Ja'zir ouve as ordens e olha para a garotinha loira ao seu lado, que dá um pulinho de alegria e grita;

- Gueeerra! Isso!

Ela nota o olhar de desaprovação dos três mais velhos e cora um pouco, então agarra a mão de Ja'zir e as duas desaparecem instantaneamente da sua frente. Nathan percebe que apesar da idade a garota podia usar magia de teleporte sem dificuldades.

Eles então seguem para fora do castelo debatendo as estratégias. Nathan não parece ansioso para sair da Ilha, mas Enzo decide tentar ainda assim. O feiticeiro carrega seus livros em direção a sua própria casa, que ficava (...onde?, no lago junto com as outras piranhas?) pouco distante dali. Os feiticeiros já se moviam a todo vapor do lado de fora, demonstrando que já haviam começado suas medidas anti-invasão mesmo antes de Ja'zir chegar trazendo as ordens de seu líder. A biblioteca e o laboratório fervilhavam de magos entrando e saindo, uns correndo, outros voando. No grande pátio central elementais de todos os elementos ganhavam vida, assim como outras invocações que voavam vasculhando toda a área. No alto os garotos podiam ver feiticeiros voando no vento ou montados em vassouras, e sabiam que estavam estudando a barreira que cercava a ilha, os limites de sua existência em meio à Névoa, todos em busca de pistas.

Enzo aborda um feiticeiro aleatorio para que lhe abra um portal para o Acampamento. O homem que estava em meio a uma invocação parece desgostoso de parar, mas suspira e volta-se para o gqaroto, talvez por saber que ele quem trouxera os avisos. Ele invoca um grimório mágico ao seu lado e recita um encantamento. O ar vibra à sua frente, mas nada a contece. Ele franze o cenho e tenta novamente, mas do portal que se abre jorra apenas uma densa névoa, declarando que algo estava errado.

- Não-não consigo nos ligar ao lado de fora. A barreira parece estar mais densa do que o normal, eu não sei como.

De fato. Olhando para cima o número de magos nos limites mágicos apenas aumentava, e eles até podiam ver traços da cúpula invisível que os cercava no céu e nos limties do horizonte.

Enzo então corre para encontrar Nathan, mas não o encontra em meio ao alvoroço de feiticeiros que corriam para apressar seus feitiços, magias e encher suas barrigas. O garoto já devorava um livro, o primeiro que pôs a mão quando abriu a caixa. Falava sobre barreiras mágicas e seu funcionamento, proteções e disfarces. Corria os olhos pelas letras, símbolos e runs, reconehcendo-os e assimilando-os. Mas nada daquilo ajudava... Todos os princípios válidos de segurança já eram seguidos à risca em sua ilha, mas ainda assim, o perigo ainda os encontrou. Por que?

Nos tocou através da Névoa, dissera Selene. Algo estava se espalhando pela própria Névoa. Ele sabia que forças antigas se agitavam vez ou outra, e que diferentes tipos de poderes podiam afetar o véu mágico, mas como isso era feito, exatamente?

Passou para o próximo livro. E para o próximo. O ultimo, por fim, era o livro de couro negro e velho que Selene lia quando chegaram à sala. Teve um sentimento estranho sobre este livro, pegando-o e abrindo-o com cuidado. Seus dedos formigaram ao sentir os resquícios do toque da deusa no livro, e um estranho cheiro de ervas verdes. As folhas eram finas e desgastadas e as letras escritas em um grego tão antigo que até mesmo semideuses teriam problema em entender, mas o feiticeiro sabia o suficiente para devorá-lo como a todos os outros manuscritos.

As letras eram feias e mal escritas. Demorou um tempo para pertencer que se tratava de uma história, um... Relato. Um registro antigo, escrito na alvorada dos tempos gregos. O livro começou descrevendo dias de vitória, dias de glória entre os deuses. Após dettorar Cronos e os titãs, a paz veio, as plantações cresceram, chuva caiu do céu em abundância e o mar trouxe peixes para todos. Mas aos poucos, os deuses voltaram a se afastar dos mortais, recolher-se em seu conforto no Olimpo e tudo voltou à mórbida normalidade. Mas deciões foram tomadas, cargos dados, domínios foram designados.

Demorou a juntar palavras. Em diversos pontos faltavam pedaços das páginas ou mesmo páginas inteiras. Mas entendeu a história sobre duas divindades que estavam dedicados a algo, dedicados ao Olimpo e, ainda assim, foram deixados de lado. Entidades que lutaram junto aos Olimpianos mas, ainda assim, foram esquecidos, traídos. Algo lhes fora prometido mas, após a guerra, outro havia ganho o que lhes foi ofertado. E em um determinado ponto, um nome surgiu. Um nome bem conhecido; Hécate. De alguma forma a deusa havia participado da história, direta ou indiretamente. Também conseguiu achar os nomes de Zeus, Hades e Poseidon entregando algo a algum outro deus, algum outro deus que era como eles, o que haviam sido esquecidos. Algum deus que não era somente deus, assim como eles, eram algo mais...

Quanto mais chegava perto do fim, mais difícil ficava de ler. O livro parecia ter sido destruído por anos de mau uso ou surtos de raiva de um leitor. Mas algo naquela história chamava-lhe a atenção, além do fato de ter sido deixado ali por Selene junto com os outros A Névoa eracitada em um ou outro pontos, sobre como fora criada e espalhada pelos deuses, uma força da natureza que fora dobrada para poder ser controlada e usada para seus fins. Mas no que isso se conectava com tudo o que estava acontecendo agora?

Ele nota outra peça no fundo. Era um pergaminho de couro com tábulas de madeira entalhadas. Ele podia sentir uma estranha energia negra saindo do manuscrito. Ele o abre e percebe que se tratava de magias antigas, a arte da necromancia. Ele os lê, vendo que trazia os conceitos básicos damagia da vida e da morte, e ensinava formas de manipular os espíritos.

Enzo se informa com o frustrado feiticeiro que lhe explica como chegar na enfermaria, que ficava logo ao lado do laboratório. O filho de Apolo segue para lá e encontra uma equipe trazendo poções de cura, Nectar e Ambrosia do prédio ao lado, estocando-os em bolsas mágicas que guardavam várias poções de vez, mesmo que não parecessem cabê-las. Ele imediatamente reconhece os cabelos loiros e a pele naturalmente clara mas brozeada que seus irmãos costumavam ter, mas parecia que eram apenas dois, trabalhando juntos em algumas poções brilhantes.

- Oi... Quem é você? - PErgunta uma feiticeira parando de frente a ele, com vários cristais quadrados em uam caixa nas mãos - Nunca te vi por... AH! O filhode Apolo, não é? O profeta, e tal... você precisa de algo?

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Enquanto isso Nathan finaliza sua leitura. O manuscrito trás instruções para aprisionar almas, escravizando-as, e como chamar de volta a alma daqueles que morreram recentemente, usando prata e ferro para rituais. Descreve também como amaldiçoar almas para que atormentem outras e, por fim, como dar-lhes poder para lutar.

A leitura é confusa, devido à estranha escrita que usava, mas o feiticeiro logo capta sua essência, compreendendo como magos poderiam usar este conhecimento para armazenar almas e usá-las como uma fonte de poder, além de trazer forçadamente a alma de um recém-morto para seu corpo, escravizando-a.

Ele termina e busca por Enzo. Depois de um breve momento de concentração ele discerne a assinatura mágica de seu amigo e percebe que estava próximo do laboratório, na cabana dos curandeiros da ilha. Ele começa a caminhar para lá quando sente algo a mais com seu radar. Ele sentiu névoa, mas... Era uma névoa estranha, mais densa. Uma sensação confusa que ele sentia pela primeira vez. Passava a mesma impressão de quando sentia a Névoa em sua forma densa, visível. Mas de alguma forma não era.

O curioso é que esta sensação "deslisava" pelo seu radar vindo logo de cima, de muito alto, nos limites do domo da ilha.

A feiticeira olha Enzo de cima a baixo quando ele fala sobre aprender as poções que estavam preparando.

- Você gostaria de se funtar aos feiticeiros, por acaso? Filhos de Apolo são sempre os melhores em magia de cura. E de profecia. E de luz. Sempre uma boa pedida! Mas se não quiser, então vai ter de pagar! Se quiser aprender algo, terá de ensinar algo depois.

Ela pisca e sai andando. Ela cutuca um dos filhos de Apolo que Enzo tinha identificado, uma garota de olhos cor de mel e cabelos lisos e louros. Ela olha pra Enzo e sorri, caminhando até ele.

- Oi! Enzo, não é? Eu-eu te vi no chalé 7, umas vezes, antes de virar feiticeira... Aquela vida de atirar em monstros não era para mim. Aqui eu aprendo e trabalho muito mais! Eu sou Soraka, inclusive! Venha, nós já vamos começar a fazer mais uma leva.

Ela o conduz até uma mesa onde estavam engarrafando unguentos e poções de cura. Ela mostra nas gavetas os vasos separados com ervas, líquidos de cores diferentes e nectar que usavam para suas misturas. O outro filho de apolo, um jovem de seus 20 anos, parece muito animado com mais um filho de Apolo pela ilha e logo começa a tagarelar sobre tudo.
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Nathan segue a passos rápidos. Ele chega ao pavilhão do castelo e agarra um dos feiticeiros, que o olha paralisado enquanto o semideus dita suas instruções antes de seguir em frente em busca de Enzo. Passando entre os grupos de feiticeiros que estudavam suas defesas. Alguns olharam de canto de olho para o garoto, que só percebeu depois que provavelmente estavam surpresos com seus olhos acesos em brasa. Pixie o seguia de perto em direção à enfermaria e ao entrar o guri encontra Enzo sendo soterrado em informações sobre pontos de fervura, velocidade de mistura, teor de concentração de extratos de ervas e sangue de bode. Outros dois jovens feiticeiros conversavam dedicadamente com ele, e Nathan os reconheceu como outros dois filhos de Apolo ensinando sobre poções de cura para seu amigo.

O filho de Hécate puxa o de apolo e conta sobre o que estava sentindo. Enzo não tinha tido nenhuma outra visão sobre o ocorrido, e os outros magos pareciam não ter notado nada também. Nathan sente aquela sensação se espalhando bem lentamente pelo lomite do céu da ilha, mas não sente nenhuma pressão ou violação na barreira, apenas este contato com algo no exterior.