Ragur pragueja e levanta de um salto. Ele olha indignado para Charlie.

- Porra, é assim que você acorda? Diabo.

O lobisco senta novamente. Ele se estica para agarrar um cantil de água e entregá-lo para Charlie antes de começar a tagarelar sobre o que tinha acontecido desde que Charlie tinha desmaiado.

Eles tinham vencido a luta no terraço. Amanda e as caçadoras tinham conseguido vedar a passagem dos outros andares para os reforços que estavam dentro do prédio continuarem presos lá. Eles tinham encontrado Charlie quase morto no ultimo andar. Os filhos de apolo tiham dado os primeiros socorros, e junto com sua regeneração acelerada de Ares isso foi suficiente para mantê-lo vivo.

Eles tinham ido para a floresta, onde poderiam ficar em maior segurança com as caçadoras e também se encontrar com os remanescentes da alcateia de Macêdnus, com quem Ragur havia se encontrado. Eles estavam acampando logo ao lado deles. Embora as caçadoras não estivessem felizes com isso, elas haviam concordado em dar suporte aos campistas e aos lobisomens até que ele tivesse acordado. Até então, nenhum lobo tinha sido morto e nenhum campista fora comido.

Ele tinha dormido o dia inteiro. Já era tarde da noite, e a maioria dos garotos estava começando a sentir menos morto depois da raid prolongada.

Em determinado momento Amanda se aproxima com um prato cheio de verduras, legumes, raízes e algumas carnes de cassa assadas para Charlie, que consegue se levantar e se apoiar em uma árvore para comer. Ele observa a todos, agora sentado e mais consciente. Caçadoras, campistas e lobisomens estavam sentados pela clareira. Alguns guardas vigiavam em circulos o acampamento, revezando-se com caçadoras. Ele podia ver os corvos entre as árvores, coçando as penas negras e vigiando a noite.

Apesar do clima de vitória, ele nota que Ragur o olhava de uma maneira estranha e até o flagrou se aproximando de seu cangote para farejá-lo em um momento.

Os garotos conversam um pouco. Ragur, sentado no chão, parece aliviado com o despertar de Charlie. Ele ri quando o filho de Ares fala sobre Nyctius e se junta a ele no deboche contra os magos. Quando Charlo pergunta sobre os lobos, Ragur explica que os tinah ido encontrar depois da batalha e os reuniu ali.

Enquanto a luta contra o boss rolava, eles tinham conseguido vencer os lobos no terraço e se dividiram em um grupo para ajudar a lidar com os que estavam na rua e outro para invadir o prédio e submeter os demais - o que ele tinha feito sem problemas assim que Nyctius morreu.

Porém depois que o assunto morre, Charlie nota os olhares de Ragur e fala pra ele desembuchar.

- Eu ouço você - fala Ragur, parecendo ansioso para falar sobre aquilo. Ele se aproxima mais e olha Charlie no fundo dos olhos como se estivesse tentando encontrar algo dentro deles - Eu... Eu ouço um uivo vindo de você.

Charlie sente um leve frio na barriga ao perceber que ele estivera escutando um uivo este tempo todo, apenas não tinha lhe dado atenção. Um som que ia e vinha em sua mente, como vários lobos chamando ao longe. Enquanto encarava Ragur de volta, ele ppensou ter ouvido um leve uivo vindo dele também, como se o lobisomem emitisse um som só de estar vivo.

- O que Nyctius fez com você?

Ragur inclina a cabeça como um cão confuso e coça atrás da orelha com os dedos.

- Hm... Ele fez algo. Como uma marca, ou uma... Maldição? Eu consigo ouvir algo em você, e tenho certeza que os outros lobos também. Como um chamado.


Ele dá de ombros, conformado com não entender o que era, e se levanta dizendo que ia checar os filhotes de lobo que estavam acampando logo ao lado. Charlie percebe que ele se sentia responsável pelos jovens lobisomens.

A noite passa tranquilamente. Charlie logo é visitado pelo áquila filho de apolo que lhe dá mais um pouco de nectar e toca umas musiquinhas para ajudá-lo a se recuperar mais rápido. Ele se levanta por fim e roda um pouco pra ver seus soldados, amigos e companheiros de luta. A subtenente das caçadoras, Alice, vai cumprimentá-lo e parabenizá-lo pela caçada, embora não pareça muito à vontade. Logo depois Charlie dá uma passada no acampamento ao lado e vê Ragur conversando com um grupo de semideuses de aparência maltrapilha e cansada. A maioria tinha olheiras fortes sob os olhos e uns tinham até ferimentos não curados. Ele nota que havia alguns em forma de lobo nas redondezas, talvez não muito à vontade para ficar com os demais, mas sem sinais de agressividade. Pareciam todos orbitar em volta de Ragur, atraídos por sua força ou carisma.

Por fim os semideuses dormem. Alguns ficam de vigia mas Charlie é dispensado da tarefa. Ele acorda se sentindo muito melhor na manhã seguinte, embora ainda sinta um forte cansaço e dores esporádicas nas juntas. Não tinha dormido muito bem... Acordou vez ou outra no meio da noite com o som dos uivos, mas mesmo saindo de sua cabana não conseguiu identificar de onde vinham.

Eles se despedem das caçadoras e Amanda alegremente rouba uma van. Ragur diz que os encontrará lá, pois precisa guiar os lobos para o Leste, ensiná-los a se mover como um bando, afinal eles tinham ficado presos às cidades desde que tinham sido criados. Ele avisa que levaria alguns dias para chegar.

A viagem segue tranquila. Os deuses pareciam colaborar para o merecido descanso dos semideuses, que só encontraram um minotauro otário no meio do caminho que logo foi jantado por flechas, espadas e adagas de prata. Eles chegam no Acampaento no dia seguinte e são recepcionados alegremente pelos demais guardas e semideuses que tinham ficado.

Ragur chega dias depois. Ele avisa charlie e Quíron sobre os lobiscos na floresta, e que tinham sido isntruídos a caçar não mais do que animais e monstros. Ele os ensinaria a se comportar e escolheria um líder para a alcatéia antes de desprender-se deles. Quíron fala que iria até lá conhecê-los e ver como poderia ajudar os jovens.

- Charlie - Chama Ragur depois de saírem da casa grande - Eh, então. Tem uma coisa que eu queria perguntar. Na verdade, pedir... Eestá tudo bem se não puder. Hmm, como falar...

Ragur explica brevemente sobre a ligação dos lobos, mais uma vez. Aparentemente, ele achava difícil os lobiscos conseguirem seguir suas vidas sem um líder, e todos instintivamente o viam como um. Como um lobo forte, ele emanava uma aura que atraía os demais mesmo sem querer, o que não era nada conveniente. Especialmente depois dele ajudar a salvá-los das garras de Nyctius. Além do elo dos lobos, havia também um elo de divida e admiração que puxava os lobisomens jovens para ele.

- Eu preciso me livrar disso. Eu preciso me ligar a algo, para fechar este vínculo. Então, eu queria saber se, tipo... Você estaria disposto a formar um elo comigo? Normalmente não conseguimos fazer isso com pessoas que não são lobisomens também, mas eu sinto que poderia fazer com você, de alguma forma.

Ele aguarda mudando o peso do corpo de uma perna para a outra, parecendo nervoso e sem graça. Mas seus olhos castanho-dourados fitam os de charlie firmemente.

- Wow, calma - fala Ragur balançando as mãos - Não é isso... É mais como uma ligação mútua, eu acho que vocês chamam de Elo Empático. Poderemos nos comunicar, e eu estarei vinculado a você. Acho que isso vai fechar este vazio que atrai os outros para mim, saca? Se você vai poder ter poderes de lobo eu não sei, mas provavelmente vai sonhar com caçadas, ossos e pulgas algumas vezes.

Eles caminham pelo Acampamento sem um rumo definido.

- Ah, você vai ver que não é tão ruim - brinca Ragur sobre os hábitos de lobo, e concorda sobre facilitar o trabalho de encontrar os outros lobisomens - Você vai mesmo atrás dos outros? Digo... Talvez não tejamos uma opinião. O que fizemos vai se espalhar... E eles não deixarão barato, não agora que matamos 4 deles. Seja por medo de serem caçados, por vingança ou por orgulho... Eles virão atrás de nós. Especialmente de você, com essa marca idiota uivando o tempo todo.

Por fim eles seguem pra comer algo. O dia passa tranquilamente e naquela noite, Charlie teve um sonho estranho.

Sonhou que estava caminhando sobre as quatro patas na orla da floresta. Olhou para a lua prateada no céu, manchada por um tom meio dourado. Olhou para baixo e encarou o chalé de Ares dezenas de metros de distância. Aguçou a visão e se concentrou... Foi como se estivesse viajando voando até o local. Sua perspectivase aproximou da construção, beirando a janelae espiando para dentro. Ali, dormia...  Ele mesmo, Charlie. Deitado e ensopado de suor. Encarou a sim mesmo. Sentiu uma conexão, uma ligação. Lembrou-se dos momentos dos ultimos dias, das lutas, das dores. Algo puxou sua mente... Suas mentes. Ele podia sentir que pensamentos que não eram seus vazavam para sua mente a cada momento, e que suas sensações também eram sentidas por outra pessoa.

Então, acordou sobressaltado. Ainda permaneceu deitado, mas tinha uma sensação engraçada na cabeça, como se um dedo invisível estivesse cutucando seu cérebro por dentro do crânio. Uma sensação que apontava constantemente para a direção dos bosques do lado de fora do chalé. Mesmo sem olhar pela janela, Charlie sabia que Ragur estava lá, sentado, assistindo-o sob o luar. E sabia também que estavam ligados para, provavelmente, todo o sempre.

Um uivo solitário ecoou na noite. Mas não foi um uivo agressivo ou assustador. De alguma forma, confortado pelo som, Charlie sentiu-se tão satisfeito quanto se tivesse acabado de ouvir um agradecimento. Se enroscando nos lençois, o filho de Ares voltou a dormir.

|Missão Finalizada|
Charlie Milkovich
Experiência Recebida: 14.300 + 12% (1.716) = 16.016
Dracmas Recebidos: 9.999
+ "Desgraça dos Lobos" [Maldição] - O semideus derrotou 4 dos 51 filhos originais de Licáon, dentre eles Nyctius que era um filho do rei lobo com a deusa Hécate. Após sua morte o lobisomens amaldiçoou o garoto prendendo um fragmento de sua alma à dele. Este fragmento emite uivos espirituais que chamam a atenção de outros lobos e lobisomens, incitando-os a seguir ou atacar o semideus. Alguns lobisomens mais forte spodem ficar apenas curiosos e outros, agressivos.
+ "Ruína dos Lobos" [Título]: Concede +10% de dano contra Lobos e Lobisomens.
+ Garra de Lobisomem Prateada [Material]{x1}: Adiciona +15% de dano na lua cheia. Ativação a critério do narrador, ou rolando dado 1d4, onde 4 é Lua cheia.
+ Ragur, o Lobo Cinzento [Companion]: Um filho de Hermes com quem Charlie formou um Elo Empático ao longo de uma série de missões. Ele é, por acaso, um poderoso lobisomem descendente dos filhos originais de Licáon. Ragur terá o poder de um filho de Hermes de nível equivalente ao de Charlie, e será considerado um membro dos Corvus do Acampamento. Como grande amigo de Charlie ele estará (quase) sempre à disposição para ajudá-lo em suas missões como um companheiro, tendo as habilidades de Hermes de nível equivalente a 80% do de Charlie. O lobisomem pode usar a Viagem dos Centauros, permitindo que apareça em pouco tempo basicamente em qualquer lugar para ajudar Charlie. Como em um elo empático, o lobisomem viverá enquanto o filho de Ares viver, mas caso um seja morto o outro pode morrer também (50% chance). [O filho de Hermes pode colaborar interpretativamente ou em batalha. Pode se transformar em um enorme lobo cinza de olhos prateados, e é extremamente forte e rápido como um semideus Avançado. Como um lobisomem, ele só poderá ser ferido por prata. Quando transformado, se transforma em um lobo cinzento ágil e poderoso].