Sinceramente? Minha vontade era de realmente virar as costas e ir embora. Eu nem queria ter saído do acampamento para começar. E ver que os deuses nem ao menos se organizam pra fazer na hora de mandar um de seus peões saírem numa missão suicida era decepcionante e patético. Todavia, eu detestava mais ainda seres arrogantes. Aquele monstro afirmar com tanta segurança que morreríamos foi algo que me deu mais motivação em continuar do que qualquer outra coisa.

- Não precisa pegar sua arma. Seu recado foi dado e recebido. Mas poderia dizer de onde tira tanta certeza de que vamos morrer? E mesmo que esse seja o caso, não há razão para alguém importante como Hades se importar com a alma de dois evidentes fracassados, não acha?

A realidade é realmente irônica. Eu sempre ouvi que os deuses estavam pouco se lixando para os campistas e isso só muda quando precisam de nós. Bem... isso é normal inclusive para humanos, mas nada adequado para entidades superiores. Mas a ideia de precisarem de ajuda e ao mesmo tempo serem empecilho na própria jornada que armam era demais.

Infelizmente meu questionamento foi colocado pelo filho de Apolo antes que eu pudesse manifedra-lo, mesmo que com outras palavras. Entao eles não se importam quando morremos, desde que seja no território deles?

- Sim senhora. Emily, vamos. – Disse ligando meu botao de foda-se. A furia era um ser poderoso e que certamente dá medo. Mas pra alguém que está perdendo a crença em deuses como eu, isso era irrelevante.

- Se os deuses não se decidem em se ajudar, não sou eu quem vai interferir

Distancio-me alguns metros enquanto toco minha lira. Aquele objeto era o que me acalmava e sempre me fazia pensar. As palavras da criatura sobre sair do territorio dos deuses me deram a ideia que eu colocaria em execução. Seriam poucos metros de afastamento e musica antes de eu começar a adicionar poder magico a ela. Meu Acorde Perfeito traria consigo uma suave Melodia Condutora, que faria as furias dançarem conforme minha musica. Normalmente, um filho de Apolo precisari de cincentração total em um movimento desse porte, mas com a lira eu estava acima dos demais. Não era um simples dom herdado.

Enquanto toco, digo para Emily:

- São todas suas.

Passiva Relevante:

Habilidades Ativas:

Acho que nunca senti um calafrio como aquele.

Não, não foram as fúrias, por mais assustadoras que fossem. Aquela sensação veio do filho de Apolo. Eu podia sentir sua melancolia, revolta e tristeza acumuladas em uma vida de serventia a deuses que, além de exploradores indecisos, faziam seus outros serviçais o tratarem como um arrogante de merda. O tom de obediência que ele usou nas fúrias escondia a frieza dos sentimentos que eu não pensei que um filho do deus-sol poderia carregar. Ele me chama para voltar e, mesmo contra minha vontade, acompanho-o.

Não demora para que ele comece a tocar uma suave melodia que para meus ouvidos, como sempre, era algo confortante. Ele entao diz que as furias eram “minhas” e eu não entendo. Ele queria que eu lutasse com aquelas coisas? Viro-me para olha-las mais uma vez e penso em alguma forma de atacar.

Possuo apenas um tridente e acho que minha melhor alternativa é arremessa-lo diretamente sobre a furia com quem ele conversou e eu particularmente odiei. Seria um ataque-surpresa para tentar elimina-la.

Se por ventura eu acerta-la com as pontas de bronze, me preparo para uma eventual aproximação, que poderá partir delas ou de mim. Meu movimento não seria uma ofensiva e sim uma segunda surpresa. Um segundo tridente moldado com Princess Of Sea, que atravessaria a segunda fúria no momento de sua criação.

Passiva Relevante:

Habilidade Ativa:

Era óbvio que eu estava incrédula. Nunca pensei que um filho de Apolo fosse detentor de tal poder mágico. Sempre vi e ouvi falar que eles eram os melhores arqueiros e curandeiros. A musica seria apenas um hobbie, mas nesse caso, com certeza era uma arma secreta. Isso explicava por que ele so sacou a lira quando viu aquelas coisas. Acabei tendo que perguntar:

- Você havia calculado isso desde o começo?

Logo em seguida estendo a mão para que passemos a fronteira como no plano inicial: através da bolha. Um truque barato comparado àquela habilidade de encantamento.

Passiva Relevante:

Habilidade Ativa:

Respirei fundo e dei de ombros para a pergunta de Emily. Consumi uma capsula de opio mitica (180 pontos) e respondi:

- Não. Eu queria mesmo ir embora. Mas não vamos largar o barco, ne?

Estendo a mão para a garota para que possamos seguir o plano inicial de atravessar o rio. O que viria depois era um misterio. Para monstros do alto escalão do submundo tentarem nos interceptar, a coisa deve ser feia.