O experiente arqueiro lança suas flechas mais rápido do que um batimento de seu coração. As setas douradas voam e alcançam seus destinos; o monstro é perfurado e cambaleia pela força do impacto, a cabeça empurrada para trás ao ter o olho perfurado, as pernas travando ao ter os joelhos trespassados, mas no segundo seguinte uma energia vermelha irrompe dos ferimentos, brilhando com força por um momento como raios ou chamas, e ejetando as flechas de volta do corpo do monstro e fazendo-as cair no chão de terra.

Dos locais atingidos a energia continua emanando e serpeando por seu corpo. Ele começa a correr de novo mas desta vez é atingido por um tornado direto na cabeça; a flecha vem girando e o acerta em cheio na testa. Energia rubra explode ao contato enquanto a criatura cai para trás, e um grande jorro de energia brota. Parecia sangue, mas não era exatamente líquido, parecia fogo, mas mais denso e vermelho. Por fim a cabeça dele explode em energia e ele se ergue. Cada runa do corpo da criatura vibra em vermelho vivo e ela parece ao menos um metro e meio maior do que quando entrou ali.

O monstro afunda os dedos na terra. A flecha cai de sua cabeça, ejetada pela energia que escapa da ferida que some assim que o projétil é expulso. A energia vermelha cerca a cabeça do monstro como se ela estivesse jorrando gasolina inflamável,e ele volta a correr ainda mais rápido na direção de Enzo, que percebe que a velocidade da criatura também estava em níveis anormais, assim como sua força. A cada passo que ele dava o monstro se impulsionava com os braços, levantando quilos e quilos de terra ao sejogar pra frente. Agora tem mais de 4 metros, e a aura da criatura está ainda mais violenta, selvagem e primitiva. Enzo sente aquela coisa tentando afetá-lo, mas falhando graças à resistência natural e às bênçãos do garoto, mas ele podia ver as pessoas fugindo da platéia tão rápido quanto possível, em pânico.

As flechas de Enzo emanam um brilho dourado e malicioso. A maldição se espalha pelo corpo da criatura como uma doença, fazendo sangue escorrer de veias estouradas e ele gritar em agonia e surpresa. A criatura definha e cresce em segundos, repetidas vezes, os músculos atrofiando e hipertrofiando, as veias estourandoe se refazendo. Ela colapsa por um momento, mas Enzo começa a sentir um calor estranho pelo seu corpo e uma pressão em sua consciência. O garoto sente suas energias sendo drenadas enquanto sua maldição é suprimida por alguma força

As runas no corpo da criatura brilham mais intensamente. Algumas se destacam, outras apagam, novas surgem e se escrevem. O garoto sente a pressão mágica aumentar sobre ele e percebe que um princípio básico entre as maldições estava sendo aplicado ali; quando duas se sobrepõem, prevalece a mais forte.

O garoto dispara suas flechas em uma rápida suscessão, mas um forte puxão no abdome o faz travar um momento. Por fim sua maldição se desfaz e os danos causados ao corpo do monstro voltam a se restaurar enquanto a mesma energia sangrenta jorra das feridas e permeia seu corpo, convertendo todo o estrago em vigor, fazendo-o aumentar mais, se definir mais e pesar mais. A ausa da criatura agora causa calafrios na pele do garoto, resistente porém sensível à magia, que sabe que o poder do monstro agora era ainda maior do que antes da maldição. Fosse o que fosse aquela escritura em seu corpo, era mais antiga do que o garoto poderia prever, e mais forte, trabalhada e complexa do que as que poderia criar.

A criatura para por um momento, respirando fundo, parecendo recuperar o ar. Seu olho se fixa no semideus, que sente o corpo começar a arder como se a visão do monstro o agredisse e fervesse o sangue sob sua pele. A criatura flexiona as pernas e então salta socando o chão, disparando como uma catapulta em um arco na direção do garoto, que cobriria a distância que os separa em dois segundos.

O filho de apolo ativa sua bênção, livrando-se por completo dos efeitos da aura maliciosa da criatura. O garoto substitui o arco pela lira e se prepara para tocar, mas antes da primeira nota o monstro cai sobre ele como uma locomotiva - afinal o guri ignorou que ele já estava voando em sua direção após um salto O garoto sente o corpo ser quebrado em diversas partes enquanto sua armadura range e seus músculos se torcem.

Sofrendo com uma dor aguda e estonteante, Enzo sente o corpo rolar sem saber s está no ar ou no chão, nem onde é acima ou abaixo. Por ums egundo tudo que ele sent eé dor, até que a bênção em seu corpo começa a curá-lo rapidamente, mas ainda deixando-o no chão sangrando.

Ele é capaz de ouvir as passadas da criatura mas ainda está desorientado demais para entender onde ela está. A criatura parece golpear a esmo ao redor. Ele se sente arremessado pros lados, vítima das ondas de choque e impacto dos golpes do monstro no chão. Aparentemente a poeira levantada pela queda da criatura estava impedindo-o de ver o guri todo quebrado no chão, o que o dava a oportunidade de se curar enquanto a aberração atacava a esmo.

Ao longe, uma vampira desocupada passava voando em forma de morcega quando sente as poderosas oscilações mágicas chegando até ela através da névoa. Se tratava de Nathan, que estava apenas vadiando por ali. O garoto reconhecia a aura de seu velho amigo Enzo, que brilhava no momento com uma força imensa, superando em muito os níveis comuns - e já altos - de poder do semideus. O mago soube na hora que ele estava utilizando o poder da bênção de Apolo. Perto dele, uma massa aberrante de magia de sangue, runas e maldições se debatia em uma força quase tão gritante quanto.

A vampirona morcega até a arena, de onde observa a cena inusitada e até um pouco engraçada. O filho de Apolo estava caído no chão, com uma perna e um braço em ângulos certamente não anatômicos, mas se levanta enquanto seu corpo se remenda em meio a uma aura dourada e quente como um raio de sol. Nathan consegue sentir a energia de cura correndo pelo garoto.

A criatura avermelhada e de quatro braços atacava a esmo. Parecia furiosa, confusa e irada. Seus braços levantavam areia a cinco metros de altura a cada golpe. O chão tremia violentamente, dificultando a estabilidade do semideus, que com muita experiência se mantinha de pé. Nathan afia os olhos para enxergar as runas enctravadas no corpo do monstro. A criatura, agora com sete metros de altura, tinha dezenas de milhares espalhadas pelo corpo, mas em poucos segundos o semideus lê centenas delas com seus olhos aguçados e experientes. Inicialmente parecem vagas, aleatórias e caóticas, fluindo em espirais, ondulações e linhas. Deslizavam pelo corpo do monstro, recombinando-se umas às outras, mudando seus padrões de uma forma aparentemente aleatória. Mas ao observar as runas próximas às maos do mosntro, percebeu que algumas brilhavam com mais força que outras.

As runas mais presentes eram de Sangue, Agonia, Dor, Regeneração, Dano, Cura, Conversão. Outras centenas das mais variáveis se somavam a estas; Impacto, Ataque, Força, Fogo, Raio, Explosão, Energia. Ele perde as contas. Mas percebe que fosse o que fosse, as runas codificavam uma espécie de maldição, que se mutava e se adaptava a cada segundo, viva no corpo do monstro.

Enzo olha para a criatura em meio à poeira. O monstro corria pra lá e pra cá. O garoto se concentra, e em sua mente consegue ver a movimentação da criatura - antes que ela a fizesse. Usando de sua visão do futuro ele começa a correr, sentindo as dores do corpo terminarem de sumir, e avança na direção do monstro. No exato momento em que a criatura ia golpear o solo mais uma vez o semideus salta, atingindo-o direto no abdome com um soco que carregava muito mais do que sua própria força.

A rata voadora estava distraída com as runas e mal entendeu o que estava acontecendo quando o golpe do filho de apolo explodiu contra a criatura lá em baixo. Primeiro veio um flash dourado e vermelho, e então a onda de choque, lançando a criatura vinte metros adiante contra a parede da arena que cede sob o impacto, e fazendo o morcego se desequilibrar no ar com o deslocamento de ar, mas logo este se recupera e observa a criatura caída junto aos destroços do muro, do lado de fora da arena.

Alguns semideuses começam a sair de seus chalés, olhando boquiabertos para a nuvem de poeira e para os relâmpagos vermelhos que estouram no ar em volta do lugar e da criatura tombada. O monstro fica imóvel por um momento, mas do alto e com sua visão aguçada, Nathan consegue ver as runas brilhando em um tom doentio de vermelho. Centenas e então milhares se acendendo e reorganizando em volta do tronco completamente destruído do monstro. Em seu abdome aberto, pôde ver mais runas crescendo em seus ossos e órgãos internos. O sangue escorria como um rio, manchando a grama do Acampamento e toda a parede da arena como uma pintura macabra. Dentro do monstro, uma violenta quantidade de energia se acumulava.