Quando ele tomou um dos anéis de minha mão, minha reação foi paralisar. Assisti seu estado deslumbrado pelo anel, que certamente o afetava mais do que a mim, justamente por ser devoto de Hera. Ao se levantar e fazer-me também a ficar de pé, minha mente começou a trabalhar rápido. Ele estava fazendo aquilo.. cada palavra que dizia era um passo dado que não poderia ser desfeito. Com o anel finalmente em meu dedo anelar, ele selava parte daquela união com suas palavras.

Uma lágrima saltou para fora de meu olho e eu sorri, o coração disparado e emocionado. Coço a garganta e limpo a lágrima com as costas da mão, retomando a compostura.

- Sempre estivemos juntos em pensamentos, nas batalhas e fora delas. Agora somos um, uma união muito além de admiração, confiança ou sangue. - coloco o anel que segurava no anelar esquerdo dele - Eu te aceito como você é, em toda a sua totalidade, e você me aceita como eu sou, prateada ou não. - dou um sorriso travesso.

Seguro sua mão com as minhas, sentindo-a pulsar pelo poder dos anéis. Ainda o segurando, abaixo-me e o levo junto. Com um assobio baixo, Siegfried se levanta e caminha até nós. Acaricio-o atrás de uma das orelhas com uma das mãos e, com a outra, deposito a mão de Aaron sobre o pelo acinzentado. O cão pisca, curioso. Para ele era como se a mão de Aaron fosse a minha e a minha a dele e vice-versa.

- Pronto, agora meus dois companheiros não podem mais se desentender. - comento com um sorriso sapeca e bagunço levemente os fios brancos de meu irmão com a mão que outrora o segurava.