O filho de Atena rola para o lado em tempo de evitar uma estalactite que cai do telhado sobre ele. A rocha se quebra em cem pedaços ao se chocar no chão, enquanto o garoto localiza o monstro alado, parado a 5 metros dali.

O sabidinho decide mostrar a que veio. Primeiro, a criatura se assusta com uma lâmina fincada em sua asa. Depois, outra em seu peito. Então todo o monstro é atingido por um turbilhão de plumas coloridas, que o picotam como se fossem o novo processador de aimentos da Phillips Walita.



A criatura é reduzida a sangue e pó, tombando no chão aos pedaços enquanto as plumas criculam até o chão.

O filho de atena sente uma leve tontura e cai sobre um joelho. Aquele lugar o estava minando as forças, de fato, a cada minuto, e a batalha não colaborava. A corujinha plana e pousa sobre o ombro de Leonardo, mordiscando sua orelha. Ambos olham na direção da cabra apenas para vê-la se deformando, seus musculos inchando, membros brotando e seu tamanho crescendo descontroladamente.

Aquele era, sem dúvidas, o ser mais bizarro em que o semideus já havia posto os olhos.

Spoiler:

A criatura tem 3 metros de altura. Ela dá um passo na direção de Leo, desajeitada. Está a 5 metros.

A corujinha alça vôo enquanto o semideus se levanta. A ave faz um circulo no ar e senta sobre o altar onde a cabra estivera deitada, piando encorajadoramente.

O garoto observa o ambiente, calculando cada passo da cabra e olhando as estalactites no teto.

Então o filho de Atena invoca sua pluma e a arremessa. A lâmina multicolor gira no ar na direção de uma grande ponta de pedra no telhado. A lâmina se finca na base da rocha pontuda, que racha e cai direto sobre o monstro.

A cabra não se deixa abater com uma estalactite de um metro e meio enfiada em seu ombro. Parte das bocas que brotavam de seu pescoço foram destruidas.

O monstro caminha na direção do garoto, tentando atingí-lo com um dos braços, mas o menino corre e rola, agarrando seu escudo e correndo na direção do altar. Ele observa sua coruja bicando com ferocidade o altar de pedra, arrancando alguns pedaços da rocha, mas machucando o próprio bico.

A cabra emite um urro e se vira contra Leo. Os vários filamentos que se projetam do monstor começam a crescer na direção do garoto.

Cabra a 4 metros.

O filho de Atena começa sua série de golpes de escudo contra o altar. A coruja pia e voa, sem querer deixá-lo só ali. O animalzinho dá um rasante na cabeça da cabra monstruosa, tentando distraí-la, mas a aberração estava focada no filho de Atena. Cada golpe que o garoto dava na pedra destruia partes do altar, e a cada rocha que ruía era um novo ferimento na cabra demoniaca.

Leo sente seu tronco sendo puxado. O garoto se vira em tempo de ver os tentáculos do monstro agarrando-se à sua armadura, e rapidamente saca a espada, decepando-os, mas mesmo os membros decapitados começavam a se debater e enrolar-se em seu pé. O garoto sobe até o topo do altar, quase completamente em ruínas. Apenas um pedaço da pedra permanecia de pé em meio aos escombros.

-- Garoto! -- Fala a cabra -- O que ganhas com isso?

O filho de Atena se pronuncia à cabra. O monstro urra e avança numa ultima tentativa de agarrar o filho de Atena, que golpeia a rocha.

O ultimo fragmento inteiro do pilar se quebra sob o escudo do garoto. Algo se quebra também na cabra, que vomita sangue e se contorce.

NÃO! Eu vou voltar, semideus! Eu vou voltar! Eu serei sua sombra, seu medo e sua morte! Eu voltarei!

Os berros do monstro ecoam na mente de Leo enquanto o garoto recua, evitando os tentáculos enfurecidos da criatura. O filho de Atena avança na direção da saída enquanto o teto começa a desabar sobre ele. A coruja pia e alça vôo novamente, passando pelo corredor, seguida por seu mestre.

Ambos, semideus e coruja, correm para fugir do desabamento dentro do túneo, à medida que toneladas de terra caem atrás deles.

Quando irrompe da entrada da caverna, o filho de Atena se deixa cair no chão, exausto. Atrás dele o portal racha e rui sobre si mesmo, deixando apenas uma cova no lugar.

Eu serei sua sombra, seu medo e sua morte.

Leo ainda podia ouvir as palavras do demônio. O garoto sentia o ódio puro naquelas palavras. Desmedido e selvagem. Ele percebe que, cedo ou tarde, aquela batalha se repetiria, e talvez não tão facilmente quanto acabara de ser.

Leo é despertado de seus pensamentos quando a corujinha pousa sobre seu ombro, piando, e bica-lhe a orelha. O garoto sorri e ambos, garoto e ave, caminham pela floresta na direção do acampamento.