As nuvens deslizam pelo céu como se apostassem corrida entre si. Ventos fortes sopram a cada momento e Damien estremece no chão a cada vez que a janela do quarto vibra empurrada pela força da tempestade que se formava. Sempre que ouvia aquele barulho, achava que era a porta do quarto se abrindo para que entrasse aquele demônio de cabelos de fogo. Fosse o que fosse, a mulher estava sumida nos ultimos dias. aparecia aleatoriamente pelo meio da noite, por vezes pela porta, por vezes entrando pela janela. De alguma forma ela conseguia trancar e abrir ambos em um passe de mágica; não importava o quanto o garoto tentasse arrombar, abrir ou quebrar, as portase janelassequer se mexiam.

Naquele dia ela ainda nao tinha aparecido para abusar e alimentar ele. Na noite anterior tinha notado algum movimento na casa, como se houvesse mais alguém conversando com a mulher.

Damien caminhou pesarosamente até a janela e observou pelas frestras. O sol acabara de se por e a cidade começava a lançar suas luzes artificiais no ar noturno. O vento soprava com força, mas uma batida particularmente forte seguida de um vulto nas frestras fizeram o garoto saltar e cair para trás.

A janela se abriu e, encarrapitada sobre ela, estava tia Kal, como se chamava a mulher de cabelos de fogo. Ela olhou para o guri com seus olhos faiscantes e sorriu.

- Olá, meu bem. Estava com saudades de mim?

"Clang!", fez a perna metálica da mulher ao tocar o chão. Ela entrou, fechando a janela e caminhando para aporta. Apesar do deboche, ele sentiu um tom mais seco na voz dela, como se estivesse com pressa; e parecia. Ela atravessou o quarto sem pertubá-lo e foi até a porta.

- Já trago sua comida. Fique quieto.

E assim, sumiu pela porta. Minutos depois, porém, começou a ouvir vozes e uma coleção de "Clang!" pela casa abaixo, e ele percebeu que talvez houvessem mais daquelas pestes por sua casa. Ele conseguiu ouvir algumas palavras, como "à noite de amanhã", "Venus", "estátua", "banquete" e "o garoto".

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Nathan tinha acabado de deixar a casa grande. Tédio definia o que o garoto sentia. Tinha visitado o acampamento e, graças às férias de verão, Quíron estava com um baixo contingente e tinha pedido ao garoto para fazer uma escolta, já que para ele seria fácil e rápido.

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O garoto tem a cópia da carta do garoto em mãos e uma lua nova sobre a cabeça enfeitando a noite que acabava de começar,lançando cheiros frios e vibrantes no ar.

Calmamente a figura solitaria de Nathan atravessa o Acampamento e ruma para o famoso Punho de Zeus, onde se abrigava uma passagem para o terrível labirinto.

O garoto abre a passagem com um toque e salta para dentro, caindo diretamente no corredor de uma  classica escola de ensino medio. Portas para salas e cebtrnas de armarios sujos se estendiam para ambos os lados centenas de metros, com entradas aqui e outras ali. Ele fareja o ar, mas apenas o cheiro de meias sujas, livros velhos, esmalte barato e tinta de caneta chegam ate ele.

O semideus caminha um pouco e dobra uma esquina, vira numa sala, entra em outro corredor e por fim para diante da porta de um banheiro. Ele a atravessa e se vê saindo de um banheiro publico na avenida principal de Boston.

O dia está cinzento. O sol acabara de se por e uma leve garoa se desprende das nuvens densas que se amontoam no céu. O garoto testa o ar da noite e, em contraste com o que sentira no labiribto, o ar da cidade vibrava com vida. Cachorro quente, refrigerante, cerveja, cafe, suor, perfumes, gasolina e escapamento de carros velhos. Tudo chega ate ele em breves segundos, junto ao cheiro de monstros. Um cheiro bem conhecido; o de empousas. Ele so estranhou a forca do cheiro, pois parecia que havia ao menos uma duzia por ali, por qualquer motivo.

Ele se lembra que na carda o garoto descrevia exatamente uma empousa como sua captora. Mas certamente nenhuma empousa alem de Kelly desprenderia aquele cheiro todo sozinha, cobrindo uma cidade inteira. O garoto tem a impressão incomoda que algo estava rolando ali.