Eduarda estava inquieta em sua cama. Esse era o efeito de quebra de devoção com os Deuses. Embora Ártemis pouco tivesse a ver com suas noites de sono, a noite sempre lhe parecia inquieta. Iria demorar a se acostumar com os grilos cantando excessivamente e com a luz prateada da lua que entrava pelas frestas no chalé... Que frestas? Exatemente!!!
Antes de a garota se remexer horas e horas na cama até finalmente cair no sono, um barulho de cascos é ouvido na porta do chalé. Um sátiro chega para acordá-la, mas leva um susto ao ver a filha de Ares se virando já acordada.
- Quíron lhe chama.
Ele parecia assustado. Bem, as pessoas tinham um medo inexplicável do chalé do Deus da Guerra. Eduarda se levantou e seguiu-o até a Casa Grande. No escritório de Quíron, o centauro estava acomodado em sua cadeira de rodas mágica que o fazia parecer mais humano. A sala do velho coordenador estava sendo decorada com algumas luzes, meias vermelhas e um pinheiro ainda desmontado. O natal estava chegando e logo os semideuses iriam todos aparecer no Acampamento, não havia problema em deixar o lugar enfeitado.
- Eduarda! Quanto tempo... - Ele parecia animado. - Eu gostaria de passar meia-hora lhe contando sobre tudo que aconteceu aqui enquanto você esteve fora, mas sei que você provavelmente não vá gostar de me ouvir falando muito. - Ele pega duas xícaras na sua mesa, enche em uma garrafa com chocolate quente e oferece uma para a filha de Ares. - Vá, beba. - Os dois ficam ali em silêncio por um minuto. - Eu tenho um trabalho pra você, não é nada muito sério, mas acho que vou precisar de alguém inteligente pra lidar com isso tudo. Em resumo, uma indefinida foi parar no Casino Lótus. E eu quero que você vá busca-la.
Antigamente o centauro teria descrito a missão por uma hora inteira, só falando sobre o que Eduarda deveria fazer. Mas ele estava mais tranquilo naquele dia em especial. Com uma despedida, ele despachou a filha de Ares e deixou-a na porta da Casa Grande.