Finalmente eu cheguei ao meu destino, a famosa Colina dos Templos. Aquilo era tão estranho, eu não havia nem tomado um banho decente - excetuando o Rio Ohio - mas ao mesmo tempo era uma falta de decência eu chegar assim para tentar consultar-me com os deuses. Passar por borboletas disfarçadas de professores de química, megulhar em um rio para não morrer queimada e quase ser atacada por um cão de três cabeças e sair viva de toda aquela situação era um milagre, sem dúvida, os deuses tiveram compaixão e paciência comigo.
Caminho um pouco a frente do Templo de Belona, a Deusa da Guerra e encaro a estátua ali, refletindo se aquele era realmente o rosto da minha provável mãe. Me agacho e apoio apenas um dos meus joelhos e meu punho esquerdo cerrado ao chão. Abaixo a cabeça em respeito e devoção e começo a recitar minha prece:
- Ó grande Deusa Belona, por favor, escutai minha prece. Acredito ser sua filha, em torno de toda a minha história e de sua eternidade, rogo-lhe que se lembre de quem eu sou e que posso ser sua filha, sou Natasha Kaiser Bogdanow, filha de Wolfgang Kaiser Bogdanow, que é filho de Febo, o deus do sol, meu avô. Eu sinto seu poder emanando por mim, ó grande deusa Belona, por favor, me aceite como sua prole. Caso assim o faça, gostaria de ser presenteada com uma Lança [Média].
Me levanto, respiro fundo e viro as costas para a estátua com postura, me retiro do Templo e aproveito o resto da brisa que me restava naquele dia.