Já estava guardando as presas e correndo para tentar recuperar o fio quando os outros cães decidiram dar um oi. Porra, penso. Quanto disso posso aguentar só com uma adaga e esta espada maldita?

Eu não estava acostumado a enfrentar inimigo algum de frente. Repreendo-me por ser tão fraco e depender sempre de ardis para me evitar confrontos diretos como aquele. Pela primeira vez, eu me via em uma situação que nada me ocorria. Então, quase tão surpreso quanto os cães, vi as adagas caindo do céu.

Eu teria parado para rir naquele momento, mas ergui a mão, concentrando-me mais do que nunca em usar aqueles poderes novos a mim. Busco por aquele sentimento novo, aquela sensação de uma energia correndo através de mim para as sombras, e então uso a sombra sob as adagas para controlá-las e puxar quantas conseguir até a minha mão, agarrando-as entre os dedos. Então, olhando para o cão mais próximo, disparo uma ou duas adagas, tentando aproveitar sua surpresa para atingí-lo nos músculos do peito, pescoço ou da perna dianteira, usando do equilíbrio perfeito da arma para compensar minha falta de técnica.

Caso tenha uma adaga restante eu a mantenho na mão da espada, a qual largaria para substituir pelas faquinhas. Em meu rosto mantenho o sorriso incrédulo da agradável surpresa de Roran. Timing perfeito, penso. Eu teria de recompensá-lo, caso saísse vivo dali.

Fico atento para recuar diante do ataque do segundo cão especialmente, atento para tentar evitar suas mordidas com pulos e suas patas recuando rapidamente, usando das adagas para bloquear qualquer ataque possível caso não pudesse evitá-lo.

Caso eu seja obrigado a recuar eu faço-o na direção da bobina caída, e quando o cão fosse passar no ponto mais próximo do fio, tento repetir o truque das adagas, controlando a bobina através das sombras, para que desse uma volta no ar em volta de uma ou duas pernas do cão, para tentar fazê-lo se assustar e puxá-las se cortando ou atrapalhar seus movimentos dando tempo para me reequilibrar ou me afastar.

Nível 3 - Perícia do Styx [Inicial]: Confere o nível [Inicial] para a perícia com armas feitas inteiramente de ferro estígio. Não permite que o herói treine suas outras perícias. (+5 correspondente à arma utilizada)

Nível 1 – Umbracinese [Inicial]: Os filhos de Hades possuem a habilidade de manipular as sombras de acordo com a sua vontade. Neste nível podem apenas moldá-las ou desgrudá-las das superfícies, usando-as para erguer pequenos objetos e coisas do tipo. As sombras de outros seres vivos não podem ser utilizadas. Esta habilidade não pode ser utilizada sob luz direta do sol.. O uso dessa habilidade consome 25 pontos de energia.

Recuo do ataque do cão infernal já calculando o movimento que viria a seguir; Uma estocada contra suas costelas, tentando perfurar e saltar para a traseira do monstro no mesmo movimento, puxando a adaga com o peso do corpo e tentando usar a força do braço e do movimento para dilacerar suas costelas.

Tento fazer o movimento saltando para a traseira do monstro, num ponto onde seria mais difícil pra ele me alcançar, e mantenho sempre parte de minha atenção no segundo monstro; mantenho sua posição sempre em mente, tento aproximar-me entre um movimento e outro das outras adagas, e abaixar-me para pegar ao menos uma rapidamente na primeira oportunidade, mantendo a mão da Adaga estígia sempre erguida para me proteger de qualquer golpe com ela.

No mais, penas desvio do que for possível, pulando para as laterais e recuando diante dos monstros, tentando manter-me movimentando em meia lua ao redor deles para que ficassem um na frente do outro, dificultando que consigam me atacar ao mesmo tempo.

Estreito os olhos para o cão caolho. Devo ataca-lo pelo lado cego, penso, vendo-o rosnar para mim cheio do ódio. o outro, agora mais distante, era uma preocupação menor, pois eu acreditava que com aqueles ferimentos ele fosse capaz de morrer sozinho a qualquer momento.

Foco então no cão à minha frente e vou em sua direção, caminhando levemente na direção de seu olho bom para então saltar para o lado contrário, sumindo rapidamente de sua visão para o lado direito cego, e neste momento tento avançar com um salto já desferindo um golpe com a adaga tentando passa-la por seu pescoço, cortando-o com a ponta da adaga negra, e recuando logo em seguida

Eu, burro que só, não tinha comigo nenhuma poção para me curar ou repor minha energia, e noto de imediato o quão úteis aquelas coisas podiam ser. Eu devia ter perguntado a alguém onde conseguir umas, penso, decidido a me munir de algumas bugigangas novas caso saísse vivo daquela. Estava morrendo de medo de ser atingido e ficar debilitado de alguma forma; afinal, eu ainda tinha outras bestas como aquela para caçar, e pelo que tudo indicava, bestas mais fortes ainda.

Fico sempre atento para desviar de seus ataques, pulando para os lados ou para trás e se preciso rolando desajeitadamente pelo chão da floresta, tentando evitar raízes e declives.

Nível 3 - Perícia do Styx [Inicial]: Confere o nível [Inicial] para a perícia com armas feitas inteiramente de ferro estígio. Não permite que o herói treine suas outras perícias. (+5 correspondente à arma utilizada)

Filho da puta! Filho da puta imundo do caralho!, penso, |Castellan| da vida, olhando meu punho ferido. Eu já tinha a marca de garras na perna, e agora mais aquela ferida em minha mão.

Ouço os ganidos do cão que se desfazia. Seguro com mais leveza as adagas de arremesso, sentindo seu peso e imaginando a força necessária para acertar meu alvo dada nossa distância, então arremesso-as em direção ao cão em pior estado. Enquanto isso, com minha visão periférica eu tento me manter atento ao outro cão, para reagir recuando sempre tentando manter o peso sobre a perna boa. Me incomodava muito a dor e a fraqueza na mão direita, com a qual eu sempre contava para me defender e contra-atacar. Encaro o cão com raiva, desejando poder verbalizar as impurezas que ele devia ouvir.

Me mantenho sempre atento à movimentação dos cães, especialmente do caolho, para recuar diante de qualquer aproximação hostil. Apenas tento desviar de seus ataques, e se minha mão esquerda estiver livre (no caso de conseguir arremessar as adagas com sucesso) eu tento passar a adaga de ferro estígio para ela, e manter minha estratégia básica de usar a lamina para interceptar os ataques da criatura, aproveitando-me de que sua arma era seu próprio corpo para machucá-lo com minhas defesas.

- Nível 1 - TDAH: Como todo semideus, você nasceu programado para a batalha, e seu cérebro está sempre alerta. Isso dificulta um pouco sua concentração, porém pode salvar sua vida nas batalhas, lhe permitindo reagir rapidamente a estímulos externos.

Nível 3 - Perícia do Styx [Inicial]: Confere o nível [Inicial] para a perícia com armas feitas inteiramente de ferro estígio. Não permite que o herói treine suas outras perícias. (+5 correspondente à arma utilizada)

Olhei surpreso para as presas à minha frente em meio a uma poça de sombras que foram os cães. Naquele momento deixei escapar uma risada esganiçada e deixei cair a adaga da mão direita, segurando este braço com força com a mão esquerda, soltando um chiado entre os dentes cerrados. Olho para o pulso machucado e para o ferimento na perna. Eu nunca havia me machucado daquela forma em uma briga. Enquanto olhava para os ferimentos, para meu sangue escapando do corpo, lembrei-me do efeito brutal de ver o ciclope pronto para me comer, meses atrás enquanto eu era escoltado, e como ele havia afetado minha mente. Eu havia, naquele momento, compreendido que era apenas mais um animal na cadeia alimentar do mundo. Lutar contra aqueles cães havia me lembrado disso, me lembrado de que se eu falhasse, viraria comida.

Dou um sorriso torto enquanto avalio o dano dos ferimentos e, se achar necessário, gasto meu tempo a seguir tentando uma bandagem improvisada sobre a mão ou perna, puxando a bandana que levava no pescoço para cobrir o ferimento e enrolar com força.

No mais, olho ao redor para certificar-me de que estava seguro para por fim recolher minha adaga, as adagas de arremesso (as quais encaixo no cinto junto às demais, enfiando a 11ª adaga, que seria uma saliente dentre as 7 adagas de arremesso de bronze que possuo, e enfio-a na mochila), meus espólios e, por fim, a bobina, amaldiçoando os cães por não terem caído em minha armadilha. Tenho muito o que melhorar, penso enquanto caminho na direção da segunda trilha, levemente impaciente por meus níveis insatisfatórios de força. Enquanto caminhava e explorava o acampamento eu havia visto diversos tipos de semideuses. Aquele lugar era um caos total. Alguns lutavam com magias complexas e estranhas, invocando os elementos para enterrar os oponentes em magia perigosa. Outros atiravam e matavam os monstros antes mesmo deles saberem de onde estavam vindo os disparos. Outros sequer usavam magia, e resolviam tudo na força. Eu me via em uma situação complicada, totalmente sem saber como deveria me dedicar a lutar.

Está decidido. Quando voltar, irei pedir ajuda a... A alguém. Algum filho de Hades, como eu... Talvez Legit. É... Talvez ele.

Coço a cabeça e testo o pulso machucado enquanto caminho no escuro na direção da trilha que havia visto anteriormente, sempre atento aos sinais dos cães maiores, como os rosnados e latidos grossos que haviam dado mais cedo. Caso encontre algum, tento manter-me oculto enquanto analiso o ambiente, buscando por pontos de apoio, etc.