Poucos sabiam, mas Ares era antigo.
Mais antigo do que os próprios deuses greco-romanos. Mas antigo do que a humanidade. Mais antigo do que a Terra. Muito mais. Ares era a manifestação da própria guerra, e, como tal, nasceu no momento em que as primeiras palavras do universo se formaram.
E então houve guerra.
Luz contra escuridão.
Todos sabem que essa batalha ocorre desde o princípio, resta saber de lado está. Estariam os semideuses do lado da luz? E, seria a luz boa, só porque ilumina?
O que realmente importava, entretanto, era que o fogo dançava e queimava os sacrifícios. Não seria o suficiente para Ares se mover do lugar. Não seria, talvez, nem o suficiente para chamar a sua atenção. Mas ele se moveu.
O próprio deus da guerra apareceu no local, como se rasgasse a realidade para atender o chamado do filho. Não obstante, a atenção dos semideuses fora roubada por outra coisa. O vento impetuoso que cortava a pele dos que ali estavam. E o homem esguio, agitado e com os cabelos negros voltou ao alcance da visão de John.
Hermes.
Sorriu para o filho, e a espada na cintura do garoto transformou-se numa longa e ornamentada adaga. Em outro lugar de seu cinto, uma adaga de arremesso simplesmente apareceu. Como isso era possível?
O sorriso de um deus.
Os irmãos se olharam, a Guerra e o Mensageiro, e então balançaram a cabeça, em concordância. Meio segundo depois, e era como se as luzes de todo o universo fossem apagadas.
E o mundo ficou silencioso.
Charlie não fazia ideia do que tinha acabado de acontecer, mas John estava de joelhos. Sua cabeça doía, e, no seu crânio estava cravado um nome: Sophia.