A garota ergue as sobrancelhas e abre bem os olhos, ouvindo surpresa a filha de Hécate.

-- Ou, ou, calma lá -- fala ela, erguendo as mãos -- Você... Hm... Hades ou Hécate, imagino? -- Ela olha ao redor, parecendo refletir sobre as ultimas palavras da garota, olhando as pessoas dentro da biblioteca como se julgasse qual poderia estar possuída por um demonio ou não -- é, ok, eu entendo. Cada um em sua missão.

Ela dá de ombros e caminha pelo corredor oculto, acariciando a cabeça do Lobo ao passar, revelando que ela também podia vê-lo.

-- Sabe, respondendo sua pergunta... Meu pai fundou esta biblioteca na cidade. Parece que Atena tem um certo interesse por homens intelectuais -- Ela vira e pisca para Hilda, bem humorada, enquanto caminha pelas fileiras de Livros. Hilda podia ver diferentes capas ali, em diversos estilos, de diversas idades. Algumas falavam sobre quântica avançada, em outro lia-se "Área 51 - Como chegar lá?", em outro "Triângulo das Bermudas, um caminho seguro para a morte" -- Ele podia ver através da névoa, veja bem. E antes dele seu pai, meu avô, também podia. Eles colecionavam conhecimento sobre este mundo há anos, até que Atena achou-o digno de uma visita... e de mim. E aqui, está minha colaboração para a coleção de meus antepassados.

Ela ergue a mão, orgulhosa, mostrando o corredor secreto onde tinha organizado tudo para que somente as pessoas certas pudessem ver, oculto por magia. Ela caminha até um corredor lateral e estala os dedos, fazendo as lampadas ali acenderem. A garota aponta para uma estante onde estavam alguns livros, em sua maioria mais antigos que os demais.

-- Tudo o que tenho sobre deuses malignos, magia negra ou monstros e maldições antigas estão aqui. Tem até uma cópia do mapa de Orfeu do Submundo! Mas há relatos de que não serve de nada, já que o lugar todo muda de forma, não é? Quem sabe -- ela dá de ombros -- Se há algo possuindo a cidade, eu acredito que estes dois sejam particularmente úteis. Eu já li todos os livros aqui, mas... Entendê-los ou por seus conhecimentos em prática é outra história, não é?

Ela aponta para três livros específicos mais ao canto; Daemonum, Maldições e um livro de Feitiços velho. Ela vira-se para a saida e começa a caminhar, dizendo que se ela precisasse de ajuda bastava falar alto que ela viria correndo.

-Filha de Hécate. -Sorrio ao ouvir a história da semideusa, era muito bom saber que tinha alguem para contar com essa epidemia de demonios e possessões naquela cidade, então ouvia atentamente cada palavra e cada coisas que ela dizia para mim, queria saber o maximo que ela poderia fornecer de informação.

Quando ela me mostra os 3 livros que poderiam me ajudar, com as minhas duas mãos, eu a seguro e agradeço no fundo do meu coração pela ajuda, então eu começo a ler na seguinte ordem:

-demonomicon
-livro de maldições
-livro de feitiços

A garota sorri enquanto a outra semideusa se afasta e olha para o tesouro em suas mãos. Para certas pessoas conhecimento é poder – poder de verdade. E por sorte, Hilda era uma dessas pessoas.

A garota senta-se ali, no chão empoeirado mesmo, recostando-se em uma prateleira e colocando o primeiro livro sobre seu colo. O Demonomicon. A garota o encara, respirando fundo, preparando-se para abrí-lo quando, d e repente, sente um formigamente em seus dedos, como se de repente um leve fluxo mágico no livro reconhecesse o seu e, chamando sua atenção, um olho se abre na capa do livro, fazendo a garota gelar. O lobo ao seu lado levanta-se e rosna para o livro, alerta. O olho gira em sua órbita de papel e volta-se para a garota, encarando-a por longos segundos, e então fecha-se novamente, deixando-a alai, parada, com o livro macabro nas mãos.

Spoiler:

O primeiro livro iniciou-se com uma leitura um tanto quanto impactante para a maioria mas, de muitas formas, familiar à semideusa. A garota já havia, claro, lido arquivos semelhantes ao longo de sua vida, mas até mesmo ela viu coisas novas e, em muitos casos, desagradáveis. A leitura trouxe sobre demônios de diferentes povos, épocas e naturezas, informações recolhidas ao longo dos anos e, algumas delas, cedidas pelos próprios demônios. Arquivos ainda indecifrados, mensagens ainda não compreendidas, segredos que, embora expostos aos olhos de muitos, mantinham-se na tumba com seus criadores. Nomes secretos de demônios, até mesmo maldições, apareceram ali. A garota logo reconhece a força de muitas como semelhantes às que estava vendo, forças citadas nas mitologias greco-romanas, cristãs, sírias, hindus... espíritos capazes de viver em outros seres, sobretudo humanos, como parasitas, alimentando-se de um sentimento, de uma vibração específica. E parasitas sempre têm mecanismos para se defender e para sobreviver no seu hospedeiro, afinal.

Spoiler:

Terminando sua primeira leitura, mais rápido do que jamais havia devorado um livro, Hilda suspirou profundamente, fechando os olhos cansados por um momento, absorvendo todo conteúdo que podia. A garota pousa o livro de capa vermelho sangue do seu lado, sentindo-se estranhamente nauseada e tonta. Os símbolos indecifráveis no livro pareciam ainda deslizar sobre seus olhos, como se os visse novamente em todas as superfícies. A garota fecha os olhos novamente, recostando-se de novo e respira fundo por um momento. Quando sente-se melhor, Hilda parte para o segundo livro.

A garota desbrava então seu segundo desafio; o livro das maldições. Aquele livro tinha uma origem mais grega e, ali, foi mais fácil para a garota juntas as peças de seu quebra cabeças.

A leitura trouxe-lhe coisas sobre demônios gregos, maldições em suas essências, que atormentavam as pessoas em prol de alimentar-se de suas fraquezas, medos, ou em alguns casos, até mesmo de hábitos específicos deles, como manias. A garota leu sobre as Aras, como eram chamas as maldições do submundo Grego, dentre as quais nasciam os espíritos das manias, que alimentavam-se de nada mais, nada menos do que das manias de seus hospedeiros, fosse o hábito de gritar e brigar, de apostas, de coçar-se ou morder-se, arrancar os cabelos ou tremer. Ali a garota viu algo semelhante ao que já tinha visto. A imagem do sátiro coçando os chifres, da mulher coçando o braço, do homem abrindo e fechando a porta do hospício repetidamente, da mulher internada jogando xadrez, movendo a peça repetidamente de um quadro para outro. Manias. Espíritos filhos de Nyx, nascidos de sua escuridão eterna, seu corpo feito de sombras, noite e maldade. A garota lembrou-se dos olhos profundos, cheios de estrelas do céu noturno, que a encarou de volta quando olhou nos olhos do sátiro possuído. A sensação de uma noite eterna, mas tão eterna, que tornara-se tão antiga, ou mais, que o próprio mundo, de uma noite que não a fazia bem como a de sua mãe fazia.

Ali, relatos acumulados de antigos estudiosos, dentre mortais, semideuses e seus descendentes, conhecimento que reunia pontos que a garota conseguiu cruzar com o livro Demonomicon, como a fraqueza contra o ferro e ao sal, a força que tiravam da noite, que era quando os demônios-parasitas mais se manifestavam, e como ao mesmo tempo rituais com a lua também já haviam se provado capazes de removê-los, apesar de serem uma aposta arriscada levando em conta que trata-se de quanto estão mais poderosos.

A garota por fim, voltou-se para o terceiro livro. O livro das maldições tinha sido uma leitura mais fácil que o demonomicon, e tinha dado pistas para a garota que se via agora mais empolgada do que cansada. A noite caia, e o lobo branco dormia ao seu lado, suas orelhas subindo e descendo vez ou outra indicando que, apesar disso, ainda estava atento aos arredores.

O livro de feitiços traz por fim mais um compilado de conhecimento que, desta vez, surpreendeu em muito a semideusa. A quantidade de coisas ali era imensa, desde feitiços usados para localização como feitiços usados para proteção e ocultação. Coisas de extrema utilidade, que podiam ser feitas pelas pessoas certas, com os material certos. Quase uma ciência mágica, o ramo da magia que muitos chamariam de Bruxaria.

Por fim, a garota termina sua leitura e sua barriga ronca. Ela talvez tivesse de partir. Talvez devesse voltar ao hotel para preparar-se melhor, ou talvez devesse ler mais. Em determinado momento o lobo ergue a cabeça e a filha de Atena surge, aproximando-se parecendo cansada.
-- Uau, você leu os três? Nada mal – fala ela, parecendo aprovar – algo aí que tenha lhe ajudado? E por sinal, a biblioteca está fechando.

Eu lia cada um dos livros com um gosto sem imaginar, era fato que eu aprenderia em cada um deles e a primeira coisa que aprendi foi que tipo de espécie de demônios eram, agora eu entendi que eles eram filhos da noite escura, eram filhos da Nyx, são demônios da noite, mas como eles disseram, eu vim da lua enquanto que eles viram da noite escura de fato, eu não tinha muita ligação, mas talvez o suficiente...

Lia a trindade dos livros como se eu tivesse lendo a verdade dos séculos, mas eu não tinha tempo para me perder em ideias e corri para encontrar o calendário e caso encontrado iria ver quando apareceria a lua, em especial a lua cheia, queria canalizar sua magia para um feitiço que aprendi no livro.

Encontrado o dia, eu procuraria nos outros livros um feitiço chamado canção de ninar, com o efeito de acertar todos os humanos na cidade, um mapa magico(estilo mapa do maroto do HP) e a dona da Biblioteca, que poderia me ajudar a encontrar essas coisas, mas ela aparece do nada falando que a biblioteca iria fechar e isso me assustou.

-NÃO! -Digo assustada, mas logo recobro a educação. -Provavelmente é o local mais seguro da cidade, não podemos fechar ainda, olha, eu preciso de algumas coisas, um mapa q me mostre os seres humanos, alguns quilos de sal grosso, pó de ferro, um feitiço de sono e camumila, eu preciso tirar os humanos da linha do perigo e vc é a unica q pode me ajudar agora, pfv! -Digo para ela, pq quando eu a vi, eu percebi, ela poderia me ajudar a salvar essa cidade.

A bibliotecária parece chocada com hilda, e sua expressão passa da sjrpresa pra incredulidade

-- Espera, ja vi tudo, você quer usar minha biblioteca como algum tipo de fortificação antidemonio para a porra da cidade? Nem fodendo garota. Eu já bati minha cota anual de heroismo. Duas vezes ao ano, e só! Ninguém vai gritar nesta biblioteca à noite.

A garota observa hilda por um momento, ainda afetada, e entao da um longo suspiro, massageando as têmporas.

-- Vamos tomar um café. A biblioteca esta fechada. Fechada!!

---

Depois de preencher uma ficha de registro e tirar uma foto 3x4, hilda conseguiu convencer a filha de atena a deixá-la levar três livros de vez emprestado. Agora as duas aguardavam seus respectivos pedidos em uma cafeteria retro na esquina. Hilda resume a situação para a sua nova companheira, que parece entender tudo rapidamente. Os pedidos chegam e Deda Friday, como ela se apresenta, ataca o cappuccino.

-- Entendo. Olha... Porra, eu nao esperava por essa. Eu odeio esta parte da vida. Olha... aquela biblioteca é tudo o que tenho. Não vou arriscar ela por nada. Mas... A cidade nao é completamente desprotegida. Em questão de defesas físicas, podemos ter alguma ajuda. Sabe, meu pai era um homem bastante astuto. Ele era mortal, mas podia ver através da Névoa melhor do que eu. Provavelmente... Melhor do que qualquer um de nós, por mais fortes que sejamos -- fala ela, com evidente orgulho do pai --, mas há quatro anos ele desapareceu. Tipo... Foi comprar pão e... sumiu.

O silêncio paira alguns segundos, dando hilda tempo de soltar um "Vish", e a garota por fim continua, olhando séria pra a filha de hécate;

-- Escute... Ok, eu vou te ajudar. Não tem como eu ficar parada vendo uma luta por esta cidade acontecer, tipo, na minha esquina. Mas, as coisas que você pediu, são um pouco insanas, sabe? Não ando por ai com um estoque de ingredientes pra exorcizar demônios. O feitiço do Sono... Acho que há algo na biblioteca sobre isso. Mas o mapa, não há como. Nós temos uma espécie de detector, nos informa quando monstros entram no perímetro da cidade mas, recentemente, anda indecifrável. É como se monstros entrassem e saíssem a todo momento, mas ainda assim, nunca são vistos. Provavelmente um truque desses demônios que falou. Talvez só sejam detectados quando expressam controle sobre o corpo, completamente manifestados, mas quando latentes dentro dos mortais, são quase indetectáveis. Humpf! São mesmo parasitas.

De repente, a filha de Hécate sente um calafrio na espinha. Seu radar mágico detecta uma presença alguns metros atrás dela, como na esquina do outro lado da rua. Ela se vira e vê uma senhora parada ali, enquanto as outras pessoas passam. A velha usava um estranho vestido verde que, ao olhar com mais atenção, a garota percebeu ser um pijama do Hospital Psiquiátrico que havia visitado.

Ouvia a história da menina atentamente e devo dizer,quase disse para ela, menina, ele fugiu para longe dessa merda, nenhum humano quer fazer parte dessa porra, mas me abstive de dizer oq penso, pois se eu digo oq eu quero, ouço oq eu não quero e com certeza eu não queria ouvir um não, um não de não me ajudar.

Eu fiquei feliz em ouvir que ela tinha um feitiço do sono e isso seria o bastante para impedir que os humanos me impedissem de fazer meu trabalho para exorcizar aquelas coisas, mas algo chamou atenção, meu radar me chamou atenção e isso não era algo bom, porque agora tinha alguém, não, tinha algo me vigiando e vi que era um dos hospitalizados, não,era um dos possuídos.

-A conversa acabou,vamos e vamos bem rápido. -Digo segurando sua mão e nos banho na nevoa para nos esconder e enganar os olhos dos humanos para não nos atrapalhar e vou andando na direção das portas no fundo.

Eu fico atenta a qualquer movimento e tento correr de volta para a biblioteca, mas caso não desse certo, eu correria para o meu hotel e me preparo para com o disparo magico para me defender dos demônios que pudessem aparecer.

Nível 10 - Controle da Névoa [Intermediário]: Agora você já é mais experiente em manipular a névoa. Pode passar despercebido aos olhos dos mortais, fazê-los ver um carro no lugar de um grupo de semideuses, ou um caminhão no lugar de um porco gigante. Pode enganar até mesmo outros semideuses. Podem também mudar os pensamentos momentâneos dos mortais. Até mesmo monstros (mais burros) podem acabar por cair em suas ilusões. Consome 30 de Energia.

Nível 12- Disparo Mágico II: Agora o lampejo parece mais com um raio de energia intensa, que atinge o alvo com força, causando queimaduras e impacto consideráveis. Consome 35 de Energia. Alcance máximo de 10m e entra em espera por 4 rodadas.

O lobo começa a rosnar na direção da esquina até que Hilda puxa a outra semideusa pela mão enquanto estala os dedos. De repente, os mortais passavam direto por elas, seus olhos ficando turvos ao olhar em sua direção e logo em seguida voltando ao normal, depois delas passarem.

As garotas saem pela porta dos fundos. A filha de Atena não faz questionamentos, entendendo prontamente o que estava acontecendo.

-- Certo, espere -- Eu vou para a biblioteca. Vou pegar o que achar útil e me preparar. Eu te encontro depois apenas... fique viva e se prepare também.

Ela solta um suspiro cansado e parte correndo.

Hilda também dispara para seu hotel com o lobo correndo ao seu lado. A garota consegue chegar lá sem ver novamente a outra mulher seguindo-a. Ela entra em seu quarto e respira fundo, recuperando o fôlego, começando a olhar ao redor em busca de algo. O que ela tinha a preparar? Ela sabia que havia uma concentração de pessoas possuídas no Hospital, e provavelmente uma ou outra desgarrada pela cidade. Como ela poderia se livrar deles? E, por que eles estavam indo para aquela cidade? Desde que havia chegado ali a garota havia sentido aquela coisa, aquela energia noturna. Seria por causa das maldições ou... Ou de outras coisas? Aquela inquietação ainda estava em sua mente. Ela lembra-se da sensação de como aquela energia parecia mudar ao redor da cidade, parecendo mais forte em alguns pontos do que outros mas, ela não a sentia vindo de nenhum humano em particular.

Ela tinha de preparar-se para o embate final, que sabia que viria àquela noite. Começa então seus preparativos

~~ rodada interpretativa