"Meu deus, ele é um anfíbio monstro... Odeio sapos, q nojo!! "

Esse foi o meu primeiro pensamento no momento em que vi ele saltar por de árvore em árvore, ainda por cima jogava coisas em mim, por algo que ele nem sabia o que era, pelos deuses, ele ta me atrapalhando por ser entrão do caralho

Mas fiz o certo em correr, era o que eu tinha como me defender, era minha única alternativa para aquele momento, até que finalmente achei, uma encruzilhada, mas cheio de casinhas e agora o monstro sumia atrás de mim... Caralho filha da puta

Eu decido não parar, era a minha única escolha, correr porque eu não tinha mais o que fazer, estava desesperada para conseguir fugir de toda a forma que eu podia e ali estava a única encruzilhada possível para eu usar. Com toda a atenção correndo em locais abertos e nunca entre as casas, porque ele poderia saltar e me encurralar, só perto o suficiente para caso ele jogasse coisas e pudesse fugir dando uma corrida entre as casas e evitar osd destrossos.

Olhando em minha volta em caso de ele aparecer, como disse para fugir e desviar, meu caminho era a encruzilhada, era o que eu tinha de opção, caso conseguisse chegar, empunharia minha espada em uma mão e aproveitaria o tempo parada para recitar o feitiço para conseguir ir para aquele mundo de névoa que foi dito no bilhete, ficando atenta de qualquer forma que eu podia, meu foco era respirar e ter atenção em minha volta, enquanto trazia a tona um portal para o orbe.... eu realmente precisava passar no ratinho para descobrir quem era meu pai/mãe, pq sem isso tava muito complicado de eu sobreviver

A semideusa se aproxima cuidadosamente na direção da encruzilhada, quando ela chega perto, tudo parece ficar mais quieto, deixando ela apenas conseguir ouvir os seus passos em meio ao silêncio mórbido daquela floresta.

A garota saca a sua espada para ter uma sensação de uma segurança que não existia em um lugar tão estranho. Agatha abre o pergaminho e começa a recitar o feitiço, a cada silaba que ela cita o ambiente vai ficando mais e mais estranho, o vento vai ficando forte e tudo começa escurecer lentamente. Ela sente uma magia negra a rodear e suas extremidades ficarem gélidas, ela começa a perceber que o chão ao redor dela estava mudando a sua forma e aparência, como se a névoa estivesse alterando o lugar. Cada palavra parece demorar um século para ser dita e isso suga muita energia da garota, é como se o pergaminho estivesse tirando magia de onde não existia.


- Ah... - A semideusa solta um grunhido e sente suas costas sendo perfuradas. Ela estava tão profundamente dentro do feitiço que isolou completamente todos os seus sentidos.

A semideusa olha para baixo e percebe que ela realmente foi atravessada por algo, sua visão começa a ficar turva e seu sangue começa a cair no pergaminho pela ponta de uma lança. A lança é retirada  e ela se ajoelha com o pergaminho ainda em mãos, sangrando muito, alguém então puxa o pergaminho e a semideusa cai, perdendo sua consciência aos poucos, na sua frente ela vê alguém andando, ela só consegue ver suas pernas, botas de couro e caneleiras de ferro com joelheiras com um formato de crânio.

- Elas caem como patinhos nessa armadilha, são muito burras para pessoas que mexem com esses trecos. - Diz um homem com um sotaque bem caipira.

Agatha então vê outras pessoas se juntando com esse homem e rindo

- Aaaaahhhh você sujou o pergaminho. Como nós vamos ler ele?! - Essa outra voz é mais grossa e tem um sotaque menor.

Ela começa a ouvir conversas distantes e na sua mente o feitiço começa a ressoar em três vozes femininas distintas formando apenas uma. Elas falam o feitiço completo em sua mente várias vezes. Estaria a semideusa delirando antes de morrer? Mas ela tinha memorizado o feitiço no caminho? Agatha nem tinha lido o suficiente para memoriza-lo.

Eu tentava me por em segurança e recitar o feitiço que estava no pergaminho, mesmo estando cansada e dolorida e ainda sentia que o rolo de papel ainda estava me tirando o resto que me tinha das poucas forças que eu guardei para aquele momento, parecia que tudo estava indo bem, até que sou atacada pelas costas e deixada no chão pelo impacto da arma, e não só isso, tinha um bando de macho escroto e de péssimo gosto em minha volta para me ver caida daquele jeito.

Eu ouvia suas conversas, mas me mantinha calma, eu não queria desperdiçar minhas energias lutando contra alguém q conseguiu me furar desprevenida, mas isso não mudava nada, eu tinha que terminar o feitiço.... Mas eu não tinha mais o pergaminho na minha mão o que fazer....

Até que começo a ouvir a voz de três mulheres distintas repetirem o feitiço para mim, eu podia estar louca, mas não mudava o fato de que era o feitiço, eu tinha que acreditar que é, eu só não poderia perder meu controle e nem a minha fé naquele momento tão difícil, escondendo meu rosto para que não me atrapalhassem:

- Σε μια ήρεμη και χωρίς αστέρια νύχτα, όταν η πανσέληνος είναι το μόνο πράγμα που φαίνεται στον ουρανό. Ο κάτω κόσμος θα αναστηθεί και οι νεκροί θα περπατήσουν δίπλα στους ζωντανούς.
- Eu sussurrava o feitiço como podia me concentrando em terminar aquilo, eu tinha que tentar, agora com completa atenção aos homens a minha frente, caso eles tentassem me atrapalhar, eu continuaria a recitar as palavras, mas caso eles percebessem e tentassem me segurar e me parar, em um golpe com a força que poderia ter, usaria um movimento rápido com o balançar da espada focando no movimento surpresa quando fosse virada para tentar acertar ele ou pelo menos afastar os homens de mim, eu tentaria de todo jeito, mas falaria o feitiço mais rápido possível quando descoberta.

Eu estava em conjunto com aquelas três belas vozes que repetiam junto comigo o feitiço, eu ficava até pensando se esse devaneio momentâneo era algo como aquela história de ver toda a sua vida passar nos seus olhos, eu n sabia, mas ficava cada vez mais aconchegado, pode ser aquele momento em que as pessoas não tem nada com o que se arrepender.

Até que termino o feitiço e vejo que tudo aquilo não foi um erro, foi real, tudo aquilo foi real, eu podia ver o mundo se contorcer perante algo que havia aparecido, o orbe invocado estava ali moldando uma realidade e fez desaparecer aqueles que me machucavam até aquele presente momento, naquela situação onde a minha visão dava para mim um horizonte de um deserto cinzento, uma lua tão grande quato o sol e uma mulher... Ou mulheres que diziiam suas melancolias sobre filhos...

-Eu não sei sobre seus filhos, mas a minha mãe também não é um bom exemplo, ela e seu marido tentaram me sacrificar como se fosse uma qualquer, se não fosse a minha avó... Eu estaria.... Eu estaria....

Eu não aguento e me abraço agarrando meu corpo na possibilidade de estar morta antes de conhecer o meu lugar, antes de conhecer o acampamento, antes de saber o que é viver.

-Eu a odeio tanto por causa disso... Ela quis me colocar em um altar por poder, ela não pensou em nada além de poder, como... Como uma mãe pode fazer com um filho? -Entre meus soluços e confissões, minhas lagrimas cairam em meu rosto e por algum motivo eu me abria a essa mulher de três formas como uma criança que finalmente foi ouvida.

-Épor isso... É por isso q eu decidi não ter mais nenhuma família, só existe a minha avó, pq ninguém me quis por ser eu mesma, eu só tenho a ela e a mim.... Mas eu queria tanto que eu tivesse alguém mais, alguém que me ame por quem eu sou e não porque eu posso ou não ter poderes. Por isso eu tenho que saber, quem é vc? Pq me salvou?

Eu ficava me tremendo naquela situação tão aberta, eu nunca havia me sentido tão propensa a me abrir daquela forma com uma extranha, mesmo sua aura sendo tão acolhedora e seu calor que vinha de sua tocha ser tão acolhedora, precisava saber seus motivos.

-Hecate... Esse... Esse é o seu nome... Mas não é possível... Eu tive mãe e pai, como... Como poderia ser sua filha, não é possível que seja... A não ser que a minha mãe não fosse de fato a minha mãe.

Dizia tentando achar sentido no que ela dizia, sobre meus traços identicos e sobre o comportamento extranho da minha família, agora entendi, eu nem era da família e num momento de devaneio, rio como se estivesse entregue na loucura.

-HAHAHAHAHA É POR ISSO!! COMO FUI IDIOTA!! KAKAKAKA ELA QUIS ME SACRIFICAR PORQUE ELA NÃO SE IMPORTAVA SE EU ERA DO SANGUE DELA, PORQUE EU NUNCA FUI KAKAKAKA...kakaka... Ka.. ka...

Eu ria como se tivesse ouvido a piada do ano e memso num certo ponto aliviada que eu não tinha laços de sangue com a minha quase assassina, eu choro porque no final, eu não era parente da minha avó, ela não tinha o mesmo sangue que ela e isso me fazia refletir se eu tinha alguém naquele mundo de fato, bem, descobri que de fato possuia, uma deusa que veio me ver no meu momento mais decadente de mim.

-Hecate... Eu sinto, mas não posso te chamar de mãe ainda... De te ver como minha família, mas eu realmente quero que me deixe ficar perto da senhora, eu não senti amor por ninguém e nem ninguém por mim, posso começar a amar a senhora aos poucos? Eu não quero por esse palavra mãe que por anos, eu achei que fosse algo horrível para alguém como a senhora, eu quero encontrar por mim mesmo o outro significado de mãe...

Peço esse tempo de relacionamento familiar, mas de longe nunca negando o fato que ela era de meu sangue, simplesmente não conseguia associar ela a algo tão depreciativo como essa palavra.

Eu estava emotiva com toda aquela situação, eu até admito que fui bem egoísta porque toda aquela história só pensei em mim, mas pelos deuses, que alívio eu tive em saber que aquela mulher não era minha mãe, mas sim outra pessoa... Graças aos deuses...

-eu não entendo como esse homens estão ainda vivos, mas eu simplesmente não me importo, se eles são um perigo pra mim, então é só tirar eles do mapa. -Sorria ao seu comentário e já sabia qual seria meu trabalho, eliminar as pessoas que tentam me matar.

Eu ouvia com cuidado e ficava um pouco nervosa de ser reclamada daquela forma, meus deuses... Agora eu sou uma semideusa filha da personificação da magia, filha de Hecate.

No momento em que recebo suas ordens e suas bênçãos, eu acordo na minha cama e vejo a marca do meu braço confirmando minha responsabilidade, então sorrindo, eu preparo as minhas coisas e vou pro chalé de Hecate, precisa de alguma ajuda, ou melhor, de algumas iscas

-Oi irmãos, tudo bem? -Falava encostada na porta sabendo que alguns não iriam gostar de me ver, porque para eles, eu roubei algo importante. -Eu tenho notícias da nossa mãe, caçadores estão em nossa volta, procurando isso. -Digo mostrando meu pulso e não deixo eles tocarem em mim, não queria que tirassem ou tentassem algo como isso.

-Ninguem com magia está seguro, de verdade, vão caçar todos que tem magia e só eu sei o que fazer, mas eu preciso de ajuda, fora do acampamento sou um alvo, preciso tirar eles da minha cola, se me ajudarem a ir às três bruxas de Nova Iorque, elas poderão terminar o feitiço e tirar eles da nossa reta, eu posso ajudar elas, mas temos que garantir que confunda eles... Podem me ajudar?

Caso eles aceitem em me ajudar, eu falo do meu plano pra eles que para todos irem em conjunto para Nova Iorque e com isso usar a névoa para se transformarem em mim e criar uma marca falsa igual a do meu pulso, se nós nos dividirmos poderíamos deixar eles beem confusos, dando tempo para eu achar as bruxas e elas conseguirem fazer o feitiço.

Caso queiram se recusar, eu solto o meu discurso para deixar todos bem incomodados.

-Eu agi errado, mas era o destino conhecer minha mãe e aposto que era meu destino estar responsável pelo orbe, estamos no agora e nesse presente momento, estamos sendo aniquilados e preferem ficar batendo peito de ver quem pegou o pergaminho primeiro do que fazer sua responsabilidade como filhos de Hecate, só espero que ela veja seu comportamento nada digno de filhos que tem.

Dizendo isso, eu iria para casa grande ver se tinha como pegar algum dinheiro humano para ir a cidade, deixando claro a necessidade de ir pra lá e com isso me planejar para a viagem.