Charlie
Charlie já não era o mesmo de alguns anos atrás. O garoto se tornou absurdamente forte. Talvez não tanto quanto Ryan ou Criptoniano, mas ele já era capaz de derrotar os melhores lutadores da terra sem muita dificuldade. O garoto era um exemplo de evolução, um prodígio. Em seus genes, havia algo além do sangue de Ares correndo. Uma força vinda de um passado distante e mortal. Havia mais coisa em sua família do que as pessoas que compartilhavam seu sangue se permitiam saber.
O guerreiro cresceu tanto em pouco tempo, que muitos olhavam para ele estupefatos. Já estava mais forte que metade do Acampamento, ou ainda mais. E por isso, não foi nenhuma surpresa quando Quíron o chamou para a Casa Grande com urgência, isso estava ficando cada vez mais comum para ele.
Pandolfo
Pandolfo já não se lembrava da última vez que saiu para lutar em uma missão grande. Isso era raro entre os semideuses, já que na maioria das vezes Quíron chamava apenas os mais fortes, por querer ter certeza de não errar. O filho de Apolo treinava pouco, mas evoluía bastante. Já era mais forte que os semideuses iniciantes, e tinha poder o suficiente para fazer um estrago numa batalha.
E talvez por isso, que um sátiro tinha corrido até ele, pedindo com urgência que fosse até a Casa Grande. Ele obedeceu, Quíron raramente chamava as pessoas com ‘urgência’. E quando chamava, eram apenas os semideuses mais fortes. Isso talvez, fosse o suficiente para aumentar o ego de Pandolfo.
Capítulo 1 - Lâminas Cruzadas
Chegando lá, os dois semideuses se encontram na frente da porta do escritório de Quíron, e rapidamente são convidados a entrar. Lá dentro, o Centauro se encontra espremido na cadeira de rodas mágica, fazendo parecer que ele era um ser humano aleijado normal. Com o tempo isso já nem era tão impressionante. O velho coordenador do Acampamento parecia sério e preocupado.
- Eu recebi uma carta, de uma mãe. - Ele suspirou e esfregou os olhos. - A carta não tem endereço, mas a oráculo disse que vocês encontrarão o garoto em um apartamento no Central Park. - Ele pegou uma pedra transparente, que emitia uma luz fraca e quase imperceptível. O único que conseguiu nota-la foi Pandolfo, por causa de sua incrível visão. - Isso vai ajuda-los a encontrar o garoto. Quero descrição, ok? Nada de destruírem coisas.
Ele dispensou os garotos, e se virou para uma enorme e enjoativa pilha de papeis. Ele não lhes deu dinheiro nem nada... Talvez, o Acampamento estivesse passando por situações difíceis.
Artico
Artico estava deitado em sua cama. Sua mãe tinha mandado a ‘mensagem’ havia um dia. E o garoto estava com uma sensação ruim. Era como se algo mal estivesse para acontecer na vida do garoto. Mas ele queria respostas, explicações. E por hora, a única que podia lhe dar esse tipo de resposta era sua mãe. A mesma estava na cozinha, ansiosa e nervosa. Chorava desde o dia anterior, como se estivesse prestes a perder seu filho.
O quarto estava escuro. Durante a noite, o quarteirão inteiro tinha ficado sem luz. Aparentemente uma tempestade estranha se aproximava, e de certa forma conseguiu destruir a fiação que levava energia até a casa do garoto. Artico tinha um mal pressentimento.