A voz da Dite era estranha.
Minha voz era como um piano solitário tocando o seu último réquiem. A dela, era um concerto de jazz. Minha voz ficava cada vez mais rouca, por consequência do cigarro e, eu gosto de imaginar, pela falta de uso. A voz dela era como a resposta perdida para um chamado de socorro que gritei anos atrás.
Mas agora esse chamado não importava mais.
Mostrei um breve sorriso de soslaio para ela e apontei o meu queixo para cima, encarando o céu azul do inverno. De repente, uma imensidão negra se faz presente sobre nós e cria uma sombra tão grande que parecia ser noite. Noite ao meio dia.
Pedi, mentalmente, para Fenrir pousar ao meu lado e a criatura gigante o fez. Meu dragão possuía uma personalidade engraçada. Eu o vi nascer, mas o peso em sua voz e em todas as suas palavras era ancestral. Ele era calado, mas, quando falava, costumava fazer tirar sarro. Aquilo fazia eu odiá-lo. E era por isso que eu o amava.
Acariciei-o atrás da orelha, e ele se remexeu, quase como rejeitando o carinho. Soltei uma risadinha, e ele respondeu com outra.
- Seu idiota. - Me comuniquei mentalmente.
- Nova namorada? - O carinho que eu fazia em sua orelha se tornou um soco e ele riu. Ri também.
E então olhei para Dite, que deveria estar estranhando a minha interação silenciosa com o dragão. Apenas subi ao lombo do animal mitológico e estendi a mão, para que subisse junto.
- Acho que o Fenrir consegue voar até Londres em algumas horas, e te poupa o enjoo de uma viagem das sombras.
Minha voz era como um piano solitário tocando o seu último réquiem. A dela, era um concerto de jazz. Minha voz ficava cada vez mais rouca, por consequência do cigarro e, eu gosto de imaginar, pela falta de uso. A voz dela era como a resposta perdida para um chamado de socorro que gritei anos atrás.
Mas agora esse chamado não importava mais.
Mostrei um breve sorriso de soslaio para ela e apontei o meu queixo para cima, encarando o céu azul do inverno. De repente, uma imensidão negra se faz presente sobre nós e cria uma sombra tão grande que parecia ser noite. Noite ao meio dia.
Pedi, mentalmente, para Fenrir pousar ao meu lado e a criatura gigante o fez. Meu dragão possuía uma personalidade engraçada. Eu o vi nascer, mas o peso em sua voz e em todas as suas palavras era ancestral. Ele era calado, mas, quando falava, costumava fazer tirar sarro. Aquilo fazia eu odiá-lo. E era por isso que eu o amava.
Acariciei-o atrás da orelha, e ele se remexeu, quase como rejeitando o carinho. Soltei uma risadinha, e ele respondeu com outra.
- Seu idiota. - Me comuniquei mentalmente.
- Nova namorada? - O carinho que eu fazia em sua orelha se tornou um soco e ele riu. Ri também.
E então olhei para Dite, que deveria estar estranhando a minha interação silenciosa com o dragão. Apenas subi ao lombo do animal mitológico e estendi a mão, para que subisse junto.
- Acho que o Fenrir consegue voar até Londres em algumas horas, e te poupa o enjoo de uma viagem das sombras.