Os semideuses estavam reunidos para um café da manhã no acampamento meio-sangue. Sentados no refeitório, Gregos e romanos compartilharam de uma farta refeição, como sempre recheada dos mais diversos pratos e para todos os gostos. Após todos se alimentarem, foi pedido que nenhum se retirasse. Por longos minutos, todos aguardavam para uma anunciação dos líderes dos respectivos acampamentos. O que deixara os ânimos exaltados. Lorenzo, o atual pretor do acampamento júpiter, foi o primeiro a elevar a voz e tocar em um ponto delicado. Quebrando a tradição, não haviam recebido presente algum dos deuses no ano passado, o que havia frustrado praticamente todos eles, desde os mais novos até os veteranos. Surgira, no entanto, uma ideia para suprir aquela falta. Uma dinâmica que poderia ao menos aliviar o sentimento de vazio.

Os conselheiros e os pretores passaram a revezar sua fala, comentando que naquela parte do dia eles estavam dispensados das suas atividades rotineiras e só tinham uma única tarefa a cumprir. Com um estalar de dedos do conselheiro de Hécate, uma pequena figura surgiu no ar, tremeluzindo em energia azulada e tomando a forma de um pequeno coelho. O animal dançava ao vento, empurrando-o e deixando um rastro brilhoso por onde ia. Até os mais desatentos ficaram surpresos com sua repentina aparição e na forma como ele pairava sobre as mesas, pisando na cabeça de alguns dorminhocos e então retornando para próximo da fogueira. Quando tocou as mãos do conselheiro, um pequeno resquício de seu corpo foi deixado, assumindo uma cor amarelada em uma reação espontânea e gradativamente se transformando em algo com formato circular. Em poucos segundos, havia um ornamentado ovo de páscoa de aspecto chamativo e tão reluzente quanto o animal que o criara. A maioria deles não havia entendido aquilo. Eles haviam acabado de comer e, fora os mais gulosos, não estavam com apetite para comer chocolate.

O coelho então partiu novamente, abandonando os meio-sangues repletos de perguntas e se dirigindo até a floresta do lugar. Como mágica, começou a surgir um pensamento coletivo, não tardando para todos que ali estavam se questionarem a mesma coisa: Seria realmente só doce ali?

Após a saída do animal mágico, foi anunciada a primeira caça aos ovos do acampamento meio-sangue. Mas esse, diferente de um evento tradicional onde semideuses encontram e coletam o máximo de ovos que puderem, deverão procurar pelo seu próprio presente, que terá seu nome gravado. Todos os ovos estão magicamente encantados para voltar ao esconderijo caso alguém tente surrupiar um coleguinha. Além disso, cada um deles possui um brinde especial aleatório, fornecido pelo próprio acampamento, que é a surpresa da brincadeira (Graças ao esforço coletivo de conselheiros, pretores e centuriões).