Chego em Nova Roma junto a minha acompanhante, cumprimentando algumas pessoas que passavam
- Vim te mostrar o que faz com que esse lugar seja especial - Aponto para algumas casas ao longe - Aqui tem de tudo. É uma cidade na real. Tem faculdade, dá pra arranjar emprego, viver uma vida. Coisa que você não conseguiria fazer no mundo mortal por conta dos monstros. Somos mais do que só guerreiros sendo treinados. Podemos viver pra proteger e ficarmos mais fortes. Mas quando chegar a hora. Você pode só... - Me joguei em um banco da praça, chamando-a para sentar - Descansar. Viver uma vida normal - Digo com um ar sonhados. O efeito do álcool ainda existia, mas estava cada minuto menos evidente. - Você vai passar por muita coisa, Queen. Só queria te mostrar que nem tudo se resume ao coliseu e às missões. -

Passo a mão pelos cabelos de Queen, dando-lhe um sorriso leve. Realmente, era melhor trocar um pouco o tema. Estava contente que ela havia dividido alguma coisa comigo, mas não queria deixá-la pra baixo. Beijo sua boca levemente e ao afastar o rosto, começo a apontar para outros lugares - Bom, agora vamos ao que interessa mesmo. Ali fica o bar. Ali fica a loja que tem o melhor néctar pra ressaca. E ali fica a estrada que leva pra Mess, o lugar onde comemos. Soube que esses dias um centurião passou mal dando encima de uma novata. Roma pode ser disciplinada, mas tem suas doses engraçadas - Dei uma risada imaginando a cena

Sorrio e levanto junto com ela. Saio correndo na direção do bar e percebo que não tenho 18 ainda. O garçom não me daria nada. Reviro os olhos e me volto pra menina.

- Vamos voltar. Porque essa ESPELUNCA não vai nos dar nada - Digo dando um grito voltado pro atendente na parte da espelunca

Dou risada enquanto corro junto com a filha de Febo. Tudo aquilo estava sendo bem divertido e eu me sentia bem junto à ela. Talvez mais do que jamais estivera desde que havia chegado no acampamento. Sorri, olhando nos olhos de Queen e parei. Puxando-a junto a mim e lhe beijando, de maneira ainda mais envolvente e demorada do que quando nas casas de banho.

- Como demoramos tanto pra nos conhecer, gatona? - Perguntei com um sorriso no rosto. Girei ela pela mão, como se estivéssemos em uma dança no meio do nada, gingando com o som do vento. Tentei cantar, mas sabia que havia saído tão desafinado que desatei a rir.

- Eu sinto que posso confiar em você, Queen. - Digo, dando-lhe outro beijo e mordendo seu lábio ao final. Parei alguns instantes a encarando. Perguntei-me se falar naquilo só quebraria o clima sem motivo algum - Mas... acho que sei quem meu pai é. E isso faz com que eu pense que, se for verdade, talvez você se afaste de mim. - Solto suas mãos,  encarando o chão pensativo. Por mais que não a conhecesse a muito tempo, estava com medo de perdê-la. Assim como tinha perdido todos os meus outros amigos. Perguntei a mim mesmo se isso era minha maldição. Ficar sozinho eternamente. Conhecer alguém como Queen e depois... de volta à solidão e ao álcool.

Aperto o mindinho com ela e dou um sorriso. Abraço ela e dou um beijo na testa. Me afasto um passo, a encarando sem palavras. Não sabia o que dizer. Só me sentia feliz por estar com ela agora. Uau, pensei.
- Já já deve dar a hora de nos encontramos com nossas coortes. Nossos centuriões vão ficar irritados se não aparecermos.  -