A semideusa avança como uma louca, jogando todo o peso de seu corpo contra o esqueleto que não tem outra opção sem ser recuar, parte tropeçando parte deslizando empurrado sobre a areia. O esqueletão lá atrás parece não se abalar. Ele ergue a lança. Jade e o esqueletinho se aproximam. Naquele momento, mesmo sem nenhuma pele ou carne, o esqueleto parecia sorrir para Jade de alguma forma.

O monstro golpeia como um raio com a lança. A eletricidade estoura contra o peito de Jade, assando seu abdome dentro do peitoral e deixando-a dormente. Ela recua, livrando-se da ponta da lamina, mas esta fica presa no seu escudo. A lança de bronze havia atravessado o esqueleto e ambos os escudos de bronze. Apenas a ponta conseguiu atravessar seu peitoral de couro e feri-la, mas o efeito da eletricidade no seu braço e abdome fora forte.

O esqueleto que teve a coluna atravessada se desfaz, deixando apenas o escudo atravessado pela lança e a espada no chão junto a seus ossos. O esqueleto restante puxa a lança com força, arrancando-a do escudo de Jade, que sente os joelhos tremerem levemente dormentes.

Só conseguia sorrir de volta para o esqueleto, embora tivesse me debilitado o movimento que eu havia planejado funcionou; agora éramos só eu e ele de novo. No momento que ele arranca a lança de meu escudo, solto o equipamento defensivo, deixando-o cair no chão inutilizado depois de ser perfurado; a forma como o aço era modelado ajudava a conter os impactos, uma vez que era danificado já não era tão útil.

Sentia as pernas bambas, assim como parte de meu tronco e o braço que empunhava o escudo estavam dormentes...se fosse qualquer outro semideus aqui, ele estaria condenado. Posicionei a espada de forma defensiva a frente do corpo, a lâmina na horizontal me ajudaria a movimentar em qualquer altura que ele tentasse me atacar, permitindo tentar desviar o golpe com a espada, ainda que de forma desajeitada.

— Vamos lá, você sorriu. Pode falar, eu te impressionei pra caralho. — Falava de uma forma que mantivesse meu fôlego, cuspindo no chão de areia da arena enquanto recuava lentamente sem tirar os olhos do esqueleto, pronta para me jogar no chão e me desviar de um possível golpe da lança.

Meu intuito era o mesmo do começo, alcançar a coluna mais próxima e pegar a tocha para mim. Simultaneamente, analisava o esqueleto buscando uma brecha ou ponto fraco.

Nível 1 – Analise I: O Filho de Marte consegue analisar todos os aspectos do combate ao seu redor, podendo assim elaborar estratégias e ataques mais facilmente. Na rodada seguinte, seu terá uma chance maior de ter sucesso. Gasta 30 de energia e entrara em espera por três rodadas.

//não sei se tenho MP suficiente, se não pode desconsiderar.

Jade solta o escudo, que caí levantando uma pequena nuvem de poeira entre os ossos frágeis.

A garota recua um passo, erguendo a espada com ambas as mãos. O abdome doía mas, de alguma forma, o mesmo choque que a ferira ajudava a anestesiar a dor. Jade solta uma pequena provocação para o esqueleto mas, para sua surpresa, parece surtir efeito. Lá estava aquele mesmo sorriso sarcástico, como se ela pudesse sentir que ele estava sorrindo ao invés de ver.

O esqueleto avança com a lança, cortando na direção do rosto de Jade, mas ela recua apressada. Ele golpeia de novo e a garota pula pra trás mas a dor a faz hesitar, obrigando ela a usar a espada para bloquear o terceiro golpe, deixando seus braços ainda mais dormente. Jade recua na direção da coluna mais próxima, que estava agora a 5m às suas costas. A luminosidade parece chamar a atenção do esqueleto, que ergue o escudo levemente pra proteger o rosto, mas ele parece mais lento graças à clava que arrastava naquela mão enquanto lutava com a outra, mas ainda assim acelera tentando atingir Jade de novo.

Sentir meus músculos dormentes era o que mais me incomodava, perceber que minha melhor arma estava sendo usada contra mim de forma tão eficiente...era humilhante. Continuei recuando, limitando os movimentos de minhas pernas para não vacilar e tropeçar, indo em busca da tocha pendurada.


Era difícil, estava começando a ficar encurralada, mas a tocha parecia exercer efeito sobre ele. Mantinha os movimentos da espada ainda que desajeitados, refletindo os golpes para as laterais de meu corpo, desviando os golpes da lança.

A semideusa segue recuando em direção à tocha. Apesar de debilitada ela consegue bloquear a lança algumas vezes dando a sorte de acertar o cabo e evitar os choques, mas ganha um corte superficial no braço e mais um talho no peitoral bem no centro. Ela sente o coração batendo cada vez mais forte, mas os ataques finalmente param. O esqueleto joga a lança para trás e segura sua clava. Ele ergue o escudo para se proteger da luz da tocha enquanto Jade recua para a área mais iluminada.

O esqueleto para a 3m da garota, que está agora ao lado da coluna com a tocha.

Me apoiei na coluna por alguns instantes, aproveitando que o esqueleto enorme não se arriscava a se aproximar totalmente do fogo. Peguei a tocha com a mão livre, controlando a respiração tentando restabelecer a movimentação do meu corpo de forma razoável, o suficiente para lutar.

Atingido esse objetivo, avancei com a tocha a frente do corpo, observando cautelosamente a maça e o escudo, como nos primeiros momentos de combate. Esperava uma movimentação ofensiva dele, aproveitaria para me desviar da maça me abaixando ou saltando para um dos lados, evitando o lado do escudo, realizando uma estocada com a tocha nos ossos do esqueleto.

Caso ele realizasse uma movimentação defensiva, iria avançar com a tocha na frente, voltada na direção da maça para assustar ele e intimidar um possível ataque com a enorme arma, assim tentaria um golpe com a espada em uma parte desprotegida de seu corpo, uma vez que ele iria buscar se esconder atrás do escudo como antes, provavelmente sendo o braço armado o mais desprotegido.

Jade aproveita o momento para recuperar o fôlego. As câimbras no abdome aos poucos diminuem, mas ela começa a sentir os efeitos da batalha. Apesar de estar ainda alerta e mentalmente bem, seu corpo já está mostrando sinais de cansaço. Seus joelhos não estão mais tão firmes enem seus braços. A espada já, já começaria a parecer pesada.

Ainda assim a semideusa avança. Jade ergue a tocha, e como esperado o esqueleto ergue seu escudo. Mas quando a garota começa a preparar seu ataque, o esqueleto ataca com a clava, mas não estava mirando nela. Ele atacou o chão, arrastando a arma de baixo para cima e levantando uma nuvem de terra contra Jade. As chamas da tocha tremulam afetadas e quase se apagam com a terra. O esqueleto recua e se prepara para repetir o mesmo movimento, botando a clava no chão atrás dele e se preparando para puxar com toda a força mais uma vez.

Era minha última esperança, visualizar as chamas tremularem ameaçando se extinguirem quase entrei em pânico; eu já estava cansada, precisava que aquilo terminasse de uma vez por todas.

Assim que percebi ele se preparando para repetir o movimento, não pensei duas vezes, estávamos relativamente próximos então aproveitaria para lançar a tocha na direção do esqueleto, o obrigando a se proteger uma vez que provavelmente não teria tempo de tentar apagar as chamas novamente.

Aproveitaria desse momento para buscar uma brecha. Avancei contornando a criatura, esperando que sua atenção estivesse concentrada no fogo que ia em sua direção, dessa forma buscava contornar suas defesas e alcançar seu corpo. A armadura era um problema, mas haviam brechas nela para facilitar a movimentação dele...aproveitei deste detalhe para fincar a espada em uma brecha próxima ao crânio, buscando finalizar a luta em um movimento desesperado.

Ambos se movem ao mesmo tempo. Na verdade, Jade se moveu um pouco antes, impulsionada pela oportunidade de um ataque arriscado. Mas em uma luta como esta, apenas os movimentos arriscados tendem a virar o jogo.

O esqueleto ergue o escudo e hesita seu golpe diante do arremesso da tocha. Ele golpeia torto, mas com força, e a tocha é arremessada para longe, apagada. Jade lançou-se para a lateral do esqueleto, passando pelos seu escudo. A armadura cobria bem o pescoço e o elmo revestia a cabeça, então a garota atacou a única abertura que encontrou; por baixo da axila, através do braço erguido com o escudo. A lamina de bronze penetra pelos ossos e atravessa até sair pela abertura da gola do esqueleto, que emite um som baixo e murmurante como gás escapando de uma garrafa.

A criatura solta a clava e agarra o ombro de Jade, segurando-a com força. Seus olhos negros se aproximam dos da garota, que por um momento acha que o esqueleto faria alguma coisa terrível ou sobrenatural. Mas a criatura parece apenas querer se certificar de que lembraria de seu rosto antes de começar a tremer e se desfazer em pó.

Por fim, resta Jade. Trêmula, mas de pé. Aos pés da garota, a única coisa que brilhava no meio do pó de ossos escuro era o escudo redondo de ouro imperial que sobrou como espólio da batalha.

|MvP Finalizada|
Experiência e Dracmas Recebidos: 480
+ Escudo Redondo [Pequeno][Ouro Imperial][Comum]