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My name is Ritter.  Empty My name is Ritter.

por Daniel Ritter 29/11/11, 08:55 pm

Daniel Ritter

Daniel Ritter
Filho(a) de Hades
Filho(a) de Hades
O único som que ressoava naquele corredor bem iluminado era a dos meus passos. Juntamente a minha respiração ofegante. Procurava pelas portas, mas nada via, apenas quartos vazios. Vazios com a minha cabeça, meu coração, minha existência. Tanto o corredor quanto os quartos eram brancos e extremamente bem iluminados. Aquilo irritava meus olhos, e embora era completamente ao contrário, eu me sentia no escuro.
Depois de algum tempo correndo pelo corredor, notei algumas coisas, como: O corredor ficava maior à medida que eu corria. E eu não fazia a menor ideia do que eu estava procurando. Mas aquilo não me importava, continuei correndo, olhando rapidamente para os lados, a procura de algo dentro dos quartos, mas estes sempre estavam vazios. Corri por cerca de uma hora. Até que me cansei, todo o meu corpo pedia por descanso e eu cedi. Sentei-me lentamente no chão e respirei, dessa vez com mais calma. Mantive os olhos fechados, a luz estava os irritando, e assim permaneci por algum tempo. Deixando com que a minha mente me leve ao desconhecido. Vagando pelos vagos campos da mente, tão misteriosos e sem fim como esse corredor que aqui estou. Abri os olhos rapidamente quando ouvi um barulho mínimo. Uma grande porta negra estava em minha frente, e com ela, o fim do corredor se revelava. A porta radiava uma aura roxa, e tive um certo medo de abri-la. Porém, havia corrido muito, e gastei tempo demais para simplesmente desistir. Levantei-me rapidamente e toquei na maçaneta. Girei-a e empurrei a porta. Encontrei-me em um quarto, vazio e desta vez totalmente escuro. Mas isso não dificultava a minha visão - pelo contrário, eu enxergava muito melhor no escuro - então pude ver claramente o que lá havia. Vi um homem, alto, de cabelos e olhos negros, sentado em uma cadeira grande de ossos. Ele usava uma capa com desenhos de rostos, rostos aterrorizados. Senti a tristeza, a dor e o desespero daqueles rostos só de olha-los. Desviei o olhar, para ver o que mais tinha naquela sala, e não havia mais nada. Havia um pequeno espaço entre mim e o homem. A cadeira em que ele se encontrava sentado, e mais nada. Era como se o resto da sala deixou de existir. Encarei os olhos negros do homem, e onde muita gente jurava ver morte e crueldade. Eu vi dor. Ele olhava para mim também, e então eu gritei:
- Onde esteve? Sabe pelo o que eu passei? Quantas vezes te chamei? Quantas vezes precisei só de um pequeno impulso, e você parecia nem perceber? Só se manteve sentado nesse seu estúpido trono de ossos, contemplando a sua estúpida capa enquanto eu estava lá, morrendo. - Meu tom era irritado, embora controlado. Mantinha a expressão calma e fria, mas por dentro estava completamente irritado. Se eu não soubesse o que ele era, eu o mataria ali. Ele fez o mais incompreensivo e inesperado gesto: Sorriu. Foi a única vez que o vi sorrir.
- Pergunte o que quiser, filho. - Em seu sorriso, tinha nobreza. Em seu tom, majestade e autoridade. Esse era o sorriso e a voz do contraditório, polêmico e marcante deus: Hades. Também conhecido por mim como pai.



Última edição por Ω Daniel Ritter em 02/12/11, 02:41 pm, editado 1 vez(es)

#1

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por Daniel Ritter 01/12/11, 03:56 pm

Daniel Ritter

Daniel Ritter
Filho(a) de Hades
Filho(a) de Hades
| Capítulo 1: This is not the end, this is not the beginning |

"Desde que isso começou
Eu fui abençoado com uma maldição
E para melhor ou para pior
Eu nasci em um carro fúnebre"

Caminhando com os pés descalços no chão frio. Pequenas gostas d'água tocavam o meu rosto. Não sabia para onde estava indo, mas eu tinha certeza de que precisava ir. Mover-se, manter-se distante de toda aquela merda chamada passado. Quando disse que eu não sabia para onde estava indo, era literalmente. Eu realmente não sabia onde estava indo. Não sabia onde eu estava. Tanto fazia se deixava os olhos fechados ou os mantinha abertos. A escuridão dominava. A fome e o cansaço chegaram a um ponto tão alto que faziam que até a minha respiração doesse. Mas mesmo assim continuava andando. Determinei para mim mesmo que não descansaria até achar um lugar. E bem, lugar nenhum não é bem um lugar.
Devemos voltar algum tempo atrás, o tempo em que eu era feliz, e não sabia. O tempo que tudo estava certo, porque simplesmente eu não me preocupava se estava certo. A felicidade é assim, a gente só a percebe quando ela vai embora. Lembro-me do tilintar paciente do relógio na parede. Sentava-me no sofá, estava tranquilo. Ouvia suaves notas vindas de um piano a minha frente. Mantinha os olhos fixos à televisão, mas os ouvidos atentos as notas soltas pelo piano. Bem, eu já tinha 12 anos, me sentia uma adolescente, quebrar regras, rock 'n' roll, foda-se a sociedade. Soltei um suspiro. Estava preso em casa com a minha irmã gêmea. Ela não era bem o tipo de companhia ideal para aquele dia, mas era tudo o que eu tinha. Continuei olhando para a TV, desta vez com apoiando a cabeça sobre o braço. O programa era entediante, me recusava a presta atenção naquela merda. Sookie continuava a tirar algumas notas no piano e eu suspirei novamente. Levantei-me, desliguei a televisão com raiva e vesti o meu casaco.
- Vou sair. - Falei em um tom calmo, decidido. Sookie me conhecia desde que eu nasci (bem antes, na verdade) e sabia que era extremamente difícil me fazer mudar de ideia, então apenas suspirou frustada. Ela era alguns minutos mais velha, mas era milhões de vezes mais madura. Parou de tocar o piano e colocou ambas as mãos sobre as telhas cuidadosamente, em seguida olhou para mim com um aspecto cansado.
- Você sabe que a mãe nos mandou ficar aqui. Vá se quiser, mas eu não vou te buscar se precisar. - Ela terminou de falar e no mesmo instante voltou a sua atenção ao piano. Eu mostrei o dedo, mas ela não viu - ou fingiu que não viu - o gesto. O nosso apartamento era minúsculo. O emprego da nossa mãe era uma miséria. Tinha de trabalhar de segunda a segunda e ganhava menos que o salário mínimo. Sempre fazia hora extra para cobrir as despeças e sempre continuava endividada. Eu me sentia irritado com aquilo. Se ao menos pudesse fazer algo para melhorar a situação...
Suspirei, e abri a porta. Desci as escadas correndo. Eu precisava de ar puro, estava a mais de um dia inteiro dentro daquele apertamento. Logo que sai, notei uma leve brisa, o céu extremamente belo em um tom azul escuro, as estrelas e a majestosa lua iluminando a noite. Eu sempre gostei mais da noite, sabe? Tinha um tom tão calmo e fresco, e ao mesmo tempo tão agitado. Eu podia apenas olhar para o céu e não pensar em nada e ao mesmo tempo em tudo. Mas naquela noite em especial, eu queria fazer algo, e não ficar olhando para o céu. Comecei a correr em direção a um galpão abandonado onde alguns amigos normalmente se encontravam. Era uma galera mais velha, todos punks. Eles tinham cerca de 15 a 18 anos, eram quase todos magros e usavam jaquetas de couro. Por alguma razão, eles gostavam de mim. Diziam que eu tinha pinta de mau e gostavam de me ter por perto. Cheguei no local e eles estavam jogados. Alguns sentados no chão, outros em uma poltrona velha e os que restavam em um sofá encardido. Havia uma mesa grande de madeira, mais suja impossível. Cheia de latas de refrigerante e caixas de pizza. Eles não pareciam se importar muito com a minha presença, então caminhei até a mesa e peguei um pedaço da pizza que estava fria. Sentei-me no sofá e comi devagar a pizza. Parecia que foi feita a dias, e talvez fosse. Estava tocando uma música alta, com acordes chulos e a letra agressiva. Falava algo sobre sonho da Inglaterra, não prestei muita atenção. Estávamos todos em silêncio, ouvindo a música agressiva, quando algo chamou a nossa atenção. A polícia abriu a porta dupla do galpão. Cerca de 15 homens, com cassetetes e cães. Ninguém se moveu, nem os policiais, nem o nosso grupo, tampouco os cachorros. O mais alto e mais velho, Paul se levantou. Ele tinha 19 anos, cansou de repetir na escola e resolveu largar. Era bastante forte e alto. Ele sorriu com deboche para os policiais e abriu os braços. Depois apontou diretamente para mim.
- Ei baixinho, acho que você consegue ganhar pelo menos dos cães. - Disse e teve apoio do seu grupo que riu-se. Inclusive eu.
Os policiais avançaram, e todo o nosso grupo também. Vi Paul pegando uma guitarra velha e arremessando em um policial, e eu ri. Estava rindo da situação. Aquilo era cômico. Ver Paul lutando com uma guitarra contra policiais armados e cães treinados. Não me dei conta de quão perigoso aquilo era até quando tomei a primeira mordida de um cão. Uma mordida forte, no cotovelo. Eu urrei de dor e em seguida golpei com força o focinho do animal com a mão esquerda. Eu não sou canhoto, mas a minha força me surpreendeu. Golpei novamente o cão, e então ele ficou fraco o bastante para ser arremessado em um policial. Logo me vi irritando. Minha TDAH me ajudava. Eu podia prestar atenção na batalha. Percebi que Paul estava apanhando de alguns policiais, mas um punk magricelo estava indo lhe ajudar. Percebi também que mais da metade do nosso grupo estava caído. Nós eramos menores de idade, será que eles não percebiam? Foda-se, aquela cidade era uma merda. Antes que o próximo cão pudesse tentar fazer qualquer coisa, encaixei perfeitamente meu braço direito em seu pescoço e apertei-o sem dó. Vi o cachorro perder a respiração em segundos. Corri em direção de Paul e chutei com força as costas do policial. Chutei em um ponto especifico que o fez cair na hora. Soltei uma risada estranha na mesma hora. Algo sádico, como se gostasse de ter chutado o homem e ver o seu sofrimento e de fato gostei. Mas que merda estava acontecendo comigo? Não sei, não tinha tempo para saber também. Tomei impulso no punk magrelo que estava abaixado de tanto apanhar e pulei, soquei com força o rosto do policial que segurava Paul, que logo ao ser solto de um lado, golpeou o policial do outro lado que ainda o prendia. Eu suspirei, aliviado. Mas logo ouvi sirenes.
- Corre baixinho, por aqui. - Paul disse em um sussurro e corremos para trás do balcão.
Escapamos por uma entrada e logo estávamos bem longe. Minha respiração era ofegante, eu nunca tinha feito tantas atividades como naquele dia. Na verdade eu era até o que poderia ser considerado sedentário. Sentei-me no chão. Nevava, mas eu estava suando. Paul estava encostado, fumando. Nós dois estávamos muito surpresos para falar. No que eu me tornei? O que eu era? Como eu consegui derrubar aqueles homens daquele jeito e matar aqueles dois cachorros? E estava tão alegre em ver o sofrimento deles. Eu nem parecia mais o garoto bonzinho que sempre fui. Mantive-me sentado, abraçando meus joelhos, tenso demais para falar qualquer coisa. Até que Paul quebrou o silêncio.
- Ei baixinho, qual é o seu nome mesmo? Você arrebentou aqueles caras, onde aprendeu a lutar daquele jeito? - Ele disse com entusiasmo, mas eu percebi que era falso. Ele estava surpreso e aterrorizado, mas não queria demonstrar. Naquela hora, lembrei-me do meu machucado no cotovelo, e olhei, o meu cotovelo estava no ponto totalmente escuro do local, quando fui verificar estava totalmente curado. Engoli em seco.
- D-a... Daniel. Meu nome é Daniel. - Falei em um tom trêmulo. Incrédulo, sem olhar para Paul, olhando fixamente para o meu cotovelo que outrora estava profundamente ferido agora estava totalmente curado. - Eu nunca treinei, não sei como lutei daquele jeito. Acho que foi descarga de adrenalina. É, deve ter sido isso. - Falei ainda sem olhar para Paul, me levantando devagar.
- Certo então, Daniel. Já está ficando tarde, sua mãe deve estar preocupada, onde é sua casa? Eu te levo até lá. - Paul me disse em um tom desconfiado. Caminhamos devagar até o prédio onde eu morava enquanto conversávamos. Eu tinha esse ponto forte de saber conversar. Não importava o tipo de pessoa ou a idade, eu sempre conseguia conversar com ela de igual para igual. E Paul era muito simpático, embora fosse revoltado com o mundo todo. Nos despedimos e eu entrei pela recepção. Subi as escadas devagar, teria que explicar porque rasguei o meu casaco novo.
Chaveei a porta e girei a maçaneta devagar, assim que adentrei notei algo diferente. O nosso apartamento era pequeno, então logo vi o piano de Sookie destroçado. Ela havia ganhado aquele piano em uma competição então logo imaginei que ela ficaria muito brava por aquilo. Notei também a janela aberta e uma silhueta de uma coisa de quatro braços. A vi pulando pela janela antes que pudesse dar uma explicação. Procurei por Sookie, ou pela minha mãe, e não achei nenhuma das duas. Tudo o que eu via era rastros de sangue pelo carpete. E me preocupei. Corri até o meu quarto, e apanhei a minha mochila. Joguei fora todos os meus materiais e peguei todo o dinheiro que pude achar. Coloquei algumas coisas para comer e água. Então parti. Eu tinha de achar a minha mãe e a minha irmã. Assim que fechei a porta do apartamento, tive um persentimento de que nunca mais iria voltar lá.
E então lá estava eu, caminhando. Caminhando com os pés descalços no chão frio. Pequenas gostas d'água tocavam o meu rosto. Não sabia para onde estava indo, mas eu tinha certeza de que precisava ir. Mover-se, manter-se distante de toda aquela merda chamada passado. Quando disse que eu não sabia para onde estava indo, era literalmente. Eu realmente não sabia onde estava indo. Não sabia onde eu estava. Tanto fazia se deixava os olhos fechados ou os mantinha abertos. A escuridão dominava. A fome e o cansaço chegaram a um ponto tão alto que faziam que até a minha respiração doesse. Mas mesmo assim continuava andando. Determinei para mim mesmo que não descansaria até achar um lugar. E bem, lugar nenhum não é bem um lugar...

To be continue

#2

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