais frustrado.

Toda a resposta que recebíamos de nossos pais era pra ficar tranquilo, mas como caralhos eu vou ficar tranquilo nessa total falta de informação? Somente a noite tive alguma clareza, um desafio? Sério? Era isso que os Deuses estavam tramando? Como aparentemente não havia perigo algum, apenas durmo com aquelas palavras ecoando em minha mente.

#3

Ahmar Zorn

Ahmar Zorn
Filho(a) de Magia
Filho(a) de Magia
Recostado na parede de uma das várias arquiteturas presentes na cidadela de Nova Roma eu pensava no que faria de minha vida daqui pra frente. Tudo o que já tinha feito não parecia suficiente para suprimir meu ego recém-criado de héroi do dia. Claro que nada demais tinha sido feito, apenas um encargo qualquer que passa batido à sombra de grandes conquistas de outros semideuses mais experientes e até da própria história do mundo antigo que chega a nós através do tempo e, muitas vezes, do espaço também. Mal me dei conta do silêncio reflexivo pairando no acampamento quando voltei para a barraca e vi meus colegas de Coorte mais pensativos que realmente eu acreditava serem capaz. O rebuliço gerado com o lance da Névoa se infiltrando em todo canto, as cartas entregues por corvos... Sei lá, achava que poderiam levar na categoria normal pra vida que levamos aqui. Brinquedos de crianças maiores - os deuses - que talvez estivessem entediados e resolveram dar atenção a nós, relés legionários inferiores.

Dei de ombros quando vieram me perguntar se eu tinha alguma noção do que realmente estava acontecendo e, de fato, eu não fazia a mínima ideia até deitar para dormir. A carta que eu tinha guardado debaixo do travesseiro deslizou para o lado e vi que ela se abriu espontaneamente. Ao ler aquelas palavras senti um bocejo e sono incomum enevoando minha mente. A última coisa que me lembrava antes cair no sono era a frase contida na carta: "Você quer uma aventura?". Sim, sussurrei para o nada enquanto era tomado pela inconsciência.

#4

☆Lhokita

☆Lhokita
Filho(a) de Apolo
Filho(a) de Apolo
Estava por Long island fazendo uma caçada comum com minha tigresa quando comecei a escutar um barulho de minha mochila. Normalmente eu não ouvia aquele barulho a não ser que estivesse no acampamento e por isso trato de ir olhar o que era. Uma bola de gude tinha virado uma aranha pequena que saltou no meu colo para mandar uma mensagem de Johnny, direto do acampamento. Ele não soube explicar muito bem mas pelo visto era o de sempre: Problemas.
Montada em um cavalo cheguei ao acampamento o mais rápido que pude, e apesar de captar todos os sinais estranhos também não pude desvendar o que estava por tras de tudo aquilo. Pelo visto todos os esforços do acampamento estavam ocupados com aquele mistério e eu havia sido recrutada para ajudar.
Quase quando eu já estava perdendo minha paciência percebo a natureza daquele evento. Sim, um desafio. Olho ao meu redor atentamente vendo quantos pareciam interessados pelos chamado e balanço a cabeça. Beleza, quem sabe alguma coisa diferente dessa vez pra variar, seria bom pra tirar a poeira das costas.

#5

[Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!  Empty Re: [Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!

por Ж Lorenzo Muller 01/07/20, 02:15 pm

Ж Lorenzo Muller

Ж Lorenzo Muller
Filho(a) de Marte
Filho(a) de Marte
Os ultimos tempos estavam extremamente monótonos e sem graça, por isso gastava a maior parte deles treinando. Naquele dia, havia preparado um treino de biceps fenomenal, que iria usar uma das vans de Roma como resistência. Por volta da 37ª série de 30 repetições, percebi a carta embaixo do meu galão de água. Não conseguia abri-la de forma alguma, então eventualmente desisti.

De noite, não conseguia parar de pensar em tal carta. A ficha cai logo alguns minutos antes de dormir e abro o envelope, que agora possuía uma aba bem peculiar.

"Você quer uma aventura ?"

"Óbvio.", respondo mentalmente. Quem havia me mandado tal carta definitivamente não me conhecia. Depois disso, não me lembro de muita coisa, afinal apaguei de cansaço, arrisco a dizer que até estava babando de leve.

#6

[Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!  Empty Re: [Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!

por λ Dite Maniel 01/07/20, 04:00 pm

λ Dite Maniel

λ Dite Maniel
Filho(a) de Afrodite
Filho(a) de Afrodite
A comoção no acampamento era realmente intrigante, todo mundo parecia ansioso, nervoso. Os conselheiros se reuniam aqui e ali, discutindo, tentando chegar a qualquer conclusão mas tudo se mantinha um mistério. Assim como os outros eu orei a Héstia, afinal, era um dos meus deveres como deusa da harmonia e paz tentar passar esse sentimento para os outros e sua resposta foi a mesma: Tenha calma. Imediatamente relaxei, apesar de meus amigos olharem céticos pra mim apenas dei de ombros, eu confiava em Héstia com todas as minhas forças, por ora não havia nada a temer.

Corvos chegaram com cartas e pareciam querer irritar os campistas, tento manter a calma e até dou um pouco de comida para os animais. Mas ainda assim, um mini caos existia no ambiente. Por fim a noite chega e cada um se acomoda, o chalé de Héstia era muito silencioso, apenas o crepitar do fogo era audível, assim que me deito olho novamente o envelope e vejo que ele agora podia ser aberto. Com curiosidade faço isso e vejo uma simples frase ali, olho ao redor esperando uma pegadinha mas não, era apenas isso. Dou de ombros, colocando a carta na cabeceira ao lado enquanto me deito.

Quem não gostaria de uma aventura, afinal?

http://a-rquivoconfidencial.tumblr.com/
#7

[Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!  Empty Re: [Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!

por Victor Petrova 01/07/20, 10:58 pm

Victor Petrova

Victor Petrova
Filho(a) de Venus
Filho(a) de Venus
Muitos sabiam, mas poucos sentiam sua falta. Fora do acampamento, Victor escondia-se em meio a cidades grandes. Nova Iorque, Los Angeles, São Paulo, Paris, Londres... Tudo para tentar uma vida normal. Era de se esperar que, fora do acampamento, ele correria ainda mais perigo, mas pelo contrário, Petrova era um mestre do disfarce e manipulação. Qualquer sentimento humano era facilmente manipulado e ajustado a sua realidade. Apesar de sua aura ser chamativa para monstros, sua capacidade de enganação foi muito útil para escapar, isso até mesmo embaixo de “seus” narizes.

No dia que se cansou, sua rotina virou mesmice, chata e entediante. Seu amor pelos humanos não havia apagado, nunca iria apagar, mas estava de fato desgastado. Afinal, até mesmo um filho de Vênus precisa de um pouco de ação. Decidiu, então, voltar ao acampamento quando estivesse pronto, e ele estava. Quando campistas souberam, muitos não acreditaram ou não o reconheceram, alguns cochicharam seu nome – com desgosto. A estrutura era a mesma, mas nem todas as pessoas. Gente nova, rostos novos. Para ele, isso poderia significar um novo começo.

Fazia poucos dias que estava por ali. Demoraria para se acostumar em não ter a atenção de todos? Não, pois a verdade era outra. Não queria mais o cargo de centurião, não pelas razões antigas, não para ser notado. Até queria e seria, entre outros motivos, para se tornar importante e fazer uma diferença. Alguns rostos familiares pareceram amigáveis e perguntavam como ia a vida. Conversavam como se fossem amigos que um belo dia se afastaram. Mas perceberam que Victor estava diferente. Até que ponto estaria? Até que ponto isso duraria? Alguns dizem que maus costumes a casa tornam, e eu digo que só o tempo ia dizer.

Naquela noite aconchegante e refrescante, era dia da reunião na fogueira. Comida e histórias de terror. Sem dúvida, Victor tinha muito para compartilhar, mas a questão era “com quem?”. Preferiu ir sozinho aos bancos e escolher um lugar afastado, mas aquecido pelo calor das chamas. Muitos campistas estavam com amigos, conversavam, brincavam. Em um momento distante, Petrova se sentiria incomodado, mas durante esses anos percebeu que sua melhor companhia era ele mesmo. Agarrado a ideia de autossuficiência, não sentia a necessidade de ser amado, pois seu amor próprio já bastava.

O fogo colorido faiscava emoções. “Como carnaval...” pensou lembrando o carnaval em São Paulo. Era como se pudesse conversar com as chamas, as línguas azuis, amarelas, vermelhas. Falavam o que já sabia, todos os sentimentos ao redor. Perdido em seus próprios pensamentos, algo lhe chamará atenção. De todas as cores, uma nova surgiu. Como metal reluzente, uma cor de ferrugem lhe mira os olhos. Medo e espanto, pode sentir. E então as vívidas labaredas diminuíam, menos azul, menos amarelo, menos vermelho... Chamas estavam mais escuras, a cor viva era consumida pela “morte”. Como se fossem apagadas, amaldiçoadas e retornadas a vida.

Olhou para o lado, um papel. Olhou para o outro, mais um papel. “De onde vêm os papéis?”, pensou. De cima, corvos atônitos e agitados voavam como mensageiros. “Mensageiros da morte. Hades, o que você está aprontando...?” Pois sim, eram mensageiros, mas não da morte. Como uma fagulha de recordação, sentiu em seus ossos que o deus do submundo não tinha nada a ver com aquilo. Seus pelos se arrepiaram e, seguido de um longo bocejo, uma carta pulou em seu colo. Branca, não preta como a morte, mas como nuvens de um sonho profundo.

"Acampamento Meio-Sangue, Refeitório
Para Victor Petrova
Numa noite de névoa e sem estrelas;
No momento derradeiro do dia,
poderás me ler por enfim;

Alguns desavisados rasgavam o papel como se essa fosse uma solução. Mas estava claro, pelo menos para ele, mais claro do que sonho de verão. Não se tratava de Hades, mas sim de Hipnos. Quando terminou de ler, sabia exatamente o que deveria fazer. Quando se levantou do tronco de madeira, percebeu que mais espessa a névoa estava, ainda mais densa. Seria o momento perfeito para se retirar e não ser notado pela maioria, então saiu. Em sua cabeça a mensagem era convidativa, aconchegante. Sua mãe lhe avisara com batimentos cardíacos desacelerados. “Não tenha medo, querido, apenas durma.”

Deitou em seu beliche e novamente pegou a carta.

"Você quer uma aventura?"

— Eu não tenho escolha, tenho, Hipnos?

E dormiu.

#8

[Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!  Empty Re: [Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!

por λ Nathan Fowl 02/07/20, 02:17 am

λ Nathan Fowl

λ Nathan Fowl
Filho(a) de Hécate
Filho(a) de Hécate
Havia sido um dia como qualquer outro, tirando o fato que um nevoeiro estranho havia me deixado louco. Me sentia instável e enjoado. Meu radar mágico era parte de meus sentidos e aquela magia estranha o inutilizava. Eu me sentia cego e sufocado. As coisas pioraram pra mim quando os campistas começaram a me consultar e eu não conseguia encontrar respostas. Tudo o que as madames lunares me responderam foi um "Fique calmo''... Pelas barbas de Merlin, o que de fato estava acontecendo?

As coisas ficaram mais estranhas quando corvos invadiram o refeitório e saíram distribuindo cartas aos campistas. ''No momento mais derradeiro do dia'' eu poderia abrir a carta. Derradeiro? Ou seria perto da hora de minha morte ou na hora de dormir. Após frustradas tentativas de abrir o envelope cheguei a essa conclusão e iria tentar ir dormir pra ver qual era a daquele mistério divino. Se eu estivesse com sorte, captaria alguma coisa através dos sonhos.
...

Ao chegar no chalé de Selene tomo um bom banho e me preparo para dormir. Faço uma pequena oração para minhas matronas. Por fim resolvo dar uma olhada no envelope. Eu já estava cansado, havia tido um dia estressando, meus olhos já estavam pesados e meu corpo já gritava por descanso. Curiosamente o envelope agora era algo que eu poderia abrir. Fico relutante. Não era medo que eu sentia, mas uma ansiedade diferente da de animação. Eu estava começando a me sentir estranho em relação a forma como os deuses vinham nos tratando ultimamente. Na última missão que participei, tive que ir até o Egito pra evitar que Apolo enviasse Enzo, meu melhor amigo, pra morte. Lá vimos centenas de almas de filhos de Apolo que morreram tentando completar a missão suicida dada por seu pai.

Sinto meu maxilar cerrando. O ódio ainda era fresco. Algo muito recente. Eu esperava de fato que dessa vez não fosse guerras ou algo assim. Os deuses já estavam nos usando demais. Eu quase não conseguia passar algum tempo junto de meu marido. Sentia falta de James. Por mais que eu não fosse muito fã de curtir tardes ensolaradas, eu gostava de fazê-lo enquanto estava em sua companhia. Meu maxilar antes cerrado deu lugar a um sorriso. Eu sempre amolecia quando o assunto era ele. Por fim, me volto ao envelope e tomo coragem de abri-lo. Eu nunca conseguia evitar confusões divinas e provavelmente iriam me enfiar em uma de novo. Já que é pra fazer algo, que seja bem feito.

Dou meu último suspiro antes de abrir a carta."Você quer uma aventura?" Leio as palavras já tombando de sono. Antes que eu pudesse resmungar qualquer insulto a algum deus caio no sono com um sorriso torto na boca. Eu literalmente tinha uma relação de amor e ódio com essas coisas que aconteciam na vida de um meio-sangue.

#9

[Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!  Empty Re: [Evento Atemporal] A Ilha dos Corvos - FREE FOR ALL!

por Ω Enzo Stark 02/07/20, 10:08 pm

Ω Enzo Stark

Ω Enzo Stark
Filho(a) de Apolo
Filho(a) de Apolo
Era estranho. Diferente das outras vezes que alguma força sobrenatural apareceu no acampamento, esta não parecia ser mais um “início do fim”. As coisas aconteciam sim, como se estivessem premeditadas de alguma forma, e isso me deixava curioso. O bilhete que questionava se eu estaria interessado em uma aventura foi o gatilho que me fez querer saber mais sobre o que acontecia.

Naquela noite mesma noite, fiquei empolgado e com vontade de chamar Dite e Nathan comigo imediatamente para que pudéssemos ir atrás da tal aventura. Mas olhei por uma das janelas do chalé de Apolo e percebi que estava tarde, e que o melhor seria faze-lo pela manhã, porque agora eu precisava dormir um pouco. Então dou de ombros como se estivesse falando comigo mesmo e caio na cama, viro e durmo.

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