Senti minha adaga enfiar em seu pescoço com facilidade, por milésimos de segundos eu me permiti sentir a sensação boa que aquilo trazia. Aproveitando o impulso que eu tomei para esfaqueá-la faço um rolamento para a lateral afim de me afastar das duas que faltavam, que acredito eu, estavam um pouco em choque, já que a segundos antes estavam cantando vitória, para logo em seguida ver uma das suas ser destruída em segundos. Elas teriam que me respeitar, sim ou sim.

"Fofuxa, vá a procura da outra, ela está machucada e sangrando, ataquea-a igual pelas sombras, nada de brincar com a presa."

_ Bom, então, por que antes de continuarmos, vocês não me contam o motivo de estar interceptando as mensagens? O que vocês estão fazendo naquele acampamento? ~ Conversei com elas tranquilamente, na medida em que aproximava do escudo caído da dracaenae morta. Se eu visse que era seguro pega-lo, se causar uma over-reaction das duas a minha frente, o faria, se não, continuaria sem mesmo, ainda assim não seria um problema. O que eu queria mesmo era informações.

Caso elas continuem me atacando a torto e a direito eu continuo me esquivando até encontrar outra brecha para fazer o mesmo movimento anterior, com a que está usando uma lança. Sempre buscando posicionamento das árvores para bloquear o lançamento de redes da outra.

Pego o escudo daquela que eu havia recém matado e aproveito do fato delas estarem me circulando, dessa maneira, qualquer avanço que eu fizesse seria num determinado raio daquela circunferência, o que significava que eu estaria me aproximando de uma, ao mesmo tempo que me afastava da outra.

Começo a correr na direção daquela que portava escudo e lança, assim que ela fizesse algum movimento de ataque eu posicionaria meu escudo de tal maneira a apartar o golpe com ele fazendo a lança deslisar pelo meu escudo ( posicionamento diagonal a ponta da lança) e com o peso do meu corpo + o movimento que eu estava fazendo daria uma troncada naquele monstro, afim de fazê-lo desequilibrar para que eu pudesse encontrar uma brecha e neutraliza-la com minha lamina.

Caso ela não use a lança por instinto, eu faço uma finta próximo a ela, fazendo um giro, outra vez para o lado do braço que portava a lança afim de fazer cortes em locais que eu tivesse acesso com minha lâmina. Após desferir tais golpes, continuo em movimento para não ser pega pela rede da outra.

Caso eu não consiga pegar o escudo, eu faço a ação da finta ainda atenta aos movimentos dela para conseguir me defender mesmo sem o escudo.

No mesmo instante em que a rede embola no meu escudo eu o solto e cravo minha adaga naquela que estava indefesa, cuidado com a chance dela levantar a lança, mesmo caída, o que não seria muito preciso e facilmente esquivado, mas, nunca se sabe.

Agi totalmente no automático enquanto a outra pegava as duas adagas e se preparava para me atacar: eu me jogo para frente me direção ao escudo daquela que recém eu matara para usa-lo para me defender, já que eu sabia que não daria tempo de pensar num ataque naquele instante.

Caso eu consiga pegar o escudo a tempo eu vou tentar recuar/esquivar mais do que bloquear as facadas, até encontrar uma brecha ou entender o padrão de ataque daquela ultima dracaena. Caso eu não consiga pega-lo, faço um rolamento para frente após soltar minha mão de forma imediata que o escudo embaraçou na rede, enfio minha adaga naquela que estava indefesa e volto a correr por entre as árvores afim de pensar em algo.

Só faltava uma delas. Um sorriso aparece no meu rosto, lá estava eu, fazendo aquilo que eu tinha nascido para fazer: lutar. Por mais que ela estivesse me atacando com fúria, tentando encontrar alguma brecha na minha defesa, jamais, jamais ela conseguiria fazer isso antes de eu notar e usar ao meu favor [Gênio], aquilo era quase como uma dança e eu estava guiando aquela dracaenae para o ato final: a morte.

Eu não estava mais com pressa. Estudava cada movimento dela, me deliciando com cada defesa ou esquiva, ou, até mesmo, com algum padrão de ataque aprendido. Por fim, depois de estuda-la eu começo a dar troncadas com meu escudo nos pequenos intervalos de ataque dela [Presciência], e quando eu encontrasse uma brecha, enfiaria minha adaga nela para terminar com aquilo.

Meu corpo estava todo arrepiado com a sensação pós batalha. Ajoelho e pego um poco da poeira que restara daquela ultima dracaenae e fecho os olhos:

_ Dedico essa batalha ao deus Pã. Para que os seres mágicos desse local possam tomar essa batalha como exemplo e reerguer sua coragem e resiliência.

Faço uma oração em grego em voz baixa, levanto e faço o caminho de volta, recuperando minha mochila e meu escudo, depois vou em direção a Fofuxa.

"Boa garota" ~ acaricio minha cadela, grata pelo serviço que ela fizera aquelas duas dracaenaes.

Pego na minha mochila um pouco de nectar e ambrosia afim de recuperar meu corpo da batalha e vou em direção  aquele acampamento montado no meio da reserva. Tento chegar ao local sem despertar a atenção dos seres que possivelmente estariam ali. Caso não encontre nenhum, eu vou buscar entender o que estava bloqueando as mensagens do acampamento.