Fiquei pensativo com a resposta de Argus. É comum as pessoas não pedirem ajuda por variados motivos seja para transparecer que são fortes, autossuficientes, que se souberem de tudo serão capazes de resolver qualquer coisa ou simplesmente para não serem considerados inúteis de acordo com algum padrão da comunidade em que vivem. Vi uma cota disso acontecer em tribos próximas daquela que fui acolhido em tempos remotos, sendo que era uma prática comum o exílio ou abandono dos que fossem considerados inaptos em suas funções na aldeia. No entanto, a situação não era exatamente com pensávamos, ou era?
FANTASMAS.
Foi a minha primeira suposição assim que chegamos e vi objetos voando sem o auxílio de mãos enquanto os sátiros tentavam recuperá-los sem sucesso. Abaixei no tempo certo para ver uma pedra zunir por cima da minha cabeça e acertar em cheio o nariz do sátiro mais próximo que havia se prontificado de responder ao questionamento de Argus sobre o que acontecia neste lugar. Umas criaturinhas suspeitas de olhar duvidoso apareceram de súbito.
- Primeiro, não somos goblins! Duendes! Somos bem mais civilizados!Aham, pensei. Apenas mais um em trajes galantes e fala gabosa que não age de acordo com o que diz, embora as pessoas humanas não estejam também em seus melhores momentos.
-Em segundo, feio é você! Menino mal construído! Nem pentear sabe!Ouvido isto, cai em uma gargalhada mesmo sabendo que poderia ser o próximo alvo deles. Não que fosse uma frase boa de se ouvir, porém a entonação do sotaque dele deixou a situação mais engraçada do que realmente era. Não fosse o emmpurrão de um homem-bode no último segundo eu teria me tornado caolho.
- Ei! - exclamo indignado aos duendes com a tentativa de ferimento.
- Pessoas civilizadas costumas resolver seus problemas no diálogo. Por que não podemos conversar?Com a cara de quem chupou limão azedo a contra-gosto, o duende da direita retorquiu:
-E por fim! Já dissemos que só queremos ouvir música boa. Os bodes não quiseram tocar, então estão a ser punidos! Mas se ficarmos satisfeitos talvez pensemos em tirá-los do castigo... Uhm. Olhei para Arghus que me encarava tão nervoso quanto eu. Dei de ombros como quem diz
"Sei lá, veremos o que rola". Imagino que estávamos lascados.
O que talvez faria uma mínima diferença se seríamos os próximos a serem perseguidos pelas criaturas maliciosas ou acabaríamos com o tormento dos sátiros dependia de lembranças vagueadas pelo nervosismo do tempo que presenciei a música ritualística dos que viriam a ser conhecidos como povos nativo-brasileiros e de algumas regiões da América do Sul (parte do Novo Mundo) e os comentários de Mr. Greenawey sobre as óperas europeias que tanto lhe apraziam fazendo questão de comentar sempre que tnha espaço. Mas ele era o "especialista", não eu. Deveria ter aprofundado mais destes conhecimentos superficiais que pude ter contato. A frase da mulher misteriosa veio à tona
"Aprenda", ela dissera. Veremos como me saí. :poker:
Escolhendo um trecho da ópera Idomeneo, de Mozart, decido por cantar as árias do sacerdote de Netuno em "Volto "O Voto Tremondo" após falar com Idomeneu sobre o voto que o rei fizera e se arrependia amargamente. Indico qual será a canção par os demais e pedindo o acompanhamento dos sátiros (implorando internamente que eles conheçam tal música). Que Apolo não me castigasse pelo fraco estudo musical. Nessa vida não era meu forte.
Apresentação: O Voto Tremondo