Lorenzo teve uma ideia que, embora fosse assustar a menina, era a melhor opção para aproveitar o cenário. Checou seu sangramento, vendo que não era lá essas coisas e que poderia continuar tranquilamente. Descartando seu gládio, o atleta reúne força em seu punho e soca o chão, gerando um tremor que fez praticamente todos ao seu redor, exceto Gungnir, se desequilibrarem. O filho de Marte se agarra no tornozelo da mulher cobra, que luta contra o próprio solo para arranjar equilíbrio e golpear o rapaz. Em um ato inteligente, ele retrai o braço e consegue derrubar a medusa ao chão, tomando todo o cuidado para não olhar em seus olhos. Dando um passo a frente e se pondo de pé, o centurião tenta atacar com a sua montante, buscando destruir a sua oponente. A medusa contraiu seu abdômen e jogou o corpo para frente, desviando da montante e usando o impulso para um golpe poderoso de encontro à armadura do rapaz. Devido à resistência sobrecomum do menino, ele não deslocou o ombro. Antes que pudesse continuar sua estratégia, foi obrigado a olhar para trás e quase pôs um fim à uma inocente.

- Tava tudo t-tremendo - Disse a menina, agora agarrada aos pés de lorenzo com lágrimas nos olhos. Às suas costas, não haviam mais esqueletos saindo, mas o crânio estava literalmente saltando para fora da cabeça do monstro. Seja lá o que aquilo fosse, iria se tornar o novo oponente do filho de Marte logo logo. Gungnir dava voltas em meio ao ar, observando tudo com cautela. A medusa dava algumas gargalhadas, vendo a situação em que ele se encontrava.

- Ora ora. Herói - Disse em um tom debochado. Ela entendia que tinha essa vantagem diante do rapaz e, embora a porta para o escritório estivesse entreaberta logo atrás dele, a criatura dificilmente o deixaria fazer isso facilmente.

Lorenzo tentou acalmar a menina, retirando seu elmo e colocando na cabeça da menina e derrubando ela no chão com um leve empurrão , pedindo para que confiasse nele. Como mágica, a menina parou de tremer. Apertou o elmo com força e assentiu, mesmo diante da peça gigante em sua cabeça. Mesmo sem conseguir ver seu emblante com exatidão, o centurião teve a certeza de que havia funcionado.

O filho de Marte saltou para frente, buscando uma estocada e vislumbrando a estratégia da criatura com exatidão. Como ele esperava a mulher tenta rebater sua lâmina para lateral e visualiza uma manobra do centurião, desviando do contra-ataque. A mulher largou sua espada e sabia que não havia mais sentido em portá-la, seria o seu fim. O descendente de Belona desferiu um ataque horizontal na górgona, visando parti-la ao meio. Em um ato de desespero, a mulher impulsionou o chão com suas mãos e viu ambas suas pernas serem separadas do corpo. Gemeu, gritou, só não se esperneou pois não havia mais como. O rapaz tenta caminhar para o lado, se afastando da menina com o intuito de não atrapalhá-la. A medusa agarrou o cabo da espada novamente. Ela sabia que não duraria muito com aquele sangramento. Seu próprio jeito portando a arma parecia desengonçado.

- Você pensa que é forte, herói. Mas tudo que vejo é uma puta dos deuses. Faz o que eles mandam, como se fosse alguma coisa. Um dia vão acorrentá-lo em algo, vão fazê-lo segurar os céus ou transformá-lo em algo como eu. Quando isso acontecer, vai desejar minha ajuda - Sibilou, com um ódio no seu coração. Antes que o rapaz pudesse finalizar a mulher, ele viu a coisa mais estranha do dia. Gungnir observava o monstro invocador que agora, não era mais um monstro. Havia assumido a forma de um rapazote de armadura, com o crânio negro em suas mãos.

Spoiler:

- L-lady elise? Cadê v-v-você? - Falou, jogando o crânio para trás. Uma fumaça escura saiu, formando uma nuvem de mais de 3 metros de altura. O rapaz fitou aquilo e sentiu um leve arrepio. A própria medusa arregalou os olhos, como se aquilo lhe enchesse de medo. O temor face à Lorenzo virou empolgação e o guerreiro apertou sua arma com força, ainda mais motivado à acabar com todas as criaturas. Da fumaça emergiu uma figura com aproximadamente 2,6 metros. Seus olhos vermelhos brilhavam para o garoto, transbordando superioridade.

Spoiler:

Das suas costas um emaranhado de teias se formou.

- Cria de Aracne - Sibilou a medusa. A mulher aranha empurrou seu invocador para frente, o estimulando a atacar a menina. O homem está a 2 metros da garota e a criatura está a 6 metros do homem. Lorenzo está a 5 metros da garota e a medusa está a 1 metro de Lorenzo.

Lorenzo se vira para a medusa e arranca sua cabeça, mas sua missão ainda não havia acabado. O rapaz parte na direção da menina e estende a cabeça da medusa, transformando o serviçal em pedras. Atrás, a mulher aranha sibila e tenta alcançar o atleta, sem sucesso. Seja pela incrível agilidade do filho de Marte ou pelo peso sobrecomum da criatura, o garoto chama sua fênix e parte na direção da mochila, se reagrupando lá e tentando acalmar a criança. Mesmo diante da pergunta, a criança não fala nada e balança a cabeça em sinal positivo. Gungnir guia a menina mais adiante, dando espaço para que o centurião se concentre. Mais adiante, jogando diversas estátuas como se fossem peças de xadrez para a lateral, a aranha se aproximava. Ela parecia ser extremamente forte, até mesmo para os padrões do semideus. Um golpe concentrado daqueles nele e não haveria armadura que o salvasse do Hades. Mesmo com o avanço dela, houve tempo para que ele bebesse o cantil de néctar e recuperasse suas energias. A criatura agora avança tentando não olhar diretamente para o rapaz, entendendo que ele possuía o poder da medusa em mãos.

A sensação que esse ser me passava era a de perigo iminente. Estava de frente pra uma bomba de hidrogênio que podia explodir a qualquer momento, levando metade da cidade embora, entretanto a empolgação superava o medo da morte eminente. Assim que notasse seu desvio de olhar, ativaria meu escudo novamente e o posicionaria na frente do corpo, escondendo a cabeça da Medusa atrás da parede de metal, na altura do umbigo. Apesar da mulher-aranha saber que a possuía, não a deixaria saber exatamente onde estava.

Começo a andar em circulos, contornando-a. Qualquer avanço da mulher eu faria exatamente o oposto do seu movimento, caso não desse certo e ela se aproximasse demais, usaria o escudo para me defender e afasta-la, observando os acontecimentos pelo vidro blindado. Focaria principalmente na minha própria proteção, afinal não sabia a força do inimigo e precisava ganhar mais tempo para que Gungnir e a garota se afastassem um pouco mais.

- Então.. seu nome é Elise ?

O descendente de Belona esconde a cabeça da medusa por trás do seu escudo, contornando a mulher enquanto ela se mantém atenta aos passos do rapaz, evitando abrir os olhos e acabar se tornando mais uma estátua ali. Vez ou outra ela dava a impressão de querer atacá-lo, mas não estava certa o bastante da sua localização para investir. Diante disso, o filho de Marte ganhou tempo suficiente para ouvir um sinal de Gungnir. Pelo som, o rapaz pôde deduzir que agora eles estavam na mesma localização a qual a fênix lhe dava os sinais de pessoas chegando: na entrada do empório. Se ele não tivesse puxado assunto com ela, talvez estivesse bem nesse momento.

A mulher aranha avançou, derrubando duas estátuas e jogando lorenzo para trás, fazendo o brutamontes derrubar outra figura de pedra. Com o rapaz acima do seu tronco, um velhinho petrificado teve sua cabeça separada do corpo gorducho. Sem tempo para levantar, Lorenzo levantou seu braço na forma de escudo, defendendo-se de mais um ataque direcionado agora ao seu rosto. Ele mantinha a cabeça da medusa firme logo atrás do item, mas seu braço tremia enquanto a sua oponente o pressionava contra o chão. A força era simplesmente absurda, até para o Atleta. Pelo vidro blindado o rapaz percebia que ela ainda mantinha seus olhos completamente fechados e tentava se guiar somente pelo som do rapaz. Devido à situação completamente favorável, ela sabia que o centurião não suportaria aquilo por muito tempo, o que a encheu de confiança e a fez dar boas gargalhadas. Aparentemente, sua guarda parecia aberta, mas o rapaz segurava a cabeça da medusa com uma mão e se defendia com o outro.

Lorenzo lança um combo insano consegue com uma combinação de golpes e uma estratégia digna do centurião da terceira coorte, transformar a aranha em um amontoado de pó após uma sequência de ataques e socos. Ao finalizá-la e pegar seus pertences, ao final do empório a criança já havia ido embora. Ao final da estrada, um carro passava rapidamente e a cabeça da pequena fitava Lorenzo, com um olhar de tristeza e ao mesmo tempo de alívio. O elmo do rapaz estava caído ao chão e bastou uma moeda no asfalto para que o rapaz tivesse condições de retornar ao acampamento com mais uma vitória na sua conta.