O vento soprava os cabelos do semideus enquanto ele olhava o buraco a sua frente. O mundo parecia que havia parado, existiam apenas o garoto, o buraco e o vento. Qualquer pessoa de menor coragem teria fugido dali, mas não Louis.

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O rapaz nunca chegou a tomar um gole de vinho. Sua contagem parecia ter desencadeado a fúria do submundo. Listras pretas pulam do buraco e prendem Louis a medida em que o céu se torna negro e uma vasta cabeleira vermelha sai lentamente do buraco.

'Não são todos os semideuses que apressam sua vinda ao submundo. O que busca aqui?'

Uma mulher linda fica de pé na frente de um Louis completamente imobilizado. O buraco ainda estava no mesmo lugar e a moça estava a 1 metro na frente do campista.

A mulher escuta calmamente o garoto falar e responde:

-Se eu objetivo está lá, eu posso mandá-lo agora mesmo, não acha? Pra que se aventurar por esse caminho se os defensores são mais fortes e cruéis que eu?

As tiras ao redor do corpo de Louis começam a ficar mais apertadas, chegando a doer.

A mulher da um sorrisinho ao ouvir Louis mencionar Hades, e as faixas no garoto apertam ainda mais. Se continuasse assim ele iria ficar sem circulação.

- Porque você acha que eu estou aqui, imbecil? Hades não está por aqui, sumiu com o rabo entre as pernas igual aos parentes de vocês. Quem está mandando no submundo por enquanto somos nós. E apesar de você não ter a menor chance lá embaixo, vou te ajudar. Considere um presente.

A moça chega mais perto de Louis e algumas faixas se soltam perto do rim do garoto.

- Cuide dessa situação então, filho de Dionísio.

Uma faca vermelha se materializa na mão da mulher. Louis não tem tempo de falar nada, em um segundo gritava com a dor da faca queimando dentro de si, no outro, escuridão.


Quando acordou, sabia onde estava, ainda que só tivesse escutado falarem sobre aquele lugar.

O campo de asfodélos.

Qualquer lugar, qualquer direção, qualquer que fosse o pensamento do garoto, só existia uma coisa: A estagnação sem fim.

Louis apalpa o lugar que tomou a facada, mas não sente nada no lugar, nem uma cicatriz.

Louis se esconde atrás de uma árvore ressecada que definia bem o lugar que ele estava: morta, cinza e vazia.

E para todos os lados que o garoto olha, vê a mesma coisa.

Mortos vagantes, grama cinza, cá e lá uma árvore morta.

No primeiro morto que Louis tenta contato, já ocorre algo inesperado.

O morto em todos os anos que estava ali embaixo nunca tinha sido conversado com alguém, muito menos alguém vivo. Um borburinho começa a se formar em volta de Louis, com dezenas de mortos curiosos para saber o que ele queria ali.

Até que o primeiro barulho faz a terra tremer e os mortos ficarem ainda mais pálidos.

TUM.... TUM...

Os mortos começam a se distanciar de Louis, enquanto uma montanha começa a vir na direção do borburinho antes formado ali.



As cinco cabeças procuravam no meio da multidão, enquanto se aproximavam de Louis.