Heróis do Olimpo RPG - Logo
Herois do Olimpo RPG

Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


Você não está conectado. Conecte-se ou registre-se

Ir à página : 1, 2, 3  Seguinte

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo  Mensagem [Página 1 de 3]

Minerva

Minerva
Deusa Olimpiana
Deusa Olimpiana
Taylor estava tendo muitos pesadelos.

Isso não era comum para a ceifadora, mas desde que ela e seus amigos destruíram o covil das empousai e ela ouvira a ameaça daquela mulher, os pesadelos começaram. Como qualquer semideus, ela sabia que os pesadelos deviam significar algo e por isso mesmo ela estava muito preocupada.

Enquanto dormia, a filha de Atena via almas presas gritando por socorro, como os homens que havia encontrado anteriormente. Às vezes via cenas de guerra, o submundo se erguendo contra o mundo mortal, os deuses lutando. Tudo aquilo a deixava assombrada, imaginando quanto trabalho Tânatos teria se aquilo acontecesse e imaginando o que estava causando toda essa confusão.

Em uma das noites em que ela resolvera passar no chalé de sua mãe, na esperança de receber algum conselho da deusa da sabedoria, a garota tem seus pesadelos interrompidos por sua mãe. Ela não sabia se Atena estava dentro de mais um sonho ou se ela estava de fato no chalé, mas não teve oportunidade de averiguar, pois não conseguia falar nada.

Atena escreveu:
"Minha menina... Sinto muito por isso tudo. O Olimpo está prestes a sucumbir, você deve saber.
Algo que está fora do meu controle está acontecendo, interferindo na própria morte... Almas mortais estão ficando no mundo e Hades não está gostando disso. Ele acredita que seja um golpe de Zeus, como sempre. Meu pai, por sua vez, se sentiu ofendido e o acusou de incompetência.
Após esses episódios, Hades aprisionou seu mestre, Tânatos, no submundo, prometendo que o mundo mortal experimentaria a dor de ter os mortos soltos. Ares e Hefesto tomaram partidos diferentes e iniciaram uma nova briga. Enquanto isso, mais e mais pontos de magia negra surgem no mundo mortal.
Hera está desesperada, tentando manter a ordem na família e conter a briga entre os dois únicos filhos. Tentei fazer o que pude, mas por fim fui acusada pela rainha do Olimpo, pois mandei seu irmão para o norte, fazer algo importante para mim, e agora Hera, que é sua matrona, não pode recorrer a ele mais...
Por isso venho te pedir socorro. Você precisa enviar Gean para tentar convencer seu pai de que ele está errado e libertar Tânatos do submundo, mas é ainda mais importante que alguém enfrente quem está causando isso para acabar com mal pela raiz, e só você pode cumprir essa tarefa.
Ainda assim, te aconselho a levar alguém junto. Você precisará de muita ajuda, pois o seu destino, pelo que posso sentir, será o Mar de Monstros. Escolha bem, pois vocês vão receber de Hera todo o amor do mundo ou toda a sua ira, dependendo apenas do resultado dessa missão.
Negociei com Poseidon para que ele permitisse que um barco grande o suficiente para a jornada estivesse disponível em Miami para você. Ele não quer essa guerra, mas está se sentindo ilhado e impotente diante da divisão do Olimpo e das guerras que estão por vir.
Vocês não podem falhar de forma alguma, pois mesmo que Gean faça a parte dele, a sua parte é de crucial importância.


Quando acordou pela manhã, Taylor se lembrava de tudo claramente e tinha uma certeza: Precisava falar com Gean e com Alana.

#1

Taylor Black

Taylor Black
Filho(a) de Atena
Filho(a) de Atena


Lembro-me de Franklin. Um rapaz louro, pele escura e que vivia nas praias de New York jogando vôlei com seus amigos. Quando o encontrei pela primeira vez, era uma manhã de verão, e lá estava ele desde cedo seduzindo as meninas e mostrando sua baixa habilidade nos esportes. Tinha exatamente 26 anos, 3 meses, 21 dias e 8 horas de vida quando num saque, quase acertou a bola na minha cara.

Não sou nenhuma filha de Ares, mas meu reflexo foi o suficiente para a segurar antes que me atingisse, interrompendo seu curso. Ele veio até mim, com aqueles dentes brancos e os olhos azuis, frescos como um inverno italiano. Sorri de volta. 

- Uau, gata, essa foi uma bela pegada, viu? - Devolvi-lhe a bola com um agradecimento. - E aí, quer jogar com a gente? - Recusei com um aceno, mas ele tinha aquela atitude que mortais esteticamente afeiçoados costumam ter com garotas, seguiu-me por alguns metros e por fim perguntou. - Ei, você é muito linda, sabia? Eu estou sempre por aqui, será que nos encontraremos de novo?

- Sim, Franklin, nos veremos novamente.

- Haha, mal posso esperar, gata. - Virou-se para voltar ao jogo com seus colegas. - Espera, como você sabe o meu nom... - Quando foi me encarar uma outra vez, eu já não estava ali, tinha sumido nas sombras.

Ontem caminhei naquela mesma calçada, onde encontrei Franklin pela primeira vez. O sol se punha enquanto eu pensava nos pesadelos que estava tendo. Nós, ceifadores não costumamos sonhar como a maioria dos semideuses, isso porque normalmente não nos envolvemos com as brigas de gregos e romanos contra monstros e Deuses. Nosso único trabalho é escrever o parágrafo que separa este fim, do próximo começo.

Entretanto, depois da visita ao covil de empousai que fiz com o filho de Hades e Alana Valentin, os sonhos têm sido frequentes e isso nunca é um bom sinal. Vi morte. Não a natural, como deve ocorrer, a vi como um fluxo quebrado, uma represa rompida e caótica que se deitou com o destino e desapareceu como uma criança rebelde. Deixando só insegurança, e um futuro temível.

Decidi pedir conselhos a minha mãe. Em orações eu clamava por ajuda, mas parecia difícil contatá-la dessa forma. Buscando me aproximar, fiz algo que há muitos anos não fazia e dormi no Chalé de Atena. Já vi muitas pessoas virando conselheiras nesse lugar, e por alguns instantes me perguntei se meu irmão mais novo, Leonardo, não saberia de alguma coisa - ele sempre foi mais esperto do que eu - mas nem ele nem Björn estavam por ali.

A resposta que minha mãe me deu em sonho foi tão sombria quanto os pesadelos. A situação beirava uma guerra, e eu poderia ter a certeza de que Hera iria me arrancar os olhos se eu falhasse. Respirei fundo, peguei tudo que precisaria para essa missão e fui até o Chalé dos filhos de Zeus. Chamei por Alana, ela estava lá, como sempre. Seria arriscado levá-la comigo, mas minha outra alternativa era o filho de Hades, e este já tinha um papel determinado por minha mãe nesta missão. Sendo assim, dei-a poucos detalhes. Falei apenas que seria uma tarefa importante no mar de monstros, algo a ver com as Empousai. Vi ela engolindo seco, como se a ideia fosse assustadora. E realmente era.

Enquanto ela se preparava, fui até o chalé dos filhos de Hades...

[...] Esse pedaço de interpretação fica AQUI [...]

Com Alana, decidi traçar uma rota até Miami que fosse rápida e nos levasse até o mar de monstros sem muita demora. Busquei em meus baús um pouco do dinheiro mortal que guardo para quando necessário, e fui também até a Casa Grande, onde normalmente deixam um pouco de dinheiro guardado para as missões e peguei o suficiente para pagar duas passagens de avião de última hora. Nesses momentos é sempre bom estar ao lado de uma filha do Rei dos Céus.

- Vamos até o aeroporto de New York, de lá partiremos até Miami, onde um barco nos espera.

Lancei um dracma ao vento, em uma prece grega invocando as irmãs cinzentas para que nos levassem ao primeiro destino, e iniciaria jornada em busca de respostas para as perguntas de minha mãe. E por falar nisso, lembrei-me de Franklin, e do sol poente no fim daquele dia de verão.

- Quando me disse que nos encontraríamos novamente, não pensei que seria assim. - Disse seu espírito, encarando seu corpo morto e atropelado em meio à rodovia. Havia morrido por atravessar a rua para correr atrás da bola, que havia ido longe demais, assim como ele. - Eu pareço tão vazio, pareço tão triste. - Já não havia futilidade em seu olhar, ele finalmente tinha entendido. - Então, eu estou morto. E agora?

- Agora é o momento que você vai descobrir a resposta, Franklin. - Levei-o para o além. Lembrar disso faz com que a ideia amarga de existirem almas que não estão alcançando o que vem depois me atinja no peito como uma dor profunda e viva. Não houve vírgula nem ponto final para estes pobres. Só textos inacabados e uma triste reticência.

Equipamentos :

Descrição dos Equipamentos:

#2

Alana Valentin

Alana Valentin
Filho(a) de Zeus
Filho(a) de Zeus
Quando me falavam que filhos de Zeus conversavam com águias eu pensava algo diferente. Faz pouco tempo desde que comecei a entendê-las, e inclusive fiz amizade com uma que por sinal é bem grande, ela me seguiu pelo acampamento tantas vezes que acabei a adotando e batizando de Fulgur. Que basicamente significa raio ou relâmpago. A questão é que eu imaginava que conversaríamos sobre ex-namorados, ela me falaria do quão chato é ter que sair por aí procurando animais pequenos para caçar e como se sente sozinha na floresta e etc...

Mas, na verdade, ela é uma criatura tão nobre que comecei aos poucos a entender o porquê de ser o símbolo de Zeus. Sempre que eu demonstrava preguiça, falta de postura ou coisa do gênero, ela chiava e abria aquelas asas enormes. A largura que ela tinha quando ficava assim era maior do que a minha altura em pé, e isso era extremamente assustador. O choque da minha pele não incomodava suas garras, e de vez em quando ela inventava de se empoleirar em meu ombro. Era pesada como um pastor alemão, e as suas unhas sempre acabavam me machucando.

E bem, aquilo de falar com águias é completamente diferente do que eu imaginava. Quando ela pensava em algo, era mais ou menos assim: - Fome. Rato. Perto. Voo. - E se lançava num salto abrindo suas asas e fincando suas garras na sua presa. Nesse momento eu tive certeza de que escolhi o nome certo, afinal, a velocidade com a qual ela pensava era realmente a de um raio. E olha, não quero nem te falar o que ela fica gritando quando abre asas daquele jeito. Vai de "patético" até uma série de palavrões que eu não colocaria aqui. Ela me treina melhor do que os sátiros e treinadores do Acampamento, parece entender minha natureza, e talvez por isso tenhamos nos ligado tão rápido.

Só que... Ela meio que se manda. Diferente das outras águias, quando eu falo - Vai! Ataca! - ela fica me olhando e mexendo a cabeça, piscando aqueles olhos amarelos como se não fosse capaz de entender o que eu queria dizer, mas entendia, só não me achava digna de dar ordens.

- ...olha, eu não deveria ter que implorar pra que você atacasse aquele boneco, a gente tá trein... QUE? Vou te mostrar quem é o camundongo aqui, sua... - Fui interrompida por Taylor entrando em meu chalé. Aquela cena me envergonhava um pouco, mas respirei fundo e prestei atenção no que a filha de Atena tinha pra dizer enquanto minha águia voava ao redor do Chalé dos filhos de Zeus caçando aves pequenas e disputando com as harpias para ver quem gritava mais alto. Engoli seco quando ela começou a contar da missão que Atena havia lhe passado, não haviam muitos detalhes, mas tínhamos que ir ao Mar de Monstros para derrotar alguns inimigos.

Ela disse que tinha algo a ver com o covil de Empousai que derrotamos, mas eu tinha a sensação de que ela escondia algo. Desde aquele dia, com o filho de Hades, eu sabia que ela escondia muitas coisas e isso me incomodava. Era horrível ter ciência da própria ignorância, e saber que os outros se aproveitam disso. Por fim, ela se retirou e eu preparei meu equipamentos. Isso foi rápido, a parte que mais demorou enquanto eu me preparava foi convencer Fulgur a ir. - Não. Você. Águia. Fraca. Treinar. - Ficava resmungando isso o tempo todo. Até que eu a fiz entender que o Mar de Monstros era um lugar perigoso, mas que podia me ajudar a ficar forte, e ter ela do meu lado seria de grande ajuda.

Por fim, Taylor disse que iríamos de avião, e isso me deixou muito feliz, mas a ideia de andar de barco incomoda. Não que eu tenha algo contra Poseidon nem nada, mas meu pai e ele quase sempre andam se bicando. Pera, desde quando eu falo se bicando? Essa águia tá me deixando louca.

Equipamentos:

Descrição dos equipamentos:

#3

Minerva

Minerva
Deusa Olimpiana
Deusa Olimpiana
Ser filha de Zeus tinha suas vantagens. Porém ser uma jovem e inexperiente filha de Zeus podia ser bastante frustrante. A cobrança para ser forte, para liderar, para conduzir um povo, geralmente fazia os pobres coitados com essa missão sucumbirem.

Para Alana, não era tão ruim assim. Ela sabia que Taylor era mais experiente e mais capaz que ela, portanto a cobrança não vinha tão pesada sobre seus ombros. Ainda assim, ela teria que saber lidar com o fato de não estar por dentro de tudo, por não ter a plena confiança de todos. Talvez ela quisesse ser mais reconhecida, e ficar na sombra da filha de Atena era uma posição que precisava de muito foco para ser mantida sem vacilos.

Mas afinal, ela não tinha opção. Mesmo que tivesse medo do que a aguardava no mar, um ambiente completamente fora do seu domínio, ela não podia se negar a ir, afinal, Taylor conhecia tanta gente e acabava sempre escolhendo a amiga mais nova. Talvez aquela fosse sua chance.

Taylor vivia seu drama infinito. A imortalidade quase sempre ria na cara de quem a possuía. Às vezes a filha de Atena queria apenas descansar, esquecer todos os rostos que um dia sorriam para em seguida sucumbirem à morte, o destino de todos. Quantas milhares de pessoas ela havia visto partir? Pessoas ilustres e pessoas felizes em sua insignificância, que simplesmente sumiam do mundo, sem deixar nenhum vestígio. E quando deixavam um legado, não possuíam sequer a consciência do lado de lá de que eram veneradas no mundo mortal.

A vida, afinal, era uma grande piada de mal gosto, na qual os deuses se compraziam durante seu reinado. Ela poderia simplesmente ignorara tudo aquilo e sumir para qualquer lugar longe desse tipo de problemas, mas sabia que a responsabilidade era uma companheira vingativa se fosse abandonada. Talvez isso fosse uma pequena herança de sua mãe.

Inclusive, sua visita não era esperada, muito menos com as notícias que trazia, já que Taylor queria respostas, não problemas. Os deuses brigando não era nenhuma novidade, a semideusa já havia visto isso várias vezes ao longo de sua infeliz vida. Inédito era o fato de escolherem uma ceifadora de Tânatos como possível heroína. Será que ela seria capaz de levar aquilo até o fim, sem desistir? Será que era justo levar Alana consigo, uma semideusa tão inexperiente? E o que seria de Gean, andando sozinho pelo mundo, porém dessa vez em marcha contrária ao seu próprio pai?

Essas dúvidas calavam fundo n'alma da semideusa. Sua aparência juvenil e erótica escondiam uma alma triste e cansada, mas enfim, ela não podia deixar de lado os problemas de família.

Após falar com o filho de Hades, o que foi desagradável e doloroso como sempre, Taylor se dirige ao topo da colina onde se encontra com Alana para a viagem até Nova Iorque. O clima era tão pesado e a aura da ceifadora era tão forte, que até as irmãs cinzentas mantiveram silêncio de velório durante a viagem. Apenas uma frase foi dita ao fim da viagem, Taylor não sabia de qual delas.


- Cuidado com as sereias...

No instante seguinte, o táxi não estava mais lá.

Embora fosse raro andarem pela cidade sem sofrer nenhuma ameaça, aparentemente até os monstros sabiam respeitar a via crúcis das garotas, pois elas chegaram ao aeroporto sem maiores problemas.

O vôo havia sido tranquilo e no fim da tarde elas estavam em Miami. O pôr do sol deixava a cidade litorânea com o ar triste de vidas se esvaindo junto com o sol, porém Taylor sentia naquele momento o distúrbio que reinava também naquele lugar.

#4

Taylor Black

Taylor Black
Filho(a) de Atena
Filho(a) de Atena
Pensar em Tânatos preso fazia me coração doer. Há um bom tempo que converso com ele apenas por orações. Uma vez, ajoelhei-me ao lado da cama de um hospital, havia sido uma longa noite de trabalho. Perguntei a meu mestre a razão de tanta tristeza e solidão em nossa tarefa. Ele não respondeu, mas escutei-o chorando comigo.

A morte é, talvez, a mais sensível de todas as personificações, e a que mais sofre com o ódio e a admiração dos mortais. Os Deuses não a conhecem como os homens, pois não conhecem a vida, nem seu fim. E por isso não entendem o impacto dessa briga infantil, ou quem sabe entendam, mas não liguem.

O aeroporto é sempre a pior parte - a burocracia mortal tende a ser entediante - mas dei o meu melhor para tentar fazer com que a Águia de Alana fosse transportada no compartimento para animais. Até entendia filhos de Zeus gostarem de águias, mas aquela criatura era grande demais para ser um animal de estimação, e não parecia obedecê-la.

Por fim, na tranquilidade daquele voo eu tomei nota do que deveríamos fazer. O mar de monstros é um destino sombrio, e era impossível criar uma estratégia sem saber com o que estava lidando. Restava esperar, e depositar a minha fé nas escolhas de Atena. Durante a viagem, conversei um pouco com Alana.

Quando chegamos em Miami, procurei o navio de Poseidon. Não tinha razão para rodeios, nos dirigiríamos direto ao nosso objetivo, o mar de monstros.

#5

Alana Valentin

Alana Valentin
Filho(a) de Zeus
Filho(a) de Zeus
Eu juro que eu nunca vi Fulgur tão brava. Ela teve que ser colocada numa gaiola pra entrar num avião, e por um breve momento eu tive a certeza de que ela ia invocar um raio e me matar. - Não. Presa não. Voar. Voar. Asas. - Certamente ela me odiaria por um bom tempo, mas eu tentei explicar, que eu precisava dela comigo e voar com suas próprias asas demoraria muito mais do que ir de avião. Mas ela chiava com raiva, como se as grades a ferissem.

Algo dentro de mim entendia. Liberdade era parte daquela criatura, assim como suas garras e suas asas. Tirar isso era como arrancar um de seus órgãos, mas com o coração ardendo de dor eu fiz isso mesmo assim. Mesmo sentada nos bancos do avião, eu podia ouvir ao longe seus gritos por liberdade. Não se transladavam em palavras capazes de serem descritas aqui, era um choro único, uma mágoa que os humanos desconhecem e são incapazes de entender independente do quão bem descrita seja.

É como o uivo de um lobo para a Lua. É a mais nobre de todas as declarações de amor, e é o que é, um uivo, mas significa mais para os lobos do que qualquer coisa. - Inclusive, Fulgur quem me contou isso. - E por isso eu tive vontade de chorar também, pois compreendi. 

Para afastar estes pensamentos, no avião conversei com a filha de Atena, ela parecia tão triste quanto minha águia, como se algo fosse tirado dela. Seus olhos, negros como asfalto, vagavam pela janela buscando alguma coisa.

- Essa missão... Por que exatamente recebemos ela?

- Tem algo a ver com o covil de empousai que destruímos, não é nada demais. - Ela não se esforçou para mentir. E eu queria perguntar, queria cobrá-la, mas não tinha coragem. Engoli as perguntas relacionadas à verdadeira razão para irmos até lá, e continuei.

- As irmãs falaram de sereias, nunca vi uma, são tipo aquelas dos filmes? Bonitas e que cantam igual a Ariana Grande? - Tentei amenizar o clima.

- Não é bem assim. Elas cantam seus desejos, te contam coisas sobre você, que nem mesmo você sabe. São criaturas perigosas, é bom não escutá-las, são poucas as pessoas que resistem. - Ela foi curta e grossa, ignorando as piadinhas. Parecia não estar no clima pra isso.

Quis perguntar mais coisas, quis conhecer a filha de Atena, quis ter a oportunidade de dizer que ela era minha amiga, mas era tão fechada quanto o filho de Hades, era tão indecifrável quanto um enigma que só sua mãe era capaz de resolver. Não pude sorrir, e pela primeira vez na vida, eu queria chegar ao chão logo.

Ao chegar, Fulgur era quem menos estava contente com a minha presença. Em solo firme eu a libertei, e ela voou para longe. Nos acompanhou, de cima, mas não conseguia interceptar nenhuma mensagem sua. Ela realmente não queria falar comigo tão cedo, assim como a filha de Atena.

Silenciei minhas mágoas. O clima era de luto, e eu sequer sabia de quem era o velório, seria meu?

#6

Minerva

Minerva
Deusa Olimpiana
Deusa Olimpiana
O clima durante a viagem era péssimo, e não podia ser diferente.

As poucas palavras trocadas tornaram as horas de vôo infinitas, mas finalmente elas chegaram a Miami. Era fim de tarde, começo da noite. Naquele momento, Gean devia estar se preparando para partir e isso deixou Taylor ainda mais triste.

A depressão da garota era tão grande que no meio do caminho ela não percebeu algo que chamou a atenção de Alana.


- Não parece com o covil que encontramos em Nova Iorque?

Taylor olhou rapidamente para o local que a filha de Zeus apontava, assustada. Realmente, não era o mesmo castelo, mas havia a mesma magia no ar. Ali também os pedestres passavam sem notar, com exceção dos homens. Nos poucos segundos que ficaram lá olhando, um pobre coitado entrou para se despedir da vida.

Taylor sabia que o navio estava a poucos metros dali e sua viagem seria árdua e longa. Também sabia que o filho de Hades talvez não encontrasse uma entrada fácil para o submundo, então pensou se não deveria avisá-lo cobre o covil descoberto. Talvez viajando ele pudesse encontrar pistas que ajudassem tanto ele quanto elas mesmas.

Ela teria que decidir se perderia tempo ali, ou se mandaria uma mensagem para Gean. Alana, como sempre, não sabia o que estava acontecendo e isso só a deixava ainda mais deprimida.

#7

Taylor Black

Taylor Black
Filho(a) de Atena
Filho(a) de Atena
Conviver com Gean estava me fazendo mal, porque ao ver aquele castelo, rosnei. Talvez fossem os sucessivos encontros com problemas em tantos momentos seguidos, ou quem sabe a sensação de impotência que esse lugar me passava. Meu trabalho não é lutar com monstros pelo Acampamento, eu fazia isso quando tinha tempo, sim, mas meu tempo e esforço se ocupava normalmente com levar almas pro submundo.

Por isso, ver um covil semelhante ao que destruímos ali, na nossa frente, fez com que eu cerrasse os punhos de raiva. Não é um sentimento bom. A raiva é importante para mover as coisas, fazer as engrenagens funcionarem, mas antes de tudo é preciso entender a função de cada peça, descobrir a razão por qual estão ali, ou no final de tudo as construções se abalam e o caos predomina.

Além do mais... - olhei para a filha de Zeus - se o covil conter a mesma quantidade de Empousai que antes, nem eu, nem Alana sobreviveríamos. Não há tempestade para lhe garantir a mesma força que teve quando as enfrentou pela primeira vez. Em seus olhos eu via sede de justiça, a vontade de fazer o certo. Mas a interrompi e contive seus impulsos.

- Alana... - Eu disse em um tom calmo, mas mantendo a seriedade, pois era algo que me desagradava tanto quanto a ela. - ...vamos em frente. Chamarei ajuda, para que lidem com esse lugar, mas por enquanto precisamos nos concentrar na missão.

Senti a fúria do rei do Olimpo em seu rosto, mas ela se conteve. Depois disso, peguei meu canivete de mil e uma utilidades e dele tirei um pedaço de papel pequeno e uma caneta. Escrevi o endereço daquele lugar, rua, número - poucas informações bastavam - e ao fim, assinei meu nome.

A princípio pensei na águia da filha de Zeus, mas elas não pareciam estar se dando bem. Por isso, invoquei uma coruja e amarrei a mensagem em sua pata, ordenando que voasse o mais rápido possível ao Acampamento meio-sangue e entregasse a mensagem para Gean Williams. Depois disso, eu e Alana buscaríamos o barco de Poseidon.

#8

Alana Valentin

Alana Valentin
Filho(a) de Zeus
Filho(a) de Zeus
Quando vi o covil, já senti a eletricidade correndo do meu corpo para o escudo. Era aquela vontade de sair voando, atacando tudo que vê pela frente, rasgando os céus e os inimigos com a minha espada, mas no momento em que dei um passo adiante a filha de Atena me interrompeu. Neste instante eu senti meus instintos gritando, meus olhos chiando como os gritos de um trovão distante.

- Por que? - Foi tudo que consegui perguntar, com um tom alto e forte. Ela, com aquela expressão fechada e séria, fez com que eu me arrependesse de erguer a voz de imediato, como se eu estivesse gritando com uma professora. Ao menos dessa vez, respondeu.

Não era justo. Quantos iriam morrer até que a ajuda chegasse? Sim, tínhamos que focar na missão, mas o foco de tudo isso não é o heroísmo? Não deveríamos ajudar as pessoas ao invés de abandoná-las? Algo dentro de mim queria cuspir tudo isso em Taylor.

Mas vi seu punho cerrado. A expressão fechada e descontente. Diferente de mim, ela estava séria e fria como uma espada no meio do inverno. Mas algo me dizia - algo instintivo e primitivo - que ela também estava se contendo.

Fui incapaz de ocultar meu descontentamento. Acha horrível deixar aquele covil de monstros ali, fazendo mais vítimas. Grunhi, como um lobo forçado a abrir mão da caça mas, me contive. Ainda sentia Fulgur voando, aproveitando sua liberdade lá no alto enquanto me ignorava. Talvez, se ela ainda estivesse conversando comigo me chamaria de covarde, cobraria de mim uma posição que nunca assumi.

E isso era mais amargo que bile.

#9

Minerva

Minerva
Deusa Olimpiana
Deusa Olimpiana
As garotas se sentiram contrariadas. A ideia de deixar o covil para depois e virarem as costas para os mortais desagradava as duas, sensação mais perceptível em Alana. Apesar disso, a filha de Atena tinha a sabedoria necessária para saber que aquilo só acabaria se o mal fosse arrancado pela raiz, e essa era a responsabilidade delas. Heróis existiam vários que poderiam atacar o covil, mas elas eram únicas. Alana teria que começar a aprender essa sabedoria, ou teria dificuldades para lidar com Taylor durante a viagem.

Ao chegarem na praia, as semideusas logo reconheceram o seu navio. Era uma caravela portuguesa, mas aparentemente a névoa a disfarçava, pois nenhum transeunte parava para olha-la duas vezes.
Problemas Familiares [Missão] - Taylor Black e Alana Valentin ?u=http%3A%2F%2F1.bp.blogspot.com%2F_rIE1UsX6_o4%2FS8S_FrtAjEI%2FAAAAAAAAAMs%2Fs_zy0SsHD1A%2Fs1600%2Fcaravela%2BSanta%2BMaria

Taylor embarcou na frente e assim que chegou ao convés percebeu quem eram os tripulantes. Alana, por sua vez, quando os viu, deu um pulo, pois eles variavam entre visíveis e invisíveis. Eram espíritos.

Quando a ceifadora de Tânatos passava, todos os espíritos próximos se afastavam, com medo. Ela sabia que eles estavam presos. Não o tipo de preso que Ares fazia, como os perdedores em guerras. Eram marinheiros realmente presos no mundo mortal, ou porque não foram para o submundo ou porque escaparam de lá.

Aparentemente eles estavam calmos, mas o medo que sentiam de Taylor fazia a garota não se sentir muito bem. Já Alana parecia ter o respeito deles.

Havia um grande barco para ser explorado e uma longa viagem a ser iniciada. Eles apenas aguardavam as ordens da filha de Zeus.

#10

Conteúdo patrocinado


#11

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo  Mensagem [Página 1 de 3]

Ir à página : 1, 2, 3  Seguinte

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos